Lucy’s POV

Acordei de madrugada com a maçaneta girando de novo, pulei da cama, peguei meu abajur e fiquei em posição de ataque.

- Lu? – Escutei a voz embargada da minha mãe, larguei o abajur e fui correndo em sua direção – não corri, mas é jeito de dizer -.

- Mãe? Ta tudo bem? – Perguntei e ela negou, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar , logo depois começou a  tossir violentamente, quando olhei para ela seu rosto estava cheio de sangue, então ela caiu, entrei em pânico, comecei a olhar e a gritar, a única coisa que passou pela minha cabeça foi ir pra casa do Di, e foi o que eu fiz, sai correndo de casa e bati várias vezes na porta do Di até seu pai atender.

- Luciana? – Ele perguntou coçando os olhos por debaixo do óculos, eu contei tudo rápido, atropelando as palavras, ele chamou a ambulância, ela chegou a tempo de levar a minha mãe para o hospital e eu fui no carro com o Diego, chegando lá estávamos na sala de espera sem falar nada.

- Não quer conversar sobre isso?- Ele perguntou docemente para mim, neguei com a cabeça, comecei a tremer, não podia perder a minha mãe, ela cuidou de mim, me educou, me amou, fez tudo por mim! Ele me abraçou de lado e eu comecei a chorar, chorar alto, não devia ser assim, não era para isso estar acontecendo, nada disso!

- Senhorita Jore? – Uma mulher loira, vestida de enfermeira me chamou, a olhei. – Pode vir aqui um minuto? – Ela perguntou docemente e eu concordei, levantei e fui em sua direção.

- Sim? – Respondi tentando manter a calma.

- Sua mãe tem câncer de estômago, e já está em um estado avançado, ela tem uma semana no máximo de vida. – Ela falou tudo devagar para que eu pudesse entender, eu a olhei, não! Sai correndo em direção a rua, passei pelo parque central e fui para a praia que tinha por ali, sentei com força na areia e comecei a chorar, abracei meus joelhos.

- O que você esta fazendo aqui Jore? – Escutei uma voz me zombando.

- Nada que te interesse... Stuart. – Eu disse pra garota loira que estava do meu lado, só que ela estava em pé, a mesma chutou areia em mim e escutei uma voz extra.

- Vai começar a ser valentona? – Uma menina disse e eu me virei, Spirt.

- Vão embora antes que sobre pra vocês. – Eu disse baixo mais aposto que elas escutaram.

-Cala boca sua idiota... – Elas iam continuar, levantei e sai correndo, então eu virei para trás para ver se elas estavam correndo atrás de mim, sim, estavam, e quase me alcançando, um garoto saia de dentro de uma cabana, eu o empurrei para dentro e fechei a porta, tampei sua boca com a minha mão, respirava ofegante.

- Cade ela? – Tracy disse.

- Sei lá, você que perdeu ela de vista. – Disse Luany.

- Vamos embora. – Quando Tracy disse tirei a mão da boca do garoto.

- Quem é você? – Ele perguntou, revirei os olhos.

- Sem nomes. – Respondi.

- Porque? – Ele perguntou.

- Sem perguntas. – Respondi e ele riu.

- Não posso falar nada? – E daí eu ri.

- Não! – E ele me olhou, desceu os olhos me analisando.

- LUCY! – Escutei alguém lá fora me chamando.

- Lucy é seu nome? – Ele perguntou, senti alguém atrás de mim tentando abrir a porta, puxei o garoto e o beijei, ele desceu as mãos até a minha bunda.

- Opa, desculpa. – E então essa pessoa saiu, soltei o garoto e dei um tapa na cara dele.

- Qualé? – Ele falou.

- Pervertido! – Falei e ele riu.

- Você que me beijou, e a propósito, meu nome é Lucas. – Ele disse e o encarei.

- Eu te beijei, mas foi só... Lucas? Lucas Store? – Eu falei e ele riu, não fode que é o Lucas.

- Sim, porque? – E depois ele me olhou.

- Jore? – Ele abriu a boca pra falar algo mas eu o cortei.

- Me conhece? – E então ele mordeu os lábios forte e depois respirou fundo.

- Alex é meu pai. – E então essa foi a hora que eu pirei internamente.

- O ALEX É SEU ... – Eu ia continuar mas ele tampou a minha boca.

- A pessoa pode não ter ido embora, então, xiu. – E então eu concordei com a cabeça e ele tirou as mãos.

- Cara, não pode ser, e você mora com quem? Você é super popular, o Alex é um pé rapado, não, não pode ser. – Eu disse ainda não acreditando.

- Não sou popular, moro com a minha irmã, Marina, minha mãe morreu á dois anos. – Ele disse e eu o encarei.

 - Sinto muito, mas agora a gente pode sair daqui porque ta quente pra caramba. – Ele concordou e então saímos da cabana, passamos a tarde toda andando pela praia e conversando, então percebi que a minha mãe estava morrendo e eu estava rindo, feliz por ai.

- Porque esta chorando? – Ele perguntou e foi ai que eu percebi que estava chorando, respirei fundo e pedi para ele me levar para o hospital, não quero nem saber o que aconteceu com o Di depois do meu ataque de loucura.