Para o mundo. Para tudo.
Que frase foi aquela? “Temos uma semana só para nós dois”?
Mione até sentiu falta de ar. Literalmente, pois se engasgou intensamente depois que Harry soltou aquilo.
Aquilo só poderia significar uma coisa: Harry sentia algo por Hermione, em segredo, e provavelmente estava completamente animado por ficarem sozinhos por uma semana inteira, mas não queria dizer aquilo em voz alta, pois sua cara de arrependimento e vergonha depois do que disse foi tão desesperada que a garota quase sentiu dó, se não fosse pelo fato de que ela estava quase morrendo sem respirar.
Quando conseguiu colocar ar nos pulmões novamente, perguntou ofegante:
–Você, você quer dizer que…
–Não quero dizer nada! – Disse ele, quase gritando. – Me desculpe. Eu fiquei um pouco…
–Nervoso, é, isto é óbvio. – Ela retrucou um pouco irritada.
–Olhe Hermione, eu não quis dizer isto, de verdade, é que…
–Harry, eu te entendo. – Ela interrompeu. – Sei que está se sentindo confuso, nós estamos sozinhos, perante uma situação tensa, é normal. –Disse, sem saber muito bem de onde estavam surgindo aquelas palavras.
–Hemione. Eu preciso te perguntar uma coisa.
–Diga.
–A sua briga com Rony. Era sobre mim, não era? – O moreno perguntou, para surpresa de Hermione. Ela não esperava que Harry estivesse incomodado com aquele assunto. Suspirou.
–Sim… – Ela respondeu, surpreendendo a si mesma novamente. – Rony me acusou de estar gostando um pouco de você. Estava preocupado e um tanto irritado. Talvez tenha ciúmes por sermos tão próximos. E de verdade? O que ele disse não era por todo mentira.
–Não era… Espere. Quer dizer que você sente algo por mim? – Harry disse, se aproximando.
–Talvez… – A garota exagerou no tom dengoso. – Acho que… – Parou de falar quando olhou para frente e viu Harry muito, muito próximo.
–Shh. Eu acho que você é correspondida… –O moreno sussurrou.
Hermione estava quase o beijando quando lembrou que tinha namorado. Pigarreou alto, fazendo Harry se afastar assustado.
–É, ah, pois é… Eu… – Ele balbuciou, e depois franziu o cenho, como se estivesse se perguntando “o que eu estou dizendo?” – Quero dizer, tome seu café. Estarei… Estarei nos jardins.
E então, saiu apressado.
Mione comia devagar, pensando.
Eu quase beijei meu melhor amigo, ela pensava. Quase traí Rony.
Aquilo não era certo, mas ela sentia uma vontade imensa de se entregar para Harry, de fazer aquilo acontecer… O amigo era tão atencioso, tão carinhoso, tão fofo, tão romântico, tão lindo, tão… Tão tudo. Tão melhor que Rony… Não, ela se repreendeu mentalmente.Não posso pensar assim.
Desceu em direção à cozinha, lembrando-se da última frase que o amigo disse: “Shh. Eu acho que você é correspondida…” Então Harry sentia mesmo algo por ela! Bingo!
Mas isso era bom? Ou ruim? E se Rony descobrisse? E Gina? Aquilo era complicado demais, e fazia a cabeça de Hermione doer.
Saiu para o jardim e encontrou Harry sentado, com a camisa desabotoada. Teve que reunir toda sua força de vontade para não correr para os braços dele. Aquele sentimento era muito mais forte do que ela pensava. Caminhou lentamente e sentou ao seu lado. Ele não desviou o olhar do céu. Ela pegou a mão do garoto sem pensar, e entrelaçou seus dedos nos deles. Podia sentir a tensão na mão de Harry, como se ele soubesse que não deveria estar fazendo aquilo, mas não pudesse evitar.
Ela apertou levemente a mão de Harry, mostrando segurança. E então, deitou a cabeça em seus ombros, com o pensamento distante… E então ouviu um barulho, uma batida numa janela lateral da casa.
Imediatamente pensou em Rony.