As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 35
Capítulo 35 Você Escolhe a sua Família


Notas iniciais do capítulo

Amores, primeiramente eu queria pedir desculpas pela demora, mas, eu já expliquei o que houve por MP e felizmente consegui postar.
Quero agradecer a todos os reviews fofos que recebi, vocês são lindas.
Também queria dar um agradecimento especial a leitora
EllenCarolGui, ela já havia recomendado essa fic, mas, percebi que ela recomendou também as minhas fics antigas, e fiquei muito feliz em saber que ainda têm pessoas que leem os "Herdeiros". Então flor, esse capítulo eu dedico a você, espero que goste.
Bjos♥



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Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.

René Descartes

– Capítulo Trinta e Cinco –

Você Escolhe a sua Família

Blake acordou com uma dor incômoda em um dos braços, fato devido ao próprio Blake ter dormido em cima dele. Ele abriu os olhos lentamente e visualizou o quarto de teto alto, as paredes pintadas de um amarelo muito claro e as elegantes cortinas de seda enfeitando as janelas coloniais que davam para um jardim que agora estava decorado com neve fofa.

Ele levantou e olhou os terrenos da mansão Malfoy pela janela, o lugar era assustadoramente grande. Blake nunca pensou que entraria em um lugar assim, na verdade, ele nunca acreditou que namoraria com uma garota como Melanie Malfoy e isso o fazia pensar se estar com ele, realmente fazia bem a ela.

- Pode entrar. – disse Blake em voz alta quando ouviu alguém bater na porta.

Imediatamente um elfo doméstico aparatou dentro do quarto de Blake, fazendo o garoto dar um pequeno sobressalto.

- Bom dia Sr. Zegers. – disse o elfo fazendo uma curvatura exagerada – Minha senhora mandou Monk para avisar sobre o café da manhã. O senhor prefere que Monk sirva aqui?

- Er... obrigado. – disse Blake. – Mas... eu vou descer.

- Monk vai servir em vinte minutos, senhor. – com um estalo de dedos, a cama de Blake já estava pronta, o elfo fez outra curvatura e desaparatou.

Blake pegou uma roupa qualquer de dentro da mochila e foi em direção ao banheiro, ele tomou um banho e saiu alguns minutos depois, completamente pronto.

Ele saiu do quarto e se viu em um dilema sobre qual lado do corredor ele devia seguir, pois, não se lembrava do caminho correto, essa mansão era tão grande que ele teria se perdido se tivesse andado por ela sozinho. Mas como agora se encontrava só, decidiu tomar qualquer caminho, Blake ainda estava cansado da noite anterior e daria tudo para voltar pra cama.

- Droga. – disse ele percebendo que no final do corredor existia outro na horizontal.

- Espero que não esteja querendo roubar alguma coisa. – disse a voz de Andrew às costas dele.

- Só quero tomar café. – disse Blake mal-humorado, virando de frente para Andrew.

- É para o outro lado. – disse Andrew girando os olhos. – Seu quarto fica na ala leste da mansão e não na oeste, devia ter ido naquela direção. – disse Andrew apontando para o lado oposto ao que Blake seguira.

- Garoto, isso não faz o menor sentido pra mim. – disse Blake desinteressado.

- Claro que não faz. – desdenhou Andrew – Vamos.

Blake seguiu para o lado de onde viera, Andrew a sua frente.

- Sabe. – disse Andrew de repente – Eu nunca imaginei que fosse desgostar de alguém mais do que de Josh, então você apareceu.

- Sério? – disse Blake sarcástico – E eu nunca pensei que encontraria um garoto de onze anos, tão arrogante, metido e petulante, então você apareceu.

Andrew lançou a Blake um olhar assassino enquanto este dava uma risadinha de lado. Finalmente eles se encontravam descendo a escadaria principal, e logo em seguida entraram na sala de jantar.

- Bom dia. – disse Andrew voltando ao seu ar inocente de sempre. Na opinião de Blake, quem o visse momentos atrás, pensaria que fosse outra pessoa.

- Bom dia querido. – disse Gina docemente – Bom dia Blake, sente-se.

- Bom dia Sra. Malfoy. – disse Blake se sentando em uma das cadeiras vazias – Melanie não acordou ainda?

- Ela toma café na cama quando dorme tarde – disse Narcisa entrando e se sentando ao lado de Gina – Assim, como Draco e Lúcio. São três preguiçosos.

Blake não conseguiu evitar um sorriso.

- Não se preocupe querido. – disse Narcisa amavelmente – Sabemos que vão passar o dia juntos na sua casa, logo mandarei que a acordem.

- Dormiu bem? – perguntou Gina.

- Sim, Sra. Malfoy, obrigado. – respondeu Blake.

