Talvez exista alguma substancia no ar que faz com que alguns dias pareçam melhores do que outros. Isso aconteceu essa semana meu caro Diário Otaku, tudo ocorreu bem.

O plano contra a Jessie já está pronto para ser posto em ação amanhã e na minha humilde opinião como projeto de vilã de mangá shonnen, está ótimo.

“Jullie, os vilões de mangá shonnen nunca se dão bem!” Ok diário, admito que isso é verdade, mas eu sou uma vilã esperta com anos de experiência.

“Anos é?” Claro! Assisto Gossip Girl há anos, eu manjo das vigarices.

Continuando, tudo está ótimo. Meu par para o baile é o Andrew, vamos apenas como amigos antes que você pense suas bobagens de diário.

– Ai – murmurei pondo a mão sobre a parte da cabeça que foi atingida por algum projetil voador não identificado.

Encontrei um pedaço de papel enrolado num pedaço de borracha. Desamassei e li o conteúdo.

‘ Te pego as 19:30 amanhã.

Depois do baile vamos:

a)Sua casa

b)Minha casa

c)Vamos fazer no carro mesmo

d)“Tomamos sorvete naquele lugar novo.”

Sorri e fiz um pequeno rabisco na parte de trás do papel

‘e) Todas as opções acima qn’

Esperei o professor Peter virar em direção ao quadro e joguei a bolinha pra Andrew que a pegou antes mesmo de cair. Olhou a parte da frente e depois leu meu rabisco sorrindo daquele jeito que derrete o coração de qualquer uma.

Ou um iceberg.

Claro que eu estava brincando e ele sabe disso. Eu acho.

O sinal tocou e eu apressei-me para sair afim de evitar as seguidores da Jessie que estão panfletando pela escola na campanha ‘ Jess é a melhor e merece ser rainha do baile’. Soube que meu esforço foi em vão quando sai e dei de cara com Michelle entregando bottons rosa com o rosto da Jessie estampado.

– Oi – disse sem graça.

– Oi – respondi.

– Quer um? – perguntou mostrando um bottom onde Jessie estava com um batom rosa-nem-um-travesti-usa-esse-tom-por-ser-chamativo, o tipo de batom que faria Grace ir até o fim do mundo em busca de um terninho que combine.

– Não, obrigada – ajeitei a alça da bolsa no ombro pra que ela visse meus lindos bottons do Domo-kun pregados – Esses fazem mais meu estilo.

– MICHELLE! – A voz alta e irritante de Jessie chegou pouco antes de seu perfume doce misturado com seu cheiro de maquiagem – Não devia oferecer nada a ela – apontou sua unha perfeitamente pintada de rosa em minha direção – Ela é minha concorrente

– Sou é? – perguntei confusa.

– Não se faça de boba! – pegou o braço de Michelle – Vamos, vamos Michona! Você tem entregar bottons na outra parte da escola!

– É Michelle – corrigiu.

– Tanto faz.

E se foram.

– Nossa – disse Andrew brotando ao meu lado – Por que ela estava tão estressadinha?

– Deve ter acabado o batom com purpurina dela – disse.

– Ela falou que você é concorrente dela, não foi?

– Falou, você sabe do que?

– Tenho uma ideia. Siga-me.

Andamos por algum tempo numa direção na qual nunca vou. Paramos na porta do clube de computação, o lar dos nerds do Saitine. Andy bateu e Gregory abriu a porta.

– O que vocês querem? – perguntou com cara de tédio.

– Queremos conversar.

– Entrem – deu passagem.

Entramos na sala cheia de computadores com telas gigantes, pôsteres de games e diversos jogos espalhados pelos cantos. Aquele lugar lembrava muito meu quarto antes de ser arrumado.

– Eu vou ser bem direto. Vocês candidataram a pequena Jujuba aqui para ser rainha do baile?

Não entendi bem no inicio com quem ele estava falando já que só via Greg na sala, mas logo apareceram alguns nerds que estavam escondidos em um armário.

