Love Is Pain escrita por Nath_Coollike


Capítulo 5
Midnight Meetings


Notas iniciais do capítulo

EU DEMOREI, DESCULPA. Ficar sem criatividade é foda.
FELIZ NATAL, SUAS LINDAS ♥
Enjoy (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/278972/chapter/5

O dia pareceu se arrastar. Eu não fiz absolutamente nada o dia inteiro além de trocar algumas mensagens com Lucas e assistir um filme antigo que eu achei na caixa de fitas de vídeo do meu avô.

Quando eu fui assistir, minha avó disse que era um filme muito “profano” que dava ideias más para as crianças, mas eu assisti mesmo assim.

O filme conta a história de um casal de assaltantes de banco e é até meio engraçado. No final os dois morrem baleados pela polícia.

Depois de jantar e ajudar minha avó a lavar a louça, tomei banho e fui para sala assistir jornal com o vovô e a vovó. Em circunstâncias normais, eu estaria em algum lugar interessante fazendo alguma coisa interessante, mas nas circunstâncias que estou hoje, assistir ao jornal idiota da cidade pequena do Alasca era a melhor opção.

Enquanto o ancora bonitão do jornal falava sobre um incêndio em cidade vizinha, a campainha tocou.

– Quem deve ser a essa hora? – Vovô perguntou enquanto ele desviava a atenção do jornal.

Vovó deu de ombros.

– Eu atendo. – Falei e fui até a porta da frente, abrindo e encontrando Jason.

Jason estava com um olho roxo, com um pouco de sangue escorrendo da sobrancelha e com os lábios inchados.

– Oi Califórnia. – Jason falou e sorriu fraco.

– O que... – Comecei. – O que aconteceu com a sua cara?

Eu estava completamente perplexa. A coisa realmente estava feia.

– Você consegue concertar isso pra mim? – Jason perguntou enquanto apontava para o próprio rosto. – Não quero que minha mãe me veja assim.

– A-Acho que sim. – Respondi e olhei pra o meu avô que prestava atenção em mim, apesar de eu ter certeza de que ele não conseguia ouvir nossa conversa. Me virei para Jason de novo. – Vou abrir a janela do meu quarto.

Jason assentiu e eu fechei a porta, voltando para sala.

– Quem era? – Vovó perguntou.

– Era engano. – Menti. – Era um homem perguntando se aqui era a casa dos Green.

Tentei não deixar minha careta muito óbvia.

– Então... – Falei e dei o melhor bocejo falso que consegui. – Vou ir deitar.

– Boa noite. – Vovô falou enquanto abaixava um pouco o volume da televisão e colocava o controle na barriga saliente.

Fui rápido até o corredor da casa, passando no banheiro para pegar o kit de primeiros socorros antes de ir para o meu quarto. Abri a janela e Jason pulou para dentro em questão de segundos.

Ficamos parados, olhando um para o outro durante uns segundos.

– Vai concertar meu rosto ou não? – Jason perguntou em um tom impaciente.

– Se quer que eu concerte seu rosto, é melhor começar a ser bonzinho comigo. – Falei e apontei para cama. – Pra cama.

Eu sabia que ele ia levar na malicia antes mesmo de ele arquear a sobrancelha cheia de sangue de um jeito sugestivo. Comecei a rir enquanto Jason obedecia, sentando na cama.

– Se quiser dormir comigo, vai ter que esperar até meu rosto estar melhor. – Jason falou.

– Ah ok. – Falei e ri pelo nariz. Parei em frente a Jason, colocando o kit de primeiros socorros na cama do lado dele.

– Vai arder? – Jason perguntou.

– Vai. – Respondi.

Jason riu pelo nariz enquanto eu pegava uma gaze e passava um pouco de Merthiolate.

– Enfermagem de crianças definitivamente não é seu forte. – Jason falou e me olhou de um jeito engraçado. Ri e assoprei a gaze molhada, não me pergunte por quê. – Seja mais gentil, sim?

– Ok, crianção. – Falei e segurei o rosto de Jason, tentando não mirar muito nos olhos avelã dele. Pressionei a gaze na sobrancelha de Jason, que pulou e empurrou minha mão. – O que foi?

– Ardeu. – Jason falou enquanto passava os dedos no machucado. Bati na mão dele. Jason segurou minhas mãos, meio que me empurrando para longe.

– Não faz isso, seu idiota. – Falei. – Vai infeccionar.