- Viu o presente que Josh deu para Melanie mamãe? – perguntou Andrew e Blake girou os olhos – Uma pulseira de prata de muito bom gosto.

- Não meu anjo. – respondeu Gina – A Toca estava tão cheia que eu mesma não tive tempo de abrir os meus presentes.

- O que você deu mesmo para a Melanie, Blake? – perguntou Andrew se fazendo – Ah! Sim. Uma caixinha de música... é uma boa lembrança.

- Acho as caixinhas de músicas muito significantes. – disse Narcisa com um belo sorriso – Me lembro que eu ganhei uma do meu primeiro namorado, eu amei. Tenho certeza que a Melanie se encantou com o seu presente.

Blake sorriu para Narcisa enquanto Andrew fazia cara de insatisfeito. “Esse garoto é uma peste” pensou Blake olhando para a sua torrada intocada em seu prato.

***

- Acho que estou pronta. – disse Sarah animada entrando no quarto de Josh.

- Você acha? – perguntou Josh medindo a garota – Não sei como coube tanta coisa na sua mochila.

- Exagerado. – disse Sarah abraçando Josh e dando vários beijinhos no rosto dele – Estou louca para conhecer os seus pais.

- Só lembre-se de não citar o nosso mundo. – disse Josh – Terão parentes meus lá, e eles não sabem que sou bruxo.

- Não se preocupe, eu sei ser discreta. – disse Sarah – O taxi que o papai pediu já deve estar chegando. Vamos descer?

- Vamos sim. – respondeu Josh sorrindo. Sarah suspirou involuntariamente, ela amava aquele sorriso, era por ele que tantas outras como ela, suspiravam também. – Deixa que eu levo pra você. – disse ele apontando para a mochila.

Sarah entregou a mochila a ele e desceram juntos para a sala de estar, nela já estavam, Harry e Astória os aguardando.

- Cuide bem da minha filhinha. – disse Astória se aproximando e dando um forte abraço em Sarah.

- Não se preocupe, cuidarei muito bem dela. – disse Josh pegando na mão da namorada e depositando um beijo na mesma.

- Você podia ser mais cavalheiro como o Josh, Harry. – disse Astória suspirando.

- Eu gostaria muito de conhecer os seus pais, Josh. – disse Harry ignorando Astória completamente.

- Quando o senhor quiser. – disse Josh – Se quiser pode ser hoje mesmo.

- Sério? Por que...

- Não seja oferecido Harry. – disse Astória indignada – Vamos à mansão Greegrass hoje, então não seria possível. Mas marcaremos em breve Josh.

- Serão bem vindos. – disse Josh educadamente – E obrigado por me receberem.

- O prazer foi inteiramente nosso. – disse Astória pegando nas duas mãos de Josh – Pode voltar sempre que quiser.

- Obrigado, Sra. Potter. – disse Josh agora virando para Harry – Obrigado Sr. Potter.

- O prazer foi nosso. – disse Harry estendendo a mão para Josh que logo a apertou.

- Acho que o taxi chegou. – disse Sarah quando ouviu um som de buzina ao lado de fora da casa. – Pena eu não deu tempo de você conhecer o Monstro, ele anda tão doente.

- Ele terá outra oportunidade. – disse Harry – Se apressem.

Sarah se despediu dos seus pais e ela e Josh saíram da casa e seguiram em direção ao taxi que os aguardava.

- Não posso negar que estou um pouco nervosa. – disse Sarah quando o motorista deu a partida.

- Eles vão adorar você. – disse Josh sorrindo – Você é linda e doce, não tem como não gostar de você.

- E você sempre sabe o que dizer. – disse Sarah beijando Josh em seguida.

O motorista andava com cuidado, devido à pista estar muito escorregadia por causa do gelo, enquanto isso Sarah observava pela janela e se maravilhava a cada construção ou lojas que para ela, era diferente, pois, não tinha o costume de andar no mundo dos trouxas.

- Estamos quase chegando. – disse Josh quando o motorista virou uma esquina.

Logo ele estacionou em frente a uma casa grande, pintada de branco e azul claro, Sarah observou que passando de uma cerca que ficava na entrada, podia se ver um jardim que com certeza na primavera era muito bonito.

- Vamos? – disse Josh depois que pagou o taxi.

Sarah pegou na mão dele e ambos caminharam em direção à porta de entrada, Josh a abriu e fez sinal para que Sarah passasse na frente dele. Ela mal colocou um pé para dentro da sala, quando uma garotinha loira de olhos muito verdes, parecia ter cinco ou seis anos, correu em disparada em direção a Josh.

- Josh, Josh você veio! – disse ela se atirando no colo dele.

