The Partner escrita por ItsCupcake


Capítulo 5
Estudando o alvo


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews e todos os elogios. Juro que estou super contente por vocês estarem gostando dessa nova fic.
*Ignorem se tiver erros de português*



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Madeline’s POV

— Cuidado. Qualquer coisa, você sabe o que fazer. — Sussurrou meu pai enquanto me abraçava.

— Pai, eu sei me cuidar. Não precisa ficar preocupado.

Minha mãe se aproximou e me abraçou.

— Vou ficar de olho nele. Tenho quase certeza que ele colocou alguma coisa nas suas malas. — Disse minha mãe se referindo ao meu pai.

— Quando chegar, vou verificar. E obrigada.

— De nada. Espero que tenha uma ótima viagem. Vou sentir saudades.

— Também.

Olhei para os lados e vi o Jason vir em minha direção acompanhado de seus pais.

— Está atrasado, nosso voou já está na segunda chamada. Vem, temos que ir. — Disse.

Segui em direção ao local de embarque e o Jason me seguiu. Juntos entramos no avião e ficamos na primeira classe, sentados um do lado do outro. Assim que me aconcheguei na poltrona, coloquei meus fones no ouvido e me desliguei do mundo ouvindo música.

Não queria papo com o McCann, então aproveitei o momento para ler mais sobre o nosso alvo. Ela adora correr no parque nos finais de semana, trabalha em uma loja de música e sua atividade favorita é tocar guitarra com a banda de garagem que ela tem junto com seu amigo, o tal Daniel Parker que a leva ao Starbucks todas as manhãs. Daniel Parker parece não saber de nada sobre o lado sombrio de Christina Soriano.

Depois de ler todas as informações que nossa cobbler conseguiu, acabei dormindo. E depois, fui acordada com um cutuque chato no meu braço.

— Tá, eu já acordei. — Disse nervosa e tirando os fones do ouvido.

— Ótimo, pois acabamos de pousar.

Sempre quis conhecer Los Angeles, e minha primeira missão ser aqui foi muita sorte. Só que não passou pela minha cabeça que o aeroporto LAX fosse tão cheio e agitado. Pessoas de todos os tipos andavam apressadas em todas as direções. Eram tantos idiomas diferentes, que me deixava confusa. Quando tentava prestar atenção no francês, vinha um espanhol, e quando tentava prestar atenção no espanhol vinha um italiano.

— Vá para o ponto de táxi que eu vou pegar nossas malas. — Jason disse sumindo no meio da multidão.

Dizem que mulheres tem um ótimo senso de direção. Ou são os homens?

Ah, tanto faz. O ponto de táxi com certeza é do lado de fora do aeroporto.

E eu o achei. Só esperava que o Jason me encontrasse no meio de tanta gente. Não queria esperar por ele, mas eu não podia pegar um táxi sem as minhas coisas. Esperei algum tempo e então vi um motorista de um dos táxis se aproximar de mim. Ele parecia ter uns vinte e oito e mais parecia aqueles modelos de roupa intima do que taxista.

— Esperando alguém? — Perguntou.

— Estou. — Disse.

— Vai pegar um táxi?

— Sim.

— Ah ta. Meus companheiros já iam dizer para você sair daí, caso não fosse pegar algum táxi.

— Perdeu no palitinho pra vir falar comigo?

— Quase, perdi no pedra, papel e tesoura. — Ele sorriu e eu ri. — Bom, posso levá-la até o seu destino no meu táxi. A pessoa que você está esperando vai demorar?

— Acho que não — Falei erguendo os pés para poder ver melhor e de longe pude ver o Jason com as malas. — Ah, ele já está vindo.

— Namorado?

— Irmão. — Respondi rapidamente.

Não sei o que é pior, o taxista supor que o Jason é o meu namorado, ou eu mentir que ele é meu irmão. As duas palavras ligadas ao Jason me dão repulsa. Ser irmã dele? Coitada de mim. Ser namorada dele? Nem pensar.

— Quem é? — Jason perguntou assim que chegou.

— O motorista do táxi que vamos pegar. — Disse. — E por que demorou?

— Houve uma complicação com as bagagens, mas as nossas não foram parar em outro país ou algo do tipo.

— Quer ajuda com as bagagens? — Perguntou o taxista modelo de roupas intimas.

— Não precisa. — Jason disse mostrando a ele o quanto conseguia aguentar o peso das malas na mão.

