Em Seu Lugar escrita por Lady Stark


Capítulo 3
Capítulo 3 - Cocaína no Ar


Notas iniciais do capítulo

Hm, hey. Bem vinda, fantasmagórica leitora nova! Espero que vocês não me odeiem, até mesmo porque eu tenho uma Colt, e sei usá-la.
Tenho sérios problemas com nomes de capítulos, então apenas ignorem esse lixo.



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      Já passava das duas da tarde quando Anabelle apareceu em casa. Estava no meu quarto lendo, quando Rafa apareceu me chamando desesperadamente. Segui-a até a sala, para chegar lá e encontrar o que supostamente era minha amiga ex-sumida.

      Supostamente, porque bom, não me lembro de Ana, ter tantos machucados espalhados pelo corpo. Ela chorava desesperadamente, enquanto tentávamos entender o que havia acontecido.

      - Algum maluco te agarrou, foi isso? – Rafa perguntou – Ele tentou alguma coisa com você Ana?

      A resposta estava clara, e sabíamos disso. Haviam machucados pelo pescoço, sua blusa estava rasgada, seus lindos fios louros geralmente brilhantes, pareciam tão apáticos quanto a dona. É claro que haviam tentado algo contra ela.

      - Quem fez isso com você Anabelle? Eu juro que mato o filho da puta que o fez! – controlei-me ao máximo para não gritar e explodir com a raiva que me consumia. Quem havia sido doente o suficiente pra fazer algo assim com uma garota como ela?

      - Não é nada do que vocês estão pensando – ela falou entre os soluços causados pelo choro.

      - ENTÃO COMEÇA JÁ A EXPLICAR ESSA PORRA, PORQUE ESTOU PENSANDO EM SERIAMENTE SAIR A CAÇA DO DEMÔNIO QUE FEZ ISSO COM VOCÊ-  Ah claro, sou fã de Supernatural, ou seja, tenho um espirito caçador impregnado no meu ser.

      - Eu preciso de um banho – ela soluçou. Rafaela me mandou tomar um calmante – até parece que ela estava menos irritada do que eu – e levou Ana para um banho.

      Eu sei que minha raiva não ajudaria em nada nesse momento, mas aparentemente minha amiga havia sido violentada. Meus hormônios não estavam exatamente contentes com isso. Tirando que tanto eu quanto Rafa, sempre consideramos a Ana nossa irmã mais nova. Ela era o tipo de pessoa sempre disposta a ajudar, animar, dar conselhos, e com um otimismo de dar raiva. Ela era boa demais, legal, e de certo modo até inocente, para passar por algo assim. Com tantas putas no mundo, porque justo com uma garota incrível como ela?

      Já vestida com sua camisola – o que deixava evidente outros machucados em suas pernas, antes cobertos pela calça jeans escura que usava – e devidamente acolhida por sua cama e um fumegante copo de chocolate, Ana já parecia calma o suficiente para nos contar o ocorrido.

      - Bom, pra começar eu estou bem – ela tentou nos tranquilizar. Tanto eu quanto Rafaela bufamos.

      - Você está bem? Deus do Céu, você só pode estar drogada – Rafa falou inconformada.

      - Bom, eu provavelmente estou drogada. Mas, mesmo assim estou bem! – ela reiterou sua mentira anterior. Ninguém naquele estado estava bem, ponto.

      - Drogada? Como assim drogada? Mas que porra aconteceu nesse show? – perguntei.

      - Me deixem terminar de falar!

      - Okay – Rafa e eu respondemos ao mesmo tempo.

      - Eu passei mal, e fui levada até um médico no backstage do show. Ele me disse que havia sido apenas uma tontura causada por uma queda de pressão. Depois disso, fui levada até o que parecia ser um camarim, para esperar o show terminar, a casa esvaziar e finalmente eu ser autorizada a ir embora – pelo menos eles haviam sido cuidadosos com ela, pensei – Um pouco depois do show terminar, os meninos da banda foram me visitar – Rafa a interrompeu

      - PARA TUDO! Tu conheceu os membros mortalmente gostosos do Avenged Sevenfold?

      - Acredito que se o show era deles, não foi o espirito do Kurt Cobain que ela conheceu! – respondi irritada. Era óbvio que eram os caras da tal banda, que alias haviam ganhado o meu respeito por todo o tratamento gentil para com uma fã.

      - Sim, Rafa, eu os conheci, e eles são lindos, fofos, gentis, carinhosos, e cara, muito, mas muito gostosos mesmo! – Ana sorriu fracamente – O Johnny tirou uma foto pra você!

      - OH MY FUCKING JOHNNY CHRIST! Sua vadia sortuda! – Rafa gritou.

