O Retorno de Kira escrita por Perola, Hunter-nin


Capítulo 4
...Ou Destino?


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões a todos. Eu não pude mesmo postar ontem esse cap.



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...Ou Destino?

(By Pérola e x Hunter-Nin)

.

Raiya andava entediado ao lado do humano que encontrou o Death Note.

- Sabe de uma coisa?- perguntou alegre e em alto tom para o Shinigami que lhe acompanhava. – Como você é sem graça. Podia demonstrar um pouco mais de empolgação. – Reclama contrariado pela falta de palavras do outro. – Mesmo assim, eu vou dizer. Você e o Death Note são as melhores coisas que poderiam ter me acontecido.

- Não devia falar em voz alta. – Apesar de não gostar do garoto, Raiya o aconselhava sobre o que fazer. Por algum motivo, tinha a sensação de que iria acontecer algo de interessante.

- Por que eu deveria me preocupar? Em quanto tiver você e o caderno, sou inatingível. – O rapaz continuava rindo alto e atraindo, conseqüentemente, a atenção dos civis por quem passava. Logo que o riso cessou, voltou o rosto para a mochila pendurada em seu braço. – Ninguém pode me impedir. – Sussurrou, enquanto acariciava o objeto que usava para carregar o material escolar, bem como o Death Note.

O Shinigami o olhou com o canto dos olhos. Ele sorriu de canto. Algo imperceptível para qualquer um notar. Principalmente o jovem desatento que observava. – “Tolo. Nunca se deve confiar em um Shinigami.” – Apesar da falta de ação, Raiya se divertida com a imaturidade do outro. O garoto seria destruído pela própria ingenuidade. Era só uma questão de tempo.

- Olha só Raiya. Aprenda como um homem de verdade aborda uma bela dama. – O jovem tinha os olhos presos na garota que subia a rua distraidamente. O Shinigami olhou para a jovem. Ela lhe despertou o interesse. Não saberia dizer o motivo, mas sentia que ela era especial. Uma sensação estranha se apossou de si enquanto a observava e, repentinamente, se perguntava o quê ela faria com um Death Note. O humano que estava consigo passou as mãos pelos cabelos em uma inútil tentativa de colocá-los no lugar. – Com licença, bela senhorita...

Yukiko passou reto pelo garoto sem nem ao menos mirá-lo. A atitude da jovem e a expressão do púbere quase levaram Raiya ao riso. Entretanto, ele recobrou o controle sobre suas emoções. – Então é assim que se aborda uma bela garota no mundo humano? – Diferente de sua língua que não resistiu à provocação.

O outro bufou contrariado. – Cala a boca Raiya. – Disse irritado e mirando a loura que se afastava. – Quem ela pensa que é para me ignorar? Ela vai ver só. Yukiko Matsuda. - O jovem que, graças ao acordo selado com o Shinigami, já conhecia o nome da garota, não pensou duas vezes em escrever o nome da mesma em seu Death Note. Sem consciência alguma de seus atos, o rapaz punia todos que o contrariassem. A rejeição da mulher, para ele, era o cúmulo. – ONDE ESTÁ AQUELA DROGA DE CADERNO! – Tudo que havia na mochila estava espalhado pelo chão e sendo vasculhado agressivamente. A indignação ganhando total controle sobre o corpo masculino.

- Você o deixou no chão do quarto. – Diferente do humano, Raiya mantinha-se calmo e indiferente.

- Por que não me avisou antes de sairmos? Seu Shinigami idiota! O que você tem na cabeça? – O rapaz gritava com fúria. - E... Uau! – A atenção do adolescente foi capturada por uma garota que andava do lado oposto da rua. Em alguns segundos ele nem mesmo se lembrava quem era Yukiko Matsuda. Raiya suspirou. Aquele inconseqüente ainda encontraria muitos problemas. Quando esse dia chegasse, ele assistiria a queda do outro até o fim e, só depois, partiria. Antes de tentar alcançar o outro, se virou e buscou com os olhos a garota loira. Por algum motivo, ela despertava-lhe a curiosidade.