– Que se foda. – Jason falou num tom meio grito sussurrado. – Tá louca? Quer me matar?

Virei os olhos.

– Quer que eu limpe essa porcaria da sua cara ou vai ficar com gracinha? – Perguntei e arqueei uma sobrancelha. – Eu não tenho a noite inteira.

Jason bufou e me soltou. Pressionei a gaze de novo na sobrancelha dele, que só estremeceu um pouco. Continuei a limpar o local, ignorando o fato de Jason estar literalmente me encarando.

Joguei a gaze suja de sangue no chão – fazendo uma nota mental para recolher depois – e pegando uns lencinhos no kit. Comecei a limpar o rosto de Jason, que continuava me encarando.

Eu estava desconfortável com ele olhando para mim assim, tão perto e tão fixamente, mas o que eu podia fazer? Pedir para ele fechar os olhos?

Os lencinhos rapidamente ficaram sujos demais. Os joguei no chão junto com a gaze – Deus me livre de esquecer de jogar essas coisas fora – e peguei um algodão dentro de uma caixinha dentro do kit.

– Você tem uma cicatriz na testa, perto do cabelo. – Jason falou. Assenti e molhei o algodão em um pouco de soro fisiológico. – O que houve?

Umedeci os lábios e respirei fundo. Coloquei o algodão no olho roxo de Jason.

– Eu te falei que sofri bullying no final do ensino fundamental. – Falei.

Eu realmente não queria falar sobre aquilo.

– Batiam em você? – Jason perguntou.

– Um pouco. – Confessei. – Na verdade, a menina inteligente da minha sala ficou tão brava que a menina disléxica da sala, vulgo eu, tirou uma nota maior do que a dela que me seguiu até o banheiro e bateu minha cabeça no espelho. O espelho quebrou e um dos cacos... Bom, tchã-rã.

– Entendi. – Jason falou. – Sinto muito.

– Não tem problema. – Falei. – Mas, voltando ao seu rosto e não o meu, isso vai ficar feio até amanhã.

– Eu imaginei. – Jason falou e levou a mão até o algodão que eu estava segurando no olho roxo dele, encostando em mim por uma fração de segundos. Tirei a mão dali.

– Eu não tenho pomada pra machucados na boca então não posso fazer muita coisa pelo seu lábio inchado. – Falei e peguei um Band-Aid, colocando na sobrancelha dele de um jeito que a parte adesiva ficasse fora de contato com os pelos.

– Você podia beijá-lo. – Jason falou e me olhou de um jeito malicioso.

Levei alguns segundos para voltar a realidade.

– Não sou muito chegada em sangue. Quem sabe outro dia. – Falei e Jason riu. – E, além do sangue, não quero que a Annelise fique brava por beijar o namorado dela.

Jason pareceu confuso.

– Annelise não é minha namorada. – Jason falou.

– Bom, eu vi ela saindo da sua casa hoje de manhã então eu pensei que... – Comecei.

– Não tem nada a ver. – Jason falou e riu pelo nariz. – Como eu vou te explicar isso sem parecer um pervertido...

– Vocês transam sem qualquer tipo de compromisso. – Falei e Jason riu, assentindo.

– Sabe como é, sou um garoto. – Jason falou e deu de ombros.

Ri e sentei na cama, perto de Jason.

– Mudando de assunto... – Comecei. – O que aconteceu? Digo, o que você fez para destruir sua cara?

Percebi Jason ficar tenso.

– Nada. – Jason falou. – Eu caí.

– Mentira. – Falei.

Jason respirou fundo e levantou da cama, olhando para mim.

– Obrigada por isso. – Jason falou enquanto apontava para o rosto.

Apenas assenti. Jason foi em direção a janela, a abrindo e colocando as pernas para o lado de fora.

– Jason, espera. – Falei.

Acho que fui possuída por um demônio, porque é a única explicação plausível.

Levantei da cama e fui até a janela, pegando o rosto machucado e confuso de Jason nas mãos e pressionando meu lábio no dele. Jason não teve nenhuma reação, graças a Deus.

O soltei segundos depois.

– Para curar seu lábio. – Falei e coloquei o dedo de leve no lábio machucado de Jason.

Jason apertou as sobrancelhas.

– Tá. – Jason falou e pulou completamente a janela.

Voltei para minha cama, me sentindo redondamente estúpida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço reviews?? Eu sei que não D: