A História De Uma Avox escrita por Liv


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

E esse é o último capítulo dela normal! Aproveitem :D
OBS: Eu nunca tive um bloqueio criativo tão grande. Esse cap ficou horrível, mas plis, n me matem :/
Bem, tá ai...



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E então eu saí de casa. Hoje seria um longo, longo, longo dia.

Andei vagarosamente até a casa de Nick. Ele estaria me esperando, de acordo com ele.

Toquei a campainha e esperei. Um Nick pronto e com uma mochila grande apareceu.

- Você está pronto?

- Só faltam algumas coisas. Venha, entre, meus pais saíram e a Gollen está no quarto dela. - Gollen era a avox dele. Se ela soubesse nossos planos, contaria para os pais dele. 

Entrei e sentei no sofá. Ele abriu a mochila e olhou. - O que falta? - Então citei todos os meus itens.

- Sacos de dormir, uma cabaninha, lanternas e pilhas, mais comida, mais água, três canetas e um caderno, protetor solar, mais armas para mim, minhas roupas, minha peruca, caso tenhamos que falar com alguém da capital, minha pulseira da sorte, duas toalhas, duas caixas de curativos, comprimidos para febre, bandagens e um desodorante. Só isso que falta?

- Acho que sim... - Disse eu hesitante. Então ele subiu e eu subi junto com ele, para ajudar a botar o resto das coisas. Então descemos. Ele pegou uma garrafa de água e duas barrinhas de cereal para comermos na ída e saímos. Deu uma olhada um pouco triste para sua casa, como se se despedisse. Então se virou, respirou fundo e disse, depois de um momento de silêncio:

- Vamos. Está na hora de ir. - Começamos a ir em direção ao Campinho, pois ele é o nosso ponto de referência. Chegando lá, paramos e sentamos na grama para checar o mapa.

- Você ainda tem como desistir - Sussurrei em seu ouvido.

- Você sabe muito bem que eu nunca faria isso - Ele disse.

- E por que?

- Por que eu não deixaria você - Ele sussurrou em meu ouvido. Senti um arrepio, e para piorar ainda fiquei corada, mas se ele viu não demonstrou. Ficamos no silêncio por mais algum tempo.

- O-o caminho é p-por ali. - Disse eu gaguejando um pouco, enquanto apontava para oeste. Ele apenas assentiu e se levantou. Depois, ofereceu a mão para mim. Me levantei também e começamos a andar. Dei uma boa olhada no Campinho, queria guardá-lo na minha memória.

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Depois de andarmos por uma hora e uns quinze minutos, chegamos ao D.D.P. (Descarga de Produtos). Observamos, de trás de uma moita, os movimentos dos caminhões, das pessoas, de tudo. A princípio, as pessoas íam e vinham da fronteira, sem nenhum alarme, sem nenhum problema. Eu e Nick nos entreolhamos e demos a volta cuidadosamente. 

Nick pisou num graveto, e é claro que ele quebrou e fez um barulho enorme. Tá, não foi um barulho enorme, mas os seguranças ouviram. Uma bala passou rente a cabeça dele. Então, quando se convenceram que não era nada, voltaram suas atenções as enormes caixas que eles tiravam dos caminhões, Aparentemente do distrito 1. Então, com o maior cuidado, andamos, ou melhor, rastejamos até a fronteira. A menos de um metro, estava nossa liberdade. Nick esperimentou jogar uma pedrinha para fora. Nada. Então concluímos que a Fronteira, por ser vigiada e por ter pessoas indo e vindo, não os desintegraria. Então, corremos para dentro da floresta. O que eles não sabiam é que todas as formas de vida que passavam da fronteira eram monitorada.Os seguranças possuiam chips que os identifivavam e por isso que eles podiam passar livremente, mas eles não. Por esse motivo, assim que passaram da fronteira, um alarme soou em uma das milhares das cabines de vigilância da Capital, e ela soube imediatamente que haviam dois fugitivos. Duas formas de vida não idêntificadas, que seriam pegas e mortas, assim que localizadas.

