-Traga o jantar para meu quarto- digo para a avox. Ela só acena, á que não pode falar. O que será que ela fez para ser punida?

            Meu pensamento se interrompe. Sinto um frio no meu peito. Um frio daqueles que você sente, quando o metal está em contato com sua pele.

           Metal em contato com a pele. Meus olhos vão involutariamente ara Cato. Ele parou de mastigar, está quase de boca aberta, e me encara.

          Não, ele não me encara. Seus olhos passeiam ao redor da corrente, e vão até o número 2. Sinto como se ele pudesse ver o que tem ali. E ele sabe, ele que me deu esse medlhão. Aniversário de 4 anos de amizade, Cato foi atrás de um presente para mim, e eu fui atrás de um para ele. Acabamos comprando a mesma coisa, um medalhão de ouro. Ambos colocamos uma foto nossa. não a mesma, e gravamos nossos apelidos nele.

          Minha bonequinha. Meu grandalhão. Droga, droga, droga!

          Meus olhos começam a arder, minha garganta está formigando. Eu sei que estou preste a chorar. Mas não saio dali.

          Por algum motivo idiota, Cato me olha nos olhos. Com a expresão surpresa. Agora eu saio, batendo pé. Fecho a porta atrás de mim com força. Coloco a mão sobre minha boca, para tampar os barulhos dos soluços. Escorrego para o chão e soco a porta, grito silenciosamente.

          Cato e eu brigamos por um motivo. Eu não reagi muito bem quando soube que Cato havia beijado outra criatura.

          Ele estranhou minha reação, até eu mesma. Mas a verdade, é que eu fiquei com ciúmes. Eu não sabia o porquê, mas agora eu sei. E ele também. A verdade é que eu semre amei Cato, nós erámos cianças, não sabíamos diferenciar os sentimentos, mas agora nós sabemos.

          Eu amava meu melhor amigo, que passou a mim odiar, por causa de uma crise de ciúmes. Esse é meu segredo. 

          Eu vou para a arene com o garoto que eu amava, e que ainda amo. E não tenho certeza se tenho coragem para matá-lo.