POV. Bella

                Acordei essa manhã com um sorriso bobo no rosto. Eu estava nas nuvens. Ele me beijou. Ou eu o beijei, tanto faz. Meu nerdzinho era ainda mais fofinho do que eu pensava. E tão tímido. Mesmo depois do beijo. Meu fofo. Eu lembro quando eu estava fazendo o trabalho com ele, e vez ou outra ele olhava timidamente pra mim, sorria e corava. Ele ficava tão lindinho quando corava. Edward Cullen conseguia ser fofo até mesmo quando estava envergonhado.

                - Bella, querida, levante-se e vá se arrumar, para não se atrasar para a escola. – Minha mãe chamou. Levantei-me em um pulo e comecei a dançar loucamente pelo quarto. Mas é claro, como era eu dançando, enganchei meu pé no cobertor que escorregou para o chão, e caí com tudo. Peguei o restinho de dignidade que havia sobrado em mim, levantei-me e fui me arrumar. Quando terminei fui tomar café. Não antes de tropeçar em uma molécula perdida pelo chão, pisar no cadarço do meu all star e quase cair da escada, obrigado a quem quer que seja que inventou o corrimão para que eu pudesse me segurar, e esbarrar em uma maldita parede que saiu do lugar dela e se colocou na minha frente só pra me machucar. Paredes são más, muito más.

                - Bella? Tudo bem querida? – Mamãe perguntou preocupada. Ela deve ter ouvido minhas pancadas nos lugares.

                - Sim mamãe. – Minha mãe, Renné Swan era dona e cozinheira de um restaurante de Por Angeles, La Bella Itália. Sim, minha família tem sangue Italiano. E antes que alguém pergunte, não eu não falo com aquele sotaque esquisito. Na verdade eu só sei algumas palavras em Italiano e a maioria delas eram xingamentos aprendidos com o Papai Swan. Isabella era o nome da minha avó paterna que faleceu pouco tempo antes de eu nascer. Então para homenageá-la meus pais decidiram me dar esse nome. Eu gostava. Papai, Charlie Swan era o chefe de polícia de Forks, que se assegurava de que todos os garotos da cidade estivessem assustados com o ele o suficiente, para não tentar nada com a filhinha querida dele. Simples assim.

                Terminei o café da manhã, fui para a escola, no meu adorável uno. Quando eu cheguei lá, Edward estava me esperando encostado em seu volvo. Lembrei-me na hora do acidente com seu carro. Fiz uma careta. Espero que para o bem dele, não tenha custado caro o conserto. Estacionei e fui de encontro a ele.

                - Oi – ele disse com a testa franzida. Que estranho. Eu pensei que ele iria estar um pouquinho mais animado do que isso. Talvez seja porque há muitas pessoas por perto. Edward fica ainda mais tímido no meio das pessoas.

                - Oi. – Sorri para ele, tentando deixa-lo mais à vontade. – Aconteceu alguma coisa? Perguntei suavemente. Ele me olhou estranho.

                - Eu estou confuso. Devo alar com você na escola? – Ele...? Hã? Eu ouvi isso direito? Agora quem tava confusa era eu.

                - Porque diabos você tá me perguntando algo assim? Porque você não deveria falar comigo? – Questionei já me irritando. Eu chego toda feliz pra falar com ele, e ele me vem com essa? Avá.

                - Você tem uma reputação. – ele sussurrou – É a capitã das líderes de torcida. Acho que não fica bem ser vista comigo, o nerd esquisito da escola.

                - Você. É. Tão. Idiota. – esbravejei – Se for por isso, talvez eu não deva falar com você também. O que os nerds pensam? Ah sim, líderes de torcida são fúteis, burras e ridículas. Imagina o que os outros vão pensar de você Cullen. Que horror pra sua reputação, não é? – A essa altura eu já estava gritando. Mamãe tem razão, talvez eu seja um pouquinho estressada. Tenho que melhorar isso, se não vou acabar matando alguém ou tendo um ataque cardíaco antes dos dezoito. Respirei fundo. – Edward, eu não ligo pra isso. Eu realmente, realmente não me importo com a porcaria da reputação. Faça o mesmo, ok?

                - Mas, as pessoas podem pensar coisas ruins... – Não o deixei terminar. Agora eu já tava pé da vida com ele.

