Bright Lights [HIATUS] escrita por Dani


Capítulo 3
Lori LeeBurn


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, mil desculpas pela demora e por não responder os reviews, mas estou em semana de provas, prometo semana que vem ser mais atenciosa com vocês, e Izzy eu simplesmente pirei na sua recomendação, duas recs em dois caps, vocês querem me matar de felicidade né? *-* Espero que gostem amores :)



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- Como foi o primeiro dia? Não foi tão ruim, não é mesmo? – minha mãe sorridente me perguntava isso todo ano quando eu voltada do primeiro dia de aula. Eu dizia que não, mas no fundo queria dizer que sim.

Eu não tinha amigos, eu me sentia sozinha o tempo todo quando estava por lá. Mas quando eu tinha seis anos isso fora diferente, eu finalmente fiz um amigo.

Eu estava sozinha no intervalo entre as aulas quando as outras crianças conversavam e riam das crianças desajustadas, como por exemplo, eu. Eu criava em minha cabeça os alvos certos, nas arvores que ficavam no fundo da escola e jogava minha faca nelas. A faca não era realmente minha, era um das coisas que minha irmã mais velha, Clove, deixou como lembrança.

- Você deveria estar brincando com bonecas. – eu ouvi uma voz também infantil, mas que parecia um pouco mais madura que a minha, falar.

Dei de ombros, mas isso me fez parecer ainda mais infantil, já que eu vestia um vestido rodado com lacinhos cor-de-rosa nos ombros. Eu odiava aquele vestido, mas meus pais amavam-no.

- Você é o novato. – comentei e ela deu um sorri tímido. Se aproximando de mim percebi que era mais alto que eu, eu era da altura de seus ombros, e mesmo parecendo muito jovem era muito saudável, me lembrava as fotos que eu vi de minha irmã, ela fora treinada desde criança para vencer os Jogos Vorazes, ela tinha certa força, um ar de preparação que você podia notar pelas fotos ou vídeos caseiros que tínhamos em casa, ele tinha essa mesma coisa.

- Você é a garota das facas. – ele disse. – As outras crianças da escola têm medo de você, sabia?

Dei um sorriso porque internamente eu sabia disso, e por algum motivo desconhecido, eu gostava.

Aquele dia foi apenas o inicio. Passávamos intermináveis tardes pelas florestas, que haviam entre as montanhas do Distrito 2, eu brincava com minha faca, ele treinava com sua espada, e conversávamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Com o tempo passamos a ficar sempre juntos, e aqueles assuntos irritantes sobre namoro sempre surgiam na escola e em casa, e até nós começamos a acreditar nisso. Quando completei 13 anos ele me deu um beijo tímido em meus lábios virgens. O beijo mais doce que já recebi na vida.

...Até que fomos a Capital.

Em uma excursão da escola, quando eu tinha dezesseis anos, fomos a Capital. Ele tinha 17. Tudo era tão brilhante e belo, mas eu os odiava, eu sempre havia culpado a Capital pela morte de minha irmã mais velha. Eu e meu pai tínhamos esse defeito, de guardar rancor.

Nessa excursão fomos a museus, teatros e milhares de lugares, até que me perdi do restante do grupo quando entramos em uma biblioteca redonda e gigantesca. Tentei encontrar meu grupo, mas acabei esbarrando e caindo em cima de um garoto que estava sentado entre duas estantes de livros.

- Me desculpe. – lembro de ter gaguejado algo assim quando conheci Lucca.

- Eu não devia estar sentado aqui, de qualquer forma. – ele falou com os olhos azuis grudados nos livros que estavam em suas mãos. Erguera os olhos até mim e me fitara curioso, quando ficou em pé se revelou mais alto que eu. – Existem cadeiras para isso. – deu de ombros e sorriu.

Eu sei que conversamos naquele dia, mas tudo que me lembro é de meu rosto ardendo em chamas, a cada coisa que ele dizia eu ficava mais sem graça e ele dizia que eu estava vermelha, eu dizia que era por culpa do sol. Mas bem, qualquer garota saberia que o sol não tinha nada a ver com aquilo.

Ele era gentil, falava corretamente e era eloqüente. Tão belo. Seus cabelos dourados e seus olhos azuis como o mar eram tão olháveis, eu só queria olhá-lo, até que minha turma me encontrou. Na verdade, meu amigo de longa data me encontrara. Ele estava ofegante e vermelho, como se houvesse corrido por toda a biblioteca antes de me encontrar.

Quando me encontrou ficamos os três calados e ele me disse que a turma me esperava, mas eu não queria ir e respondi a ele de um jeito rude, minha timidez foi embora, e a garotinha rude e irônica que eu sempre fora estava de volta.

