Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Trago, finalmente, um capítulo com número apropriado de palavras!!! Finalmente minha criatividade tá voltando, acho. Esse capítulo está mais pra (quase) romance do que comédia, mas espero que gostem!!
Boa leitura!!



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Ao entrarmos na carruagem – vocês sabem bem o meu amor por essa invenção do vigésimo inferno, mas continuando – Sherlock resumiu, e muito, que a empregada falou umas coisas suspeitas.

- Suspeitas como? – Perguntei.

- E você lá precisa saber? Suspeitas. Ponto.

- Cabeça dura bobão.

- Energúmena.

- Dá pra pararem? – Watson bufou. – Estão parecendo duas criancinhas!

- E você a mamãe. – Will completou, mas Watson não conseguiu negar e riu levemente, junto com Holmes.

- E então? – O médico começou. – Vocês descobriram algo?

- Suspeitas...

- Que tipo? – Sherlock foi obrigado a perguntar.

- E você lá precisa saber? Suspeitas. Ponto. – Eu e Will respondemos em uníssono, deixando um sorriso sacana transparecer em nosso rosto.

- Sim, eu preciso saber. Sou um detetive famoso, mas sem pistas ninguém consegue ser detetive, então desembuchem logo. – Ele concluiu irritado, mas controlando-se pegando um jornal e folheando ele. (Nem adianta reclamar que o jornal dá mais sensação ainda de claustrofobia na já pequena cabine do coche, mas tenho que reclamar pra alguém.)

- Tony parece suspeito. Vamos continuar de olho nele. – Cruzei os braços e fechei os olhos pertinentemente.

O detetive ergueu uma sobrancelha, inquisidor. Will trocou uns olhares de dúvida comigo, mas sustentei-os, mostrando a minha determinação. Os dois suspiraram, dando de vencidos, e eu, vitoriosa, sorri. Observei a paisagem do lado de fora pela pequena janela, batendo a cabeça nela e me sentindo o próprio Will.

- A gente está perto da casa da Victoria!! Por que não passamos lá?

- Não. – Recusou Holmes de imediato.

- Então vamos só nós. – Will tomou a dianteira. – Pare o carro, por favor!! – Ele gritou pro cocheiro.

- Voltamos pro jantar. – Ajudei, enquanto saltávamos da carruagem.

--x—

Minha primeira reação ao sair foi cambalear, quase caindo no chão por causa das minhas pernas moles, mas Will me segurou. Rindo.

- Você não gosta de carruagens mesmo, gosta?

- Nem você, que faz mais barulho batendo a cabeça no teto do que bloco de carnaval campeão.

- Já dei um jeito pra não bater a cabeça mais. Tirando isso, não fico cambaleando por aí como uma barata chapada.

- Desculpe-me, tá? – Tirei as suas mãos de meus ombros, convicta de que conseguiria caminhar sozinha.

- Não tão rápido. – O moreno me segurou de novo quando eu estava prestes a enfiar a fuça no chão.

- Obrigada. – Resmunguei a contragosto.

Ele enlaçou nossos braços, nos sustentando bem. Por que eu tinha que ter tantos problemas com coches? Perguntei, sentindo o sangue subindo em minhas faces.

Batemos na porta da aconchegante casa e a Sra. Harley nos recebeu com um sorriso.

- Er... Estávamos passando aqui e decidimos te visitar. – Will disse, um pouco corado, o que me irritou.

- Claro, claro, entrem! – Ela abriu caminho. – Vou preparar aquele chá com biscoitos que vocês adoram!

- Quer ajuda? – Ofereci.

- Sabe fazer chá e biscoitos?

Hesitei. Na verdade, mal sabia fazer miojo.

- Não... Mas posso aprender!

- Então venha aqui... – Ela me chamou para cozinha com um sorriso enquanto o garoto se deixava relaxar no sofá.

Victoria pegou alguns ingredientes e misturou-os, depois deixou-os em minha frente.