      - Ela esta completamente machucada, e você a está chamando de vadia sortuda? O que tinha no ar desse show? Cocaína? Pelo amor de Deus, foco! Depois vocês atacam de fangirl! – reprimi-as.  Rafa apenas bufou, mas acabou concordando comigo.

      - Como ia dizendo, conheci os membros da banda – ela suspirou – E depois deles me perguntarem sobre como estava, e tudo mais, eu bom, sai com o – Rafa a interrompeu novamente.

      - VOCÊ SAIU COM UM DOS AVENGERS? – ela quicou na cama – PORRA, NO PRÓXIMO SHOW VOU ME JOGAR AOS PÉS DO JOHNNY PRA VER SE ELE ME SALVA!

      - Foco, Rafaela – puni-a.

      - Perai, não foi com meu nanilicia  não né? (N/A: Nanico + delicia)

      - Não, sai com o Zacky, e bom, nós fizemos vocês sabem o que... – ela corou.

      - Certo – realmente não queria saber sobre sua noitada de Luxúria com um dos seus ídolos - Então onde você se machucou? – perguntei

      - Quando estava com o Zacky. Não me lembro de muita casa, porque bebi algo que me deixou fodidamente perdida, acho que tinha algum calmante naquilo, mas bom, er, eu lembro que ele não foi exatamente carinhoso – ela falou calmamente.

      - Porque você estava chorando? – Rafa perguntou

      - Porque cara, meu corpo estava doendo, e.. – ela fez uma pausa – Acho que ele não gostou.

     - Como assim acha? – Rafa perguntou, com a mesma expressão pensativa que a minha.

      - Bom, eu não sei, ele me bateu e disse coisas que cara, acho que ele estava irritado. Tirando que ele nem me deixou um recado ou algo assim antes de ir embora.

      - Peraí! – tentei assimilar as coisas – Você saiu com o seu ídolo, que foi um filho da puta com você, te tratando como uma vadia, arrancando seu hímen fora, te drogando, e indo embora como um doente, que provavelmente ele é, e está me dizendo que ESTÁ PREOCUPADA SE ELE GOSTOU? ACHO QUE A DROGA AINDA ESTÁ NO SEU CORPO!

      - Não foi bem assim – ela remexeu-se desconfortavelmente - Talvez ele tivesse que ir pra outro lugar, e que esse é o jeito com o qual ele está acostumado a fazer as coisas. O Zacky é um cara legal, Ary.

      - VOCÊ ESTÁ DEFENDENDO AQUELE BABACA?

      - Não, quer dizer, não chama ele de babaca! – ela protestou. Isso foi à gota d’agua pra mim.

      - TOMAR NO CÚ ANABELLE! ELE É UM VIADO BABACA, QUE TE TRATOU COMO UMA MERDA QUALQUER E VOCÊ O DEFENDE? BASEADA EM QUE VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE ELE É UM CARA LEGAL? NA EXPERIENCIA RECENTE DE VOCÊS, OU NO LONGO PERIODO EM QUE VOCÊS SE CONHECEM? PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ SÓ PODE ESTAR ME SACANEADO! – gritei – Vai trocar de roupa, porque nos vamos à delegacia AGORA!

      - Perai, delegacia? – Rafa manifestou-se finalmente. Se ela defendesse aquele doente, juro que cortaria relações com as duas!

      - Ela foi estuprada Rafaela. Ela não estava consciente no ato sexual, e ele a agrediu fisicamente! Isso formula um CRIME! AQUELE CARA É UM DOENTE, E O LUGAR DE CARAS COMO ELE É NA CADEIA SENDO FEITOS DE BONEQUINHA E DANDO O RABO PRA QUALQUER UM QUE QUEIRA COMER AQUELE MONTE DE ESTRUME! – gritei.

      - EPA, NÃO FALA ASSIM DO ZACKY! VOCÊ NÃO ESTAVA LÁ, NÃO O CONHECE PARA SAIR O JULGANDO ASSIM! VOCÊ SABE COMO HAVIA SIDO O DIA DELE? NÃO! TALVEZ HOUVESSE ACONTECIDO ALGUMA COISA – Anabelle gritou em resposta. Alguém me dá um tapa pra eu levar fé em que ela estava falando sério.

      - ISSO JUSTIFICA ABUSAR DE ALGUÉM? A-BU-SAR – falei lentamente – PORQUE FOI ISSO O QUE ELE FEZ COM VOCÊ!

      - A Arya tem razão Belle – Rafaela me apoiou – Por mais fã que eu seja, o que ele fez com você não é certo! Você precisa fazer algo.