Yukiko, alheia a sua quase morte, seguia alegre para seu primeiro dia como estagiária do chefe da polícia japonesa. Esquecendo a festa escandalosa, seu pai não podia ter pensado em um presente melhor. Finalmente teria um pouco de ação. Acompanharia de perto as investigações criminosas. Talvez, com o tempo, confiassem nela e reconhecessem sua capacidade, assim poderia ajudá-los nas resoluções de alguns casos. Talvez até conhecesse o famoso L. A jovem, mais exultante a cada minuto, começou a correr ansiosa. Queria chegar o mais rápido possível no novo emprego.

- Yukiko-chan. Que bom que chegou cedo. Venha conhecer seu novo local de serviço. – Matsuda, que desde a hora de saída de sua filha do colégio já a esperava na porta da delegacia, exultava de felicidade ao vê-la adentrar. Antes de ser avistado pela mesma já havia se colocado ao seu lado e a levava para dentro do ambiente.

- Matsuda. Você já possui muito trabalho. Deixe que eu mesmo mostre tudo que ela precisa saber. – Akio Toshio, o novo chefe da garota, aparecia no saguão. O branco sorriso iluminando o belo rosto. O porte altivo e intimidante era ressaltado pela branca camisa que possuía os dois primeiros botões abertos. A sensualidade esbanjada, porém, alertava a garota antes de encantá-la.

- Toshio-san. Claro, senhor. Yukiko-chan comporte-se, minha filha. – O modo como falou despertou a risada da jovem. O pai sorriu ao perceber a alegria da pequena. Beijando a testa da filha, Matsuda se retirou do local. – Nos vemos mais tarde, querida. Espero que goste do serviço.

- Sim, papai. Até mais tarde.

- Bem, Yukiko-chan. Venha por aqui. – Akio começou a guiar a garota pelos corredores do lugar em que ela trabalharia, sempre ressaltando aonde não ir, a fim de evitar encontro com os criminosos. A jovem olhava tudo com extrema curiosidade e ansiedade pelo inicio de seus afazeres. – Aqui, faremos nossa primeira pausa de verdade, querida. – A intimidade que ele se concedeu começava a irritá-la. Porém, não poderia falar nada, ainda. – Sua primeira tarefa será colocar alguns arquivos em ordem. Está um pouco bagunçado ai dentro, mas acho que você consegue. – Disse apontado para a porta em que, há poucos minutos, pararam à frente. – Assim que terminar o serviço, vá até minha sala que lhe explicarei sua próxima tarefa. – Terminando de ditar as ordens, Akio se retirou e deixou-a sozinha.

Yukiko, muito ansiosa por terminar logo a tarefa, não perdeu tempo em adentrar a sala que deveria organizar. Sua idéia de algumas poucas pastas a serem arquivadas foi totalmente destruída ao avistar o ambiente. As inúmeras caixas empilhadas a desanimaram instantaneamente. Enquanto analisava o serviço, circulava pelas pilhas que formavam pequenos corredores. Os armários, nos quais aquilo tudo deveria estar, se encontravam quase vazios. O pouco que ainda permanecia dentro dos móveis, estava no lugar errado destes.

– Caramba, – suspirou – quanta bagunça. Espera aí. Essa caixa tem mais de dez anos! – Chocou-se ao mirar um dos recipientes próximos a porta. Andando mais um pouco, encontrou, também, arquivos mais recentes. Mais de dez anos de casos policiais desorganizados. – Pois bem. Vamos ao trabalho! – Tentando levantar o próprio animo, a garota começou a cansativa tarefa. Sem pausar um minuto, no final da tarde, ela já havia adiantado boa parte do serviço. - Quem sabe eu não me divirto? Deve ter algo interessante para se ler por aqui. Acho que eles não vão se importar. – Pensou em voz alta, rindo em seguida. Mais tranqüila, se permitia analisar os títulos dos casos que organizava. Como todos já estavam encerrados, ninguém iria se importar. Pelo menos, ela acreditava.

oOo

- Onde você colocou os arquivos do caso Kira, Matsuda? – Aizawa perguntou para o colega de equipe.

- Caso Kira? – O outro, que há muito tempo não escutava esse nome, ficou surpreso com a pergunta.

- Sim, estava camuflado junto com aqueles outros documentos sem importância que eu te alcancei para serem guardados.

- Alcançou é? – Ele perguntou suando frio. Tentava se lembrar onde guardara esse documento tão importante, mas estava difícil.

- Onde você os colocou? – Aizawa começava a se preocupar com o destino dos arquivos.

- Eles estão guardados. Por que tanto drama? É passado. Eles estão escondidos entre os outros casos resolvidos. – Matsuda tentava desconversar e acalmar o companheiro.

