Pov. Annabeth

Uma semana. Nem consigo acreditar que já se passou uma semana que me livrei daquele monstro. As marcas roxas ainda estão visíveis na minha pele, mas agora de uma tonalidade mais clara, quase azul.

Depois que Thalia foi me buscar eu passei a morar no seu apartamento. Pelo o que ela me contou muito coisa havia mudado. Depois que eu fui embora o Percy se tornou uma pessoa fria e pelo o que sei agora raramente sorria e quase havia virado alcoólatra.

So de pensar que ele se tornou esse tipo de pessoa por minha culpa, mais eu me sinto envergonhada, um monstro, talvez até pior do Luke. Eu destrui não somente a minha vida, mas a vida do meu amor também.

Meu amor, hunf. Com certeza agora ele me odeia mais do que todos, nem deve se lembrar de mim. Culpa minha, tudo culpa minha, mas eu mereço ser desprezada pelo que fiz.

Thalia também mudou nesses últimos anos. Amadureceu, e pelo o que falou vai se casar com o Nico. Ao menos ela ai ser feliz, coisa que ela merece, enquanto eu, bem vou continuar a sofrer, por que fui estúpida e perdi o único amor da minha vida.

Desde que cheguei não encontrei com o Percy. Não que eu não quisesse velo, mas eu não tinha coragem de encarar aqueles olhos verde mar. Eu me sentia impura, um lixo, um monstro, mas ao mesmo tempo o que mais eu queria era ao menos olhar para aquele rosto que me fez feliz um dia, nem que fosse por segundos. Mesmo sabendo que ele iria me desprezar.

Eu estava sentada na sacada do apartamento lendo um dos livros que a Thalia deixou, quando escuto alguém batendo na porta. Com certeza era Thalia ela sempre esquecia as chaves quando saia. Alias hoje ela havia saído mais cedo sem nem sequer dar satisfação.

Levantei-me e caminhei em direção a porta. Senti meu coração batendo de forma descompassada. Eu sentia uma paz e uma alegria que eu não podia explicar me encher.

Abri a porta e me deparei com aqueles olhos verdes que me faziam afogar. Eu me perdi naquele olhar indecifrável e por pouco minutos eu esqueci os meus problemas, a minha dor. Eu esqueci tudo. Eu queria correr até ele, abraçá-lo, beijá-lo e dizer que sempre o amei.

E foi exatamente isso que fiz, quando o vi ali parado na porta me fitando. Eu corri até ele e o abracei como se minha vida dependesse disso, pois eu tinha certeza que dependia.

Eu podia ouvir seu coração acelerado quando encostei a minha cabeça no sei peito para senti aquele aroma que so ele tinha. Aquela sensação de paz e segurança que há anos eu não sentia voltou quando o abracei.

Eu poderia ter ficado ali para sempre se não fosse afastada por ele que nem sequer correspondeu ao abraço. Ele tomou uma distancia considerável de mim e isso foi como uma facada, por que eu podia ver ódio e tristeza naqueles olhos verdes que agora me encaravam friamente.

- O que você que estava fazendo aqui Chase.

Pov. Percy

Eu estava saindo do escritório, quando sou praticamente assediado pela Raquel,dona corretora de imóveis Dare.

Ela vivia querendo que saíssemos juntos, mas eu não conseguia. Sempre me vinha à lembrança daqueles olhos cinzentos que sempre me lembravam dias chuvosos. Eu sabia que era perda de tempo, afinal ela preferiu Luke.

So de pensar o que ela fez comigo, argh. Prefiro esquecer. Depois de dar vários tipos de desculpas inimagináveis para Raquel, pensei em ir a algum lugar beber, mas rapidamente tirei essa idéia da minha cabeça.

Bem, depois que ela me largou no começo eu tentava esquecê-la com a bebida e por pouco não me tornava alcoólatra se não fosse a Thalia.

Ela foi como uma irmã para mim nesses últimos anos e praticamente foi minha porta de escape da depressão e do alcoolismo, mas nos últimos dias a vontade de vela, de segurar seus cachos dourados vem me dominando cada vez mais.

- Não, não - falei - não é possível que eu nunca vá esquecê-la.

Mal entrei no carro e fui em direção a única pessoa que era capaz de me entender naquele momento. Thalia. Ela ainda devia estar em casa para escutar um pouco das minhas lamurias.

Estacionei em frente ao edifício onde ela morava. O porteiro já me conhecia de todas as vezes que cheguei ali bêbado, procurando o abraço da minha irmã então me deixou subir.

Eu ainda estava no elevador, quando senti um desconforto tomar conta do meu peito me dizendo para voltar. Eu sabia que se voltasse acabaria bêbado jogado em algum beco escuro então continuei.

Batia na porta e aguardei esperando ver olhos azuis me encarando, mas eu tive uma surpresa quando uma certa loira abriu a porta.

Ela estava mais magra, parecia abatida e seu cabelo não tinha mais o brilho de antes, mas aqueles olhos acinzentados eram inconfundíveis. Mas o que ela estava fazendo ali?

Ela me encarava como se não acreditasse no visse e correu em minha direção me dando um abraço. Com aquilo eu travei. Eu podia ouvir os suspiros dela quando enterrou a cabeça no meu peito.

Meu coração estava a mil. Eu não duvida que ela fosse capaz de escutá-lo ainda mais estando tão perto de mim. Eu queira corresponder o abraço. Eu queria beija e falar que eu nunca a esqueci e que eu sempre a amei, mas eu sabia que ela não correspondia ao mesmo sentimento.

Afastei-me dela e me postei um pouco longe. Eu sabia que se espirasse aquele perfume de morangos e limão dela, não conseguira ficar sem tocá-la.

- O que faz aqui Chase - falei frio, mas mudei quase que imediatamente quando vi marcas roxas por todo o seu corpo.