Na verdade, todos ao redor olhavam para o Jason impressionados, afinal de contas, ele sumia atrás das malas. A resposta para o milagre é que ele já está acostumado a levantar pesos mais pesados do que simples bagagens.

O taxista abriu o porta-malas do carro e o Jason ajeitou tudo lá dentro. Fiquei esperando no carro, e depois de alguns minutos os dois entraram. No caminho, fui conversando com o taxista, que as vezes jogava umas olhadas para mim pelo retrovisor. Dei uma olhadela no Jason e vi que ele revirava os olhos.

— É a primeira vez de vocês aqui? — Perguntou ele sorrindo.

— É sim. — Disse me inclinando no banco traseiro do carro. — Estamos tentando a sorte aqui.

— Vocês vão conseguir. E se não conseguirem no começo, é só insistir.

— Você sempre quis ser motorista de táxi? — Perguntou Jason. Ele com certeza não tinha uma boa intenção quando perguntou isso.

— Na verdade, eu só estou substituindo meu tio que quebrou a perna e não vai poder dirigir. Sou modelo da Calvin Klein.

— Um modelo da Calvin Klein dirigindo um táxi? — Perguntei sorrindo. Eu estava certa desde o começo, ele é modelo de roupas intimas.

— É, tudo pelo meu tio que me criou desde pequeno. Sou grato a ele por tudo que tenho hoje e achei que substituí-lo no trabalho fosse uma retribuição.

— Você deve ser um ótimo sobrinho. — Falei sorrindo e me encostando mais no banco dele.

— Bom, chegamos. — Falou ele parando em frente a um prédio.

Fomos avisados de que ficaríamos em um apartamento simples, num prédio de quatro andares e oito apartamentos. Ficamos com o numero quatro. Não era grande coisa, já que não podíamos chamar a atenção das pessoas.

— Aqui está o dinheiro da corrida. — Jason disse já do lado de fora e jogando uma nota de cinquenta dólares pela janela e seguiu até o porta-malas para pegar nossas bagagens.

Assim que sai do táxi acenei para o modelo da Calvin Klein e sorri. Jason já tinha pegado tudo.

— Obrigada por não me expulsar do ponto de táxi. — Disse.

— Sem problemas. E qualquer coisa — Disse ele pegando algo no bolso da sua calça e depois me entregando. — Me liga. — Piscou e deu partida no táxi.

Olhei para o cartão na minha mão e sorri.

Patrick Sherwood

Esse é o seu nome. E que nome lindo, assim como ele.

— Sério, aquilo foi patético. — Ouvi Jason dizer.

— O quê? — Perguntei enquanto o seguia até a entrada do prédio.

— Você e aquele taxista. O cara é muito velho pra você.

— Primeiro, ele não é um taxista é um modelo. E segundo, eu decido com quem vou sair.

— Claro. Só não esquece de que estamos em uma missão. E você tem que ser cuidadosa.

— Assim como você foi no evento da Seleção? — Perguntei sarcástica e ele semicerrou os olhos na minha direção enquanto equilibrava as malas na mão.

Então voltou sua atenção para um homem meio velho atrás do balcão lendo jornal.

— Olá... Ah... Somos os novos moradores do apartamento quatro. — Disse ele simpático.

O velho olhou para nós e pegou duas chaves numa gaveta e nos entregou.

— Segundo andar. — Disse e voltou a ler seu jornal.

Fiquei impressionada com a segurança do local. E se fossemos bandidos ou algo do tipo? O cara simplesmente daria a chave e pronto, estaríamos dentro.

Como o prédio não tinha muitos andares, só tinha um jeito de chegar ao segundo andar, que era subindo as escadas. E mesmo sendo o segundo andar, eu achei que foram muitos degraus, imagine o quanto deve ser cansativo para as pessoas que moram no terceiro e no quarto andar.

Abri a porta do apartamento e sorri pelo ar aconchegante que aquele lugar exalava. Não era grande, se duvidar, quase do tamanho do meu quarto lá em casa. A cozinha era apenas um corredor com armário, fogão, pia e um balcão enorme separando a cozinha da sala. A sala tinha espaço para apenas uma pequena estante de livros, uma raque pequena com uma televisão de trinta e duas polegadas em cima e um sofá vermelho pequeno de couro com lugar para três pessoas. Olhei para o lado e vi uma porta. O quarto... Espera... Uma porta, um quarto...

— Aqui só tem um quarto. — Disse indo em direção a porta e vendo com meus próprios olhos o que eu mais temia nessa viagem.