Lucca nos olhara dois como se nos estudássemos.

- Vocês estão... juntos? – ele pareceu querer saber como se fossemos personagens de uma historia intrigante, não como se ele tivesse algum interesse em mim. Foi a primeira vez que eu senti os vestígios da maldita rejeição, mas não liguei na época.

- Nós? – eu perguntei e dei uma risada alta demais. – Nunca, não temos nada. Somos apenas da mesma escola.

E aquelas foram as ultimas palavras que nosso quase relacionamento teve. Huggo Starkk virou-me as costas naquele dia e nunca mais me dirigiu a palavra. Na única vez que conversamos depois daquele dia ele repetiu minhas palavras:

- Apenas da mesma escola. – ele repetiu com um tom de voz amargurado, mas na época eu não importava tudo que importava era Lucca Odair. Eu mal sabia que saberia exatamente o que Lucca sentira aquele dia, quando a viajem por Panem recomeçou.

---

- Nada pode nos separar esse ano. – eu disse passando brilho labial nos lábios. Eu me referia a mim e a Lucca. Não que houvesse algo entre nós, além da zona de amizade, a qual estávamos presos desde meus treze anos, quando me apaixonei por o garoto dos olhos azuis.

Ele e Vênus haviam terminado, e ele, por algum motivo que não me revelara, a odiava tanto que ficaria longe dela por um bom tempo.

Segui pelo trem, tentando parecer distraída, como se eu não ansiasse pelo começo da viajem todos os anos. Como se eu não ansiasse pelo período anual em que eu e Lucca ficávamos juntos o tempo todo. Éramos os únicos viajantes que não levava aquela viagem aquela farsa de descendentes felizes viajando por Panem, a sério. Ou seja, passamos bastante tempo juntos durante as viagens. Ele era o motivo pelo qual eu participava daquilo todos os anos.

- Bom dia. – eu disse a uma garota miúda, de cabelos negros e enrolados que se sentou a mesa. Eu nunca a vira antes, mas havia algo nela que me parecia muito familiar.

- Lori, Lori, Lori. – Lucca chegou me cumprimentando e bagunçando-me os cabelos. Queria não me sentir como uma criança todas as vezes que ele fazia isso, mas eu sentia.

- Odair. – o cumprimentei fingindo estar grogue de sono, mas no fundo minha pele formigava quando ele esbarrava em mim. Eu o odiava por isso, por ser alguém tão... por eu gostar tanto dele.

Depois que conheci Lucca uma coisa que aprendi é que as emoções bagunçam a cabeça e a vida das pessoas. Antes de Lucca eu era tão cheia de ideais, me chamavam de feminista algumas vezes, mas eu realmente acreditava em coisas diferentes. Eu às vezes sinto que corrompi parte de mim assim que me apaixonei por ele. Antes eu era, como alguns me caracterizavam, fria e calculista. Depois me tornei frágil e emocional, não que eu deixasse alguém perceber essa mudança, mas eu a sentia todos os dias.

- É bom te ver consciente. – os lábios de Lucca se abrem e me surpreendo, já que ele não fala comigo.

Ele e a garota que não conheço começam uma conversa animada, Lucca a deixa sem graça várias vezes, posso ver por sua feição enrubescida. Enquanto isso reviro minha cabeça procurando me lembrar quem ela é.

Sento-me ao seu lado e ela me olha parecendo indefesa e assustada. Lembro-me de alguma coisa que Lucca me disse noite passada.

– Então é ela a garota do corredor? – pergunto.

– É sim. Eu reconheceria a bela dama que caiu em cima de mim enquanto eu andava pelo trem em qualquer lugar. – Lucca diz e minha garganta seca de repente, ele nunca me elogiara assim. – Ou isso, ou porque o rosto dela está em todo lugar e é difícil não reconhecer. – ele diz me olhando. Com uma piscadela entendo o que ele quer dizer.

Filha do Tordo.

– Quem diria que a Filha do Tordo cairia nos seus braços na primeira vez que o visse. – eu disse divertindo Lucca, mas eu não realmente achava aquilo divertido.

– Você sabe, não sou do tipo resistível. – Lucca diz e eles trocam olhares demorados. Como se mal pudessem esperar que eu desse o fora dali para conversarem como se fossem velhos amigos.

Damos umas risadas, conversamos e nos apresentamos. Ela se chama Primrose, mas isso não realmente importa já que Lucca olha para ela como se estivesse frente-a-frente com a mais bela das obras de artes.

E isso machuca.

–--

Um dia estávamos quase na metade da viagem e pensei em visitar Lucca. Infelizmente nada estava sendo como eu planejara, e eu não conseguia lidar muito bem com isso, eu simplesmente me isolara, e me sentia envergonhada por isso. Lucca não tinha culpa se eu o amava, afinal de contas, ainda éramos amigos.

