Pov. Victor

Já me encontrava impaciente quando finalmente ouvi o som da porta principal sendo aberta, Amhon adentrando acompanhado de Elisa ambos conversando animados.

___Não esperava me divertir tanto fico feliz por ter me convencido a sair. Comentou Amhon sorrindo contente ato pouco comum para ele.

____Podemos nos intender quando me esforço, e também fiquei feliz por telo tirado de casa hoje. Respondeu lhe retribuindo o sorriso, mas havia algo de estranho com sua expressão.

___Bem vindos! Exclamei ambos então voltando se para mim, que estava ao canto apoiado á parede com minha pasta nas mãos.

___Boa noite Victor oque faz aqui tão cedo, pensei que tivesse saído para se divertir com o Arthur. Perguntou curioso dando alguns passos em minha direção.

____Acho que posso me divertir muito mais aqui. Respondi em tom desafiador, lançando então um rápido olhar para Elisa que entendeu recado que deveria sair.

____Esta tarde então já vou indo. Afirmou antes de partir mais pude sentir certa satisfação em sua voz.

Amhon a observou saindo antes de voltar novamente à atenção para mim, nos encarramos por cerca de um minuto antes dele finalmente começar.

____Oque foi Victor esta de mau humor? Perguntou sua entonação soando como se falasse com uma criança birrenta, isso só me irritando ainda mais.

____Em certas ocasiões isso não pode ser evitado e essa com certeza é uma delas. Afirmei ríspido olhando fixamente para seu rosto me perguntando como ele podia parecer sempre tão calmo.

___Bom Victor, não sei o motivo de seu stress, mas espero que passe e enquanto isso acontece tenho oque fazer em meu escritório. Disse cruzando a minha frente adentrando ao corredor. Permiti que o fizesse seguindo o, pois quando chegasse ao escritório e visse, os moveis fora do lugar e sua pequena câmara dos horrores exposta não teria argumentos ou desculpas.

___Oque aconteceu aqui? Perguntou assim que adentrou ao pequeno voltando se de imediato a mim, perplexo ______... Você...Balbuciou apontando para porta na parede que ficava escondida atrás da prateleira sendo incapaz de terminar a pergunta.

____Vai perguntar se eu desci até lá? Pois a resposta é sim, também como fui eu que soltei suas cobaias de laboratório, digamos... exóticas. Contei irônico esperando por uma reação dele, mas á que apresentou foi completamente inesperada.

____Os soltou... Você realmente não entende não é? Indagou rindo balançando a cabeça como se não acreditasse no que estava acontecendo.

____Não entendo? Que você estava mantendo crianças presas e retirando seu sangue, aquela garota que veio aqui me disse que você é perigoso acho que agora sei oque ela quis dizer. Afirmei, seu sorriso sumindo bruscamente dando lugar a uma expressão seria.

____Você duvidaria da palavra do seu irmão e acreditaria em uma garota que nem conhece, com quem se esbarrou apenas duas vezes? Perguntou parecendo desprezar suas próprias palavras.

____Se não a conheço por que continuo fazendo isso? ...Perguntei abrindo minha pasta deixando cair ao chão diversos desenhos todos eles apresentando apenas um rosto ___Já havia feito a maior parte deles antes mesmo de encontra-la, então me explique como posso ter desenhado diversas vezes o rosto de alguém que nem conheço? Perguntei por fim enquanto ele recolhia uma das folhas do chão olhando mais de perto antes de dar um suspiro.

____Ok, não queria que soubesse disso, mas vou lhe contar você realmente conhece essa garota... Começou eu ficando um tanto impressionado com sua afirmativa, mas logo continuou___...Como já te contei você sabe que por nossas leis não podemos ter filhos com humanos, mas nosso pai quebrou essa regra se relacionando com uma que te concebeu, você seria morto, mas diferente dos outros consegui manter o controle de seus poderes por alguns anos...Não sabia se podia confiar nele minha mente encontrava se confusa enquanto ouvia suas palavras___...quando completou 16 anos as coisas ficaram, mais difíceis você perdia o controle e não se lembrava de nada que fazia quando estava nesse estado não demoraria para que como manda nossa lei o encontrassem e matassem, foi ai que achei a solução, o sangue humano pode ser sobrepujado pelo nosso, eu poderia faze-lo completo e não apenas com sua habilidade de nascença, mas com as demais também...Nesse ponto seus olhos se perderam como se pensasse em algo eu aproveitando a pausa .

