Beautiful Soul escrita por Maitê Guimarães


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O começo de tudo...
Espero que vocês gostem e continuem acompanhando, boa leitura.



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Lia cantarolava uma música qualquer que ouvia nos seus fones enquanto Leandro explicava a matéria concentrado, quando o professor deu-se conta que a menina nem se quer prestava atenção. Ele foi até ela e retirou seus fones, visivelmente bravo.

— Lia Martins poderia explicar a matéria aos seus colegas? - Sorriu ele, irônico.

— Hãnm? Eu? - Balbuciou a menina, olhando confusa.

— A aula é aqui, agora. - Adverteu Leandro.

— Ela deve estar pensando no amor dela! - Gritou Fatinha, todos deram risadinhas, exceto Lia que levantou impetuosa.

— E posso saber quem é "meu amor? - Lia fez aspas com as mãos quando disse "meu amor".

— Ah, isso é você que tem que saber, né? - Afirmou Fatinha, provocando.

— Me erra garota! - Retrucou Lia.

— Parem as duas!! - Ralhou Leandro, logo sendo interrompido pelo sinal que acabara de bater, mas antes que os alunos pudessem sair da sala, praticamente correndo viram Mathias na porta fazendo sinal para que eles voltassem à se sentar, podesse ouvir vários "Ah" ou "Que droga" sendo murmurados.

— Vim aqui dar um anúncio rápido e curto. - Ele disse, encostando-se na mesa do professor e brincando com uma caneta que tinha em mãos. - Quinta-feira vocês vão à um acampamento, ficam uma semana no local com o Robson e um professor, que vai estar esperando-os lá. - Todo mundo gritou, em comemoração. Mas logo foram obrigados a se calar com o grito de Mathias. - Quero que vocês entreguem essa autorização aos pais, quem vier com o papel em branco não entra no onibus. Perguntas? - Ele indagou, distribuindo os papéis ao alunos que se mantinham calados. De repente, Fatinha levantou a mão.

— Diga, Maria de Fátima.

— Onde vai ser o acampamento? - Ela inclinou-se na cadeira.

— Ora, que pergunta óbvia! Numa praia perto de uma floresta. - Mathias disse, dando tchau e logo saindo da sala. As aulas passaram rápidas, e os alunos agradeceram mentalmente por isso. Todos estavam saindo da escola apressadamente. Ju e Lia caminhavam calmamente quando uma bicicleta veio em direção às duas, e não freou, Ju tentou puxar a amiga mas não conseguiu. Lia caiu no chão, e a bicicleta em cima dela.

— Ai ai ai! - A menina reclamou da dor no braço, ainda deitada no chão. Todos os alunos do quadrante estavam olhando a cena.

— Lia, desculpa! Você se machucou? - Dinho perguntou, preocupado, segurando o braço de Lia que bufou livrando-se das mãos do garoto e levantando-se com dificuldade ainda segurando o próprio braço contra o corpo, parecia estar quebrado de tanto que doía.

— Me deixa, garoto! Da próxima vez olha por onde anda! - Ela disse, massageando o lugar onde doía sem parar, ela queria gritar, chorar de dor mas estava fingindo pra se passar de "durona".

— Lia, você se machucou? - Ju perguntou, chegando perto de Lia e a olhando preocupada.

— Não, eu tô bem. - Ela revirou os olhos, e saiu batendo pé, sem se importar com os olhares e risadinhas deixados pra trás e muito menos com a amiga. Lia praticamente correu até o prédio e entrou no elevador, enquanto ele subia ela só deixava os pensamentos tomarem conta de sua mente, ela suspirou pesadamente e saiu do elevador assim que ele parou, entrou em casa mal dando bom-dia à sua avó, sua irmã e seu pai que estavam na sala. Assim que chegou no seu quarto Lia se jogou na cama, colocando o travesseiro sobre a cabeça.


(...)

— Já era hora, pensei que não ia acordar! - Tatá disse brincalhona enquanto mexia no computador.

— Que hora é? - Lia perguntou sonolenta, sentado-se na beira da cama passando a mão pelo rosto.

— 16:35.

— O QUÊ? JÁ?! - A garota levantou da cama rapidamente correndo para seu armário, ela escolheu uma roupa típica. Short jeans escuro, camiseta preta com o desenho de uma caveira, all star preto e alguns colares que ela sempre usava. Ela foi em direção ao banheiro e se despiu, deixou a água morna percorrer seu corpo, enquanto viajava nos pensametos. Ela viu sangue no sabonete e olhou sua perna, estava machucada. "Deve ter sido na hora que o idiota do Dinho caiu por cima de mim." Pensou ela, bufando. A menina terminou seu banho e enrolou-se na toalha velpuda branca, se vestiu e foi até o quarto. Quando ela ia sair ouviu Tatá gritar.