Quando cheguei perto de seu quarto ouvi duas vozes falando e me esgueirei até o canto do corredor.

Primrose saiu do quarto desarrumada e correndo, como se tivesse...dormido ali.

Lucca sai na porta e olha enamorado a garota sair correndo com seus cabelos negros deixando um rastro pelo corredor.

- Lori. – ele me avista e me puxa para dentro de seu quarto. – Effie está por ai acordando a todos, é melhor ela não ver que você está fora dos quartos.

- Ah, sim. – digo ainda atônita.

- Você está bem? – ele me pergunta me olhando nos olhos, uma das coisas que eu mais odeio sobre ele, como ele olha nos meus olhos e me deixa boba, sem saber o que falar, como se eu absorvesse tudo e me deixasse com nada.

- Sim. – balbucio.

- Está sumida. – ele sorri me dando um abraço. – Eu queria tanto te contar sobre tudo. Primrose é... É... incrível. – ele diz sorrindo e vestindo uma camiseta.

Porque diabos ela dormiu aqui ele estava sem camiseta?

- Porque ela dormiu aqui? – pergunto a ele em tom de acusação.

- Vimos uns filmes até tarde, nada demais. – ele me conta. – Você sabe quem entrará na viajem hoje?

- Lucca o que está acontecendo entre vocês? – pergunto mudando de assunto.

- Hoje é um dia importante. – ele diz arrumando o quarto, também mudando de assunto.

- Ela é uma criança. – digo com a voz aguda, a garganta seca, me sentindo infantil.

Ele me olha.

- Você desaparece, não fala comigo por dias, porque pensa que tem direito de vir aqui e me dizer o quão errado eu estou sem nem parece querer mais fazer parte da minha convivência? – ele diz calmo e baixo quando está irritado.

Como eu odeio toda essa educação que ele tem, até mesmo quando está nervoso.

- Você deveria estar contente por mim, você sabe como eu fiquei por Vênus...

- É apenas uma questão de tempo, quando ela te magoar você vai vir e me contar mil coisas sobre como você achou que ela era a garota certa. – digo e sinto que as lagrimas estão próximas. Lucca me joga um olhar miserável, mas não ouço o que ele tem a dizer já que saio do quarto correndo.

Correndo pelos corredores do trem algo me para.

Uma risada estridente e alta acompanhada de uma risada rouca e contida.

- Huggo? – digo automaticamente. Quando olho a sala cheia de sofás do trem vejo Huggo conversando animadamente com a melhor amiga de Primrose, Annelys.

“- Você sabe quem entrará na viajem hoje?” – lembro-me das palavras de Lucca. Os Cavaleiros de Panem.

Coloco a mão na cabeça, tendo certeza de que o meu dia não pode ficar pior até que ouço a voz do mal, que é o apelido que dei para a voz de Vênus.

- Eu estou farta. Não posso mais fazer isso. – ouço ela dizer de algum dos compartimentos que dá para a parte aberta do trem.

Escondo-me na dobradiça do corredor, novamente, mesmo sabendo que dá ultima vez que fiz isso vi algo que preferia esquecer. Vislumbro a garota ruiva sair correndo e jogar um aparelho metal no chão, também metálico, do trem.

Um comunicador daqueles modernos da Capital.

Assim que Vênus desaparece pego o aparelho e vejo que uma voz aguda ainda grita através dele.

- Sim? – digo ao comunicador.

- Quem fala? – pergunta uma voz nervosa.

- Lori LeeBurn. – digo séria percebendo, pelo sotaque, que quem fala é da Capital.

- Lori LeeBurn.- ela diz como se anotasse meu nome enquanto fala. Ouço barulhos de computadores, maquinas, pessoas digitando, correndo, lendo, analisando. E então a garota solta um suspiro de prazer quando começa a ler várias informações a meu respeito, como se tivesse pesquisado sobre minha vida em questão de segundos. – Eu sou Mist e preciso da sua ajuda.


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Notas finais do capítulo

E então? Comentem, favoritem, recomendem e claro, me digam o que acharam *-* Não sei se perceberam mas em cada cap a história anda mais um pouco, ou seja, até o ultimo cap provavelmente teremos um pouco da continuação de ML. Ou seja, continuação do ultimo cap *-* espero que estejam gostando, proximo cap do Huggo, não parece importante mas é, e alguém se lembra o parentesco dele? porque vou abordar muito isso no proximo, e dona Ruth, eu prometo que quando tiver mais tempo começo a te mandar o caps pra betar. KISSES FROM D2 ♥