____Quer dizer... O sangue que aplica em mim é retirado de crianças que você mantem sobre cárcere? Perguntei incrédulo sentindo um leve revirar na boca do estomago.

_____Foi preciso, assim que te conheceu aquela garota humana descobriu sobre suas habilidades e usou sua afeição por ela para te manipular, em um dia enquanto cumpri mais um dos caprichos dela você perdeu o controle por completo, foi sorte conseguimos te achar e para-lo a tempo, fiz de tudo para que recobra se a razão e consegui, só que infelizmente você perdeu a memoria... Começou nesse momento aproximando se de mim___...As transfusões que tenho feito são oque te fizeram recobrar a lucidez e são oque te tornaram um elementar completo...

____Isso não justifica sacrificar e prender crianças... Interrompi dando alguns passos para traz.

____Não justifica? Você é meu irmão, não faria o mesmo por alguém que ama? E antes de perder a memoria isso nunca pareceu te incomodar Afirmou se reaproximando de mim.

Não me importava? Suas palavras davam voltas em minha mente, não me lembrava de que tipo de pessoa era antes, mas não conseguia me imaginar consentindo com algo tão abominável, será que era realmente tão frio?

____Mas a garota me disse que... Comecei, mas ele me interrompeu pondo a mão sobre meu ombro

____Vai acreditar nela que só te usou ou em mim sua família que faria tudo por você? Perguntou por fim, me encarrando enquanto uma única questão rondava minha mente, em quem deveria acreditar?...

POV VICTOR OFF

As palavras dos Betone me tranquilizaram um pouco, mas não conseguia me livrar do sentimento de impotência que preenchia meu peito.

Arrumei-me para faculdade na tentativa um tanto que frustrante de manter minha rotina, como de costume encontrei Lucas parado a estação, eu não o tendo visto há alguns dias, mas conversava com alguém, uma moça estando ela de costas para mim não pude ver ser rosto.

____Bom dia. Cumprimentei dirigindo o olhar para moça ao seu lado que após alguns segundos se virou para me encarrar.

____Que bom que chegou, falávamos agora mesmo sobre você. Afirmou Lucas fazendo menção a moça .

____Olá Rachel. Disse estendendo pelos lábios um sorriso amigável.

____Você... é a garota que...esbarrou em mim na faculdade. Aleguei reconhecendo, ela aumentando o sorriso em resposta.

____Vejo que tem boa memoria, espero que tenha gostado do presente que te deixei da ultima vez que nos vimos. Afirmou passando a mão sobre o longo cabelo castanho.

____Então foi mesmo você que colocou aquele desenho entre minhas coisas, onde o conseguiu e como sabe meu nome? Perguntei sentindo me ameaçada com a situação, começava a aprender que não devia confiar nas pessoas.

____Responderei tudo que quiser no momento que for lhe oportuno, estava mesmo a sua procura falava com seu gentil amigo a respeito disso. Contou com sua voz melódica inalterável, dando um olhar rápido para Lucas quando o citou o mesmo assistindo nossa conversa atento.

____Porque estava me procurando? Perguntei ainda um tanto receosa mesmo que ela não parecesse apresentar perigo.

____Digamos que estou em meio a um trabalho, e para conclui-lo preciso de você. Respondeu misteriosa sua expressão tornando se mais seria, pensei por alguns segundos sem entender oque ela dizia, mas antes que pudesse perguntar algo prosseguiu ___Quer ajudar Victor não quer?

____Victor... Oque sabe sobre ele? ...você por a caso é a pessoa da qual os Betone me faram?... As perguntas apenas pulavam de minha boca em forma de torrente.

___Elisa a seu dispor. Apresentou se fazendo uma pequena menção com a cabeça, com isso respondendo todas minhas perguntas, antes de repetir ___Então posso contar com você? Disse por fim.

Independente do que fosse faria tudo para ajudar Victor

____Oque tenho de fazer? Perguntei convicta, seu sorriso se alargando ao ouvir minha afirmativa...