Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... De novo Ç.Ç Enfim, um capítulo saído do forno, espero que gostem o/



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Enquanto a gente se dirigia para a mansão Murray, eu checava as marmitas. Um pouco de carne assada, salada, batata. Me lembrou da época que eu comprava pacotes de comida pronta no armazém da esquina quando minha mãe se ausentava por causa do trabalho.

De brinde: Uma garrafa térmica cheinha de chá. Malditos ingleses e seu chá.

Mas tudo cheirava muito bem, apesar do odor ser encoberto pela costumeira fumaça saída do cachimbo de Holmes. Não queria nem imaginar o estado de seus pulmões, apesar do mental também não passar muita segurança. Depois de um tempo vivendo com o detetive, passei a ver ele menos como um herói e mais como um egocêntrico genial.

Embrulhei novamente com cuidado a comida e guardei na mochila de Will, sob o olhar inquisidor de Sherlock. Ele provavelmente queria que Sra. Hudson nos deixasse morrer de fome.

Passamos as enormer grades do começo da propriedade, indo para a estrutura principal. Will olhava entediado as ainda suspeitas flores queimadas pela janela.

O dia transcorreu normalmente, continuamos investigando e conversando com Tony, não fazendo muito progresso, já que como a anta do Will pressionou ele, o menino acabou ficando mais cauteloso. Investigações são um tanto entediantes, descobri, já que nos livros não chegam a contar as inúmeras vezes que não acontece nada. Sherlock e Watson também estavam estranhamente lerdos. Talvez nos testando.

Naquele dia, eu estava estranhamente absorta. Perguntava se Salem ficaria bem sem mim, totalmente alheia à maluquice que iríamos fazer. Apoiei meu braço na mesa e deitei nela. Estava no meio de uma biblioteca, ao meu lado, Will conversava calorosamente com Tony, tentando quebrar o gelo.

Minha mente voou, por algum motivo, para o dia que fomos com Watson à casa do menino, aquele que tinha comido um teixo, e pensei como a natureza era, na verdade, perigosa. Levantei calmamente e comecei a observar as lombadas dos livros na estante à frente. Será que eu conseguiria encontrar o livro de origem daquela página que achamos na gaveta de Tony? Acho que não. Lembrei o que Sherlock disse sobre o Sr. Murray se homofóbico e suas investigações, quando a empregada, Lacie, contou que Sr Murray botou fogo em livros. Em poucos livros.

E se os livros gays foram esses poucos livros seletos? Sim, claro, o homem já estava perturbado, mas um acadêmico não queimaria livros por nada, pelo menos não apenas alguns, considerando seu estado mental. E teria mais sentido Tony ter uma folha. Como se tivesse resgatado pelo menos uma parte de seu livro favorito... Sr. Murray provavelmente não gostaria de saber que o filho lia livros gays.

Parei de pensar sobre isso quando meu olhar repousou em um livro sobre plantas tóxicas. Lembrei sobre o teixo.

Pedi permissão para Tony, ao pegar o livro, o mesmo engoliu em seco discretamente, e me permitiu folheá-lo.

No sumário, mil nome de árvores, flores e frutos se estendiam por três páginas. Achei o teixo e li sobre ele. Era bem comum, principalmente na Europa. Tinha frutinhas vermelhas, e bem venenosas, a única parte não tóxica, na verdade, são suas sementes.

Terminando de ler aquele artigo, fui passando as páginas lentamente. Percebi que a Europa era cheinha de plantas venenosas, mas depois percebi que igualmente eram a Ásia, África e América. Só não tinha visto nenhuma da Oceania até agora.

Nunca tinha visto a maior parte das plantas, mas estranhei quando vi a foto de um lírio. Pensei que lírios não fossem venenosos.

Interessada, descobri que não era um lírio, mas uma planta similar chamada Trompeta de Anjo. Era originária da América do Sul e era completamente tóxica, usada de alucenógino, mas que, como cada planta tem concentrações diferentes de toxina, não era possível calcular a quantidade ingerida, fazendo com que as pessoas morressem de overdose.

Lembrei de como Tony pisoteara um lírio remanescente da queimada. Muito suspeito.

Para completar, em seu diário, Watson escreveu como Dorothy Murray se gabava do filho como um farmacêutico e jardineiro, comentando como o mesmo plantava e cuidava de plantas de toda a parte do mundo.

Isso era suspeito, implorei para que ainda achássemos os restos pisoteados do lírio, talvez Watson pudesse analisar a flor.

Senti como uma luz aparecesse em nossa investigação, mas também fiquei meio receosa: E se o doce Tony fosse o culpado? Ele era calmo, simpático, um pouco tímido, mas divertido, lembrava um amigo meu da escola.

Eu queria contar tudo isso o mais rápido o possível para Will, além de pedir para ele esclarecer o episódio do bolo de cenoura. Anotei, discretamente, num papelzinho as informações sobre a Trompeta de Anjo num papelzinho, guardando-o no bolso. Deixei meu olhar pousar em um relógio que havia no aposento. Ainda era cedo. Faltava muito tempo para “irmos embora”.

A tarde passou sem maiores imprevistos. Logo estávamos reunidos dentro do coche, com Sra. Murray acenando para nós em despidida. Quando o cavalo começou a trotar, a mulher entrou na casa, e eu e Will pulamos para fora, indo nos recorrer às sobras das árvores enquanto ainda não escurecia.

Comemos as batatas da marmita, só pra não dizer que não fizemos nada, e expliquei rapidamente o que eu descobrira essa tarde. O mais alto apenas acenou a cabeça, concordando, com a boca torcida. Queria tanto quanto eu que Tony não fosse o responsável pelo assassinato.

Quando o sol se pôs e a lua apareceu, iluminando tudo levemente, corremos para as cinzas do canteiro, tentando nos lembrar onde, exatamente, a flor estava. Trabalhávamos em silêncio, tensos. Minhas mãos já estavam mais que totalmente sujas de fuligem.

Senti Will vibrar ao meu lado, e o moreno estendeu uma coisa esmagada que já fora uma flor, e, rapidamente, peguei uma sacolinha de minha bolsa e embrulhei-a. Sorrimos, cansados, um para o outro. Nossa vitória parecia bem certa.

Fazendo o possível para acompanhar o movimento das sombras das árvores, voltamos a nos embrenhar na floresta, ficar no canteiro queimado era perigoso, já que era aberto. Demos sorte de ninguém ter olhado para fora da janela e nos descoberto.

Quando estávamos aparentemente seguros e escondidos, ouvimos latidos de longe.

Senti meu sangue gelar e agarrei o braço de Will.

Eles estavam cada vez mais próximos.


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Notas finais do capítulo

Acho que essa fic já está na reta final x.x Deus, já tenho os próximos capítulos todos planejados MUAHAHAAHAHAHAEnfim, espero que tenham gostado, e, qualquer erro me avisem - não revisei o capítulo x.x - e não hesitem em mandar suas opiniões e críticas!!! Bjs e até o próximo o/



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