- Oi princesa. – disse ele segurando ela no colo e depositando um beijo demorado em sua testa. – Quero te apresentar uma pessoa. – disse ele colocando a garotinha no chão.

- Quem? – ela perguntou olhando curiosa para Sarah.

- Lúcia, essa é Sarah Potter, a minha namorada. – disse Josh animado – Sarah essa é a minha prima, Lúcia.

- Oi. – disse Sarah se abaixando para ficar do tamanho dela – é um grande prazer te conhecer.

- O prazer é todo meu. – disse Lúcia pegando nas abas da blusa de frio que usava e fazendo uma breve reverência – É assim que se faz Josh? – ela cochichou em seguida.

Josh piscou um olho e fez sinal de positivo para Lúcia que sorriu satisfeita.

- Quer ver o que eu estou desenhando? – perguntou Lúcia para Sarah.

- Claro – respondeu ela.

Lúcia pegou ela pela mão e levou até o centro da sala, onde se encontrava vários papéis e lápis de colorir.

- Lúcia, preciso que você cumpra uma missão – disse Josh fazendo uma voz misteriosa – Preciso chamar os meus pais, você pode cuidar da Sarah, enquanto estarei fora?

- Com toda certeza. – disse ela batendo continência.

- Estou confiando em você – disse Josh pegando as mochilas que haviam caído no chão quando Lúcia pulou nele e saiu da sala em seguida.

Enquanto Sarah observava curiosa, os lápis de cor que estavam jogados no chão, Lúcia mostrava animada os desenhos dela, que se resumia, em flores, árvores, animais, corações e casinhas.

- Você desenha muito bem. – disse Sarah e Lúcia sorriu.

- E você é bem bonita. – disse Lúcia colorindo uma das flores.

- Obrigada, você é um doce. – disse Sarah encantada com a garota.

Se passaram mais alguns minutos quando Sarah ouviu uma movimentação e algumas pessoas entraram na sala. Ela se levantou rapidamente e Josh ficou ao lado dela.

- Família, essa é minha namorada, Sarah Potter. – Josh a apresentou.

E eles logo se adiantaram para cumprimentar Sarah, enquanto Josh os apresentava.

- Bom. – disse Josh coçando a cabeça – Os meus pais estão na cozinha, aconteceu um pequeno acidente... mas, eles virão logo.

- Acidente? – Sarah perguntou preocupada – Eles estão bem?

- Esquenta não. – disse Scott o primo de Josh, irmão de Lúcia, ele era um pouco mais baixo que Josh, seus cabelos eram loiros e os olhos eram verdes – Foi à tia Flora que tentou cozinhar de novo.

- Minha mãe não tem jeito. – disse Josh balançando a cabeça.

- Quem não tem jeito, Josh? – perguntou uma mulher loira de olhos escuros, entrando na sala seguida de um homem robusto de cabelos negros e olhos num tom de cinza.

- A senhora é claro. – disse Josh como se fosse obvio, sua mãe o fuzilou com o olhar, mas, logo sorriu.

- Está é a Sarah? – A Sra. Hammes perguntou se adiantando até ela – Muito prazer querida.

- O prazer é todo meu Sra. Hammes. – disse Sarah rapidamente.

- Pode me chamar apenas de Flora. – disse ela amigavelmente – Me sinto extremamente velha quando me chamam de senhora.

- Tudo bem... vou tentar. – disse Sarah sem graça.

- Querida este é o pai de Josh. – disse a Sra. Hammes indicando o homem que entrou com ela na sala.

- Muito prazer Sr. Hammes. – disse Sarah estendendo uma mão para ele.

- Muito prazer, senhorita... Potter. – disse ele um pouco sério, mas, logo deu um sorriso agradável.

- Então o que a gente vai comer? – perguntou Scott, de repente. – Hoje é natal não tem nada aberto.

- Posso fazer tortas de macinha de modelar. – disse Lúcia despreocupada ainda colorindo sentada no chão.

- Hoje não querida. – disse a Sra. Hammes – Não se preocupe Scott, eu só queimei o molho, é só fazer mais.

- Ok. Pode deixar que eu faço, maninha. – um homem loiro se precipitou – Não precisa se aproximar da cozinha.

A Sra. Hammes pareceu ficar indignada e Sarah não conseguiu evitar sorrir, a mãe de Josh era realmente cativante. Depois de conversarem muito na sala, o tio de Josh anunciou que o molho estava pronto e todos se adiantaram até a sala de jantar.

Na mesa haviam alguns tipos de comida que Sarah não conhecia, mas, fez questão de experimentar um pouco de cada. A família de Josh parecia bem unida, pelo o que ela percebeu, eles faziam piadas um dos outros e lembravam momentos engraçados do passado. Sarah também descobriu que o irmão da Sra. Hammes, que havia feito o molho, era o pai de Scott e Lúcia, mas, sua esposa faleceu de uma doença, quando Lúcia tinha apenas dois anos de idade.

