Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 42
Capítulo 40: Raven & Renly


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Raven Arryn

No dorso de Valyria, Raven e Rhaego foram os primeiros à vislumbrar Mantarys. A cidade estava preparada para a guerra, isso era visível. Demorou pouco menos de uma hora para que seus companheiros em terra alcançassem a cidade. A Arryn, que já morara nas Cidades Libertas tempo o suficiente para falar Alto Valyriano, foi com quem lidou com os guardas do portão.

Eles não teriam permitido que passassem, se não fosse uma figura feminina que surgiu à sua vista. Raven mal pode acreditar em seus olhos. Mas era ela mesma. Vestida com uma armadura típica daquela região, com Fire Death na mão e Haru em seus calcanhares.

– NIKKY! – gritou

A risada da amiga ressoou pelas muralhas

– Eu prometi que nos encontraríamos em breve – disse ela – Eu gosto de cumprir minha palavra. Abram os portões. – ordenou com a voz cheia de autoridade – Os doze heróis chegaram para matar o monstro e salvar sua cidade. – acrescentou com sarcasmo

Raven se impressionou com a moral que a amiga tinha naquele local. Se perguntou o motivo daquilo, mas manteve para si seus pensamentos. Nikky diria o que quisesse, quando quisesse, se quisesse. Perguntar sobre o passado da morena não tinha nenhum proposito, uma vez que ela só revelava o que lhe convinha.

Ainda assim abraçou fortemente a adolescente quando se encontraram. Tinha sentido saudades da amiga, era maravilhoso reencontra-la. Seus companheiros tiveram direito à hospedagem, comida e descanso. Porém assim que o momento passou, Nikky reuniu todos em uma confortável sala e os informou sobre os avanços do inimigo.

– Ele está quase às nossas muralhas. A cidade está apavorada, dividida entre àqueles que querem lutar e os que preferem se render. Temos um estoque grande caso vinha vir um cerco prolongado, mas todos sabem que o ‘Ultimo Filho da Harpia’ não perde tempo em cercos longos.

– É possível que haja traidores dentro dos muros? – perguntou Gyles

– Sim – confirmou Nikky parecendo pesarosa – O conselho no momento é a única coisa que mantem a paz. Foram deixados em seus postos pela Mãe de Dragões, e povo ama ela tanto quanto teme o inimigo. Entretanto há covardes no próprio conselho, se ele ruir...

– Toda a cidade ruirá com ele – completou Raven entendendo a situação – Quaisquer enviados do ‘Ultimo Filho da Harpia’?

– Uma das criaturas veio há dois dias. Não atacou, apenas nos jogou um saco. No interior estava uma coleção de Anéis de Bronze banhados em sangue. Os anéis dos conselheiros das demais Cidades Libertas. Isso fez os malditos covardes balirem como ovelhas.

Raven já ouvira falar dos famosos Anéis de Bronze. Foram feitos a partir de uma estatua de harpia de Meeren. Daenerys Targaryen dera a todos os membros dos conselhos que governavam as Cidades Libertas. Esses de certo pertenciam aos governantes das cidades conquistadas pelo inimigo.

– E não é apenas isso, depois do que aconteceu em Harrenhall a noticia dos doze heróis se espalhou como fogo de dragão. – continuou Nikky em um tom irônico – À essa hora toda a cidade deve está comemorando sua chegada. Eu não me surpreenderia se houvesse essa noite um banquete em sua honra.

– A ideia me agrada – riu Renly Lannister com um sorriso no rosto – Não como nada decente há dias, será bom ganhar energias para essa batalha.

– E que batalha será – disse Nikky com deboche pingando em sua voz – O povo é burro. Mas eu não manteria tanto as esperanças se fossem vocês. O ‘Ultimo Filho da Harpia’ tem um monstro, um exercito de bestas, a aliança com uma deusa e uma pequena armada valyriana. O que doze podem fazer contra forças assim? – seu olhar se dirigiu ao grupo – Isso é, se pudermos realmente contar com doze. Entre vocês dois não podem se defender e a maioria são apenas crianças de verão – deu um sorriso de superioridade – Me digam quantas batalhas reais já enfrentaram?

– Olhe-se no espelho antes de falar de nos – vociferou Narcysa Lannister – Você é a criança de verão aqui. Quantos dias de seu nome já contou? Treze? Catorze?

– Quinze, princesinha – retrucou Nikky com um sorriso cheio de maldade – E ainda assim vivi muito mais do que todos vocês juntos.