Jason colocou as malas num canto da sala e seguiu meu olhar.

— O que você esperava? Já fizeram um grande favor de trazerem moveis novos ontem. — Jason disse dando de ombros.

Entrei no quarto e percebi que era uma suíte. O banheiro era pequeno, mas bonitinho. O quarto, era o cômodo maior do apartamento. Mas só tinha duas camas de solteiro e um guarda roupa.

Ainda estava tentando aceitar o fato de ter que dividir um apartamento com o Jason e descubro que terei que dividir um quarto também. Obrigada FBI por me iludi com a missão e estragar minha felicidade com um apartamento de um quarto.

Jason não perdeu tempo, mesmo sendo quase seis horas da tarde, ele queria estudar exatamente o lugar que a nosso alvo mais frequenta. Starbucks.

E lá fomos nós até lá. Nos sentamos em uma mesa num canto afastado e o Jason começou com as observações.

— Ela com certeza, sempre senta no melhor lugar daqui. — Disse ele. — Se ela vem todos os dias, deve conhecer alguns funcionários que guardam o lugar favorito dela. E é aquele — Disse direcionando o seus olhos na direção de uma mesa perto do vidro transparente da cafeteria, exatamente no local onde o vidro estava num ângulo de quase 190º.

— Claro, é o lugar onde você consegue uma sombra e um ótimo banco para se apoiar. — Falei olhando. — É um lugar bom.

Jason olhou novamente o lugar e fitou algo. Olhei para onde ele olhava e vi uma placa no caixa.

Precisa-se de uma garçonete. Não é preciso experiência. Falar no caixa.

— Perfeito. — Jason disse olhando para mim.

— O quê? — Perguntei e então adivinhei o que ele estava pensando. — Ah não. Não. Não.

— Você não quer concluir a missão com sucesso? Então, se você trabalhar aqui vai facilitar muito.

— E o que eu posso fazer sendo garçonete?

— Espionar. Quem desconfiaria de uma garçonete? É perfeito.

— E depois?

— Amanhã, você a observa e preste atenção em tudo que ela fizer. No dia seguinte, virei para cá e então vou me aproximar dela de acordo com as informações que você me der.

— Tudo bem. Vou ao caixa. — Disse me levantando.

(...)

Depois de um dia de observação, passei todas as informações necessárias para o Jason. O pedido favorito dela, o jeito como ela se senta, o que ela conversou com seu amigo Daniel e quais eram os funcionários que ela conhecia. A mulher gordinha que fica no caixa, Samantha e o cozinheiro mexicano, Armando. Eu estava substituindo uma garota que se mudou para Nebraska junto com seus pais.

Fiquei observando de relance a entrada da cafeteria enquanto servia os pedidos. Jason chegaria em breve.

Fui em direção a mesa de Christina e sorri gentilmente para ela e seu amigoDaniel.

— O que vão pedir? — Perguntei tirando um pequeno bloco do meu avental e uma caneta que deixei enganchada no decote da minha blusa.

— Se eu te disser o de sempre, você vai saber qual é? — Perguntou ela sorrindo para mim. É claro que eu sei qual é, mas ninguém aqui ainda me falou isso.

— Desculpe, mas eu não sei. — Disse simpática e ela sorriu para mim.

— Você logo vai se cansar da nossa cara. — Disse Daniel. — Sempre aparecemos aqui.

Eu sei.

— Vou querer um frappuccino de caramelo e um muffin de queijo parmesão. — Disse Christina e eu anotei, depois olhei para Daniel.

— Vou querer o mesmo frappuccino e um brownie de chocolate. — Anotei o pedido dele também e quando estava prestes a me retirar da mesa, Christina segura o meu braço.

— Qual o seu nome?

Não diga Madeline McPherson. Não diga, você treinou isso.

— Isabel. — Sorri por minha voz sair normal. — Isabel Johnson.

— Nome bonito. — Disse Daniel piscando para mim.

— Sou Christina, mas pode me chamar de Chris. E aquele bobo que quer o seu numero é o Daniel.

— Obrigado, eu ia pedir o numero dela depois que ela trouxesse os pedidos.

— De nada. — Christine disse irônica e sorriu para mim. — É um prazer conhecer a nova funcionária.

Sorri para os dois e me afastei. Dei uma olhada e vi o Jason se sentar uma mesa depois da que Christina e Daniel estavam sentados. Fingi que não o conhecia e pendurei o pedido da mesa três para o Armando.

