Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 2
II-Festa


Notas iniciais do capítulo

Bem, ai está leitoras lindas, mais um capitulo, Espero que gostem.
Boa leitura. *-*



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II- Festa

Não conseguia parar de me olhar no espelho que tínhamos atrás da porta. Não que eu me sentisse bonita, sensual ou qualquer coisa do tipo, não, bem pelo contrário. Eu estava m sentindo ridícula e exposta naquela roupa que, segundo minha chefe, seria meu uniforme de garçonete naquela festa.

A roupa consistia em um vestido preto e simples. O problema não era o fato de ser um vestido e, muito menos, o fato de ser preto, afinal eu amava essa cor. O problema todo era que ele era curto. Extremamente curto. De costas, com certeza, ficava um palmo abaixo das minhas nádegas. E como se não bastasse, ele era tomara que caia. Se existia uma coisa que me deixava desconfortável era um tomara que caia. Suspirei pensando pela milésima vez em por um bolero por cima do vestido, mas seria pior, Katia, minha chefe, ficaria louca.

Numa tentativa de disfarçar o cumprimento do vestido eu colocara uma fina meia calça preta com corações na mesma cor, acho que não resolveu muito. De maquiagem eu passara rímel, lápis e gloss incolor. Meu cabelo eu prendera num rabo de cavalo, por mim tão usado. Suspirei novamente me olhando uma última vez no espelho. Sai do meu quarto e fui até a cozinha, deixando um bilhete para minha família, avisando o porque de eu não estar em casa.

Fui até a porta da frente da casa e calcei meu all star branco que estava ao lado da mesma. Com certeza Katia reclamaria de meu all star, tinha certeza que ela esperava que eu fosse com um salto ou algo do tipo, mas isso não fazia meu estilo. Eu até usava salto...mas quando isso acontecia era um milagre. Eu já estava emburrada por ter que ir a tal festa...não queria ficar mais ainda por ir de salto alto.

Sai de casa, fechando a porta atrás de mim e conferindo se a mesma havia ficado bem trancada. Fui caminhando tranquilamente pela rua, dando falta dos meus fones, mas eu não me daria ao trabalho de levá-los sendo que Katia jamais permitiria que eu trabalhasse ouvindo músicas. Para mim, isso era só mais uma forma que ela achava de me atormentar.

Cheguei a lanchonete rapidamente, Katia já estava me esperando a frente da mesma, ao lado do seu carro. Seu marido, o sr. Antônio, estava lá também, sentado no lado do carona. Pude ver que atrás estavam duas pessoas, Maicon, um garçom que trabalhava comigo, ótima pessoa, ele tinha 22 anos, era um ótimo amigo até, e também havia Teresa, a outra garçonete, por algum motivo, ela não gostava de mim. Suspirei. ''Que ótimo, mais um motivo para eu me aborrecer.''

-Está atrasada Sophia. - Falou dona Katia, com seu olhar raivoso e superior de sempre. Eu sabia que não estava atrasada, chegara pontualmente na hora, mas era melhor não discordar.

-Me desculpe o atraso, senhora. - Falei, abaixando o olhar.

-Polpe-me de suas desculpas e entre logo no carro. - Me falou ela. Entrei sem mais demoras no automóvel.

O caminho até o local do evento foi feito no mais completo silêncio, não nos olhamos, falamos e evitamos chegar perto demais uns dos outros durante o caminho.

Demoramos menos de meia hora para chegar ao local que ocorreria a festa, e quando chegamos pude ver que seria em uma casa. Não numa casa qualquer, mas NA casa. Eu nunca vira uma casa tão grande e bela como aquela, a não ser em filmes. Ela era completamente branca, com pilares na frente...pensando bem, ela era bem semelhante com a casa presidencial americana. O jardim era grande e lindo, estava todo decorado com luminárias e flores, com certeza causava inveja em qualquer pessoa.

Dona Katia estacionou o carro e eu desci olhando tudo ao meu redor, não pude deixar de observar todos os detalhes.

-Prestem atenção aqui. - Falou Katia, atraindo a atenção de nós todos. - Maicon e Sophia vão trabalhar carregando as bandejas, desfilando pela festa. Teresa...vai trabalhar na cozinha, ajudando meu esposo a arrumar os pratos. Podem ir.

Assim que ela terminou seu pequeno discurso, apareceu um senhor com mais de 50 anos e nos guiou para o interior da casa.

O hall de entrada era amplo e bem iluminado, decorado com flores de várias cores e tipos, as paredes eram pintadas em um tom de bege, era tudo lindo. Por mim, ficaria eternamente apreciando a beleza daquele lugar, mas o homem de idade resmungou algo que eu não entendi...então aprecei o passo.

---------xx--------

Os convidados haviam começado a chegar a mais de 30 minutos. O local estava cheio de gente de todas as idades, todas bem vestidas e muito bem comportadas, se divertiam.

Embora eu estivesse cansada, estava achando o máximo trabalhar ali. Era diferente de todos os lugares que eu já havia trabalhado, nunca antes pessoas de tão alta classe haviam nos convidado para trabalhar.

Eu passava com a bandeja servindo as pessoas de bebidas e petiscos, todos pareciam satisfeitos.

-Sophia. - Falou estupidamente a senhora Katia, me chamando para um canto da sala, afastado das pessoas. - O que está fazendo?

-Não entendi senhora. - Respondi, realmente confusa.

-Por que está servindo só aqui dentro? O dono da festa me informou que quer vocês circulando pela rua também, que talvez tenham pessoas lá. Vá conferir.- Terminou de falar ela, virou as costas e saiu apressada dali. Suspirei. Já estava cansada de suspirar. Já estava cansada de ser tratada pior que um animal por aquela mulher arrogante, mas preferi não contradize-la. Eu realmente precisava daquele emprego. Fui em direção a porta dos fundos.

