The good and the evil

This is war

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Realmente não era um monstro, mas sim um titã. Na verdade, não me lembrava se era um Titã ou um Deus. No momento em que sai pro deck do navio e vi quem fez o barulho, já sabia quem era. Ártemis também, por que em um milésimo de segundo já havia pressionado seu anel de batalha e já estava com sua armadura completa. A armadura era negra e tinha detalhes em prata, com um grande arco gravado no meio da armadura. A deusa –ou Titã- sorriu com isso, e como se curvasse para seu sorriso, o vento parecia ter escolhido a essa hora para descer sobre nós. O cabelo totalmente negro de Nyx se misturou ao vento enquanto eu sentia uma crescente áurea rodear todos nós.

— O que faz aqui, irmã? – Ártemis disse, sua voz cheia de ironia

— Hrr... o exército está recebendo muito pedidos a respeito do novo deus. – Eu não fazia a mínima ideia do que era exército, mas era facilmente associável a Cronos. – Querem saber o seu poder. Querem saber o que leva a Cronos tanto temor.

Não esperou uma resposta; entretanto. Apontou sua mão para mim, recitou palavras em grego antigo que eu não entendi, e em um segundo eu caia em uma escuridão sufocante.

ÁRTEMIS

Não ousei desviar o olhar de Nyx por um instante sequer. Não pude fazer nada quando vi ela pronunciando a prisão eterna, e também só pude assistir enquanto ela fazia Percy cair num sono semi-eterno.

Deixe-me explicar o por quê do semi-eterno. A muito tempo atrás, durante a guerra dos Deuses e dos Titãs, um dos soldados da linha de batalha principal de Cronos tinha a estranha magia de fazerem todos ficarem num eterno sono.

Isso só era anulado com sua morte. Mais para frente, esse soldado ganhou o nome de Morpheus.

De algum jeito Nyx parecia também ter essa magia.

— E então, irmã? O propósito da minha vinda eu já disse. Recolher dados sobre Percy Jackson, e se tiver a chance, extermina-lo. Mas acho que não seria nada mal brincar com você um pouco.

E então, senti uma grande pressão no ar. Isso era ruim, vai atrair muitos monstros.

Preciso terminar rápido. Saquei minhas adagas, Lua e Noite. Nyx fechou os olhos. Coloquei a adaga da mão direita na linha do meu nariz, e deixei a outra um pouco mais pra baixo, numa posição defensiva. Senti meu ícor ferver nas minhas veias, enquanto Nyx brilhava numa luz negra e em segundos aparecia com sua armadura de batalha.

E então, partíamos para uma batalha sem volta.

O momento de luta, o momento de lutar, lutar, lutar, lutar

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Nyx sacou a grande espada de aço negro, Ártemis conhecia tal espada, o nome encravado tão fundo como as pedras do Monte Olimpo, uma espada famosa por um conto de um rei e um mago. Excalibur. Forjada com ferro dos portões do inferno, banhada no rio Lete, no fundo de sua lâmina havia magia negra, incrementada pelos anos. O choque não demorou muito a vir. Nyx tentou um corte na diagonal de baixo para cima, mas Ártemis desviou o curso da lâmina com Lua, que era a adaga da mão direita, e com Noite – mão esquerda – tentou um corte limpo no pescoço de Nyx. O corte passou a centímetros de transformar Nyx em uma deusa aprisionada, mas com um flexível movimento de corpo Nyx rolou para trás. Ótimos reflexos. Ela melhorou. Ártemis pensou. Ela e Nyx já haviam se confrontado uma vez, para ver quem comandava a Noite e a Lua, e foi naquele dia que Ártemis tornava-se a nova personificação da Lua.

Nyx já se levantou recomposta, e partiu para o ataque novamente. Tentou um corte horizontal da esquerda pra direita, mas a lâmina longa de Excalibur sequer chegara perto de atingir Ártemis. Ela não domina sua arma. Apenas a usa. A primeira lei de um espadachim ou de um samurai é que a espada não é uma arma, e sim uma alma. Nenhum treinamento se compara com o ser que se completa com sua segunda alma, sua espada. Ártemis entendia isso. Nyx não.