- Vá amassando enquanto eu boto a cobertura e o chá pra fazer. – Ela pediu.

Encarei a massa com ar de dúvidas, e fui apertando umas partes dela com cuidado, sentindo ela ficar grudada na minha mão. Continuava amassando daquele jeito, mas sem resultado.

- Você realmente nunca cozinhou, não é? – Perguntou uma voz atrás de mim, tirando meu fôlego e me impossibilitando de dar uma resposta.

- Aqui. – Braços passaram por cima do meu ombro com facilidade e seguraram a massa. – Primeiro passe farinha nas suas mãos, vai evitar de grudar e fazer essa lambuzeira na sua mão.

Eu mergulhei minhas mãos na farinha, não deixando de espiar os braços fortes por cima do meu ombro.

- Agora você tem que amassar direito, assim. – Ele segurava a massa e a pressionava contra a mesa com força, repetitivamente. – Viu? Tenta.

Imitei ele, que deu uma exclamação de empolgação e pude sentir seu hálito no topo de minha cabeça.

  Ele tirou os braços e foi lavar as mãos cheias de farinha enquanto eu terminava de pressionar a massa. Era a primeira vez que o via sem a jaqueta de couro ou uma blusa de frio. Tinha um aspecto atlético agradável, e a blusa caía bem nele, folgada, de um jeito inexplicável. Ele olhou para mim, confuso, e sacudi a cabeça, olhando de novo para os quase-biscoitos. Senti meu rosto ficar quente. Isso, Holly!! Dá bola assim!! Me repreendi.

  Com tudo pronto, fomos ao sofá, onde conversamos calmamente.

  - Então nada tão relevante, né? – Comentou Victoria quando terminamos de contar sobre a investigação de hoje.

  - Ou algo relevante que o cabeça dura do Holmes não contou. – Reclamei emburrada.

   - Você é tão cabeça dura quanto ele, Hollyson, ou talvez ainda mais.

    - Diz o arrombador de teto de coche. – Devolvi, tomando um gole de chá.

     - Minha cabeça doeu bastante. – Respondeu num muxoxo, fazendo nossa anfitriã rir. Olhei para a janela.

  - Está escurecendo, melhor irmos se não quisermos Holmes reclamando com superioridade no nosso pé. Se bem que, do jeito que ele é, deve ter adiantado o jantar.

    - Verdade. – Concordou Will alarmado. Agradecemos à Victoria e saímos enquanto ela pedia para voltarmos outro dia.

     - O-os biscoitos ficaram bons. – Comecei. – Obrigada pela ajuda.

    - Ah, isso! – Lembrou Will, como se não fosse nada demais. – Não se preocupe, você aprende umas coisas morando sozinho. – Sorriu pensativamente, meio que triste.

       - Desculpa te lembrar disso! – Acrescentei rapidamente.

        - Disso o quê?

         - Qualquer coisa que tenha deixado você triste.

    Ele arregalou os olhos, como se tivesse finalmente entendido e sorriu ternamente.

          - Não se preocupe, Hollyson, estou bem, de verdade. – Ele me confortou, esfregando de leve o topo da minha cabeça.

            --x—

     Chegamos em casa, e, como previsto, Holmes adiantara o jantar, infantil, e por nosso suposto atraso, nos mandou pro quarto, de castigo.

     Sra. Hudson contrabandeou os jantares pro nosso quarto, no fim das quantas, mas sabia que tinha que deixar o orgulho do detetive invicto.

    No meu quarto, folheei o caderno de Watson, chamando Will logo em seguida.

      - Olhe. – Apontei para uma página. Ele se inclinou curioso pro meu lado e leu.

    - Hollyson!! – Ele agarrou meus ombros, sacudiu-me e trouxe pra perto.

       - Eu tenho uma ideia. – Ele riu sinistramente.


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Notas finais do capítulo

Então?? O que acharam? Enrolação demais? Bem, esperem que tenham gostado e me gusta opiniões /o/