Pov Candice.

Eu não sabia muito bem o que havia acontecido, foi tudo rápido demais para raciocinar. Só sei que sentia algo muito estranho dentro de mim. Eu estava caída, sentia fortes dores em minha cabeça e outras partes do corpo na qual Victoria surrou. Uma de minhas mãos estavam no meu pescoço, que deveria ser a parte que mais doía em mim, eu sentia meu sangue ferver, aquilo tudo não era nem um pouco normal. Eu respirava com dificuldade, tentava levantar totalmente minha cabeça para ver o que estava acontecendo mais simplesmente não conseguia.

Foi quando Liam surgiu a minha frente, me pegando em seu colo, mesmo estando em um estado péssimo, pois eu podia ver como ele também havia se machucado.

- Vem amor, vamos sair daqui – ele disse, e logo foi caminhando comigo para a saída. Aconcheguei meu rosto em seu pescoço, e por grande curiosidade olhei para trás. Victoria estava caída, com algo que parecia um pedaço de madeira, enfiado em seu peito. Não sabia ao certo se ela estava morta, mais se estava... Tenho certeza que Liam estava abalado, por mais que ele negue, eu tenho certeza.

Voar é a melhor coisa do mundo! Liam dava altos saltos de telhado à telhado, de prédio à prédio. Eu sentia um frio na barriga, não posso evitar em dizer que aquilo era demais, o vento frio que batia em meu rosto provocava uma ótima sensação. Por um momento eu até havia esquecido minhas dores.

 Assim que chegamos no nosso apartamento, os olhos do porteiro quase saíram para fora, ele estava completamente assustado.

- Sta. Candice, a senhora está bem? – ele perguntou claramente preocupado, como se não soubesse o que fazer.

- Olha pra ela, você acha que ela está bem? – Liam perguntou em um tom grosseiro, que fez com que o homem abaixasse o olhar rapidamente – Não se preocupe, nós apenas... levamos um belo tombo, nada que um curativo não resolva – Liam tentou ser mais simpático.

- Se precisarem de alguma coisa, uma ambulância...

- Não! – falei um pouco alto demais, interrompendo o porteiro – quer dizer, obrigado por estar tentando ajudar, mais eu ficarei bem, não se preocupe.

- Se a senhora está dizendo... se precisar estarei aqui – ele respondeu e eu sorri em agradecimento. Liam continuou me carregando até chegarmos finalmente ao nosso andar, nosso lar!

Liam me colocou deitada na cama e logo saiu do quarto, voltando alguns segundos depois com uma maletinha branca, logo percebi que era como um kit de primeiros socorros.

- Por que você tem isso? Quer dizer, você não precisa....

- Mais minha namorada é humana, justamente por isso eu trouxe isso comigo – ele respondeu, e logo começou a cuidar dos ferimentos que haviam em meu rosto e em minha cabeça.

- Meu pescoço está doendo – reclamei enquanto passava a mão pela mesma.

- É por causa da mordida... – ele disse em voz baixa.

- Ah meu Deus! A mordida... – me desespero ao lembrar da mordida de Victoria, eu havia esquecido completamente – Liam, eu vou virar uma...

- Calma, lógico que não... – ele deu um sorriso confortador e eu senti um grande alivio – esse papo de que a mordida de um vampiro pode transformar alguém em um de nós é apenas em filmes ou livros de ficção.

- Como assim? – pergunto, surpresa com sua resposta.

- Bom, um humano só se transforma em um vampiro quando falece com nosso sangue circulando pelo corpo. E assim que ele ressuscita, já é um de nós – ele explicou.

- Uau – disse ainda impressionada com a nova “descoberta” – mais... e você? Como está?

- Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem...

- Não estou falando só fisicamente, sentimentalmente também...

- Candice... – ele falou em um tom de reprovação.

- Liam, eu sei que isso tudo não foi fácil pra você...

- Eu não sei como me sinto, acho que ainda estou tentando digerir toda essa reviravolta que minha vida teve...

- Vai ficar tudo bem tá legal? Eu estou aqui com você... – eu disse e ele sorriu triste.

- Eu sinto muito te fazer passar por tudo isso Candice...

- Ei, fui eu quem quis passar por tudo isso tá legal? Você não me obrigou a nada, fui eu que quis isso para minha vida, sabe porque? – perguntei, e ele ainda cabisbaixo, balançou a cabeça negativamente.

- Porque o amor enfrenta todos os obstáculos, se lembra? E eu topo qualquer coisa para estar com você – ele me encarou, e sorriu de lado. Com uma de minhas mãos, alisei seu rosto – eu te amo...

- Eu também te amo princesa, desde de a primeira vez que eu te vi naquele bar, eu tive certeza absoluta que você era a garota que mudaria minha vida.

- Espera, como você sabe sobre a primeira vez em que nos vimos? – perguntei franzindo o cenho e ele sorriu, abaixando a cabeça mais logo levantando-a para me encarar.

- Well, I guess you'll say, what can make me feel this way? – ele começou a cantar a música que meus ouvidos tanto pediam para ouvir, a música que ele havia feito para mim – My girl... Talkin' 'bout my girl, my Girl, yeah… - e assim meu sorriso foi de orelha a orelha, então eu e o abracei rapidamente.

- Vo-você se lembra... – minha voz era trêmula, algumas lágrimas de felicidade caiam e eu voltei a encara-lo.

- Sabe, assim que Victoria caiu aos meus braços, um flashback veio a tona, me fazendo lembrar cada detalhe. Foi naquele momento que eu percebi que tudo que eu realmente precisava era de uma loira, dos olhos azuis... – ele passou o polegar abaixo de meus olhos, limpando algumas lágrimas – com um coração incrível, extremamente sensível e carinhosa, tímida e boa de cama – tá, eu senti meu rosto queimar essa parte – se eu fosse falar todos os detalhes que eu amo nela, eu ficaria o dia inteiro aqui, mais eu quero dizer que ela fica linda quando fica vermelha de vergonha... E eu sou completamente louco por ela, por cada detalhe nela, é como se eu encontrasse cada dia uma forma para te amar mais, você é simplesmente tudo que eu preciso...

Juntei nossos lábios rapidamente, dando passagem para que a língua dele passasse e brincasse com a minha. Apertei sua nuca com uma de minhas mãos e o puxei mais para mim, e quando me faltou fôlego, eu o separei, com a respiração ofegante. O celular de Liam começou a tocar e ele o tirou do bolso desconfiado, franzindo o cenho assim que olha para o visor.

- O que você quer? – ele atendeu grosseiramente. Eu não fazia ideia de quem poderia ser. Ele ficou alguns segundos escutando a pessoa do outro lado da linha falando e logo prosseguiu – Ótimo – ele disse em um tom de voz sombrio e desafiador, encerrando a ligação.

- O que houve? Quem era? – perguntei e ele suspirou, levantando a cabeça para poder me encarar.

- Temos um novo problema...