Então segui até a mesa cinco e sorri para o meu “irmão”.

— O que vai querer? — Perguntei e ele sorriu.

— Um frappuccino a base de creme de morango com um pouco de castanha e uma pitada de flocos por cima.

— Um frappuccino de morango. — Repeti anotando.

— Não, eu quero um com castanha e pitada de flocos.

— Engraçadinho. — Disse e me afastei.

Como não tinha mais mesas para atender, comecei a preparar os frappuccinos para ajudar o Armando. Fiz questão de preparar o do Jason, da Christine e do Daniel. Peguei o muffin de queijo parmesão e o brownie de chocolate já prontos e coloquei sobre a bandeja junto com os frappuccinos.

— Aqui está o pedido de vocês. — Disse e quando coloquei o frappuccino do Daniel, virei na posição certa para ele ver o meu numero no papel. Ele piscou para mim e eu me afastei indo em direção a mesa do Jason. — Aqui está o frappuccino de baunilha.

— Eu pedi de morango. — Disse ele.

Ops, foi mal. — Falei me afastando.

Voltei para pegar mais pedidos e vi que o Daniel se levantou em direção ao banheiro. Jason aproveitou a oportunidade e se sentou de frente para Christina, exatamente onde Daniel estava antes. Quando passei por eles, pude ouvir um pouco da conversa.

— Sempre. — Disse Christina rindo.

— Tudo bem. Isso foi uma distração. Qual o seu nome? — Perguntou Jason.

Não ouvi mais, por ter que servi numa mesa mais longe da deles. Então vi Daniel sair do banheiro e olhar para o Jason sentado em seu lugar. Ele sorri e se senta em outra mesa, vazia.

Sei que não se pode parar no trabalho, ainda mais no segundo dia. Mas não tinha mais nenhum pedido para fazer ou servir, então me sentei na mesa vazia de frente para o Daniel.

— Michael Johnson — Disse e revirei os olhos ao completar. — Meu irmão.

— Seu irmão está dando em cima da Chris. — Falou ele sorrindo.

— Ele é especialista em acasalamento. Tirou dez em uma redação sobre esse assunto no colegial. — Menti para parecer natural e Daniel riu.

— Chris está precisando de uma distração. Ultimamente ela tem estado muito abalada pelo que aconteceu com o pai.

— Você pode me contar? — Perguntei. O que será que ele sabe?

— Ele sofreu um acidente numa viagem de negócios da empresa onde trabalhava e então, não aguentou e morreu.

— Nossa, deve ser difícil. — Disse percebendo que o tanto que aquele garoto tem de bonito, tem de ingênuo.

Talvez ele confie nela por conhecê-la há muito tempo. Mas será que ele nunca desconfiou quando não teve enterro algum ou a Christina mentiu mais para ele? Ela não contou que seu pai foi preso.

— É. — Concordou ele e depois sorriu para mim. — Gostaria de sair um dia desses? Estava pensando em ligar para você, mas agora que trocamos um dialogo, acho que já posso te convidar.

— Nesse final de semana. Às duas da tarde, te espero aqui. E chame sua amiga Chris, meu irmão vai adorar nos acompanhar.

— Se os dois já não tiverem planos né? — Falou Daniel olhando para a mesa onde Jason e Christina conversavam animadamente.

Assim que cheguei no apartamento, joguei meu casaco no sofá e me joguei sobre o mesmo cansada. Pela pequena janela da sala eu pude visualizar o sol se pondo. Trabalhar no Starbucks é bem exaustivo. E na hora do almoço e no final da tarde, o movimento aumenta. Acho que perdi uns três quilos só andando de um lado para o outro anotando e entregando pedidos.

Estava prestes a ligar a TV, quando ouvi um barulho vindo do quarto. Deve ser o Jason.

Então, o barulho ficou continuo. Na verdade, era o mesmo barulho que a cama da minha mãe fez quando eu pulei nela aos seis anos. Me encostei na porta e pude ouvir outro barulho e isso realmente me tirou do sério. Junto com o barulho da cama, ouvi gemidos.

Ele estava com alguém no quarto. E ainda por cima, transando com essa pessoa.

Afastei-me da porta tentando ignorar o barulho de gemidos e voltei a deitar no sofá.

Só esperava que não fosse a Christina. Ele não podia transar com ela de uma hora para a outra. Isso acabaria com a missão. E se não for ela... Ah, eu vou matar ele depois que ele terminar com seu serviço, pois a ultima coisa que eu quero, é entrar no quarto e flagrar ele por cima de uma vadia completamente nu.

