‘’Inteligentes escutam a mente, estúpidos escutam o coração. Seja estúpido. ’’ - Demi Lovato.

Após a dança o casamento continuou e eu me esforçava para dar atenção a todos que estavam a minha volta, de vez em quando me sentava com a minha família e alguns minutos depois era chamada para tirar fotos com todos os convidados, ou então para uma revista qualquer. Tudo passou muito rápido, muito mais rápido do que eu gostaria. Meu casamento foi algo mágico, algo que fez eu finalmente entender o motivo pelo qual as pessoas - apesar de tudo - continuam lutando umas pelas outras. Eu entendi que mesmo que ele me magoasse mil vezes, mil vezes eu o perdoaria. E não importa que duvidassem, se não conseguissem entender... Eu sabia, eu sentia e a única pessoa que precisava saber disso era ele... Ele era o único que precisava saber de todos os meus sentimentos e então eu percebi que você não tem que gritar para milhões de pessoas sobre o seu amor, apenas mostrar a ele que realmente o ama...

O mundo de hoje esta caindo, desmoronando por falta de amor... Então ame, ame sem pontos, sem vírgulas, sem reticências e sem pontos de interrogação... Não se arrependa das coisas que não fez... A viagem que não fez, o amor que não viveu, a festa em que não foi... Eu entendi que apenas existir é muito pouco, que é necessário viver tudo com muita intensidade... E é por isso que não tenho vergonha de dizer que o amo, um amor sem barreiras... Um amor que ultrapassou os limites do entendimento de qualquer um... E eu então entendi que esse sim é o verdadeiro amor.

O amor que te faz rir até a barriga doer, ou então ficar sorrindo tanto que as pessoas chegam a te chamar de louca... Um amor leve, que mesmo com as brigas, não diminui... Um amor com gosto de brigadeiro e cheiro de algodão doce... E durante todos os anos do meu casamento eu percebi também que para um casamento dar certo é necessário conquistar o outro todos os dias, aprendi que o amor vai muito além do que apenas três palavrinhas ao acordar e ao se deitar... O amor vem dos pequenos atos, das brigas evitadas, dos filmes juntinhos e principalmente, do apoio nos momentos difíceis. O fato de o Edward ser príncipe não ajudou em nada. Depois que nos tornamos reis as dificuldades finalmente apareceram. Não tínhamos mais tempo útil e ficar junto era quase impossível. Chegávamos e saíamos cansados de casa, muitas vezes sem nem trocar um olhar. No começo nós tentamos evitar tudo isso. Evitar que a rotina e o cansaço fizessem o nosso amor esfriar, mas depois de um tempo ficamos cansados de lutar contra a maré. Sexo era algo raro, apenas em ocasiões especiais.

Eu tentava ignorar tudo isso, ignorar a dor que aquela distância me causava mas chegou um dia em que não deu mais... De repente a gente parou de se ignorar e passamos a brigar, jogar todas as nossas frustrações encima do outro e aquilo só foi acabando com o nosso relacionamento. Todos tentaram nos alertar que se não mudássemos, isso só ficaria pior, mas nós estávamos tão cansados, tão frustrados com tudo a nossa volta que não nos importamos. Continuamos brigando.  Algumas vezes dávamos uma trégua e parecia que tudo ficaria bem, mas alguns dias depois, brigávamos de novo.

Nesse meio tempo eu acabei engravidando. Tínhamos dois anos de casados e aquilo foi sem duvida alguma o ápice do nosso casamento. Não brigávamos mais e eu passei a sair menos de casa, e com isso ele passou a conviver mais comigo. A notícia da gravidez acabou repercutindo no mundo todo, e novamente eu voltei a ser a capa de todas as revistas. Eu estava feliz e satisfeita, tudo parecia finalmente dar certo... Até que em uma tarde eu acabei perdendo o bebe.

Eu o culpei e ele me culpou... Brigávamos todos os dias e ainda tínhamos que sorrir para nossos amigos e para as câmeras... Eu estava exausta e cheguei a me perguntar se tinha mesmo feito a escolha certa... Se eu não tivesse me casado com um príncipe provavelmente seria uma ótima psicóloga, teria uma família sadia e conseguiria manter a gravidez... Eu estava com duvidas e foi ai que eu decidi conversar com Renée e Esme. No começo eu fiquei com muita vergonha, como diria algo assim a elas?.

Apesar de tudo, elas me ajudaram. Disseram que isso era normal e que eu deveria pensar em tudo que eu e Edward tínhamos vivido, se realmente era necessário e adequado terminar tudo. Eu pensei durante longos meses e depois de um tempo, mudei minha postura. Eu não gritava mais, eu simplesmente ia para o meu quarto e ficava ali. Eu ainda me sentia massacrada com a perda do meu primeiro filho. Sentia-me uma mulher fraca. Que não conseguia nem ser mãe e nem ser uma boa esposa.

Em uma sexta feira a noite, Edward chegou mais cedo e pediu para que conversássemos. Ele pediu para que eu me abrisse com ele, como quando éramos namorados. Eu estava tão fraca, tão perdida e implorando por apoio. E foi isso que ele me deu. Ele me deu colo, me ouviu e me entendeu. Pediu perdão por todos os gritos e brigas e disse que jamais me abandonaria. Que não queria jamais me ver chorando e que ele estava realmente disposto a cumprir sua promessa de me fazer feliz para todo sempre. Eu chorei. Ele chorou.

Na manhã seguinte quando eu perguntei o motivo pelo qual ele resolveu ir conversar comigo, ele respondeu: Eu finalmente entendi que não podia te deixar sofrendo. Que eu não tinha o direito de jogar tudo encima de você e principalmente... Que eu ainda te amava mas estava tão perdido tentando encontrar um caminho para voltar pra você, que me perdi novamente... Eu te amo Bella e não quero te machucar. Nunca quis. Anteontem eu te vi chorando e aquilo foi um basta. Eu disse a mim mesmo que não poderia deixar aquilo acontecer. Seu brilho estava se apagando, seu sorriso murchou, e tudo era culpa minha... Eu te peço perdão.