– Como vocês descobriram? – perguntou Greg arrumando seus óculos.

– Jessie foi provoca-la – respondeu Andrew.

– Merda! – Gregory se virou olhando furioso pros outros nerds – Quem foi o idiota que a deixou saber?

– E-Ela deve ter visto n-no s-site da escola – gaguejou uma garota de trancinhas loiras.

– Já está lá?

– S-Sim.

– É fomos nós – admitiu – Queremos que o reinado dela acabe e como a Jullie é a única que parece querer enfrentar o demônio. Digo a Jessie.

– Vocês deviam ter me avisado antes de usar minha imagem – falei.

– Queríamos que fosse uma surpresa – suspirou – Acho que nada sai como queremos.

– P-Pelo menos agora vamos p-poder fazer a campanha dela n-na escola publicamente – disse a garota de trancinhas.

– Isso se ela deixar – Greg se virou para mim – Você deixa?

– Jullie você não tem que fazer nada por eles e sabe disso, certo?

– Eu sei, mas confesso que é tentador. Imagina a cara da Jessie se eu ganhar isso.

Andrew sorriu e eu soube exatamente o que teria que fazer agora.

– Continuem com a campanha. Vamos me transformar numa rainha – sorri.

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Mais tarde naquele mesmo dia

Entrei apressada no hospital segurando vários balões e uma cesta de bolinhos.

– Por que essa porcaria de elevador é tão devagar? – murmurei.

– Não sei , mas com a quantidade de balões que você está carregando podia subir lá sem elevador – disse Lucca que segurava apenas uma rosa vermelha.

– Lucca deixe sua irmã em paz! – reclamou Grace.

– Olhe o tanto de coisas que ela está tentando contrabandear! Parece até que assaltou uma loja de artigos para festa.

– Lucca! – soquei o braço dele

– Querida não bata no seu irmão. Ele tem razão, você exagerou um pouquinho. Se sua mãe comer metade desses bolinhos vai sair do quarto direto pra mesa de cirurgia em busca de uma lipoaspiração.

– Seus insesiveis.

Entramos no elevador e em pouco tempo chegamos ao andar do quarto da minha mãe. Corri e praticamente atropelei a porta pra ser a primeira a abraça-la.

– Mãe – a soltei – Eu trouxe bolinhos – apontei pra cesta que em algum momento havia jogado no chão.

– Estou vendo – sorriu – Estou muito feliz de ver todos vocês aqui. Até você, mamãe.

– Mamãe? Oh dios mío! Me chame de mamá, por favor.

– Não mesmo – disse séria – Eu não entro nessa sua maluquice de misturar línguas, mãe.

Eu e Lucca rimos.

– Acho que é assim que as pessoas nos veem quando a Dona mãe dá um ataque – disse ele.

– Não me ofenda comparando meus ataques merecedores de um Oscar com os da minha mãe. Eu dou ataques porque vocês não expressam o devido amor á mim me chamando de mamãe.

– E você me chama de velha quando fala essa palavra! Mamá é tão mais elegante e admirável – retrucou Grace.

– Certo, já podemos ir embora? – perguntei.

– Sim, claro - respondeu minha mãe.

Enquanto saiamos do hospital minha mãe fazia o melhor possível para realmente desfilar enquanto andava e Grace é claro que não ficava atrás. A frente do hospital estava lotada de reportes pros quais as duas adorariam dar entrevistas e quem sabe criticar um pouquinho de forma educada.

Enquanto elas eram entrevistas Lucca e eu passamos pela confusão e entramos no carro vergonhosamente rosa de Grace.

– Elas amam uma câmera – disse.

– É.

– Já está tudo pronto para amanhã? – perguntei.

Ele sorriu.

– Claro que está. Eu nunca fiz algo tão vem na minha vida, amanhã Jessie cairá.

Sorri em resposta. Estou ansiosa por amanhã.