Ronald Weasley caminhava rapidamente entre dois altos muros, que lhe lembravam a mansão dos Malfoy. Muito apressado, subiu as escadas de mármore que levavam até uma gigantesca porta dupla. Tirou a varinha do bolso, e bateu três vezes na porta, as batidas amplificadas sonoramente. Na terceira batida, disse, de modo bem claro:
-Sou Ronald Weasley. 
As portas se abriram com um rangido. Era noite, e Rony, usando um terno completamente preto, só era reconhecido na escuridão por seus cabelos ruivos, agora curtos, sem a franja que um dia caía em seus olhos. Vestido e penteado daquela maneira, parecia um vilão galã de filmes de ação. 
Não hesitou ao entrar. 
Sentados numa enorme mesa preta repleta de pergaminhos, tinteiros e penas, estavam três dos quatro Parkison que ali moravam. 
Pansy e seus pais olharam para Rony, e este se sentou. 
- E então? – Disse, sério. 
-A coruja da minha irmã acabou de chegar, Rony. As notícias não são tão boas. – Respondeu Pansy.
-Deixe-me ver.
Rony apanhou um pergaminho pequeno. 
Nele, estava escrito, com uma caligrafia inclinada:

Potter pediu a sangue ruim em casamento. Ainda não foram embora. Os seqüestradores estão postados ao lado de fora do restaurante, as informações que o Weasley deu foram úteis. O que devemos fazer?

-Escreva a resposta no verso. – Informou Pansy. – Diga se eles podem ferir a garota ou não. 
Rony apanhou uma pena e escreveu que trouxessem Hermione e Harry juntos, vivos e sem ferimentos. A idéia de que estavam noivos o atormentava. 
Chamou a coruja dos Parkison e amarrou a carta em suas pernas. Logo, a ave saiu voando. 
-Nos resta esperar, Rony… – Disse Pansy, mordendo o canto do lábio enquanto se levantava. Rony se levantou também. – Enquanto isso, que tal uma… Distração? 
Ela andou em direção ao garoto e passou os braços pela nuca dele. O beijou ardentemente. Porém, Rony cansara de romances falsos. Não retribuiu. 
Pansy interrompeu o beijo. 
-O que você tem Weasley? Não me ama mais? 
-Não é isso, Pansy… – Disse ele, desviando-se da garota. – É só que estou tenso, não estou com ânimo agora… – Mentiu Rony descaradamente. 
Ele caminhou até a janela buscando ar. 
-Violeta não reclamou de ter ido como espiã ao restaurante? – Perguntou o ruivo, referindo-se a irmã de Pansy. 
-Não. Na verdade, até gostou… Ela sempre babou naquele Potter. – Pansy respondeu com certo nojo, enquanto abraçava Rony por trás. 
-E você sempre babou em Malfoy, não é mesmo? 
Rony não se agüentou. Virou-se e mirou Pansy nos olhos. 
-Babava Weasley, mas agora eu sou sua. O que é uma tremenda sorte, vamos combinar…  
Pansy falou totalmente convencida e mentirosa. 
Rony suspirou. Não iria discutir. 
-Não fique tenso, amor. A sangue-ruim Granger será seqüestrada ainda hoje.