– Ai, Thalia! Que bom que chegou. - Ela estava com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. - O que eu fiz?

– Uma besteira! Mas acalme-se! Vamos chegar ao acampamento e iremos conversar melhor. Agora, ande! Suba! - Falei, mostrando calma.

– Obrigada Thalia. - Agradeceu.

Narrado por Annabeth

– Chegamos.

– Quanto ficou?

– 400. – Nossa, será que vai ficar cada vez mais caros estes transportes?

– Aqui. Obrigada.

Descemos do carro e Percy disse:

– Eu a vi como acordou. O que foi?

– Eu também tive um sonho...

– Conte-me.

Respirei fundo e relatei tudo:

– Nós, nós estávamos num lugar quente, bem quente. E você achava que eu ia lhe dar um soco, e por fim te beijei e disse alguma coisa do tipo “Tome cuidado” e coloquei um boné e desapareci. Do nada!

– Demais. Não sei o que está acontecendo! – Ele socou a parede do aeroporto.

– O que vamos fazer? – Perguntei.

– Ué! Você não é a sabidinha? Decida! – falou ele sério e depois começou a gargalhar.

– Há! Muito engraçado. Espere aí. Vou ao banheiro. Já volto!

– Ok!

Narrado por Piper

Chegamos no Acampamento Meio-Sangue e Thalia começou a fazer um interrogatório.

– O que aconteceu?

– Eu estava nervosa, queria ajudar e ele...

– O Jason, certo? – imterrompeu.

– É, o seu irmão. E o seu irmão pediu para eu me acalmar, e como estava sem paciência, eu falei para ele que era ele que não estava preocupado. Que não fazia nada. E ele respondeu que fazia sim, me aguentava! Fiquei muito brava na hora, que nem pensei, pedi para o táxi me deixar lá, na estrada mesmo. E foram embora. Eu fiquei. E daí o Grover ligou.

– E o Jason?

– Ele não queria, mas o táxi saiu com a minha permissão.

– Ele está bem?

– Eu vou saber! Desculpe, mas não quero ver a cara do seu irmão. Nunca mais!

– Não prometa coisa que não pode cumprir.

– Ah! Idiota... Eu vou cumprir e muito bem!

– Se é o que você diz...

Narrado por Jason

Ótimo. Minha vida está p-e-r-f-e-i-t-a! Só se for perfeita de ruim! Eu e Piper discutimos! Não estou acreditando, ainda. O taxista partiu e ela ficou lá, indefesa. Fui pegar o celular de Annie, para ligar para o Grover ir buscá-la, mas Piper foi mais rápida! Ela levou o celular embora! Então, que se dane! Ela que se vire! Só faltam 2 dias para chegar ao aeroporto. E então tudo vai dar certo. Eu espero.

Narrado por Annabeth

Fui ao banheiro, e então, ali, no chão, havia um envelope. Peguei-o e abri. Quase tive um ataque do coração! Eram documentos meus!

Saí correndo do banheiro e pedi para que Percy fosse ao banheiro e procurasse um envelope. O mesmo voltou cinco minutos depois, com um sorriso enorme no rosto, de orelha a orelha. Sinal que deu tudo certo!

Mas quem que nos ajuda? Seria uma pessoa só? Ou mais? Duas? Três? Quatro? Ou mais ainda?

– Eu não estou acreditando nisso! – Falou Percy.

– Mas quem? – Perguntei.

– Quem o quê? – disse ele, não entendendo.

– Quem que nos dá roupas, dinheiro e documentos?

– Eu não sei.

– Sério, Percy? Tem certeza que você não sabe?

– Há há! Sua sabidinha, você que deveria saber! Não eu...

– Ok, ok! Vamos pedir um vôo?

– Vamos!

Narrado por Percy

– Olá, posso ajudar? – pergunta a atendente.

– Sim, queremos duas passagens para Nova York. Quando é o próximo vôo? – Fala Annabeth.

– Infelizmente, só semana que vem. Os vôos para Nova York estão lotados. Só semana que vem, mesmo.

– E para algum lugar bem perto de Nova York?

– Nova Jersey?

