Querido Diário Otaku escrita por Panda Chan


Capítulo 43
Capítulo 43 - I don't know how i'll feel tomorrow


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY O
O nome do capitulo vem da música Tomorrow da Avril Lavigne.
Eu escrevi esse capítulo enquanto estava sem internet (muito obrigada chuva :D)e espero que tenha ficado bom.
Boa leitura.



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Lucca não conseguia acreditar que aquela criatura encolhida no canto era sua tão amada Ann.

Lá ela estava com roupas sujas, rasgadas, o rosto com manchas de poeira, a pele pálida, cabelos bagunçados e a pior expressão que ele já a viu fazer.

– Ann – murmurou automaticamente.

Ao seu lado Jessie sorria de uma forma doentia como se realmente ela estivesse gostando daquilo, na verdade acho que estava. Ela gostava de ver as pessoas sofrendo e se fosse uma pessoa então que a irrita era um bônus.

– Ora, ora – Jessie não estava caminhando como sempre, ela praticamente desfilava em direção a garota encolhida de medo – O que temos aqui? Será um ratinho? – riu – Como você está se sentindo pequena rata? – segurou o rosto de Jullie apertando com força suas bochechas – Não me parece tão bonita quanto ontem, é por que sua maquiagem saiu?

– Não, é porque tem uma vaca na minha frente que não merece minha beleza – respondeu.

Jessie sorriu ainda mais, um sorriso doentio que mostrava como ela estava fora de si.

– Bom saber – soltou o rosto de Jullie e fez o que nenhum dos presentes imaginava.

O barulho do tapa foi tão forte que pareceu ficar preso na mente dos presentes. E realmente ficou, Lucca já estava indo pra cima de Jessie quando se lembrou do que Andrew havia dito.

“Finja que não se importa”

Falar era fácil ver aquilo foi algo horrível.

Lucca se aproximou e parou ao lado de Jessie, por um instante seu olhar e o de Jullie se encontraram e ele soube como a garota estava sofrendo.

– Você não devia bater nela – disse de forma indiferente para Jessie – Sabe que não vale a pena sujar suas mãos com ela.

Jessie ficou surpresa e admirada pela reação de Lucca enquanto Jullie via sua última esperança morrer com aquelas palavras.

– Quer fazer o serviço por mim querido? – perguntou Jessie.

– Não, quero ficar a sós com ela quando minha vez chegar. Hoje você é quem deve se vingar – disse como se realmente acreditasse nisso, todo seu plano dependia de ter a confiança de Jessie.

Jessie sorriu de uma maneira menos doentia e disse:

– Tentarei não matá-la.

Lucca torceu pra que aquilo fosse apenas para assustar mais ainda Jullie e não um pensamento real.

– Até você Lucca... Ninguém realmente gosta de mim – Jullie disse melancolicamente enquanto se encolhia ainda mais no canto em busca de proteção.

Certo, esse seria o momento mais difícil.

– Como gosta de alguém como você que não sabe dar valor aos sentimentos dos outros? – disse com raiva, não de Jullie e sim de Jessie que havia batido em sua pequena Ann – Você é tão narcisista que me enoja.

Jullie tentou segurar as lagrimas que rapidamente caíram vencendo seus esforços.

– Agora a garotinha chora – o tom de voz que Jessie estava usando com Jullie é o mesmo que uma pessoa usa quando vê alguém que odeia se dando mal, prazer e felicidade unidos – Talvez você devesse refletir sobre tudo que fez de ruim até hoje.

– Eu não fiz nada! – gritou – Você que me persegue sem motivos!

– Não! – agora a raiva de Jessie era quase sentida no ar – Você me abandonou sua vadia nojenta! Você me roubou o Andrew e me humilhou! Merece o que está sofrendo.

– O que eu te fiz? – perguntou Jullie.

Jessie então lhe deu outro forte tapa na cara deixando as marcas de seus dedos dos dois lados do rosto da garota que desabou em lágrimas.

Lucca sentia os pedaços de seu coração se despedaçando.