— O que foi? - Ela perguntou curiosa da porta do quarto, olhando a irmã sorrir feito uma boba na frente do computador.

— A mamãe, ela vai voltar, Lia! - Tatá disse animada, pulando da cadeira do computador e indo em direção à sala, quase atropelando Lia.

— Droga. - Ela murmurou para si mesma, cabisbaixa.

Horas passaram-se e Tatá continuava animada. Lia estava triste não queria ter de encarar Raquel que a "abandonou" para cuidar de estranhos por poucos dias que fossem, ela sempre teve uma convivência estranha com sua mãe. Ela cogitou a ídeia de ir até a casa de Ju e se encher de chocolate como elas sempre faziam quando tinham problemas praticamente "sem solução", mas lembrou que agora a amiga só sabia falar de Dinho, o cara que quase atropelou as duas de manhã, aliás, não foi quase, ele atropelou Lia. Ele era um idiota, metido para Lia. Mas para Juliana ele era fofo, carinhoso, aventureiro, etc. Ju e Dinho estavam ficando, como no sonho dela, mas Lia não estava gostando nada disso, sabia que ele iria magoar sua amiga à qualquer momento, além de já ter ficado com ele.

— Lia, você não tá feliz? - Indagou a irmã da menina, que estava no colo de Lorenzo. Paulina deu um olhar mortal para Lia como se dizendo "Finja que está e não crie problemas."

— Ah, claro. - Lia revirou os olhos, falsamente. Paulina sorriu para Tatá, tentando transmitir segurança.

— Pai, quinta-feira eu vou acampar com a galera da escola. - Lia disse simplesmente, fitando a tv concentrada.

— O quê?! Não! A mamãe chega sexta, você não pode...

— Pirralha, é trabalho de escola, não foi escolha minha. - Disse Lia, levantando a sobrancelha esquerda.

— Faz tempo que você não vê a Raquel, acho melhor não ir. - Lorenzo disse, sem tirar o olho do jornal.

— O quê? Tá brincando, né? - Ironizou Lia, levantando-se rapidamente.

— Não, eu tô falando muito sério. - Ele respondeu sincero.

— A Raquel não vai vir! Será que ninguém se liga? Ela só ilude a Tatá, e depois fura! Ela sempre vai fazer isso. Estranhos são mais importantes pra ela que suas próprias filhas, ela não se importa com a gente. - Lia cuspiu as palavras, e a irmã da menina deixou lágrimas escorrerem silenciosamente, levantando bruscamente e correndo pro quarto. Lorenzo apenas olhou pra Lia, bravo e correu atrás da filha. Antes de ir atrás dos dois Paulina disse em voz alta algo como "Parabéns" para Lia que bufou, e saiu desemparada pela porta, correndo pra o lugar onde ela sempre ia quando estava triste: a praia. Era fim de tarde, o raios alaranjados do sol despediam-se deixando vir agora os mais amarelinhos desbotados, depois de muito tempo caminhando entre silenciosas lágrimas Lia chegou à praia, o mar estava calmo, e o lugar, vazio. Ela sentou-se encostada numa pedra grande e observou o céu, que já estava ficando escuro agora. Ela pensava em tudo que acontecia com ela. Tantos sentimentos, tantas mágoas, no fundo ela não queria ser assim, toda rancorosa. O telefone soou quebrando o silêncio, e ela suspirou, pegando o celular e lendo no visor "Pai", decidiu não atender. O aparelho tocou por mais tempo, até que Lorenzo desistiu de ligar. Lia pensou em voltar pra casa, mas encarar tudo aquilo seria o fim, então ela decidiu ficar por ali mesmo, até aquela dor passar. Todos a conheciam como a "durona" a "garota rebelde" mas no fundo ela só precisava de um pouco de atenção e carinho. O telefone soou novamente, mas dessa vez era Jú, Lia decidiu também não atender, Ju não desistiu tão fácil, depois de umas 40 chamadas o objeto parou de tocar a música "Let it be", dos Beatles.

(...)

— Posso saber onde você tava e porque não atendeu o celular? - Lorenzo abordou, assim que a garota entrou no apartamento.

— Praia. - Ela disse, ríspida.

— Fazendo o que?

— Dã, o que se faz na praia? - Ela ironizou, e logo revirou os olhos. Lia deu as costas e foi para seu quarto, ainda um pouco pesada e triste com tudo aquilo.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? deixar um comentário não dói e faz bem ao meu coração, hahaha ♥
Beijos e até à próxima (espero que seja em breve).



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