Tal comentário fez a pele de Raven arrepiar. Era a primeira vez que Nikky fazia uma referencia ao seu passado, pelo menos em publico. E também era a primeira vez que ela, ainda que veladamente citava o fato de que... Sacudiu a cabeça sem querer pensar no assunto, em seu momento de distração a discussão de Nikky e Narcysa crescera e ambas já tinham a mão no cabo da espada.

– Chega, Nikky – interrompeu, não queria brigar com a amiga depois de tanto tempo sem vê-la, ainda mais tendo a chance de ser a ultima vez que se encontrariam – Se não veio para lutar o que faz aqui?

– Vim busca-la, Passarinho. – respondeu a morena usando seu antigo apelido, o sorriso de deboche jamais deixou seu rosto, mas havia o brilho de carinho em seus olhos – Lhe devo ao menos isso. Você se esquece de quem é, Raven?

Sky piou alto pressentindo a ira da dona.

– Não, mas acho que você se esqueceu. Eu sou Raven Arryn, herdeira de Eyrie, Lady do Vale e protetora do leste!

– Outrora talvez. Hoje você é uma mercenária. E mercenários recuam em uma batalha que não podem vencer. Sei o quanto deseja a sua herança, e sabe o quanto eu quero isso para você. Mas também quero que viva para esse dia. Nos passamos por muito, sobrevivemos à muito para que eu simplesmente deixe-a morrer de uma maneira tão estupida.

Raven controlou a irritação, porém em seu imo também sentia vontade de rir, conhecia Nikky bem demais, aquela era a maneira deturpada de dizer que se importa. A Arryn sabia que todos os olhares estavam sob ela, esperando sua resposta.

– Eu não posso abandonar meus companheiros, Nikky. Não posso abandonar Westeros. Não posso abandonar os últimos membros da minha família que lá estão. E não posso abrir mão do Vale.

E também não posso abandonar, Rhaego – acrescentou em pensamentos lembrando-se dos últimos dias e dos voos sob o torso de Valyria.

– Que seja, Passarinho. Faça como quiser. – a voz dela era completamente indiferente, mas Raven podia ver a raiva em seus olhos

Elas se fitaram por alguns segundos, ao seu redor os dozes discutiam as informações que tinham recebido. As duas porem os ignoravam fitando-se, nenhuma cederia. Haru rosnou atraindo a atenção de sua dona. À porta da sala estava um menino franzino, que parecia amedrontado pelo leão negro da adolescente.

– L-lady Nikky – começou ele gaguejando

– Lady? – questionou Raven fitando a amiga com uma sobrancelha erguida

A morena deu de ombros acariciando Haru para mantê-lo calmo – ou para manter a si mesma calma.

– Digamos que eu tenha alguns amigos aqui em Mantarys.

– E em Volantis. Em Asshai. Quarth. Braavos. Nas Summer Islands. Ibben... Me pergunto onde você não tem amigos, minha cara, você parece conhecer literalmente todo mundo – disse com ironia

– Eu não conheço ele – sussurrou Nikky em um tom baixo apontando discretamente para Rhaego, que discutia técnicas de batalha com os outros rapazes – Mas gostaria muito de conhecer – acrescentou com um brilho cheio de malicia e desejo no olhar.

Raven não pode deixar de sentir um pouco de ciúmes. Estava começando a ficar próxima do Príncipe. E por mais que gostasse de Nikky sabia que a amiga não era a pessoa certa para ele. A adolescente acenou para que o garoto prosseguisse.

– O conselho requisita sua presença, milady – informou ele com os olhos fixos em Haru

– Qual o problema? – perguntou Nikky com o cenho franzido

– ‘O U-ultimo Filho da Harpi-pi-pia’ – gaguejou o garoto – Ele mandou um enviado.

Renly Lannister

O loiro seguiu juntamente com os outros seguiu para a sala de reuniões do conselho. Estava curioso quanto ao enviado. Esperava um dos valyrianos que compunham a armada do inimigo porem o que viu foi uma das criaturas. Ela não era como as demais, possuía rosto e formas humanas, diferenciando-se por suas enormes asas negras. Com um rápido olhar Renly reconheceu a figura do desenho que vira ao que lhe parecia séculos atrás. A Mãe Harpia.

Ela os fitou com um sorriso no rosto. Os olhos dela também não eram humanos. Tinham um brilho âmbar e muito se assemelhava aos orbes de uma águia. A trança dela se moveu como uma cobra deslizando pelos seus ombros. Nas mãos trazia uma espécie de cetro. Renly notou quão sobrenaturalmente bela era ela. Mas não o tipo de beleza que o atraía, como as das mulheres comuns, e sim o tipo de beleza que deveria ser reverenciada. Não se surpreendia que muitos à considerassem uma deusa, o que mais ela poderia ser?