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Corremos por meia hora. Só paramos quando estávamos suficientemente distantes das fronteiras da Capital. A vontade de Nick era não parar de correr, mas eu estava muito cansada por causa de um maldito salto de 4 cm, já que não tínhamos trocado a roupa da escola ainda. Paramos, e olhamos para trás, para ver se tinha alguém atrás de nós. Nada. Um sorriso involuntário apareceu em meus lábios. Conseguimos! Nem acreditei nisso. Conseguimos!!! Abraçei Nick. Não aconteceu nada de errado! Sem perseguição, sem ferimentos, sem quedas! Tudo deu certo. Finalmente alguma coisa deu certo na minha vida, algum plano meu funcionou.  Quando nos soltamos, olhei para seu rosto. Ele me fitava, com um sorriso fraco, e, não sei por que, lembrei daquela noite em minha casa, do beijo... Me peguei fitando seus lábios, enquanto sentia um desejo enorme de sentí-los de novo junto aos meus.  E então aconteceu. De novo. Quando nos aproximamos eu não sei. Só consegui registrar que o beijo estava sendo bem melhor que da última vez. Nos separamos quando o ar faltou, e ofegantes, encostamos nossas testas. 

- O que foi isso? - Perguntei, com um fio de voz.

- Não sei - Respondeu ele, com um leve sorriso.

Ficamos assim por algum tempo.

- Temos que arranjar um abrigo - Disse eu. 

- Uhum - Ele concordou, e então começamos a andar. Tirei os sapatos e botei meus chinelos.

Depois de andar por mais uma hora, achamos uma caverna perto de um riacho. Arrumamos o lugar. Tiramos as folhas mortas, colocamos os sacos  de dormir num canto, botamos nossas mochilas perto dos sacos, fizemos uma "porta", que ajudaria a camuflar a caverna, deixamos nossas armas prontas perto da entrada, etc. Agora já podíamos nos instalar. 

- Bem, foi até fácil - Ele observou. Concordei.

- Preferia que fosse difícil? - Disse eu com um risinho. Ele balançou a cabeça negando, enquanto ria um pouco também.

Pedi para ele esperar lá fora enquanto eu trocava de roupa. Botei um short e uma blusa, e então trocamos. Eu saí e ele foi se trocar. Ele botou uma calça e uma blusa também. Então nos sentamos, para planejar o que faríamos agora.

Decidimos explorar um pouco. Como já estava escurecendo decidimos só dar uma geral na área. Saímos para observar, se tinham coisas comestíveis, se haviam animais selvagens ou coisas do tipo, etc. Peguei minha faca e ele fez o mesmo. 

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Após a nossa "ronda", anotamos tudo o que vimos no caderno que Nick trouxe.

- Nem todas as árvores frutíferas são próprias para o consumo. Apenas comer as que os pássaros comem.

- Pegadas de algum animal grande a uns duzentos metros da caverna. Talvez seja um bestante. Ter bastante cuidado a noite.

- Não pegar as frutas do chão, pois não é certo que elas sejam comestíveis. Não vi nenhum animal chegar perto delas, então não chegar perto também.

- Cinco ninhos de Teleguiadas nas redondezas . Cuidado redobrado.

- Riacho atrás do monte de pedras da direita. Cuidado com a correnteza.

- Voltar para a caverna antes do anoitecer, pois fica bastante escuro.

Então guardei o caderno e fui me aprontar para dormir.

- Quem fica de guarda primeiro? - Perguntei para Nick. 

- O que? 

- Quem vai ficar de guarda? Você sabe, vigiar enquanto o outro dorme e essas coisas.

- Ah, ok. Pode ser eu. Boa noite, Kath

- Boa noite. - E então deitei no meu saco de dormir e dormi. A última cena que me lembro foi ele entrando também em seu saco e se sentando, olhando para fora com um misto de preocupação e alívio.

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Vivemos por uma semana assim. E até que estávamos indo bem. Acordar, comer um pouco da nossa comida e beber um pouco da água, explorar mais a área, fazer o que tínhamos que fazer e ir dormir. 

Apenas passamos por algumas conturbações, digamos assim, como dar de cara com um bestante, com patas de cavalo, corpo de cobra, cabeça de pássaro e dentes de leão, enquanto andávamos pela floresta à procura de frutas. Corremos e graças aos deuses despistamos o bestante, depois de muito suor e machucados por causa dos galhos que apareciam no caminho, ou levar uma picada no braço esquerdo de uma teleguiada perdida. Ainda bem que foi só uma e que eu sabia, graças a uma das edições dos Jogos, as folhas que as curam, e por sorte tinha um pé dessas folhas por perto. 

- Vai dormir Kath - Disse Nick. A ferroada ainda doía e estava um pouco inchada.

- Okay - Disse eu. Passei um pouco das folhas em meu braço, comi uma banana e deitei. Nick me deu um beijo na bochecha e eu apaguei. 

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Acordei sendo balançada por Nick. Demorou um pouco para focalizar seu rosto. Ele estava suado e com uma expressão desesperada. Me assustei um pouco com seu estado.

- Levanta!! Levanta!! Temos que ir Kath, levanta!! Eles nos acharam.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!