- O que é isso? – perguntou Sarah, apontando para uma taça a sua frente, nela continha um líquido gasoso.

- Champanhe. – respondeu Josh naturalmente – Você não sabe que bebida é essa, não é?

- Na verdade não. – respondeu Sarah sem graça.

- Pode beber. É uma bebida gelada para a época, mas, você vai gostar. – disse Josh e Sarah tomou um gole.

- Faz cócegas no nariz. – disse ela sorrindo, tomando mais um gole.

- Calma ai. – disse Josh tirando a taça das mãos dela – Toma cuidado que tem álcool.

- Ok. – disse ela ansiosa por mais um pouquinho da bebida.

O resto do almoço de natal passou rápido, Sarah estava realmente se divertindo com eles. Logo todos estavam cheios e sonolentos demais para continuar qualquer assunto que alguns logo dormiram após o almoço.

- Você gostou deles? – Josh perguntou acariciando os cabelos de Sarah.

Eles estavam deitados na cama no quarto de Josh, ele encostado à cabeceira da cama e Sarah deitada em seu peito.

- Eles são incríveis! – respondeu Sarah sorrindo – Amei conhecê-los.

- Eles também gostaram de você. – disse Josh – Eu gosto de você.

- Gosta mesmo?

- Porque eu estaria com você se não gostasse? – perguntou Josh confuso e Sarah levantou a cabeça para encará-lo.

- Sabe, que gostar não é amar. – disse Sarah mais séria.

- Eu sei, mas... é difícil... estou tentando...

- Dá pra perceber que você ainda tem o mesmo sentimento pela Mel. – disse ela chateada. – Só pelo presente que você deu a ela.

- Não gostou do seu? – perguntou ele – Eu posso trocar se quiser.

- Não é isso Josh. – explicou ela – Você me disse que não era bom em comprar presentes, tanto que precisou da ajuda da sua mãe para comprar o meu... Mas o da Melanie tinha um significado, um significado para vocês dois... do dia em que se conheceram.

- Sarah eu sinto muito que se sinta mal por isso. – disse Josh – Mas, eu a conheço há mais tempo, ela é a minha melhor amiga.

- E eu sou sua namorada. – disse Sarah com um sorriso triste – Mas, eu não posso reclamar... eu sabia onde estava me metendo quando insistia em você me dar uma chance.

- Não diz isso. – disse Josh firme – Você tem todo o direito de expressar a sua opinião. Se eu não estou te satisfazendo de alguma forma, têm que me contar pra eu poder melhorar.

- Eu acho que não existe namorado melhor. – disse Sarah sincera – Talvez eu esteja exagerando e exigindo demais de você – disse ela se levantando.

Ela foi até a janela e obervou a neve que começava a cair lá fora, Josh se aproximou dela e a abraçou por trás.

- Não fica assim, por favor. – disse Josh beijando o topo de sua cabeça – E você não exige muito de mim... talvez eu que deixe a desejar.

- Você é perfeito. – disse Sarah virando para olhá-lo – Eu acho que...

- Acha o que? – insistiu ele quando a garota parara de falar.

- Eu acho que te amo. – disse ela tão baixinho que se Josh não tivesse olhado para os lábios dela na hora, ele não teria entendido.

- Sarah, eu...

- Não diz nada. – pediu ela – Eu sei que você não sente o mesmo, mas, sinto que posso amá-lo o suficiente por nós dois. – disse ela o abraçando em seguida que logo foi correspondido por ele.

Josh se sentiu extremamente mal, naquele momento, primeiro porque ele tinha uma garota maravilhosa na sua frente, dizendo que o amava e segundo porque ele ainda se remoia em saber que Blake amava verdadeiramente a Melanie, a quem Josh definitivamente também amava.

***

Melanie abriu os olhos e viu que já havia parado de rodopiar, Blake a esperava e a ajudou a sair da lareira.

- Então. – disse ele meio desanimado – É aqui.

- Blake, vai dar tudo certo. – disse Melanie – Tenho certeza que teremos um dia maravilhoso em família.

- Duvido muito. – disse ele apontando para um sofá – Fique a vontade.

 - Obrigada. – disse Melanie se sentando – E os seus pais?

- O Sr. Zegers deve estar no escritório se matando de trabalhar, como ele mesmo fala. – disse Blake dando de ombros – E a minha mãe deve estar na cozinha... Ô Mãe!

Blake gritou de repente e Melanie quase deu um pulo do sofá com o susto, Blake sorriu ao ver a cara de indignação de Melanie, que não durou muito quando uma mulher de estatura baixa, de cabelos castanhos até os ombros e os olhos verdes entrou na sala apressada. Melanie se levantou rapidamente e a mãe de Blake sorriu.