– Os doze finalmente reunidos e tão próximos – pronunciou-se ela em uma voz que lhe parecia uma mistura de mulher e o canto de um pássaro – Se dependesse de mim mataria à todos aqui e agora.

Alguns de seus companheiros se retesaram levando as mãos às armas em resposta aquela ameaça. Sor Astor se pôs a frente de Lady Tully, e o próprio Renly analisou o ambiente que se encontravam calculando quais movimentos faria se assim fosse necessário. A Mãe Harpia não se importou.

– Porém o Escolhido deseja vê-los. Deseja lutar contra vocês pessoalmente e ver do que os temíveis doze são capazes – zombou ela – A cidade cairá de qualquer jeito. Contudo se houver rendição pode ser que sobrevivam. Não importa. Enquanto decidem, meu senhor deseja um combate singular contra este grupo. Apenas ele, contra todos vocês.

– Se recusarmos? – perguntou Gyles

– Então morrerão junto com o resto da cidade – respondeu ela com uma expressão cruel

– O que seu mestre está propondo exatamente? – perguntou Aemon com o cenho franzido – Quais são suas condições? O que acontecerá se vencermos? E se perdermos?

– É audacioso, menino. – disse a Mãe Harpia – Meu senhor aprecia a audácia... – os olhos dela se desviaram para a janela, como se tivesse pensando em outra coisa – até certo ponto. – acrescentou em um tom cheio de ameaça, seu olhos âmbar voltando-se para o grupo – Se vencerem terão a única chance de acabar com esta guerra saindo vitoriosos. Se perderem... – ela deu um sorriso cheio de maldade – O Escolhido dirá o destino de vocês.

– Que garantia temos que você, ou seu exercito de monstros não vão interferir? – questionou Rhaego

– Nenhuma. – respondeu ela com um olhar de desprezo para o Targaryen – Assim como não temos nenhuma que a dragão que roubou não nos atacará durante o combate. Eu e minhas filhas faremos o que o Escolhido determinar.

Renly não estava gostando muito disso, parecia uma armadilha. Ainda assim era tentador demais. Combate singular, os doze contra apenas um, seria até fácil, poderia acabar com toda essa loucura com apenas um golpe de espada.

– Nos aceitamos – pronunciou-se Drogo – Quando e onde?

– Pouco depois dos muros lestes de sua cidade – respondeu a Mãe Harpia – Ao amanhecer – seu olhar analisou friamente o grupo – Apenas os doze. Todos os doze. Se houver qualquer sinal de traição e minhas filhas deceparão cabeças.

E sem mais uma palavra ela bateu suas enormes asas negras e voou pela grande janela.

– Não posso permitir que Lady Shiera participe disso. Não se eu tiver que ficar de fora – disse Sor Astor

– Temo que não tenha escolha, Sor – disse Drogo com educação – Mas não tema. Lady Shiera ficará um pouco afastada com o arco em mãos. Eu e meus companheiros a protegeremos, tal como todas as outras.

– Eu não acho que preciso de preocupação, Príncipe Bastardo – disse Narcysa com acidez – Sei me portar como uma lady mas também sei empunhar uma espada – deu um sorriso irônico à Renly – Como meu irmão pode lhe contar.

O loiro sentiu uma fúria adormecida acordar dentro de si. Sabia que estava bom demais para ser verdade, a irmã mantivera seus pensamentos venenosos para si mesma depois da partida de Gogossos, Renly mantivera esperanças que a descoberta de sua verdadeira mãe tivesse lhe ensinado uma lição, obviamente em vão. Narcysa não cansava de lhe jogar na cara que era ela quem empunhava Oathkeeper, espada que ganhara por trapaça e que deveria ser dele por direito. Sua mão envolveu o punho de Brightroar enquanto ele tentava s acalmar. Oathkeeper era magnifica, mas a sua arma era ainda mais, a espada de aço valyriano dos Lannister que ficara perdida por séculos.

– E de qualquer maneira, quem morreu e lhe fez líder Drogo Blackfire? – prosseguiu Narcysa – Não me lembro de ter concordado com essa loucura! Não me lembro de ninguém aqui ter expressado ansiedade para participar de um combate singular contra esse insano!

– É a nossa melhor chance! – retrucou o rapaz, agora visivelmente inseguro – Tenho plena convicção que juntos nos poderemos derrotar um único homem...