- Você sabe que o Senhor Toshio não pode encontrá-los, não é? L pediu para que ninguém mais soubesse dos detalhes sobre o caso.

- É, eu sei. Near tem medo que se alguém, que não seja de confiança, descubra os detalhes, possa tentar se tornar um novo Kira. Faz dezessete anos que ninguém fala no nome de Kira. Ainda acho que você se preocupa à toa.

- Preocupação nunca é demais. Só estou me prevenindo. “E com a Yukiko aqui, terei de tomar cuidado em dobro. Não importa o que digam, eu não confio nela. Por algum motivo, ela me lembra o pai.”

- Está tudo bem. Ninguém tem paciência ou se importa o bastante para arrumar aquela sala. Se alguém tentar, vai estar tão ocupado que nem mesmo vai ler o nome dos casos. Só a data. Tudo está sob controle. – Matsuda finalizava a conversa acreditando que suas palavras acalmariam um pouco o colega. Sua confiança, de fato, teve efeito. Muito menos do que o esperado. Mesmo assim, surtiu alguma coisa.

oOo

- O que será isso? – Yukiko, ainda empenhada na tarefa de reorganizar os arquivos, encontrou uma caixa que não possuía nome, somente data. Sua curiosidade falou mais alto e ela a abriu para descobrir qual caso era aquele. – Eu não acredito! – Seu choque foi tão grande que, sem perceber, derrubou tudo o que carregava ao ler o nome do procurado. Seus olhos passeavam pela folha agora segurada com ambas as mãos. O coração batendo rápido e a boca trêmula davam a impressão de que ela estava assustada. O sorriso e o brilho nos olhos negavam qualquer outra hipótese. A jovem estava fascinada com o que tinha em mãos. – Isso devia estar escondido aqui no meio.

Mil explicações passavam por sua mente. A mais aceitável de todas dizia que seu chefe esquecerá que tinha deixado aqueles papéis ali. Uma idéia lhe surgiu na mente. Provaria que era digna de confiança guardando os documentos no seu devido lugar e avisaria seu superior onde os deixou. Porém, antes os levaria consigo e os leria. A empolgação em seu interior não a deixava analisar se o fato era certo, errado ou se estava cometendo o pior erro em um teste de confiança. Tudo o que raciocinava era de que teria conhecimento sobre os detalhes do famoso e já esquecido caso Kira!

Yukiko guardou os papéis na mochila que carregava. Já estava na hora de ir embora. Sorridente, foi até a sala de Toshio onde informou sobre o que fizera durante o dia e prometeu que terminaria tudo no dia seguinte. Satisfeito com o desempenho da garota, Akio a liberou para ir para casa. Matsuda se desculpou por não poder acompanhá-la, mas teve de sair para verificar mais um assalto à mão armada no banco central. Por mais que gostasse da presença do pai, ela agradecia a distancia dele no momento, afinal, sozinha, poderia esconder os documentos com calma.

- Vejo que gostou do seu primeiro dia.  – Comentou Mogi enquanto adentrava a delegacia no exato momento em que a loira saia sorridente.

- Adorei Mogi-san. Agora, preciso ir. Tenho que chegar em casa e me preparar para o cursinho.

- Cuidado para não pegar muito pesado, pequena. – Disse simpático o policial.

- Não tem problema.

Despediram-se cordialmente e cada um seguiu por um lado da porta. A duas quadras de distancia do local, entretanto, a jovem presenciou um terrível acidente de trânsito. Um garoto, que gritava sozinho, saiu correndo e atravessou a rua sem olhar para os lados. O ônibus não teve tempo de desviar. A mochila do rapaz voou longe, abrindo-se. De dentro dela, um caderno voou e caiu perto dos pés da loira. Enquanto todos gritavam apavorados, Yukiko só olhava as marcas de sangue no chão e, em seguida, para o objeto. A garota se abaixou e pegou-o, lendo o que estava na capa, em voz baixa. – Death Note?


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Notas finais do capítulo

Bem... Atrasada, mas estou aqui.
As coisas estão começando a tomar seu rumo XD
Porém... Ainda há muito para acontecer n.n

13 de Junho.
Somente no Fanfiction e, agora também, no Nyah.
O Retorno de Kira
Capítulo 4:
“... CONFRONTO”



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