- Que bom que vocês já chegaram, o almoço está quase pronto – disse ela se aproximando de Melanie – É um prazer te conhecer, Melanie.

- O prazer é todo meu Sra. Zegers. – disse uma Melanie sorridente.

- Como foi à passagem do natal? – perguntou a Sra. Zegers abraçando Blake.

- Muito boa. – disse Blake – A família da Melanie é bem animada.

- Então creio que se divertiram muito. – disse ela.

- Bastante. – disse Melanie – Minha família gostou muito do Blake.

- Então eu acredito que eles não tenham conhecido o verdadeiro Blake Zegers. – disse um homem alto, de cabelos loiros e olhos castanhos entrando na sala. – Muito prazer Srta. Malfoy, sou Robert Zegers, o pai do Blake.

- Prazer... Sr. Zegers – disse Melanie rapidamente.

- O que o senhor quis dizer com, “eles não terem conhecido o verdadeiro Blake Zegers”? – Blake perguntou encarando o pai.

- Blake...

- Quis dizer que quem te conhece já consegue tirar uma bela má impressão. – disse o Sr. Zegers interrompendo a mãe de Blake.

- Eles não tiveram uma má impressão do Blake. – disse Melanie antes que pudesse se impedir – Blake foi ele mesmo o tempo todo e agradou a todos.

- Esquece Melanie. – disse Blake puxando ela pela mão – Não vamos estragar o dia de hoje.

Blake e Melanie subiram as escadas para o andar de cima, enquanto a Sra. Zegers olhava para o Sr. Zegers indignada.

- Por favor, não estraga o dia de hoje. – ela pediu tentando manter uma calma que ela nem ao menos sabia que existia – Esse é um dos únicos momentos que nós podemos ser uma família... não estraga.

- Prometo que vou tentar. – disse ele – Mas a arrogância dele me incomoda você sabe.

- Foi você que começou! – disse ela irritada – Blake mal chegou e você já começou a julgá-lo! Ele nem discutiu com você, Robert.

- Está atuando pra garota se impressionar com ele. – disse o Sr. Zegers.

- Não. – disse ela – Ele está evitando um conflito pra ela não se sentir incomodada aqui.

- Uma Malfoy. – disse o Sr. Zegers com um sorriso debochado – Espero que ele não esteja planejando se casar com ela. Será impossível sustentar um Malfoy com música.

- Música é o que ele gosta...

- E dinheiro é o que um Malfoy gosta. – disse ele convicto – Deixa Draco Malfoy descobrir isso, esse namoro não vai durar muito. – Ao dizer isso ele saiu da sala deixando a Sra. Zegers sozinha.

***

- Desculpe por ele. – pediu Blake assim que eles entraram em seu quarto.

- Não se preocupe comigo. – disse Melanie meio preocupada – Mas eu não devia ter entrado no meio, ele deve me achar uma atrevida.

- Isso não importa nem um pouco. – disse Blake dando de ombros – Só não quero que ele te insulte.

- Minha avó me disse que antigamente, meu pai e o meu avô também brigavam muito. – disse Melanie – Mas agora eles se dão super bem, isso também pode acontecer com vocês dois.

- Acredite, Mel, isso não vai acontecer.

Melanie sorriu desanimada e analisou o quarto de Blake.

- Então é aqui o seu canto? – disse ela seguindo em direção a janela – Porque você tem uma grade na sua janela?

- O Sr. Zegers acha que pode me prender dentro de casa fazendo isso. – disse Blake puxando Melanie para que se sentasse com ele na cama. – Obrigado por ter vindo, mas... você viu a situação do meu relacionamento com ele, não era exatamente a primeira impressão que eu gostaria que você tivesse, mas, é a verdade.

- Achei a sua mãe um doce. – disse Melanie acariciando o rosto de Blake – E o seu relacionamento com o seu pai, não muda o que eu gosto ou penso sobre você.

- E o que você pensa sobre mim? – perguntou Blake pegando a mão que Melanie acariciava o seu rosto e a beijou. – O que gosta em mim.

- Que embora você tenha esse jeito todo rebelde, você tem um coração bom, que está sempre disposto a ajudar. – disse ela sem desviar dos olhos dele que a fitavam com curiosidade – Que embora outros acreditem que você não tem um sentimento verdadeiro, as suas músicas mostram o contrário e suas letras são como poesias. Gosto dos seus olhos verdes com esse tom incrível de castanho, gosto quando você me abraça porque me trás segurança. – ela disse sorrindo – Gosto da forma como você pensa, de viver cada momento como se fosse o último, sem pensar nas consequências. Você faz eu me sentir diferente Blake... e você é a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida.