Mas ele não parecia tão convicto aos olhos de Renly, gotas de suor escorriam pelo seu rosto enquanto engolia em seco. Era um paradoxo, Drogo sequer tremera ao fitar a Mãe Harpia e aceitar seu desafio, parecia até mesmo ansioso para cruzar o aço contra o Ultimo Filho da Harpia, mas ao ouvir umas poucas palavras de Narcysa se tornava indefeso como uma donzela. É claro que Renly compreendia, era difícil argumentar com crueldade e oratória de Narcysa, mas ainda assim, era estranho ver um guerreiro que não temia a ira de um monstro não se defender das palavras de uma adolescente.

– Eu não acredito que a criatura que vi em Valyria seja tão humana assim... – interpôs Rhaego com sua voz retumbante e cheia de sotaque – Mas deve sangrar e morrer como todos nos. E de qualquer maneira o que está feito, está feito. Se recuarmos agora seremos vistos como fracos.

– O principe Rhaego está certo. – pronunciou-se Ned – O que queremos não importa mais... Resta apenas nosso dever. E devemos todos descansar e nos preparar. Temos uma batalha para enfrentar amanhã.

Renly se aproximou de Shiera, a garota parecia nervosa porem não tanto quanto ele esperaria.

– Sor Astor, se importa se eu falar a sós por alguns minutos com sua protegida? – perguntou com educação

– Como queira milorde – respondeu o Mallister polidamente, em seguida fez uma pequena curvatura para Shiera – Milady – então se afastou alguns passos.

Renly a conduziu para um terraço próximo onde tinham uma vista para toda a cidade.

– Sinceramente não sei o que ele tem – disse ela se referindo à Sor Astor – Vem agindo estranho.

– Ele está apenas preocupado com a batalha de amanhã, milady – respondeu – Mas não tema, eu a protegerei.

– Estou certa que vai – sussurrou ela com um sorriso encantador, o loiro sentiu seu coração se acelerar.

Ela era tão pequena e tão frágil. Renly sentiu-se estupidamente grande e desajeitado naquele momento, mas poderia morrer amanhã. E não queria partir desse mundo sem esclarecer isso. O olhar dela se dirigiu para o sol poente e ela sorriu.

– É tão belo. Eu nunca me canso de olhar. Em Riverrun ele se punha sob a mata e o céu ficava vermelho, rosa e laranja, como aqui, porém de algum modo diferente. Em Casterly Rock era ainda melhor, pois se punha sob a agua, que refletia as cores, mas já deve saber disso, Sor... É tão belo.

– Sim. Mas nem se compara a sua beleza milady – disse ele sentindo seu rosto corar

Ela sorriu

– Obrigada. Mas não me chame de milady, creio que já somos próximos o suficiente para evitar formalidades, certo Renly?

– Como queira, Shiera – respondeu ele sentindo-se ainda mais nervoso – Eu sinto muito pelo que aconteceu em Harrenhall, garanto que não falharei de novo, hei de protegê-la.

Ela assentiu, naquele momento lhe pareceu mais bela que nunca, com os olhares sonhadores de uma donzela fitando o por do sol. Renly se aproximou lentamente, ela lhe dirigiu o olhar e corou um pouco por causa da proximidade. Devagar, com um medo de uma possível rejeição ele segurou o mais delicadamente que pode o rosto delicado dela entre suas mãos grandes e colou seus lábios.

Shiera não o afastou, e depois de alguns segundos de nervosismo entreabriu os lábios e o correspondeu. Uma alegria preencheu o coração do Lannister e ele mal podia acreditar no que estava acontecendo.

Ambos estavam muito concentrados em si para notarem o mundo ao seu redor, se tivessem olhado para trás teriam visto o olhar ferido de Sor Astor e ouvido quando ele saiu batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

Nem sei por onde começo minhas desculpas e justificativas. A verdade, meus queridos, é que após o ENEM quando prometi voltar, enfrentei uma série de problemas de natureza pessoal, que me roubaram toda a vontade e o animo de escrever.
Sei que foram meses sem nenhuma postagem, e que a maioria aqui quer me matar. Mas eu me esforcei para caprichar nesse capitulo e postar ainda em 2013. Rsrsrsrsrsrsrsrs
O próximo não sei quando vai sair, provavelmente na segunda ou terceira semana de Janeiro. Vou me esforçar para que assim o seja. Mas tenham consciência que eu não abandonei e nem pretendo abandonar a fic.
Mereço reviews?



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