Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi, gente!! Me desculpem a demora, MESMO e o tamaninho desse capítulo, mas eu TINHA que terminar naquela parte SAHSUAHUASHUAHUSAHSUAHSAU Ç.Ç Aqui está o capítulo /o/ Boa leitura!!



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Do outro lado da parede, grunhidos estranhos e abafados soavam irregulares e ofegantes.

                - Vince!! Annh!!

                Aquela voz era familiar, Will e eu nos entreolhamos silenciosamente.  O moreno ergueu uma sobrancelha quando outra vez um gemido sufocado se espalhou pelo ambiente. Por algum motivo, comecei a ficar constrangida. Logo pudemos perceber outros gemidos, mais grossos e roucos do que os anteriores e algo rangendo. A primeira voz soltou o que provavelmente era um grito de êxtase.

                Era Tony.

                Cochichei isso no ouvido de Will, que concordou e me pediu baixinho pra não fazer nada e esperar. Ele tateou a parede de madeira e encontrou uma fresta de onde escapulia um leve feixe de luz amarelado. Com cuidado, fechou um olho e espiou pelo buraco com o outro. Não deu nem 3 segundos pra Will ofegar de surpresa e ficar branco como papel.

                Me aproximei, perguntando interiormente o quê havia de errado quando o menino me afastou com pressa, quase me derrubando. A coloração bizarramente pálida fora substituída por bochechas rubras. Ele cerrou os lábios e sussurrou no meu ouvido.

                Era Tony. Sim. E Vincent. Fazendo.

                O moreno não chegou a completar a frase, nem explicar o que eles estavam fazendo, mas eu já sabia. Seria melhor para nós dois que eu simplesmente dispensasse as explicações.

                - E agora, o que fazemos? – Formei a frase com lábios.

                Will meneou a cabeça frustrado.

                - Não sei. Acho que só resta ficarmos aqui.

                Não lembro ao certo quanto tempo ficamos lá, quietos, aguentando os gemidos reverberarem, os dois vermelhos. Pareceram horas, apesar de provavelmente terem sido minutos. Eu nunca pensaria que teria que ouvir esses... sons tão cedo.

                Provavelmente já sabíamos desde o começo o que estava acontecendo, seja pela página rasgada ou a adoração de inglês pelo seu empregado, mas tornar tudo verídico era simplesmente outra coisa. Tony era agora, oficialmente, nosso suspeito principal, afinal, seu pai era homofóbico.

                Tentei imaginar qual foi o acontecimento que culminou na morte do Sr. Murray, mas o máximo que saiu foi bons scripts para novela mexicana.

                Mas eram possíveis.

                Não sei quando, mas à uma altura do campeonato, eu caí no sono, e Will também, imagino.

                --xx—

                - Holly!! – Minha mãe me chamava. – Vem tomar café da manhã!

                Levantei da cama, encarando minhas próprias mãos. Tudo foi um sonho? Era tudo imaginação minha? Salem ronronou do meu lado, na sua costumeira almofada, ao lado de minha cama. Acariciei seu pelo macio, passando a outra mão pelos meus cabelos, embaraçando-os.

                Meu quarto continuava o mesmo. As mesmas pilhas de livros. A mesma colcha colorida. Os mesmos bichinhos de pelúcia. Os mesmos quadros. Mas, por algum motivo, eu não me sentia confortável ali, não parecia meu próprio quarto. Era hostil, como quisesse me expulsar, uma girafa de estopo me olhava com ódio do canto do quarto.

                Me apressei em sair dali. Eu devo estar é ficando maluca. Primeiro, eu sonhei que fui transportada para a antiga Londres por um cachimbo das dorgas, que, coincidentemente, era o cachimbo do meu ilustríssimo herói, Sir. Sherlock Holmes, que, depois de um tempo de convívio, se provou nada ilustre, muito menos heroico. Talvez um bully versão adulto egocêntrico e perturbado.

                Agora um quarto do mal. Era só o que faltava.

                Como se eu fosse sugada por esse sonho fantástico, eu simplesmente não conseguia afastar meu pensamento de Londres e todas as aventuras que tive. Tudo parecia tão real. Eu ainda podia sentir a aura suntuosa de Londres naquela época, classuda. Ainda sentia meu traseiro dolorido depois de tanto andar de coche. Lembrava vividamente da Lady Victoria, Watson, Sra. Hudson, Sherlock e... Will...

Com o simples pensamento naquele nome, meu coração parecia saltar do peito. Eu não poderia ter simplesmente imaginado o moreno alto, certo? Era real demais pra ser mentira. Seus olhos cinzentos eram doces demais. O cabelo curto, espetado demais. As mãos grandes, quentes demais. Aquele sentimento, palpável demais. Palpável demais pra ser mentira.

Lágrimas se afloraram nos meus olhos. Eu tinha perdido Will? Não. Eu nunca tinha o ganhado. Observei acusadora o corredor pelo qual andava, me sentia dispersa.

Estávamos quase resolvendo o caso, quase vencendo Watson e Sherlock, quase ultrapassando as anotações...

As anotações. Gritei qualquer desculpa pra minha mãe e corri pro sótão, tirando a poeira que cobria a montanha de livros, procurando por aquele pequeno diário de couro marrom.

Ele não estava lá.

Era tudo uma mentira, uma enganação.

Desci as escadas desanimadas e olhei para um calendário pregado na parede. Pelo menos hoje era sábado.

Mastiguei o café da manhã, não sentindo gosto nenhum, minha mãe estranhou meu silêncio, mas não falou nada.

Eu iria esquecer de tudo isso algum dia? Era possível um sonho te deixar tão abalada?

Caminhei apaticamente de volta pro meu quarto e caí na cama, sem me importar com os olhares maldosos das pelúcias.

Quem sabe eu conseguia voltar para meu sonho.

--x—

Minhas pálpebras pareciam pesar quilos e quilos, meu corpo estava mole, como se eu tivesse sido anestesiada. Conseguia sentir a luz no ambiente, mas continuava sem conseguir abrir os olhos.

- E então? O que fazemos com eles?


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Notas finais do capítulo

Eu ia postar um desenho junto, mas nem cheguei a terminar ele, desculpa, de novo Ç.Ç Então, gostaram? *wwwwwwwwwwwwwww* Bem, enfim, esse foi o capítulo e obrigada às fofas que estão me mandando reviews >www< Eles que me motivam durante todo esse tempo!!



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