I Cannot Love You escrita por gabyzutto


Capítulo 7
Capítulo 6 - Nosso passado




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Meu corpo todo estremesse nesse momento, e meu rosto fica totalmente vermelho. Qual é a desse idiota? Eu fico tão impressionada que paraliso. Não sei como devo agir.

- Do... do que você esta falando, você pirou? – digo, tentando me manter firme. Mas é dificil já que ele esta me apertando com força, minha parte da frente fica colada na parte da frente dele, e eu ter consciencia disso me deixa totalmente nervosa.

- Eu... acho que sim! – ele diz, colocando sua mão pelos meus negros cabelos, e os colocando em um lado do meu ombro. Enquanto ele fazia isso a outra mão dele estava ainda na minha cintura. Ele me tocava tão leve que era quase como um toque com uma pena..

- Você é tão... tão... – ele sussura no meu ouvido ainda atras de mim.

- Me diz, - ele continua, cortando o que ia dizer, com sua doce voz sussurada - o que você sente quando eu faço assim... – ele encosta seus lábios macios no meu pescoço, dando uma chupada bem doce e leve. Meus sentidos estão meio paralisados, estou confusa. Sentir os lábios molhados do Stiven no meu pescoço, me deixou completamente transtornada.

Um pouco arfante, por fim me afasto e saio do quarto dizendo:

- Vou... vou ver se minha toalha ta no banheiro! – digo, super nervosa indo quase correndo para o banheiro de cima.

Entro rápido no banheiro e me encosto na porta, aos poucos, me abaixo e sento encostada na porta do banheiro. Ainda estou tremendo, coloco minha mão na leve umidade que ainda estava meu pescoço da saliva quente, com cheiro de menta do meu irmão.

Escuto ele bater a porta do quarto dele, com uma força tenebrosa, parece até que tudo estremeceu.

 

Pouco tempo depois, já havia tomado meu banho, já era fim de tarde. Andando lentamente, um pouco receosa pelo corredor, percebo a porta do quarto do Stiven entreaberta, o que é raro de ver, ele sempre a mantem fechada. Engolindo minha saliva, ainda muito transtornada com o que aconteceu, eu acabo por parar em frente a porta dele, e do uma olhada lá pra dentro, é impossivel evitar! Acabo de abrir a porta. O quarto dele era sempre muito bagunçado. Eu estava com um shortinho jeans curto, e uma blusa de manga cumprida.

 

Ele estava completamente jogado na cama, o muleke tinha apagado totalmente. Mas ele estava literalmente jogado, sabe quando você chega detonado em casa, e só se joga desconfortavelmente na cama, pretendendo levantar depois, pra trocar de roupa e dormir direito? Era exatamente assim que ele estava.

 

Do meia volta e desço. O telefone toca, era minha mãe. Ela diz que iria voltar provavelmente dentro de dois dias. Ai meu Deus! Fazia muuuito tempo que ela não viajava. Acho que... depois da morte do nosso pai, ela não havia viajado mais. Logo, eu estava vendo um filme na tv da sala, embrulhada no meu cobertor, estava um pouco frio, e eu tentava não pensar no que havia acontecido, ah, não era nada, logo estava concentrada no filme, era um filme muito bom só que de terror, tenho um pouco de medo, principalmente quando estou sozinha, mas me confortava saber que o Stiven estava lá emcima. Escuto passos na escada. Era o Stiven. Ele nem olha pra mim, vai direto para a porta de saida. Do um salto do sofá, deixando meu cobertor cair no chão.

 

- Stiven, você vai sair? – pergunto rápido. Ele me olha, com um olhar frio e vago e diz:

- O que você acha? Você já deveria saber disso!

- A mamãe ligou! – eu esperei ele perguntar o que ela havia dito, mas percebi que ele ficou parado na porta esperando que eu dissesse. Então, completo:

- Ela disse que volta em dois dias! E... disse para tentarmos não brigar tanto!

- Há! Eu acho que consigo – ele diz abrindo a porta com a chave do carro na mão.

- Você vai me deixar sozinha mesmo? – eu digo, impaciente, não quero ficar sozinha nessa casa, e ainda mais que a noite esta chegando.

 

Ele me olha por um instante, e diz:

- Vou me esforçar para não demorar muito!