- É tão bom ouvir isso de você. – disse Blake – Eu te amo loirinha.

- Eu também te amo Blake.

Blake nem teve tempo de pensar em beijar Melanie, quando alguém bateu na porta.

- Entra. – disse Blake e em seguida a Sra. Zegers adentrou o quarto.

- O almoço está pronto. – disse ela com um sorriso amigável, mas, Melanie percebeu que seus olhos estavam tristes.

- Deve estar tudo delicioso. – disse Melanie se levantando na cama com Blake atrás dela.

A Sra. Zegers abriu um sorriso maior e os três desceram a escadas em direção a sala de jantar. O Sr. Zegers já estava sentado na ponta da mesa os aguardando.

- Espero que esteja bom. – disse a Sra. Zegers se sentando.

- Tenho certeza que está ótimo. – disse Melanie se sentando ao lado de Blake.

- Não é tão refinado como na sua casa Sra. Malfoy. – disse o Sr. Zegers – Mas Aurora é uma ótima cozinheira.

- Obrigada, querido. – disse a Sra. Zegers, Melanie reparou ela parecia um pouco tensa.

- Então Srta. Malfoy. – começou o Sr. Zegers – O que pretende fazer depois de Hogwarts?

- Er... eu ainda não sei. – Melanie respondeu – Mas irei substituir o meu pai quando ele se aposentar.

- Este é um excelente pensamento Srta. Malfoy. – disse o Sr. Zegers – Seu pai deve estar muito orgulhoso por saber que a sua filha está disposta a assumir seu lugar na cadeira de Conselheiros do Ministério.

Melanie apenas deu um sorriso sem graça, na verdade ela nunca disse que queria realmente assumir o cargo de seu pai, ela só faria isso porque a cadeira sempre foi assumida pelo primogênito da família.

- Seria bom se você seguisse a mesma linha de raciocino dela, Blake – disse o Sr. Zegers bebericando o suco.

- O não consigo enxergar um futuro pra mim, atrás de uma mesa. – disse Blake controladamente.

- E eu não consigo enxergar futuro nenhum atrás de uma banda.

- Eu... tenho um amigo que sempre quis trabalhar no seu setor Sr. Zegers – disse Melanie tentando distrair a atenção deles, a Sra. Hammes parecia um pouco apreensiva – Josh Hammes... ele é bem dedicado. – terminou ela, acreditando que isso traria uma conversa mais agradável.

- Fico feliz que tenha pessoas que possam te influenciar para o lado certo Srta. Malfoy. – disse o Sr. Zegers lançando a Blake um olhar de desapontamento – Espero que meu filho não seja uma má influência para a senhorita.

- Será que dá pra me deixar em paz ao menos uma vez? – perguntou Blake irritado.

- Não estou dizendo nada além da verdade. – disse ele.

- A verdade que você acredita! – alterou-se Blake – Nem todo mundo é como você!

- Olha como fala comigo, eu sou o seu pai!

- Você é apenas o cara que doou o esperma, porque pai, nunca foi! – rebateu ele se levantando.

- Robert, por favor. – pediu a Sra. Zegers – Você promet...

- Sabe qual é o seu problema? – disse o Sr. Zegers se levantando também – Você é um ingrato! Não leva em consideração nada do que fiz por você, todos esses anos.

- Ah! Como eu pude me esquecer. – disse Blake irônico batendo na própria testa – Esqueci o apoio moral que sempre me deu. Como por exemplo, dizer a todo o momento que sou um fracassado, que nunca vou ter sucesso na vida, que uma mulher descente nunca ia querer ficar comigo e que o final da minha vida possivelmente seria na criminalidade.

- Tudo o que eu disse foi para ajudar você.

- Bela ajuda. – disse Blake ríspido. – Vamos sair daqui Mel.

Melanie estava tão absorta na briga dos dois que não entendeu o que Blake havia dito.

- O que? – nesse momento a Sra. Zegers, aborrecida se levantou e foi em direção à cozinha.

- Sair daqui. – disse ele pegando Melanie pela mão – Esse lugar faz mal.

- Aonde vamos?

- Vou te levar onde está a minha verdadeira família. – disse ele se aproximando da lareira.

- Verdadeira família? – perguntou Melanie confusa.

***

Mey acabara de ajudar a sua avó, sua mãe e sua tia na cozinha e seguia rapidamente para a sala com o intuito de fazer os seus familiares folgados, tirarem os pés dos sofás, eles tinham esse péssimo hábito, principalmente depois que ela limpava tudo.

