Jacob entra no quarto do hospital gritando:

- QUEM FEZ ISSO COM A BELLA?

Atrás dele, Sam, também furioso, segurando o Dr. Carlisle pelo jaleco, vem até a minha maca e grita:

- VAMOS RESOLVER ISSO AGORA MESMO! ACABOU A PALHAÇADA! E VAMOS COMEÇAR POR ESSE DOUTORZINHO!

O rosto de Carlisle era apreensivo, mas não assustado... Em choque, levantei da cama e tentei conter a situação.

- Calma, está tudo bem comigo! – disse me dirigindo a Jake.

- Mas essa história já foi longe demais – Sam afirmou com ódio na voz – cadê aquele moleque?

Ele se referia a Edward, eu tinha certeza. Mas do que ele estava falando? O que tinha ido longe demais?

- Vamos manter a calma, vamos resolver isso sim, mas não aqui dentro! – Carlisle disse com calma.

- Resolver o quê? – perguntei tentando entender.

Quando terminei de falar, Edward e Alice entraram no quarto com a expressão agressiva. Eu nunca tinha os visto assim.

- O que está acontecendo aqui? – Edward perguntou.

- Acabou a camaradagem, meu caro, agora vamos resolver tudo definitivamente! – Sam gritou.

- Jake, o que está acontecendo? – perguntei ao meu marido que estava em pé do meu lado.

- Bella, agora é guerra! – respondeu com tranquilidade.

- Mas por quê? Guerra? Como assim? – eu estava confusa.

- E a Bella será o prêmio! – Sam disse com um sorriso malicioso.

- Não coloque a Bella no meio disso! Ela não tem nada a ver com nossos problemas! – repreendeu Edward.

- Se não fosse ela se meter com vocês, nada disso aconteceria! – Sam explicou, agora agressivo.

Jacob virou para mim com raiva nos olhos.

- Eu avisei pra você não se meter com eles, Bella!

- Mas do que vocês estão falando? O que os Cullens fizeram?

- Eles são maus e querem acabar com todos dessa cidade! Mais cedo ou mais tarde não se controlarão e acabarão com Forks! – Sam se meteu.

- Isso não é verdade! – Alice tentou se defender.

- Mas já está mais do que na hora de resolver tudo isso! – retrucou Sam.

Minha cabeça girava com aquela confusão e eu me sentia estranha.

- Meu amor – Jake olhava nos meus olhos – nós vamos ganhar e teremos nossa vida de volta!

- Espera! – segurei seu braço quando ele virou para ir embora – você não vai me explicar o que está acontecendo? Por que os Cullens precisam se controlar? Por que vocês vão criar uma guerra para derrotá-los? Por que EU sou o prêmio?

- Eles simplesmente não são normais – ele tentou explicar – temos o dever de proteger a cidade.

- Bella, não dê ouvidos a ele! – Edward se aproximou – Nós nos controlamos e não queremos briga, mas eles...

- CALA A SUA BOCA! – Jake gritou ficando vermelho.

Edward já ia responder e eu repreendi.

- Parem vocês dois, vocês não precisam brigar!

- Bella, não se meta, está tudo decidido. – Sam disse-me num tom grosseiro.

- Já que vocês querem briga, vamos resolver isso agora mesmo! Mas lá fora! – Carlisle decidiu.

- Ok! – concordou Sam.

Todos começaram a sair pela porta, ficando apenas Jacob e Edward no quarto, um de cada lado de mim.

- Vocês não vão fazer isso? Eu não quero briga! Ainda mais por minha causa! O que foi que eu fiz para vocês brigarem?

- Não se preocupe, Bella, esse é nosso destino – Edward quis esclarecer.

- Isso é da nossa natureza, precisamos acabar logo com isso. E que seja agora! – Jake completou.

Edward pegou minha mão direita, deu um beijo amoroso e disse com carinho.

- Eu te amo, Bella!

Jacob abraçou-me com força, declarando-se.

- Eu te amo, meu amor!

E os dois saíram pela porta, partindo meu coração. A porta se fechou. Eu corri para ir atrás deles e tentar impedir essa guerra, mas a porta estava trancada.

Corri para a janela, para tentar sair, mas também estava fechada.

Mas de lá eu podia ouvir todos os gritou de uma batalha, ver o sangue escorrendo dos rostos deles enquanto lutavam ferozmente sem eu saber porquê. Vi Jacob caído do chão com muito sangue, parecendo desacordado e Edward da mesma maneira do outro lado da rua. Meu mundo caiu e eu fechei os olhos com força. Não queria ver mais aquilo.

Gritei de desespero e isso me fez acordar. Era tudo um terrível pesadelo.

Olhei para os lados e meu quarto de hospital estava vazio, nenhum vestígio de discussão ou algo parecido. Tentei levantar-me para olhar pela janela e procurar para ver se Sam, Jacob, Carlisle, Edward ou Alice estavam disputando alguma coisa, mas vi que era impossível levantar daquela cama. Meu corpo estava fraco e os pontos da minha barriga doíam, ardiam.

Era realmente um pesadelo, para meu alívio. E uma constatação de que eu realmente estava ficando louca com toda aquela história.

Comecei a pensar se aquilo fazia algum sentido, se aquele pesadelo podia está me dando alguma dica para desvendar toda essa história, mas como poderia fazer sentido os Cullens terem algum problema com Sam?

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho na porta. Era uma enfermeira.

- Olá, querida! – disse com simpatia.

- Oi...

- Hora de trocar o soro! – disse se aproximando para substituir o soro que já estava quase vazio – Tem um menino lindo aí fora querendo te ver!

- Quem? – perguntei com curiosidade.

- Ele me disse que é seu marido, mas não acreditei! Vocês são tão jovens, não podem ser casados! – ela riu.

- Sim, somos... – garanti a ela.

Senti-me aliviada. Jacob não tinha esquecido da minha existência, ele estava aqui. E estava vivo e inteiro, ou seja, estava descartada toda a possibilidade daquele pesadelo ser real.

- Posso mandar ele entrar? – ela perguntou depois de checar todos os equipamentos que apitavam em volta de mim.

- Sim, pode... – disse, e ela sorriu animada.

Não sabia o que esperar. Um sermão gigantesco de ‘vocês precisa ficar longe dos Cullens’ ou um agressivo ‘vamos pra casa logo, Isabella’. Realmente não esperava nada muito carinhoso do meu marido que agora parecia ser apenas uma fachada, pois nada mais nos unia, a não ser as lembranças do passado. Mas acabei surpreendida com o seu humor.