- Mas, Stiven! A mamãe disse pra você não sair a noite, pelo menos o tempo que ela esta fora!

- Porque você quer tanto que eu fique? – ele diz sem olhar pra mim.

- É que eu não quero ficar sozinha! – digo olhando para o chão. Ele solta um longo suspiro, e diz sem se afastar da porta.

- Eu... não demoro! Só vou... espairecer um pouco! Me sinto estranho quando fico muito tempo no mesmo local... – e em pensamento ele completa “...Com você!”.

- Tudo bem então! – digo, desistindo. Tenho certeza de que ele vai demorar.

- Ok, fui Geovanna! – ele bate a porta. Volto devagar para o sofá. Penso em ligar para o Frank... talvez para a Sophia ou para a Kristin...

 

 

Mas logo desisto. Na verdade, no fundo eu entendo o meu irmão. Ele nunca vai deixar de se sentir culpado pela morte do nosso pai.

Foi em uma tarde de verão, o dia estava incrivelmente claro. Meu pai não queria sair esse dia, ele queria passar o dia todo em família. Nesse tempo, eu e o Stiven já brigavamos bastante. Mas não tanto quanto hoje. As vezes parece que ele quer descontar uma raiva, talvez uma dor emcima de mim.

Meu irmão Stiven, queria a todo custo que o nosso pai o levasse a uma inauguração de um zoologico. Na época, ele era fascinado por animais.

Meu pai não queria ir, era folga do seu trabalho, e o percurso era longo. Mas Stiven insistiu tanto que nosso pai cedeu. Minha mãe não iria, porque tinha muitos desenhos a fazer (ela sempre trabalhou como desenhista) e eu... bom, eu não estava afim mesmo. Stiven queria muito que eu fosse, mas... eu não quis. Ele até ficou meio desapontado.

Foi ai que tudo aconteceu. O acidente de carro. Um caminhão bateu com tudo no carro do meu pai. Foi no lado do motorista. Meu pai e Stiven foram levados ao pronto socorro imediatamente. Me lembro bem daquele dia. Parecia que tudo estava desmoronando. Minha mãe, e o resto da minha familia entraram em choque. Meu pai não resistiu e o Stiven ficou em coma durante quase um ano.

Acho que é por isso que não entendo muito bem algumas matérias no colégio. O meu ano na escola nessa época foi bem batido. Foi muito, muito dificil. Eu nunca mais vi o Stiven falar algo sobre esse acidente. Ele não fala. E quando alguém pergunta sobre, ele faz de tudo para mudar de assunto. Ele não gosta que nossa mãe e eu sentimos pena dele. Mas eu... não consigo não sentir. Confesso que fico triste quando ele briga comigo. Na verdade, ele sempre faz isso, procura algum motivo, alguma coisa, qualquer coisa que faça com que ele possa iniciar uma discusão comigo.

Nunca me esqueço, apesar de tentar, do rosto dele no hospital, quando ele estava em coma, entubado, totalmente inconsciente. Eu custo aceitar, mas a face dele... estava num tom muito pálido, ele parecia totalemente indefeso. Na verdade... ele parecia já estar morto.

Mas, no dia em que ele acordou, ele despertou de uma forma tão repentina, foi tão lindo aquele dia! Seu sorriso, seu olhar, tudo.

Meu pai, nossa eu sinto uma falta imensa dele. Ele era tão carinhoso, alegre... tão brincalhão! Fazia de tudo por nós três. Minha mãe, Stiven e eu. Quando ele se foi... essa casa pareceu ficar fria, amarga e triste. O Stiven e ele, eram totalmente confidentes, eles se davam muito bem, conversavam muito. Eles não faziam o tipo pai e filho afastados, ao contrário. As vezes até parecia que eles eram dois irmãos, e não pai e filho. O Stiven deve sofrer demais com isso.

 

Depois de tanto lembrar do triste passado que inunda esse lugar... senti lágrimas cairem por meu rosto. Queria ter alguém para abraçar agora, mas... estou sozinha! Stiven saiu e acho que ele chega no minimo umas três da manhã. Com certeza ele nem vai para o colégio. Me levanto apago a luz da sala, e fico vendo o filme, volto um pouco porque não vi várias cenas. Nem consigo me concentrar mais. Acabei caindo no sono ali, no sofá da sala.


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Notas finais do capítulo

ateh mais! sz