– Pode ser... – disse eu sem entender porcaria nenhuma.

– Para quando? – interrompeu Annabeth.

– Hoje de noite.

– Ok! Quanto vai ficar? – Perguntou Annabeth.

– 1200 reais cada.

– Paga agora? – Perguntei.

– Sim, para vocês pegarem as passagens.

– Aqui o dinheiro e os documentos.

– Vou conferir. Um momento... Certinho! Obrigada e boa viagem!

– Obrigada! – Dissemos eu e Annabeth, juntos.

Narrado por Thalia

Depois de fazer umas perguntas básicas a Piper, fui até Grover e expliquei toda a situação dela. Quando volto, Piper não estava mais ali, na sala de Quíron.

– Piper? Cadê você?

Ouço uns barulhos estranhos... Alguém tá vomitando. Corro até o banheiro e vejo Piper agachada, na privada, vomitando.

– Pipes! O que tá acontecendo com você?

– Eu me senti enjoada! Mas, foi do nada!

– Espera aí no banheiro, vou pegar um copo d’água para você.

Pelos deuses! O que Piper tem? Do nada... Vomitar? Ah não! Não pode ser!

– PIPER! – Voltei com o copo de água correndo. – Você por acaso transou com o meu irmão?

– Ai Thalia! Isso é uma pergunta? – A olhei sério. – Lógico que transei com ele! Por quê?

– Porque eu acho que você está grávida!

Narrado por Annabeth

– O que vamos fazer enquanto não é hora do vôo? – Perguntei a Percy.

– Vamos comer alguma coisa, estou com muita fome...

– Ok, vamos.

Chegamos numa lanchonete e a moça veio nos atender.

– Olá, gostariam de fazer o pedido agora?

– Sim. – Disse Percy. – Eu quero este bolo de framboesa. – Nossa! Parece que ele ama azul! Tudo que ele pede, geralmente é azul!

– Inteiro? – Perguntou a moça, era impressão minha ou ela estava interessada em Percy? Garçonete sonsa.

– Não! Eu quero apenas um pedaço. E quero uma água.

– De garrafa?

– Sim.

– Mais alguma coisa? – Pergunta ela.

– Não, obrigado.

– E você? – Ela se vira para mim com a menor vontade.

– Eu quero um pedaço de bolo de morango. E uma água. – Peço.

– Ok. Mas você não quer mais nada, gatinho? – Fala ela com cara de “você não quer fazer sexo comigo?”. Vadia. E como ousa o chamar de gatinho!

– Não. – responde ele, seco.

– Nada mesmo? – Insiste ela.

– Olha aqui, vai se esfregar em outro cara! Não tem mais o quê fazer? Não ouviu que ele não quer mais nada? Tá surda?

– Nossa! Tô morrendo de medo!

Perdi a paciência e fui para cima dela. Só consegui deixar uma marquinha no seu queixo, por causa do soco e desarrumar seu cabelo, porque Percy me tirou de cima dela.

Ela se levantou e ainda me chamou de vadia antes de ir até a cozinha, e deixar nossos pedidos.

– O que foi isso? – Perguntou Percy, me olhando com curiosidade.

– Eu não gostei do jeito de oferecida dela...

– Está... com ciúmes? De mim? – Pergunta ele. Desta vez não agüentei, caí na gargalhada.

– Ciúmes? De você? Hahahahahahahaha! – Paro e olho para ele, que está com cara de WTF? E fico séria novamente. – Hmmmm... Pode ser sim ciúmes... Feliz agora? – Falei com o rosto totalmente vermelho. Olho novamente para ele e ele está sorrindo. – Que foi?

– Nada... Hm... Quer dizer... – Olho atentamente para ele, tentando desvendar sua expressão, dúvida? Medo? – Eu acho... é... – Ele para respira fundo e recomeça: - Eu acho que estou feliz em saber que você tem ciúmes de mim... Eu acho não, tenho certeza. – De repente, seus olhos verdes se encontram com os meus olhos cinzentos e nossos rostos começam a se aproximar, mais, mais e mais... Até que nossos lábios se encontram e um beijo calmo e doce se inicia...