A primeira coisa que reparei ao ir para os fundos da casa, foi na enorme piscina. Era gigantesca, bem iluminada, cercada de cadeiras. ''Como é possível que alguém tenha tanto dinheiro?'' - pensei.

Olhei ao redor...não vi ninguém. Eu sabia que não teria ninguém na rua, dentro da casa estava tudo tão bonito, tinha uma música tão agradável...por que alguém iria para a rua? Mas então, quando eu estava prestes a voltar para dentro da casa, ouvi barulhos vindo do quiosque que ficava ao lado direito da piscina. Dei de ombros, afinal, tem louco para tudo. E fui em direção ao quiosque, pronta para oferecer uma bebida a quem quer que estivesse lá.

Quando cheguei mais perto senti um cheiro diferente...cheiro que muitos não saberiam reconhecer, mas eu reconhecia, era o mesmo cheiro que estava impregnado no parque perto da minha casa, cheiro de maconha. Tremi minhas pernas, não pensava sentir aquele cheiro justo ali.

Não sei o que me impeliu a continuar, talvez tenha sido a vontade de descobrir quem era o ser sem noção que estava fazendo aquilo, mas quando me aproximei vi dois rapazes. Ambos sentados no chão, um fumava maconha, outro bebia alguma coisa. Estavam cercados por garrafas de vários tipos de bebidas alcoólicas. Quando vi aquilo, um arrepio percorreu minha espinha, um arrepio nada agradável.

Estava me preparando para sair dali e voltar para dentro quando o que estava sentado no chão fumando falou:

-Olha ali meu irmão, que gatinha.- Falou se levantando, o outro o acompanhou.

Paralisei ainda mais. Eu conhecia aquela voz...era a mesma voz que me chamara no parque. Olhei mais atentamente para os dois e os reconheci como os dois rapazes do parque, os que haviam mostrado interesse em mim e em Roberta. Tentei recuar quando eles se aproximaram mais, mas não consegui,eu tava travada no chão.

-Hmm, é a gostosinha do parque mano. - Falou o fumante acariciando meu rosto.

-Se afasta de mim. - Falei, finalmente encontrando minha voz.

-Nem pensar. A gente te chamou não? Fomos educados no parque, mas você não quis a gente...agora não da mais pra aguentar. - Falou o segundo, beijando meu pescoço. Eu sabia que não podia fazer nada. Mesmo bêbados e drogados eles eram mil vezes mais fortes que eu, não havia possibilidade alguma de eu conseguir bater neles e fugir. Eu podia gritar...mas isso só pioraria a situação e ninguém me ouviria, estavam todos concentrados e se divertindo na festa.

-Hm, que pescocinho delicioso ein vadia.- Falou o bêbado mordendo com força meu pescoço. Tranquei a respiração, aquilo doeu. Mas eu sabia que era só o inicio da tortura.

O moreno drogado me jogou contra a parede do quiosque, tentando me beijar. Eu não tinha como fugir, mas também não retribuiria a nada. As lágrimas corriam soltas por meus olhos.

-Quer dificultar as coisas é? Pior pra você.- Falou ele me dando um tapa na cara, enquanto o outro acertava do outro lado. Eu só não cai no chão porque eles não permitiram. Eu já havia passado por coisas horríveis, mas nada como aquilo.

O bêbado, que era ruivo, continuou beijando meu pescoço e passando a mão em minhas pernas, eu chorava pior que criança. Se havia alguma esperança dentro de mim, ela se perdeu quando vi o moreno desabotoar as calças e o ruivo erguer meu vestido. Me desesperei, comecei a me debater.

-Qual é vadia, vai negar é. Vai ser bom, bem gostoso. Pelo menos, pra nós vai. - Falou o ruivo rindo debochadamente.

-O que ta havendo aqui? - Ouvi uma terceira voz perguntar. Suspirei aliviada por um segundo.

-E ai manolo, olha só que coisa linda que a gente achou aqui, vem se divertir também cara. - Eu olhei para o rapaz a minha frente, com mais medo ainda. O reconheci como sendo o cara bonito e bem vestido que eu vira mais cedo. Eu estava certa, ele era ''ridículo''.

-Larguem a garota. - Falou ele, me fazendo arregalar os olhos, nunca esperaria aquilo.

-Qual é meu irmão, você não concorda com isso, a gente sabe. E se não quer se divertir, problema é seu, mas sai daí que a gente ta a fim de se alegrar hoje. - Respondeu o drogado, se aproximando novamente de mim, pronto para abaixar sua cueca. Mas então, um milagre aconteceu.

Eu nunca saberei descrever exatamente o que aconteceu, só sei que em um minuto o riquinho estava longe e olhando com uma cara azeda. No outro ele estava na minha frente, socando os dois ''amigos''. O moreno caiu primeiro, e então o ruivo tentou bater nele, mas ele se defedeu, socando o nariz dele.

 -Vão embora daqui, ou vocês vão ficar bem ferrados. - Pude ver que os dois queriam continuar a briga, mas devem ter percebido que iam perder, porque saíram rapidamente dali, apenas olhando para trás, como que para garantir que o outro não os seguiria.

Não sei como eles saíram dali. Só sei que eu desmaiei.


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Notas finais do capítulo

Bem...mereço reviews? Pretendo postar o próximo capitulo até sábado...tudo depende de você ein. Comentem que eu posto rápido. rsrsrrs. Beijooos. *-*



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