My Happy Pill escrita por Gabby


Capítulo 32
Capítulo Especial II: Neliel


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos aos leitores que deixaram comentário no capítulo passado:
Lorde das Sombras
Narumy
Valdez
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GENTE, DESABAFO DA AUTORA HEAR:
MEU FORNINHO CAIU, GLR! Eu ia cursar psiquiatria, pq era a única profissão que eu curtia e ganhava dinheiro (eu queria ser filosofa ou escritora também, mas ser mendiga é a msm coisa, pq o dinheiro nessas profissões é escasso e eu to cansada de n ser rica) Então, né, pensa numa mina animadíssima, estudando psicopatia, psicose, neurose, transtorno de personalidade, etc... Daí descubro que você precisa cursar medicina antes de fazer psiquiatria. E, nossa, além de ser difícil pra caramba passar em medicina, eu me mataria no primeiro semestre. Tipo, cinco ou seis anos com algo nada á ver com o que eu quero fazer, para só DOIS aninhos de psiquiatria. Agora eu to tentando me focar na psicologia, mas as pessoas que eu vou tratar se for psicóloga vão parecer tão frescas comparando com gente maluca de verdade... To sem propósito, cara, e eu nunca fiquei assim.
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Espero profundamente que vocês curtam o capítulo, minhas belezinhas! E desculpe qualquer erro; se alguém aí for beta ou conhecer um disponível, tô precisando!



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Ela não se lembrava do acidente dos pais. Na verdade, não se lembrava deles. Essa era a sua sina, a cruz pesada demais que tinha que carregar. Às vezes, alguns fragmentos surgiam em sua mente: diziam que era um milagre a menina ter sobrevivido ao acidente, diziam que os deuses a haviam protegido. Os pais de Neliel morreram brutalmente em um acidente de carro, instantaneamente. Ela, no entanto, com apenas três anos, não tivera nenhum arranhão. No entanto, seu coração estava mais que arranhado —não o coração literal, é claro —ele estava claramente danificado e nunca mais voltaria a ser como antes.

Por esse motivo, talvez, ela não fora adotada. Era uma criança quase que perturbada, no início. Visitara alguns lares adotivos, por pessoas que ouviram falar do milagre de Neliel e sentiram pena dela —no entanto, ela não passava mais do que um ano na casa dos pais adotivos. À medida que ia crescendo, os pais que a convidavam iam diminuindo de número.

Conheceu Ulquiorra quando tinha cinco anos. Já o havia visto antes: era um menino franzino, com uma saúde frágil. Raramente saía do quarto. Não se lembrava do dia, nem como foi quando os dois começaram a conversar —mas Ulquiorra lhe dissera que era sobre os olhos dele. Disse que ela chegou dizendo que era uma boa cor de olhos, e que eles brilhavam no escuro. Mesmo que ela não se lembrasse da ocasião, aquilo era o começo de tudo.

Depois desse dia, eles nunca mais se desgrudaram. Um protegia o outro, e eles se amavam como verdadeiros irmãos. Nell se lembrava de duas ocasiões como se tivessem acontecido ontem mesmo.

Nell estava junto com Ulquiorra, sentada abaixo de uma árvore. Não era como os flashbacks de filmes felizes, onde tudo era verde e as árvores tinham folhas abundantes. Era final de outono, e estava frio. Ela estava com um casaco pesado, e Ulquiorra parecia uma bola de tantos moletons. Ventava um pouco, e o vento quase os cortava. Alguns galhos já estavam pelados, e algumas outras folhas secas se desprendiam das árvores. Ela abraçou Ulquiorra, para esquentar ambos. O menino tossiu um tiquinho, e sorriu com gratidão. Retribuiu o abraço. Ela apoiou a cabeça no seu ombro em seguida, observando as figuras do livro. Ele lia um livro infantil sobre kitsunes, raposas mitológicas japonesas, que pregavam peças nas pessoas.

E o evento seguinte veio como uma brincadeira de uma kitsune. Na verdade, como de uma nogitsune —que eram uma versão sombria de uma kitsune, que alimentavam-se de dor e tristeza.

Ulquiorra teve um grande período saudável: não pegou gripe, e nem suas doenças respiratórias atacaram. Estava perfeitamente bem, brincando com Nell. Todos ficaram muito esperançosos com isso, e pensaram que as doenças nunca mais voltariam a atacar.

No entanto, quando ela tinha seis anos, Ulquiorra teve um surto de asma. Era inverno, e logo ele pegou gripe, e todas as suas outras doenças atacaram. Ele ficou de cama, e ardia em febre. Ficava grandes períodos inconscientes, e quando acordava, estava cansado de lutar contra as doenças.

Era em um período de inconsciência que Nell chorava, ajoelhada no chão perto da cama de Ulquiorra. Ela estava desesperada por seu irmão de coração, por seu porto seguro. As mulheres do orfanato já haviam tentado diversas vezes convencer Neliel a sair de lá, no entanto ela recusava firmemente todas elas —precisava estar lá quando Ulquiorra acordasse.

—Eu te amo, eu te amo. —sussurrava Neliel, com a voz embargada. —Eu te amo, Ulquiorra. Você sabe disso, não é? Fique bem, por favor!

—É claro que eu sei disso. —sussurrou Ulquiorra, de seu leito. Seus olhos estavam fechados, mas ela via seus olhos se movendo por debaixo das pálpebras. —Você é minha irmãzinha. Vou ficar bem para cuidar de você.