      - O CORPO É MEU, E A PORRA DA DECISÃO É MINHA! – ela gritou – EU NÃO VOU A PORCARIA DE DELEGACIA NENHUMA, PORQUE TENHO CERTEZA QUE O ZACKY NÃO É NENHUM CRIMINOSO!

      - E O QUE ELE FEZ COM VOCÊ FOI O QUE MESMO? – perguntei

      - A partir do momento em que entrei no carro com ele, passei a consentir com o que viria a seguir! Não sou nenhuma criança, sabia que ele não estava indo me levar pra dar uma volta no parquinho! Tinha consciência do que o cara queria, ponto!

      - Você tinha consciência que ele era um maníaco sexual sadista? – perguntei – Cara, em que fonte de fãs vocês acham essas informações? – perguntei ironicamente- Quem sabe assim quando encontrar com Chris Evans, eu não saiba o que fazer na hora H!

      - Dá o fora do meu quarto agora Arya! – ela estava chateada comigo, e eu estava tremendamente chateada, decepcionada, e desapontada com ela. Não poderia fazer nada. Ela não era criança, e o corpo era dela, como a mesma havia dito.

      - Eu espero que você tenha consciência da merda que está fazendo! – gritei porta a fora. Ouvi os soluços de choro dela, voltarem, e não pude evitar que lágrimas também me acompanhassem, enquanto vestia um grande moletom para dar uma volta. Precisava esfriar a cabeça, ou acabaria fazendo alguma merda.

      Qual era a desse cara? Sério! Só porque ele é um rockstar, por ter um bando de mulheres se jogando aos pés dele, ele se acha no direito de tratar alguém como tratou a Bells?

      Eu conhecia o tipo, conhecia a merda que esses caras podiam fazer na vida de uma garota, e a última coisa que queria era que Ana passasse por algo assim. Não queria, e ela também não podia. 

      Meus pensamentos foram interrompidos pelo corpo que entrou em choque contra o meu. A mulher, com um jeito meio cigano acabou derrubando uma sacola. Abaixei-me para ajuda-la a catar suas coisas.

     - Desculpa – pedi. Ela me olhou com estranhos e misteriosos olhos negros e sorriu.

      - Tudo bem – ajudei a mesma a levantar – Está tendo um dia ruim querida?

      Estava tão na cara assim?

      - Talvez, mas hm, isso não significa que posso sair por ai derrubando as pessoas, então desculpa mesmo – sorri timidamente.

      - Já disse está tudo bem – ela sorriu – Isso é algo relacionado a homens, tenho certeza!

      Apenas sorri.

      - Não exatamente do jeito em que a senhora deve estar pensando, mas tem sim haver com a escrota raça masculina.

      - Oh, senhora está no céu, me chame de Consuelo – ela estendeu a mão para me cumprimentar.

      - Arya muito prazer – apertei sua mão. Um calafrio percorreu meu corpo, mas prontamente ignorei.

      - Hm, o prazer é todo meu, querida – novamente ela sorria misteriosamente – Espero que tudo se resolva. Aqui meu cartão caso precise conversar, ou de uma consulta talvez.

      A tal Consuelo me entregou um cartão. Ela era realmente cigana.

      - Coisas incríveis podem acontecer em nossas vidas querida, basta que não fiquemos atados apenas ao nosso ponto de vista das coisas. Precisamos enxergar além de nós, dos nossos problemas, precisamos enxergar o outro pra ter uma imagem clara de si mesmo. E só quando isso acontecer, poderemos então ser realmente felizes – ela tocou gentilmente meu braço.

      Okay, isso foi esquisito! Será que jogaram cocaína no ar de Vancouver e todo mundo está doidão?

     - Er, obrigado – guardei o tal cartão no bolso de trás da calça de moletom – Felicidades pra senhora também – sai andando antes que a maluquice me contagiasse.  

      Após o maluco incidente com dona Consuelo, senti uma sutil fisgada no coração. Ignorei o incomodo e andei mais um pouco até uma livraria. Comprei dois livros pelos quais estava esperando o lançamento e voltei pra casa.

      Cheguei ao loft, e Rafa e Bells estavam na sala, aparentemente tendo um ataque fangirl. Passei silenciosamente pelas duas, que apenas me observaram, e fui para o meu quarto.

      Sentia um incomodo no braço, como se algo estivesse queimando sob minha pele, mas novamente ignorei, tomando um banho rápido e deitando na cama para finalizar minha leitura da tarde.

      Aos poucos o cansaço me atingiu, minhas pálpebras relaxaram e fui entregue a inconsciência. 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, me digam o que estão achando :)