                - MAS QUE MERDA CULLEN, FODA-SE O QUE AS PESSOAS PENSAM! QUEM SAI SE AGARRANDO COM VOCÊ POR AÍ SOU EU, ENTÃO QUEM TEM QUE PENSAR QUALQUER COISA AQUI É EU TAMBÉM, CARAMBA! - Ops. Algo me diz que eu falei isso um pouquinho alto. Olhei ao redor tentando ser discreta, e tava todo mundo olhando pra nós dois com uma expressão chocada. O que esse povo tá fazendo no estacionamento, Senhor? Porque eles não podiam estar lá dentro? Merda, merda, merda. Cadê um bueiro pra gente se jogar dentro quando precisa? É, não tem. Ouvi um risinho estrangulado, e olhei para Edward. Ele tinha uma expressão no rosto dividida em diversão e constrangimento. Corei. Valeu Swan, agora é a parte em que ele te chama de doida varrida e vai embora pra nunca mais voltar. Muito bem. Ele se aproximou de mim, beijou minha testa, depois se inclinou e sussurrou no meu ouvido:

- Discrição, meu moranguinho. É uma coisa que você definitivamente não tem. – Ele riu, e eu corei ainda mais. – Mas tem estilo. – Olhei confusa pra ele. – Você acabou de encontra r uma nova forma de declarar os fatos em público. Eu não acho que alguém já tenha anunciado um relacionamento assim, esbravejando em alto e bom som, nessas palavras tão... – ele riu mais ainda – ... Corteses. – me afastei para poder olhar pra ele e encontrei um Edward com um sorriso feliz demais pro meu gosto. Estreitei os olhos pra ele e ele riu. – Você vai aceitar agora? – Perguntou curioso. Ah sim, isso. Sorri.

- Não é como se eu tivesse muitas opções não é? Não depois disso... – Meu nerdzinho quase não cabia em si de tanta felicidade.

-Te compro as flores mais tarde. – Falou com um sorriso fofo.

- E o chocolate? – perguntei.

- Também.

- Eu gosto de prestígio.

- Compro pra você no intervalo. – Ele selou meus lábios, e juntos entramos na escola. Ele me deixou na porta da sala, e já ia embora quando eu o chamei.

- Edward?

- Hm?

- Qual seu doce favorito?

- Sorvete de napolitano. – sorriu,

- Por quê?

- O chocolate me lembra os seus olhos, o morango me lembra o cheirinho do seu cabelo e o creme me lembra sua pele branquinha que nem porcelana.

- Ok – Sorri alegremente e fui pra minha cadeira. Eu já disse que amo meu nerdizinho fofo hoje? Pois é, eu amo.

- No intervalo, encontrei-o com dois chocolates prestígio nas mãos. Ele sorriu, beijou minha bochecha e me entregou meus doces. Compramos nossos lanches e sentamo-nos em uma mesa um pouco mais afastada das outras.

- Não te incomoda? Sentar afastada das outras líderes de torcida? – ele perguntou curioso.

- Te incomoda sentar afastado dos seus irmãos? – respondi com outra pergunta.

- Porque você nunca responde essas minhas perguntas?

- porque essas suas perguntas não tem cabimento. Já expliquei a você. Eu não tô nem aí pro que os outros pensam. – bufei. Ele sorriu.

- Ok, eu entendi . – ele sorriu malicioso. – e o resto da escola também. – e caiu na gargalhada enquanto eu corava.

- Cala a boca, Eddie. – o seu riso parou na hora. Ele me olhou estreitando os olhos.

- Odeio esse apelido. – bufou. Sorri abertamente. Bella 1 x Edward 0 – Vamos? – ele chamou quando o sinal tocou. Concordei e me levantei. Ele como o perfeito cavalheiro que era, me levou até a sala.

- Até mais tarde e.. – ele parou. Sorriu torto pra mim. Deus, eu amava esse sorriso - ...Espero que goste. – Beijou-me rapidamente e foi para sua sala. Achei que ele falava dos chocolates que havia me dado, mas ao notar minha mesa, percebi que estava enganada. Estava repleta de flores, frésias. Como ele sabia? Sorri bobamente, ao ler o cartãozinho que havia no meio na mesa. Ri, com o versinho tão clichê. Definitivamente combinava conosco.

“ ’Rosas são vermelhas,

Violetas são azuis,

Mas eu prefiro as frésias,

Porque me lembram minha luz.’

Meu delicado moranguinho, será que você me daria a honra de sair comigo hoje à noite? E.C.

P.S.: Será que o protocolo está completo agora? ”

                - OOOOONNNNWWW – Ouvi o coro de vozes femininas atrás de mim. Virei-me para encontrar todas as meninas da sala se esticando atrás de mim, pra ler meu cartãozinho. Até a professora tava ali! Que prostituição é essa aqui? Cadê a privacidade? Elas devem ter notado meu olhar zangado por que logo depois estavam todas em seus lugares. Alice veio até mim e me estendeu um papel com o número de Edward escrito. Logo entendi o porquê. Agradeci e comecei a digitar uma resposta no meu celular para mandar para ele.

“Sete horas e não se atrase. Você está encrencado, senhor Cullen” B.S.

                Sorri maliciosamente. Pelo que eu conhecia do meu menino, ele já deve estar pirando sobre ter feito algo muito errado. Ele era assim, inseguro. Até demais às vezes. Mas ainda sim, eu o amava loucamente. Só faltava uma coisinha no protocolo. E isso, quem resolveria seria eu.