Ela reprimiu um gritinho quando ele abriu os olhos verdes e brilhantes de febre. Ulquiorra apertou sua mão, e ela firmou sua vida inteira naquele porto seguro.

Alguns dias depois, Ulquiorra teve uma melhora significativa. Estava bem, afinal de contas. E, em homenagem aos dois, o orfanato criou o sistema de irmãos adotivos; o sangue não era mais importante que o coração. Nell e Ulquiorra eram irmãos, afinal de contas.

☺♥☻

Até os treze anos, Nell não ia para casa de ninguém, pois queria cuidar do irmão, caso algum caso de doença o pegasse desprevenido. A saúde de Ulquiorra havia se estabilizado com doze anos —o médico mesmo havia comprovado isso —mas Neliel não acreditava, pois podia ser pega de surpresa novamente, como na última vez. No entanto, um ano se passou e Ulquiorra continuava saudável e impassível, e ela não viu problema em ir para casa de um dos poucos casais que ainda queria uma menina de treze anos.

Eram duas pessoas ótimas, e muito simpáticas. Nell tinha o próprio quarto, que era lilás e com cortinas floridas. Mariko cozinhava um café da manhã ótimo, e o seu marido, Yukio, dançava com ela pela sala. Ela vivia perfeitamente feliz com os dois, até que surgiu um problema inevitável: a escola.

Ela sempre frequentara o colégio do orfanato, e não sabia como era um comum. Por isso, enfeitou-se inteira para passar uma boa impressão. No entanto, esta não funcionou.

O colégio era horrível. Seus colegas de classe eram horríveis com ela. Mesmo os que não tinham a intenção, acabavam sendo rudes sem querer —a tratavam com pena por causa dos seus pais biológicos mortos, o que fez com que ela se lembrasse deles (o pior era que não se lembrava de fato do rosto dos pais, e isso salientou sua infelicidade).

As outras pessoas, as que eram propositalmente malvadas, as meninas com espírito de demônio, a humilhavam sempre que podiam. Mariko e Yukio disseram que elas tinham inveja de Nell, porque ela era diferente, mais bonita e mais simpática. No entanto, esses comentários acalentadores não faziam diferença alguma na escola.

Ela começou a se cortar, porque todos os dias pensava no rosto sem feições dos pais, no desprezo dos colegas de classe, na humilhação e na doença de Ulquiorra. Sentiu-se mal por te-lo abandonado. Logo, igualava a dor física com a emocional.

Neliel fugiu e causou problemas até que os pais novos a abandonaram. Foi necessária certa insistência, mas, com a declaração da mesma que os odiava —o que era uma mentira —eles se sentiram e mandaram-na de volta. Sentia-se levemente melhor no orfanato, mas chorara muito e causara cortes em si mesma porque sentia saudade de Mariko e Yukio.

No orfanato, não era apenas uma pessoa que sofria de depressão e tinha receitas para remédios do gênero e freqüentava o médico. Também não era apenas uma pessoa que precisava de dinheiro, ou que sabia roubar. No entanto, só tinha uma pessoa inteligente o suficiente para vender anti-depressivos e outras drogas do gênero.

Um menino de 17 anos, com cabelo preto e sorriso de raposa. Ela nunca soubera o nome verdadeiro dele, mas o chamavam de Nogitsune. Certamente era um desgraçado, mentiroso e brincalhão, que alimentava-se da infelicidade dos outros para vender seus produtos. Ele comprava por preços de banana os remédios roubados dos outros pacientes, e vendia muito mais caro para Neliel e outros órfãos.

Aquilo se tornou seu vício por um tempo. As cicatrizes dos cortes, nos braços e pernas, haviam até cicatrizado. Ela se sentia muito leve, e nada mais importava; tudo era perfeito.

Foi nessa época que conheceu Grimmjow, o menino cujo ela fizera uma homenagem pintando o cabelo como os dele —tentando pintar da mesma cor, na verdade. Ela errou a cor vergonhosamente, no entanto gostou da cor em si, e seus amigos e namorados também.

O verde-água combinava com ela: irreverente e feliz, mas com muitos períodos tristes.


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Notas finais do capítulo

Vocês devem estar se perguntando: "Mas, nossa, a Gabby tá postando muito rápido. Será que ela foi substituída por um ET?" E daí eu vos digo: "Não! É o espírito de um anjo do senhor, caro leitor, que tomou o meu corpo." Falando sério agr, eu acho que eu meio que to enrolando demais nessa fic (assim como todas) e quero fazer o que pensei em fazer, sem encher linguiça e rápido! Quando eu acabar minhas fics de bleach, serei atuante em originais; então, se curtirem o gênero e a minha escrita, fiquem ligados!
Sobre o capítulo: eu sei que tá nanino, moço, não precisa afirmar o óbvio. Queria encaixar a chegada de outros personagens no capítulo, amizades e etc da Nell, mas meio que não ficou bom. Nos outros capítulos eu encaixo isso. No entanto, eu gostei bastante do capítulo, e acho que teria ficado ruim se fosse muito carregado de coisas. Percebam que os capítulos especiais tem mais ou menos o mesmo esquema: uma visão rasa da vida deles. No entanto, vocês são meus leitores e vcs que devem gostar!
Bye!