Procura Obsessiva escrita por July Carter


Capítulo 7
Capítulo seis.




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PDV EDWARD

Encarei a mulher que por muitos anos amei e agora não parecia nada mais que uma desconhecida. Eu me condenava por me sentir assim a respeito dela, mas essa era a verdade. Quando Alex resolveu se casar comigo ela sabia da minha vida de procura e mesmo assim resolveu ficar ao meu lado em todos os momentos e agora queria me impor. Ou eu procurava por minha filha e ficaria para sempre longe de Tânia ou abandonaria a busca e voltaria com elas para casa.

– Você me deu um período Alex. Você me deu um prazo para procurar por ela.

– Claro que dei e ao invés de você aproveitar esse tempo você ficou cuidando de duas meninas que nem ao menos fazem parte de sua família. Aposto que nem ao menos pensou em como seria a reação da sua verdadeira filha ao vê que você dá mais valor a duas desconhecidas.

– Me preocupo com Tânia. – Sussurrei. – Mas não poderia deixar aquelas duas sozinhas. Você não viu o pai delas, Alex.

– E pouco me importo com ele. – Resmungou e levantou-se da cadeira. – Ou as coloca para fora daqui ou eu e Tânia vamos para fora daqui.

Levei minhas mãos até meu rosto e cheguei a conclusão que naquele momento o que eu mais queria era sumir. A mulher com quem eu estava casado nada parecia com a mulher que era quando me casei.

– Elas são apenas crianças. – Sussurrei balançando a cabeça.

– E eu e Tânia somos apenas sua família. – Rebateu virando-se para sair do meu escritório.

Permaneci parado. Não conseguia acreditar que Alex queria que eu colocasse Isabella e sua irmã para fora de casa. Eu estendi a mão para elas no momento em que elas precisavam e não poderia deixá-las desamparadas agora.

– Edward? – Bella apareceu na porta do meu escritório. – Me desculpe por incomodar...

– Não Bella, está tudo bem.

– Eu ouvi o que sua esposa disse. – Sussurrou abaixando a cabeça. Ela estava envergonhada.

– Me desculpe por ter ouvido aquilo...

– Eu que devo me desculpar pela confusão que causei. – Ela disse rapidamente. – Eu vou embora amanhã logo de manhã.

– Não deixarei que você vá embora, Isabella. – Forcei um meio sorriso. – Você e Rebecka são apenas crianças e enquanto não resolvemos a situação com seu pai não podem ficar sozinhas.

– E você não pode deixar sua mulher e sua filha sozinhas. Elas precisam de você.

– Amo minha filha mais do que tudo no mundo e já amei muito minha esposa, mas não posso fazer tudo que a Alex quer. – Sussurrei me condenando por admitir aquilo para Isabella. – Ao mesmo tempo não posso deixá-la levar minha filha, já perdi uma e não posso perder a outra.

– Você nunca me disse como perdeu sua filha...

– Ela foi sequestrada na maternidade. Foi dada como morta, me deram até mesmo um corpo para enterrar, mas não era minha filha. Eu tenho certeza.

– E como você pode ter certeza disso? Não me leve a mal. – Completou rapidamente. – É porque era só um bebê e para mim todos eles são iguais.

– Nem todos são iguais, Bella. – Sorri tranquilizando-a. – A minha filha era uma menina linda. Branca e muito parecida com a mãe, seus olhos eram tão escuros como os seus e mesmo tendo poucos cabelos dava para ver que o tom também se assemelhava com o seu. Acho que foi por isso que fiquei encantado por você e senti que precisava te ajudar.

– Mas muitas crianças tem essa características.

– Você não acredita mesmo que ela possa estar viva, não é? – Sorri de lado. – Quase ninguém acredita, acha que é insanidade... – Balancei a cabeça. – Mas minha filha também tinha uma marca de nascença e isso me fez ter certeza que o bebê morto não era meu.

– Isso muda muito as coisas... Mas como sabe que ela pode estar aqui?

– Eu contratei alguns detetives... A maioria das vezes em que eu conseguia encontrar uma pista era apenas um charlatão em busca de dinheiro, mas dessa vez eu sinto, chame de intuição paterna, se quiser, mas acredito que minha filha realmente está aqui e muito mais perto do que eu imagino.

– Eu espero que você esteja certo, você merece ser feliz Edward. – Isabella sorriu e seu sorriso era um dos mais lindos que eu já havia visto. Era a primeira vez que ela sorria na minha presença e eu me sentia bem por saber que ela estava feliz comigo.

Sendo um desejo ou não de minha mulher eu não abriria mão de cuidar de Isabella e Rebecka. Alex iria ter que aprender a conviver com elas.

[...]

Desci as escadas que me levavam até a sala e me deparei com minha filha, Tânia. Fazia alguns meses desde que não a via. Ela estava alguns centímetros mais alta e muito mais parecida com a mãe. Dei um largo sorriso e me aproximei para abraçá-la.

– Senti tanto a sua falta, filha.

– Eu também senti a sua, papai. – Seus braços se fixaram ao meu redor com força e senti minha camisa aos poucos ficar molhada. Ela estava chorando.

– Hey, não chore. – Sussurrei afastando-a para limpar suas lágrimas. – Agora você está comigo.

– Mas acho que o senhor não está comigo.

– Eu sempre estarei com você. Sempre pensei e pensarei em você Tânia.

– Não quero só que pense em mim, quero que fique comigo e com a minha mãe.

– Já conversei com sua mãe sobre isso...

– Sei que conversou com ela, mas quero que converse comigo. Tenho idade suficiente para isso. – Cruzou os braços.

– Tânia, você não tem idade suficiente para entender isso.

– Tenho idade suficiente para entender que você prefere Isabella a mim.

– Não prefiro sua irmã a você.

– Então por que não deixa de correr atrás dela e fica comigo e com a minha mãe? Nós precisamos de você.

– E você já parou para pensar que sua irmã talvez também precise?

– E o senhor já parou para pensar que talvez as enfermeiras e o médico estivessem certos? Já parou para pensar que talvez a sua filhinha esteja morta?

– Eles não estavam certos. – Sussurrei. – Isabella não está morta. Não pode estar.


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