Transtorno De Boderline escrita por Liz03


Capítulo 8
Id, Ego e Superego


Notas iniciais do capítulo

Caríssimas pessoas que leem isso aqui, esse capítulo é diferente. É um ponto que separa uma oração de outra, é a pausa para uma ressalva, é uma confusão esculhambada : ) Muito provavelmente, vocês não curtiram muitíssimo, mas talvez,há uma remota chance, de alguém ficar curioso, de balançar a cabeça e dar um risinho de canto de boca depois de suspirar "hum...". Veremos....
*Obs: Definição de hoje , fonte: http://www.freudpage.info/freudpsicoteoria.html
*Obs 2: Música para o capítulo Tell me now (What you see) - Máire Brennan.



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De acordo com a teoria estrutural da mente, o id, o ego e o superego funcionam em diferentes níveis de consciência. Há um constante movimento de impulsos e lembranças de um nível para o outro.

“Relembra os passos que ensaiara mentalmente, um a um. Tudo está certo. Tudo dará certo. Só que certo ou errado já é um conceito que não cabe. O que é certo? Ora, antes dessa pergunta, mais cabe questionar: Quem é você? Depois disso poderá ser levantada alguma dúvida sobre certo ou não, justo ou não. O que é certo é que certo não é. Certo está, está para alguém de determinado modo e não é uma noção unívoca, divina e intocável. Como quase tudo, diga-se com um arzinho de “eu avisei”. Põe as luvas, fecha os olhos por breves segundos, pede ajuda de qualquer mistificação que apareça de bom grado. O ar pesa em seus pulmões, olha para as luzes, é o certo. O seu certo, o certo daquele momento.”

(...)

“Mas está tudo bem, Pan. Está tudo bem. Tudo bem... - ele parece cansado- Porque isso não é justo com você, você nunca faria isso - está suando muito, como quando está nervoso- Eu te conheço...Você nunca faria isso...- apóia as mão na mesa, abaixa a cabeça, respira fundo - Por favor, Pan....- fecha os olhos por breves segundos - Responda, fique indignada, grite, se revolte, é isso que os inocentes fazem quando são acusados injustamente....FALE ALGUMA COISA!”

(...)

“É como uma peça de teatro, senhoras e senhores. Não aquelas com grandes estrelas e um roteiro de arrancar lágrimas e risos, muitas vezes, ao mesmo tempo! Não, não. Aquele script confuso, meio tedioso, meio escracho, você sabe como é....E a atuação... Bem, nada muito premiado, nenhum ator de verdade, o pasteleiro faz o vilão, mas só nas horas vagas, por exemplo. A platéia assiste um tanto impaciente, as damas olham os relógios repetitivamente torcendo para os próximos cinco minutos passarem em uma fração de segundos, os cavalheiros cochilam. Todos, atores, diretor, público, acham mais interessante o que está acontecendo nas coxias do que o que aparece no palco. A expectativa da próxima cena é infinitamente melhor do que esse momento pobre que é presenciado. Como dito, é bem como essa peça. Não nos interessa esse instante, melhor é o próximo. O desconhecido. É bem verdade que o desconhecido pode ser horrível....mas isso não importa. Ora, claro que não. Porque a expectativa é a do melhor possível. Bravo! Formidáveis somos nós que esperamos o melhor do outro. Do outro. A peça é ruim mesmo, mas a platéia apática também é culpada. Culpada. E quem é você para apontar o dedo arrogante e dizer: culpada? Você é platéia. E platéia não atua. Subam no palco, queimem as coxias, rasguem o maldito e fadado roteiro. Tomem posse da atuação. Não pergunto se é certo (já disse que isso é muito, muito, muito relativo), porquê não me interessa quem vendou seus olhos ou de que cor é a sua venda. É como uma peça de teatro, senhoras e senhores, mas não assistam, interpretem, não ignorem, conheçam...Precisamos nos conhecer....E já chega de decorar as falas. Queimem tudo!”

(...)

“O que você quer que eu diga? - ela parece cansada - Eu já disse, já disse mil vezes - tem os olhos inchados, parece ter chorado - Não adianta, não adianta...- olha as mãos e , ainda está olhando, quando não está mais, está em outro lugar - Eu...- olha para ele como se fosse encontrar as palavras, não encontra e volta a abaixar a cabeça - Eu não sei...

Não sabe?! Você....Diga o que você sabe então, mas diga alguma coisa!

Vá embora - ela o encara séria, ele está esperando o resto da frase, mas ela apenas repete - Vá embora - ele não se mexe; ela levanta e bate na porta - Quero sair - e então sai, e ele fica. Recolhe os papéis, respira fundo, uma lágrima de raiva, de medo ou de pena escapa como uma fugitiva. O pior é que ela tem razão, se a verdade é o que parece, ele não a quer. Não aceita. Como uma criança recusa uma roupa de presente de aniversário e faz birra até ganhar um brinquedo, ele vai se jogar no chão e chorar até que ela diga que tudo não passa de uma brincadeira, que a verdade é um lindo brinquedo colorido com luzes que piscam ao som de uma música contagiante. Olha para a porta pela qual ela saiu, lembra da feição dela ao ouvir as acusações, compara com as lembranças que tem do rosto dela, não, não. Bate na porta e ela se abre. Entra no carro. Chega até sua casa. O cachorro esperava deitado, como se quisesse notícias, ele senta no sofá, e o animal apóia a cabeça em seu joelho. Ele também está desconfiado de que não é um brinquedo colorido. O telefone toca, tem medo de atender, tem medo de transformar em palavras o que já está em sua mente, porque tudo parece pior quando transformado em palavras, se você deixa só no pensamento ainda não é concreto, ainda pode ser um devaneio estúpido. Palavras não. Palavras serão lembradas, como uma marca que queima a pele do gado.

Para sempre.

Então não atende, fecha os olhos por alguns segundos e deseja não precisar abri-los. Malditos presentes que não são brinquedos”.

(...)


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Notas finais do capítulo

Sim, curto e confuso. Sim, sei que não deve ter ficado grande coisa, mas sim, eu gostei. Não, isso não é desculpa pra não comentar kkkk inté.



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