Pov Liam.

Senti um alivio inexplicável em tê-la em meus braços, eu simplesmente não queria solta-la nunca mais, independente de qualquer coisa.

- Vem, você vai dormir no meu apartamento hoje – eu disse enquanto puxava sua mão até a porta.

- Por que? – ela perguntou franzindo o cenho.

- Por que eu me sinto mais confortável lá, já que agora Victoria é sua “vizinha” – eu fiz uma careta e ela sorriu.

- Tá legal, você venceu. Vou só pegar umas roupas e agente vai... – ela disse enquanto ia se dirigindo até o quarto.

- Não sei pra que, você não vai precisar delas mesmo – eu disse dando um sorriso malicioso.

- Liam! – ela exclamou ficando da cor de uma maçã.

- Que foi? – perguntei cinicamente. Ela balançou a cabeça negativamente e entrou no quarto.

Achei que ela fosse ficar estranha comigo quando eu revelasse que sou um vampiro, mais para a minha felicidade não. Estamos agindo como se nada tivesse acontecido, e é bem melhor assim. Ela saiu com uma mochila rosa com preto, e veio em minha direção. Peguei sua mochila e coloquei em meu ombro, enquanto saiamos do apartamento.

Para minha grande infelicidade Victoria saiu de seu apartamento na mesma hora, entrelacei com força minha mão com a de Candice e assim seguimos até o elevador.

- Olha, se não é o casalzinho feliz. O vampiro e a humana, que coisa mais linda né?- ela perguntou ironicamente parando a nossa frente.

- Sai da minha frente, antes que eu mesmo tenha que te tirar – eu cuspi as palavras, e ela apenas deu uma risada sarcástica.

- Que isso Liam, não queremos que Candice presencie uma cena dessas, não é mesmo? – ela se fingiu de inocente, logo em seguida dando um sorriso malicioso.

- Vamos logo – eu disse e puxei Candice comigo, desviando de Victoria e a deixando para trás.

- Pena que esse romantismo não vai durar muito – eu pude escuta-la, enquanto entramos no elevador. Eu a ignorei completamente, e assim seguimos para meu carro. Candice ficou em silêncio, provavelmente tentando digerir tudo que havia acabado de acontecer.

- O que ela quis dizer com isso? – ela perguntou, quebrando o silêncio.

- Não se preocupe com ela, tá bom? – eu passei minha mão livre em seu rosto, e ela assentiu ainda um pouco preocupada.

Seguimos o caminho em silêncio, até chegarmos em meu apartamento. Abri a porta e entramos, joguei a chave longe, e meu casaco também. Eu como sou perceptível, pude ver que ela estava tímida, parecia um pouco desconfortável.

- Que foi? – perguntei me aproximando dela.

- Seu apartamento é tão grande. Sei lá, eu me sinto assim quando estou na casa de alguém, não que você seja qualquer pessoa, mais é que eu me sinto tímida, quero dizer, aqui é lindo, mais é que... eu... Ah, eu não sei explicar – ela falou tão rápido que quase se embolou nas suas palavras, e eu ri.

- Amor, eu já entendi. Mais você pode se sentir a vontade aqui – eu disse dando um beijo em sua testa. Ela puxou meu rosto e juntou nossos lábios, aprofundando mais o beijo.

- Tá com fome? – perguntei enquanto ia até a cozinha.

- Eu comi no shopping – ela disse enquanto olhava cada detalhe do apartamento.

- Contou sobre mim para aquela sua amiga? Esqueci o nome dela...

- Caroline. E não, é claro que eu não contei – ela disse enquanto fixava o olhar para algum canto do apartamento, logo percebi para onde ela estava olhando – você toca violão?

- Sim, só quando eu não tenho nada pra fazer... E as vezes eu escrevo algumas músicas, nada demais – eu disse um pouco tímido, já que ela pegou alguns papeis com as letras de algumas músicas que eu fiz, jogados pela uma pequena mesinha que havia ali.

- Toca pra mim – ela pegou o violão e estendeu ele em minha direção, eu hesitei por alguns segundos, mais logo o peguei. Ela olhou para um dos papéis novamente e virou ele para mim – canta essa música aqui?

Meu corpo estremeceu, aquela música era que eu havia escrito para victoria. Demorei um pouco para raciocinar, enquanto ela ainda me encarava a procura de uma resposta.

- Não acho uma boa ideia – eu finalmente consegui pronunciar algo.

- Ah, por favor Liam – ela fez uma carinha irresistível. Eu respirei fundo, e pensei por um segundo.

- Tá legal – eu cedi, e ela sorriu. Dedilhei alguns acordes, só para ver se o violão estava afinado, e então comecei a cantar.

Now that you can't have me

(Agora que você não pode me ter)

You suddenly want me

(Você de repente me quer )

Now that I'm with somebody else

(Agora que eu estou com outra pessoa)

You tell me you love me

(Você me diz que me ama )

I slept on your door step

(Eu dormi no degrau da sua porta)

Begging for one chance

( Implorando por mais uma chance)

Now that I finally move on

(Agora que eu finalmente segui em frente)

You say that you missed me all along

(Você diz que sentiu minha falta todo esse tempo)

Who do you think you are?

( Quem você pensa que é?)

Who do you think I am?

(Quem você pensa que eu sou?)

You only love to see me breaking

(Você apenas ama me ver quebrando)

You only want me 'cause I'm taken

(Você apenas me quer porque estou comprometido)

You don't really want my heart

(Você realmente não quer meu coração)

No, you just like to know you can

(Não, você só gosta de saber que pode tê-lo)

Still be the one who gets it breaking

(Ainda é a única que consegue quebrá-lo)

You only want me when I'm taken

(Você apenas me quer quando estou comprometido)

Finalmente eu havia acabado de cantar, e então eu a olhei. Ela apenas se aproximou e me abraçou forte, eu retribui o abraço, enquanto parecia que várias facas haviam sidas enfiadas contra meu peito.

- Eu não sei como ela pode fazer tudo isso com você – ela sussurrou enquanto ainda me abraçava, e eu apenas sorri.

- Isso é passado – eu disse e puxei seu rosto, até poder vê-lo – agora eu tenho você aqui comigo.

Ela sorriu, e eu voltei a beija-la. Apesar de ter superado, eu não gostava de lembrar o passado, de lembrar dela. Talvez eu não me arrependa de tudo que passamos, pois só assim eu mudei. Acho que precisamos quebrar a cara uma vez na vida, para finalmente levantarmos mais fortes do que nunca.