Transtorno De Boderline escrita por Liz03


Capítulo 9
Transtorno de ansiedade


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não morri. Apenas a faculdade em fim de período tentando sugar minhas forças. Mas escrevi esse capítulo que é bem confuso, chato, "nada com nada", contudo,..... eu gostei aushauhs ô pessoal, pra capítulos normais busquem outra autora aushauhsuahs enfim, desculpem a demora. Bjs.

Se alguém gostar de ler com música, tenta beautiful da Christina Aguilera, acho que combina ;)



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Os principais sintomas do transtorno de ansiedade são a inquietação, palpitações, sudorese ou opressão no peito, sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarréia, outros apresentam mal estar respiratório, tensão muscular. Enfim,os sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa.

Não demorou muito e a Zoe bateu na porta do meu apartamento, trouxe um pretexto excelente: uma cesta de chocolates. Conversamos. Não demorou muito também para eu, com minha trufa sabor cereja em punho, chorar copiosamente no ombro de minha amiga. Ela lembrava que “ele era um estúpido”, que “não merecia uma pessoa tão boa” . Em seguida, fez uma lista de vinte palavrões que podíamos usar para chamá-lo, o que me divertiu. Explicou que o Bernardo viria pela noite, pois estava em outro estado, numa audiência, eu argumentei que não precisava, que eu estava bem, “mas ele fez questão”, “ele gosta muito de você Pan”. Meneei com a cabeça e comi mais uma trufa. Não gosto de sofrer na frente dos outros, mas vai ver é parte do que chamamos amizade, permitir que os amigos lhe vejam sofrendo, e aceitar ajuda.

Ainda estávamos comendo chocolate quando ele chegou, veio direto do aeroporto, então estava com uma mala, revistas de avião, paletó no braço, gravata folgada e frouxa, um tanto despenteado, parecia cansado, mas – sem dizer uma palavra- entrou. Pôs o paletó sobre a poltrona, abriu um dos bolsos da mala e retirando uma caixa de band-aids , disse:

– Fiquei sabendo que você precisava de um curativo – abriu a caixa, eram band-aids de bichinhos coloridos – então disse ao juiz, a Pan precisa de mim, vou indo, beijinhos – e colando o curativo na minha testa, completou com um semblante austero – Então saí do fórum e vim pra cá

– Sério? Você saiu no meio da audiência?! – disse num tom mais alto, e com o band- aid de bichinhos coloridos colado na testa

– ... – ele abaixou os olhos para depois voltá-los para mim – Não – disse rindo – Foi uma piada

Nós três rimos. E conversamos e comemos chocolate e pedimos duas pizzas gigantes por telefone. O Bernardo acrescentou mais três palavrões à lista de Zoe e manifestou sua vontade pessoal de “quebrar a cara desse filho da ¨%$!@”. Então eu e Zoe rimos, porque sabíamos que o Bê não era o tipo de cara que enchia alguém de porrada. Ele é do tipo que põe batatas fritas presas no lábio e finge ser um tigre dente de sabre . Ele é do tipo que pode fazer um discurso de duas horas sobre o sistema prisional brasileiro e depois sair com os amigos para jogar videogame por mais duas horas. O Bê nunca foi o tipo machão, ele não bateria numa mosca (mesmo que a mosca fosse extremamente irritante e desse um soco nele primeiro). Bernardo não é do tipo galã, sabe? Na verdade, mesmo com todos os conselhos meus e de Zoe, ele já disse para uma garota, no primeiro encontro, que ela tinha “pés de um ogro da Sibéria” (o que na opinião dele era um elogio ‘fofinho’). Enfim, o Bernardo é o típico melhor amigo, o cara que lhe faz rir, lhe consola, debate a filantropia segundo Nietzsche e dá boas razões para Harry ficar com Luna e não com a Gina.