Nyx puxou sua espada de volta para recompor sua defesa, e Ártemis viu ai a brecha para atacar. Se movendo rápido como um lince, Ártemis correu e chegou perto de Nyx. Tentou encravar a adaga no pescoço dela, mas não foi rápida o bastante, Nyx já havia recomposto sua espada e usou-a na frente do corpo. O choque produziu um irritante ruído metálico. Com Lua, Ártemis tentou um corte diagonal, quase vertical, mas que bateu na lâmina de Excalibur. Ela quer me cansar. Excalibur não era pesada, sabia disso, então não seria nada difícil carrega-la. Nyx não conseguiria cansa-la, entretanto. Eu sou uma deusa, tenho que saber as limitações do corpo. Mitos como que Deuses não se cansavam eram normais. A verdade era outra. Deuses tinham realmente mais resistência do que mortais, mais tal resistência não era infinita. Ambas as adagas, Noite e Lua começaram a dançar sobre Excalibur, o ruído metálico se tornando cada vez mais comum. Num dos ataques, Noite passou a centímetros do pescoço de Nyx, foi realmente por pouco, mas isso era o preço de um golpe mal sucedido. Nyx rodou o corpo para a esquerda e cravou Excalibur na panturrilha esquerda de Ártemis, que gemeu de dor. Num golpe rápido, Ártemis deu um chute com a perna direita direto na boca de Nyx, que largou Excalibur e rodou um pouco para trás.

Ártemis tirou a espada cravada e a chutou longe, recuando um pouco.

Vamos lutar até a morte

Até os confins da Terra

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Nyx se levantou, praguejando algumas coisas em gregos que não seria nada agradável citar aqui. Olhou de relance para Excalibur longe dela. Depois olhou Ártemis, que segurava a perna que sangrava. Sorriu insanamente e correu para atacar Ártemis.

Ártemis olhou para Nyx que corria em sua direção. Sem excalibur? Ártemis largou a perna e voltou a segurar Noite. Nyx tentou um chute direto na perna esquerda, que era a ferida, mas Ártemis não cairia num truque tão sujo. Com a perna direita chutou e perna de Nyx. O choque entre os chutes foi uma dor na canela tão imensa que teria feito um ogro chorar. Ártemis tentou um corte com Lua direto no rosto de Nyx, que desviou para o lado. Rolou para atrás de Ártemis. Que virou já em posição defensiva, apenas para ver Nyx recuperando Excalibur. Nyx correu novamente e tentou um corte de cima para baixo, e essa foi a chance de Ártemis. Vamos equilibrar um pouco as coisas. Ártemis desviou para o lado, e quando a lâmina bateu no chão – e rachou o chão – Ártemis aproveitou a chance e cravou a adaga no músculo do braço que segurava Excalibur. Esse braço ela nunca mais irá mexer. Percebeu Ártemis. Enquanto gritava de dor, viu que era a chance perfeita de acabar com Nyx. Jogou Lua e Noite para o ar, onde segurou-as novamente, agora em posição de lançamento. Lançou-as. As adagas cravaram nos ombros de Nyx, que urrou de dor. Ártemis segurou Excalibur em suas mãos. Mesmo nunca tentado utilizar uma espada tão longa quanto ela, não sentiu dificuldades. Correu em direção de Nyx, ignorando a dor triturante em sua perna. Nyx retirou as adagas de seu ombro, mas quando ousou olhar para frente, viu apenas Excalibur indo de encontro de seu peito. Nyx soltou um ultimo grito aterrorizante antes de cair.

A luta está feita, a guerra está ganha,

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— Do tártaro você saiu com essa espada, agora com essa espada você retorna para o Tártaro: Τέλος της Αιωνιότητας*

Nyx apenas assistiu enquanto as palavras eram anunciadas. Um buraco abriu-se no chão, e Nyx foi engolida para o Inferno.

Depois de ter acordado Percy e carregado-o para cama, Ártemis colocou Excalibur embaixo da cama de sua cabine, e seu último pensamento antes de adormecer foi como que os mortais conseguiriam explicar o buraco no deck do navio.