- Muito bem. – disse ela com as mãos na cintura olhando para cada um. Estavam na sala sete pessoas, todos da família de Mey, como ela, todos eram negros e amavam música – Será que dá pra vocês tirarem os pés dos sofás? Ou não ganharão sobremesa.

- Hoje é natal Mey, relaxa e vem cantar com a gente – disse o que estava com um violão.

Antes que Mey pudesse dizer qualquer coisa, às chamas da lareira ficaram verdes e uma garota loira e muito corada apareceu por elas e saiu da lareira em seguida.

- Mais presente de natal? – disse um dos irmãos de Mey, animado olhando para Melanie – Deixa que eu abro.

- Se tocar nela, eu quebro esse violão na sua cabeça, Alex – disse Blake saindo da lareira em seguida.

- Blake! – exclamou Mey confusa – Mel!

- Desculpa chegar assim. – disse Blake.

- E desde quando você precisa pedir permissão pra vir aqui? – disse o do violão – Principalmente quando trouxer pessoas tão bonitas, junto.

- Ok. – disse Blake sorrindo – Antes que vocês fiquem secando a pobre garota, que de pobre não tem nada. Quero apresentar, Melanie Malfoy, minha namorada.

De repente a sala inteira se encheu de gargalhadas, Blake cruzou os braços e se fez de irritado enquanto que Melanie achava que eles estavam rindo dela.

- Foi mal, Blake. – disse Alex tentando falar entre as risadas – Mas é que é tão estranho você falar a frase “Quero apresentar, Melanie Malfoy, minha namorada”. – disse ele fazendo uma imitação cômica de Blake.

- Na boa, Blake. – disse um garotinho que parecia ter uns doze anos – Por um momento achei que você fosse realmente educado.

- Parem de enchê-lo. – disse Mey que também não conseguia parar de rir. – Seja bem vinda, Mel. – disse ela dando um abraço na loira – E não ligue pra esses malucos.

- Muito prazer, Srta. Malfoy. – disse um senhor de idade se aproximando de Melanie para apertar sua mão – Sou, Theodoro o avô de Blake.

- Avô? – disse Melanie confusa.

- É como se fosse. – disse Blake dando um abraço nele em seguida – Fiz umas músicas novas, gostaria que desse uma olhada.

- Vem, Mel. – disse Mey puxando Melanie pela mão – Esse é o meu pai, Michael – disse ela a apresentando para um homem alto, ele segurava uma gaita e tinha um sorriso amigável, enquanto cumprimentava Melanie – Esse engraçadinho aqui, é o meu irmão, Alex – disse apontando para um rapaz que parecia ter seus vinte anos, este piscou para Melanie e recebeu um tapa na cabeça do garotinho que estava ao lado – E esse aqui é o Tom, meu irmão mais novo, ele está no segundo ano em Hogwarts, na Corvinal. – disse apontando para o garotinho que batera na cabeça de Alex.

- Prazer. – disse Melanie acenando pra eles.

- Este com o violão, é Will, meu irmão mais velho – disse ela apontando para o rapaz com um sorriso simpático – E este é o meu tio Dan. – disse indicando um homem segurando outro violão.

- Muito prazer. – disse Melanie sorridente, então ela olhou para uma garotinha que parecia ter seus três anos, ela olhava curiosa para Melanie – E essa menininha linda?

- Essa fofa é a Kate. – disse Mey – Diz “oi” pra Melanie, Kate.

A garotinha apenas acenou e se escondeu atrás de Dan que era seu pai.

- Vocês chegaram numa hora ótima. – disse Mey animada – Íamos servir a sobremesa.

- É disso que eu to falando. – disse Alex alegre.

- Menos para os que colocaram os pés no sofá. – Mey cantarolou e Alex fechou a cara.

Melanie gargalhou acompanhada pelos outros na sala.

- Vem loirinha. – disse Blake perto do ouvido de Melanie, ele a puxou pela mão e a levou pra fora da sala – Falta te apresentar ao resto da família.

Eles entraram em uma cozinha modesta, onde havia três mulheres preparando alguma coisa.

- Oi família. – disse Blake sem cerimônia.

- Oi Blake. – disse uma mulher alta de cabelos longos e cacheados – Que bom que você veio – disse ela dando um longo abraço nele.

- Eu não deixaria de passar o natal sem a minha família. – disse Blake – Deixa eu apresentar. Mel essa é Elizabeth, mãe da Mey. E essa é a Melanie, minha namorada.

- É um prazer, querida, seja bem vinda à família. – disse Elizabeth também abraçando Melanie – Mey já havia falado de você, e ela não exagerou quando disse o quanto você é bonita.

- Obrigada, senhora...?

- Apenas Elizabeth. – disse ela e Melanie sorriu. – Melanie, está é a minha irmã Rebecca. – disse ela apontando para uma mulher mais baixa e de cabelos mais curtos que mexia algo rapidamente em uma panela.