Quando meus amigos saíram naquele domingo, as cores ficaram mais nítidas, as nuvens limparam o céu e onde antes havia um abismo inescapável, agora se via uma ponte de metamorfose. A transformação necessária – e muitas vezes, dolorida- que somos obrigados a vivenciar, cada um e todos, juntos e separados, ao mesmo tempo. Talvez, por obra do maquiavélico acaso, você tenha muitos abismos para transformar em pontes na sua vida. O que pode ser um grande e lastimável azar . Ou, uma belíssima oportunidade. Ora, não franza esse cenho como se estivesse lendo um livro de autoajuda barato, daqueles que pretendem lhe ensinar o que você já sabe. Consultemos o pão dos burros, o dicionário:

“Ponte= Construção que liga dois pontos separados por um curso de água ou por uma depressão do terreno.”

Não é que algumas pessoas mereçam ter mais abismos que outras, não. Eles acontecem. Acontecem. Como aqueles balões em festas de crianças, que estouram de repente, sem ninguém tocar. E eu não sou do tipo que dá conselhos, porque conselho parece coisa de gente sábia, o que – obviamente- não é o caso, mas a pressa.... está aí uma coisa maléfica. Faz parecer que você perdeu muito tempo ou que já não há tempo algum afinal. Da maneira mais cruel e vil, a pressa se torna a engenheira da sua obra, lhe diz que sua ponte precisa ficar pronta em alguns dias (e você precisaria, na verdade, de alguns anos), utiliza todos seus recursos e entrega a ponte. A priori, parece uma boa ponte, você dá os primeiros passos para fazer a travessia, tudo certo... porém, com mais alguns segundos de caminho ficam nítidas as rachaduras. A ponte vai cedendo. E você decide voltar correndo para terra firme,sim , era isso ou sua vida. Você se vira a tempo de ver a ponte cair completamente.

Um espetáculo de destruição.

O abismo lhe encara novamente, você até pensa em responder, mas os dias que você trabalhou dobrado para entregar a maldita ponte lhe roubaram o vigor e a disposição; as lembranças que poderiam lhe dar forças, você não as guardou com cuidado, então nos dias corridos elas se foram; seus materiais foram gastos sem cautela, porque o importante era ficar pronto. Que resposta você vai dar ao abismo agora? Responda.

Uma lágrima escorre com sinceridade, logo muitas outras virão. O abismo sorri, cresce, se multiplica, parece até mais fundo. Você quer ajuda, levanta os braços para que alguém lhe segure, para que alguém lhe abrace e diga que vai ficar tudo bem. Mas não tem abraço. Não tem ninguém. Você saiu correndo e não deixou que os outros lhe encontrassem, nem aqueles que mais se importam com você.

E quando o ar fugir dos seus pulmões;

Quando o coração apertar até doer;

Quando cada lágrima tiver o gosto mais amargo;

Quando o fracasso lhe chamar para dançar;

Quando não houver ninguém ao lado;

Quando você quiser gritar, mas não conseguir;

Quando a melhor resposta que vier na sua cabeça para dar ao abismo for pular.


Então deixe o ar entrar e respire fundo (três vezes);

Deixe as lágrimas escorrerem o quanto quiserem;

Deixe o fracasso ver que você fez aulas intensivas de tango;

Deixe as pessoas lhe encontrarem;

Deixe o som da sua voz ecoar e aproveite para cantar sua música favorita, pode desafinar a vontade;

Deixe o abismo perceber que você só vai pular se for fazendo bungee jumping para buscar os materiais que estão lá no fundo.


E construa sua ponde de novo, dessa vez demita a pressa, faça o melhor seja lá o tempo que isso leve. É o tempo para sua ponte. Respeite isso.


“Laissez faire, laissez aller, laissez passer” , mas (e me perdoe Legendre), faça, vá, passe, e seu tempo arriver.


Eu acordei na manhã seguinte com o sentimento de recomeço, era hora de acabar esse livro e começar o próximo, continuar a saga, então eu tenho páginas novas a escrever. O farei a partir de hoje.

Capítulo 1.


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Notas finais do capítulo

Alguém lendo ainda? Se sim, não sejam miseráveis, um comentário nunca matou ninguém (não de propósito....acho) . Se não,....bem se não, não.

bjoks.



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