– Sua vadiazinha nojenta! Você me magoou tanto e hoje em dia nem se lembra mais do que fez comigo – ela se preparava pra dar outra tapa na cara de Jullie quando Lucca segurou sua mão.

– Se acalme Jessie – disse sério olhando-a nos olhos – Você não deve perder o controle.

Jessie respirou fundo e recobrou novamente a pouca sanidade que tem, olhou para Jullie e cuspiu perto dos pés da garota.

– Ela é toda sua Lucca, tenho que conversar com os garotos – e saiu.

Lucca olhou comovido para Jullie, a garota parecia mais frágil do que uma folha de papel, esperou alguns segundos até ter certeza que estavam sozinhos e a abraçou.

– Mas o que?

– Xiiiiu – passou a mão sobre seus cabelos bagunçados – Escute, quando eles voltarem finja que esta chorando certo? Ninguém pode saber que eu estou aqui pra te ajudar.

– Me ajudar? Mas você veio com a Jessie!

– Era o único jeito, Jessie acha que eu te odeio e foi a única forma de chegar até aqui. Amanhã vou tentar te libertar – ele viu a esperança de Jullie ressuscitando com aquela última frase – Por favor, tome cuidado até lá certo?

Jullie assentiu chorando de alegria. Lucca ouviu o som de alguém se aproximando.

– Sua vaca irresponsável – chutou uma caixa próxima – Você não devia preocupar todos assim. Eu não durmo desde ontem por sua causa sua vadia!

– Lucca – a voz de Jessie vinha do outro lado do galpão, ela estava parada do lado da porta aberta olhando orgulhosamente pra Lucca com os dois marmanjos atrás – Vamos, amanhã você termina o que começou hoje.

Lucca assentiu e se foi deixando para trás sua preciosa Ann.

Entrou no carro com Jessie e aos poucos se afastaram.

– Você deve estar se perguntando porque eu estou fazendo isso.

– Não posso negar que estou .

De certa forma isso é verdade, pensou Lucca, mas estava me perguntando como farei pra tirar Ann de lá.

– Há muito tempo atrás eu morava em Sparks, estudava na mesma escola que você e Jullie.

– Não me lembro de você – disse impulsivamente.

– Não deve se lembrar mesmo – suspirou – Eu era o clássico tipo de garota nerd que , principalmente, os meninos ignoravam. Oh Deus! Como eu era feia! Usava um óculos com lentes que mais pareciam o fundo de uma garrafa de vidro da Coca-Cola, meu cabelo era uma bagunça única como se um furacão tivesse passado por ele e minha família estava na pior por causa da morte do meu pai. Mesmo com tudo isso tinha uma garota que era minha amiga, ela dizia que sempre ia estar comigo e seriamos amigas pra sempre – sorriu de uma bela forma.

– Essa garota era Jullie? – perguntou um pouco surpreso.

– Era. Estranho não?

– Um pouco – admitiu – Eu só me lembro dela com a Mary.

– É, nossa amizade durou pouco. Mary apareceu na escola com seu jeito popular e sua beleza, nem mesmo as garotas resistiram, todas queriam sua amizade. Jullie não tinha me trocado logo de cara, Mary por algum motivo se interessou por ela. Foi bem lentamente, mas em menos de duas semanas ela tinha todos comendo na palma de sua mão, inclusive Jullie.

Duas semanas e foi bem lento? Imagina se tivesse sido rápido.

– Minha irmã nunca comeu na mão de Mary.

– Você sabe que ela era uma cachorrinha da Mary, não negue isso.

Os dois permaneceram em silencio até voltar pra casa de Jessie.

– Bem, é isso – Jessie pela primeira vez no dia se mostrava completamente sã – O que você vai fazer agora Lucca?

– Como assim?

– Você vai amanhã terminar de ofende-la, vai me entregar a policia ou vai simplesmente ignorar tudo que viu hoje?

Lucca quase sentiu pena de Jessie. Quase. Quando estava quase a abraçando se lembrou dos tapas que ela havia dado em Jullie e se segurou.

– Vou pra casa pensar um pouco.

Jessie assentiu, beijou a bochecha de Lucca e se foi.