Liguei a TV para não ouvir o barulho vindo do quarto e aumentei o volume. Não estava dando certo, as piadas da Ellen não conseguiam abafar o barulho dos gemidos. Respirei fundo, tentando manter a calma e fui até a geladeira. Parei na metade do caminho só de pensar no que estava acontecendo no quarto. Eu não ia conseguir comer por um bom tempo, então voltei para o sofá e deitei com o travesseiro sobre minha cabeça.

Dessa vez não ouvi mas nada e fiquei assim até precisar de ar para respirar de baixo do travesseiro.

Não ouvi mais o barulho da cama e nem dos gemidos. Escutei barulhos de passos, feitos por sapatos de salto. Sentei-me no sofá e fitei a TV como se nada tivesse acontecido.

A porta do quarto se abriu e uma garota morena ajeitando um vestido preto colado saiu do quarto com o cabelo desgrenhado. Ela olhou para mim e sorriu.

— Você deve ser a irmã do Michael. É um prazer conhecê-la, sou a vizinha de vocês, moro no terceiro andar.

— Não preciso saber seu nome, amanhã ele já vai estar comendo outra mesmo. — Disse voltando meu olhar para a TV e ela saiu do apartamento sem graça

Assim que a porta se fechou, fui em direção ao quarto e entrei.

Madeline? — Perguntou ele surpreso. — Pensei que ia chegar mais tarde.

— Armando disse que eu podia ir embora mais cedo hoje, disse que dava conta. — Falei ignorando o fato de ele estar só de cueca box na minha frente.— E eu achando que você estava focado na missão.

— E estou.

— Ah claro — Disse irônica. — Transando com a vizinha que parece ter quatorze anos.

— Quinze. — Corrigiu ele.

— Você não pode fazer isso. — Falei nervosa enquanto procurava uma roupa do meu lado do guarda-roupa.

— Não posso fazer o que todo homem faz?

Argh, para de ser sínico. — Disse tirando uma camiseta branca e um short jeans. — Você não pode ficar transando com qualquer garota.

— Ela não é qualquer garota, é a nossa vizinha.

— Pior ainda. Ela vai te ver todos os dias, e você vai transar com ela todos os dias?

— Sim.

Me virei para ele e eu juro que se tivesse um tijolo na minha mão, não pensaria duas vezes antes de ataca-lo na cabeça dele.

— Se eu chegar aqui e encontrar você transando com alguma mulher, juro que abandono essa missão.

— Você não vai fazer isso. Sabe que se desistir dessa missão, você estará longe de seguir a fama dos seus pais.

E ele tinha razão. Pra piorar tudo, ele sabia que tinha tocado no ponto fraco.

Segui em sua direção e fiquei cara a cara com ele.

— Não me provoque.

— Não tenho culpa se você sente ciúmes de mim. — Disse ele se aproximando mais.

— Se você se aproximar mais, pode se considerar morto. — Ameacei e ele parou sorrindo com apenas dois centímetros de distância do meu rosto.

— Gosto de correr risco. — Falou ele.

E rapidamente seus braços se prenderam ao redor da minha cintura, colando nossos corpos. Ele inclinou sua cabeça e conseguiu alcançar meus lábios. Antes que ele enfiasse aquela língua nojenta (que sabe-se onde estava a poucos minutos), mordi seu lábio inferior com força o fazendo se afastar bruscamente.

— Você é louca? — Perguntou com a mão na boca.

— Só quero que saiba que eu não sou essas vadias que você come diariamente. E que eu sei me defender.

Tirando a parte de quando fiquei bêbada. Nunca mais vou beber daquele jeito, vai que da próxima vez ele faz algo a mais do que tirar o meu vestido.

Segui em direção ao banheiro com o short e a camiseta na mão e tranquei a porta.

Olhei para o espelho e senti meus olhos arderem, mas eu segurei as lágrimas. Não iria chorar. Não por causa dele.

Se para seguir os passos dos meus pais eu tenho que aturar um maníaco como parceiro, eu aguentaria. Seguiria até o fim. Talvez o FBI abra uma exceção para mim assim como fizeram com os meus pais. E daqui a pouco tempo, eu já poderei trabalhar ao lado do Lucas, e quem sabe nós conseguiremos ser o melhor casal de agente das mil famílias?


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Notas finais do capítulo

Link da foto de Daniel Parker:
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