- Seja bem vinda. – disse ela de longe, ainda mexendo o conteúdo da panela.

- Obrigada.

- E essa pessoa maravilhosa que está sentada aqui. – disse Blake tomando a frente, mostrando uma senhora de idade, que estava sentada cortando alguns morangos. Ela era rechonchuda e usava um lenço colorido na cabeça, escondendo os cabelos curtos – É a minha avó, Dora.

- É um prazer senhora. – disse Melanie erguendo a mão para cumprimentá-la.

- O prazer é meu. – disse ela sorridente – Muito bonita, mas... tão magrinha tão branquela... você precisa se alimentar melhor menina.

Melanie não se sentiu ofendida, ela apenas sorriu e simpatizou com aquela senhora desde o primeiro momento.

- A Melanie come direito, ela só se mantém em forma por causa do quadribol. – disse Blake.

- Você joga? – perguntou Elizabeth animada – Durante as férias nós nos reunimos para jogar, poderia se unir a nós.

- Seria um prazer. – disse Melanie empolgada – Minha família e eu também nos reunimos durante as férias para jogar.

- Ta, mas, se ela jogar, quero ela no meu time. – disse Tom entrando correndo na cozinha – Eu já vi ela jogar em Hogwarts e sinceramente não quero ficar no time adversário.

Todos riram, logo toda a família de Mey se reuniu na sala, comendo uma fatia do bolo de chocolate com morango e calda quente que as mulheres tinham acabado de fazer. Melanie já se perguntava se seria muito deselegante pegar a terceira fatia, sua avó Molly que a perdoasse, mas, estava uma delícia.

- Pegue mais um pedaço, menina. – disse a avó de Mey se aproximando dela com uma fatia de bolo – Quero ver você forte e robusta.

- Hmm. Eu também quero mais, vó. – disse Alex.

- Você não. – disse ela e Blake gargalhou alto recebendo uma almofada na cabeça que fora jogada por Alex.

Melanie simpatizou com cada um deles, era incrível como conseguiu se divertir com pessoas que ela acabara de conhecer, mas, eles fizeram com que ela se sentisse a vontade, quase como da família, por isso que Blake gostava tanto deles.

Ela descobriu que as famílias de Mey e de Blake foram vizinhos há um tempo, então Blake cresceu em meio à música, todos ali, de alguma forma tinha o dom pra música, alguns cantavam, outros tocavam, e era maravilhoso ficar com eles.

Eles passaram uma tarde arrebatadora tocando e cantando, Melanie aprendeu várias músicas que nunca havia ouvido, mas, de alguma forma parecia que faziam parte dela há muito tempo.

- Pena que você já tenha que ir. – disse Blake depois que eles haviam voltado pra casa.

- Amanhã nós voltamos para Hogwarts, tenho que arrumar as minhas coisas. – disse Melanie dando um longo abraço em Blake em seguida – Você me proporcionou um dia incrível, amei conhecê-los, Blake, de verdade mesmo.

- Eu fico feliz que você tenha gostado deles. – disse Blake satisfeito – Eles são muito importantes pra mim.

- Eu percebi. – disse Melanie sorridente.

- Cada dia que eu passo com você, eu te amo mais, sabia? – disse Blake acariciando o rosto de Melanie.

- Sério? – disse Melanie se fazendo de desentendida – E porque, Sr. Zegers?

- Porque todos os dias eu me surpreendo com você e acabo me apaixonando mais. – disse Blake fitando os olhos de Melanie.

- Hmm. Já entendi. – disse Melanie – Como os outros, você pensava que eu era uma patricinha... Ok eu admito que eu sou, mas, sou muito mais além disso.

- Loirinha, eu sei disso. – disse Blake – Por isso que eu me apaixonei por você.

- Ok. – disse Melanie pegando o rosto de Blake com as duas mãos e o beijando – Preciso ir... Pode dizer a sua mãe...

Melanie parou de falar quando viu que a Sra. Zegers vinha em direção a eles, ela parecia abatida.

- Ah! Sra. Zegers, eu já estava indo embora. – disse Melanie.

- Foi bom... ter te conhecido, querida. – disse a Sra. Zegers pegando nas mãos de Melanie, ela percebeu que os olhos da mãe de Blake estavam vermelhos – Me desculpe por qualquer coisa.

- Não se preocupe Sra. Zegers. – disse Melanie amavelmente – Eu gostei muito de conhecê-la.

A Sra. Zegers sorriu e Melanie deu um último beijo em Blake antes de desaparecer nas chamas verdes.


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Notas finais do capítulo

Alguma coisa me diz que muitos vão adorar o próximo capítulo.
Mereço reviews???



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