Lucca andou até o carro e dirigiu até em casa. Chegando a residência encontrou Andrew sentado na porta o esperando.

– Precisamos conversar com seu pai .

– Oi pra você também Foster – disse com ironia.

– Tenho um plano pra ajudar a Jullie e não tenho tempo para ser educado ainda mais com você.

Lucca não queria brigar agora então se segurou e entrou em casa sendo seguido por Andy.

A casa da família Way era praticamente um templo as almofadas, em qualquer cômodo que você entre vai encontrar belas almofadas bordadas muito bem organizadas.

Agora não estava assim.

As almofadas estavam jogadas em qualquer canto como se na verdade estivesse em uma casa abandonada, o que era quase verdade.

Elise Way Charles, mãe de Jullie, era uma das mais belas mulheres que Andy conhecia. Sempre bela, muito bem arrumada e com uma maquiagem impecável era uma mulher admirável por sua beleza e seu carisma. Agora, porém ela parecia mais pálida e magra. Seu rosto sempre sorridente estava marcado por lagrimas e seu cabelo loiro agora mostrava a raiz castanha igual a de Jullie. Andy quase chorou.

– Senhora Way – beijou sua mão.

– Olá querido – disse com a voz fraca.

Andy ficou mais preocupado ao ouvir isso, Elise odiava ser chamada de senhora.

– Alguma novidade? – perguntou um homem sério.

Ele havia acabado de chegar, seu rosto era uma máscara. Ele usava uma blusa social manchada de café, uma calça social e pantufas azul de elefante. Em outra situação Andy teria dado boas risadas daquilo, mas sabe quando é o momento de rir e aquele estava longe disso.

– Não pai – respondeu Lucca e olhou pra Andy que fez um sinal com a cabeça – Na verdade, nós a achamos.

– O que? – o pai de Jullie olhava incrédulo pra Lucca.

O rosto de Elise mostrava um pouco de esperança e Andy pode jurar ter visto seus olhos brilhando.

A esperança enchia o cômodo enquanto Lucca contava detalhadamente o que havia visto e Andrew complementava, afinal ele havia seguido Lucca pelo GPS do celular. Nem um segundo depois de terminar de ouvir o relato do filho, Daniel Way ligou para policia exigindo um grupo acompanhando pelos melhores disponíveis.

É muito irônico como a vida funciona, enquanto uma equipe se preparava pra buscar uma garota rica perdida uma família pobre esperava por um único policial para procurar a sua, mas essa família não vem ao caso (N/A: Pelo menos não nessa fic). Em algum lugar próximo uma garota loira quebrava cada espelho que via diante de si.

Jessie estava insanamente perigosa e isso preocupava Gregory no quarto ao lado.

Muitas vezes durante a noite ele se viu tentado a ir no quarto ao lado e amarrar Jessie na cama pra que ela parasse, claro que sua sanidade voltou antes que ele tivesse feito essa besteira. Jessie o teria matado.


Lucca contava novamente a história para um policial enquanto Andy falava sobre os pontos fracos da ‘prisão’ onde Jullie estava. Todos concordaram com o plano que mais cedo Andy havia proposto a Lucca, era a forma mais segura de manter Jullie viva.

Jessie parecia saber disso, sua ira aumentava cada vez junto com uma estranha paranóia que a fazia ficar mais insana. Em algum momento Gregory pode dormir.

O silencio voltou a reinar na sua casa. As empregadas suspiraram aliviadas ao perceber que o demônio pro qual trabalhavam estava calma novamente.

A paz de uns é o inferno e outros.

– Amanhã – murmurava Jessie pegando cacos de seu espelho quebrado no chão – Amanhã eu ou te matar. Você não merece sua vida eu sim. Amanhã vou te matar Jullie. Amanhã. Amanhã.

Em algum momento ela conseguiu adormecer.


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Notas finais do capítulo

Esclarecimentos:
Lembram-se de alguns capitulos atrás? Ele tinha o nome de uma das palavras em itálico desse capítulo u_u
Deixo esse 'misterio' resolvido pra vocês. Já sabem quem escreveu as cartas né? *U*
Beijos paçoquinhas de sorvete