Crime Passional escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 9
A última noite de amor




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- Kagura eu já esperei demais, eu quero os endereços amanha de manha, vou te esperar no estacionamento da faculdade, se você não aparecer, se prepare... eu não estou brincando...

- Fique tranqüilo Kouga, eu já tenho o que você quer... infelizmente...

- Infelizmente seria se você não tivesse os conseguido, iria estar morta amanha há esta hora...

A ligação foi encerrada, e Kagura um tanto desesperada chorou, pois algo poderia acontecer a Sesshoumaru se ele estivesse com Rin quando o Kouga chegasse ao apartamento.

Ela revirou-se na cama durante toda a noite, a imagem do rosto de Sesshoumaru residia em sua mente, estava extremamente preocupada...

Quanto à casa da família Daiyoukai ela estava mais tranqüila, a mansão era cercada por seguranças e antes que ele tentasse adentrar os portões seria preso.

Na manha seguinte, como combinado, Kouga estava lá à espera de Kagura, que muito chorosa chegou ate ele.

- Oh gatinha não fique assim...

- Porque você não fica só com o endereço da Rin, não é dela que você quer se vingar?

- Aquele almofadinha me afrontou no primeiro dia que nos encontramos, me deu um soco na cara, e depois tomou a minha garota, e ainda a ajudou a me colocar na cadeia, você não acha que ele merece uma lição por isso? – Kouga aproximou-se e fez um carinho no rosto de Kagura, mas ela afastou-se sentindo raiva dele e de si mesma por ter cometido a besteira de tê-lo libertado da prisão, juntamente com Sara.

- Eu amo aquele... almofadinha, não queria que o machucasse, quanto a Rin, faça o que quiser com ela, se tirar ela do meu caminho eu terei chances de voltar para ele...

- Esse era seu plano, me usar para tirar a Rin de seu caminho? – Kouga estreitou os olhos e falou com uma voz mansa e ameaçadora.

- Sim eu confesso, queria que tirasse a Rin de meu caminho para fica com Sesshoumaru...

- Você é uma grande idiota, a Rin é uma garota maravilhosa, quem fica com ela uma vez se apaixona, porque ela é muito carinhosa e sabe cuidar de um homem, ainda mais quando ela gosta dele...

- Eu não te perguntei nada, eu tenho ódio daquela insossa, ela é tão sem graça que dá nos nervos... – Kagura zangou-se com os elogios, cruzando os braços frente ao peito.

- ... Quando comecei a namorar ela, estávamos apaixonados, ela me tratava como um rei, ate cuidava de meus cabelos, me penteava, sem contar as vezes que saiamos para nos divertir com a moto dela, era demais...

- Então porque ela te largou se vocês eram tão apaixonados um pelo outro?

- Porque eu bati nela uma vez...

- Qual garota agüentaria isso seu ogro...

- Mas não foi só por isso, depois que eu matei o pai dela ela fugiu de mim e veio morar aqui nessa maldita cidade...

- Você matou o pai dela?!!!

- Eu tinha avisado a ela antes, se ela não voltasse pra mim eu iria fazer isso, mas ela não acreditou em mim...

- Você é louco, como ela iria querer ficar com você depois de matar o pai dela?

- Acredito que isso foi uma infantilidade de minha parte – ele fechou os olhos e encostou-se no muro. – eu acho que ela me perdoaria se eu tivesse tido paciência...

- Sim, mas se não for infantil agora poderá tê-la...

- O que quer dizer? – ele olhou-a animado.

- Como você é idiota... Se você machucar o Sesshoumaru ela vai te odiar ainda mais...

- Esta querendo protegê-lo, eu conheço esta tática, ao contrario do que você pensa eu não sou tão idiota assim gata, agora me da os endereços...

Sorrindo de orelha a orelha, Kagura entregou o endereço e telefone de Rin para ele, mas foi com muita relutância que entregou o de Sesshoumaru.

- Fique tranqüila gatinha, eu não vou fazer aquele almofadinha sofrer muito, vou apenas cortar as partes interessantes dele, se quiser posso te entregar para guardar de lembrança...

- Seu animal, o que eu vou fazer com o pênis dele sem vida?!!!

- Aí eu não sei, faça o que quiser, eu trarei para você de presente, como agradecimento por ter me arrumado isto aqui... – ele sacudiu os papéis e logo começou a andar indo embora, mas escutou a garota chorar, talvez arrependimento, ou a consciência pesada por saber que a pessoa que ama vai ser machucada.

Naquela mesma manha, Sesshoumaru estava preparando uma grande surpresa para Rin, já que o aniversário dela estava próximo.

O frio era insuportável na estação de inverno, e sair de casa era quase um sofrimento, mas não quando tinham um ao outro para aquecer-se.

- Rin, o que acha de sermos sócios num escritório de advocacia? – perguntou a ela enquanto tomavam o desjejum. Ele havia dormido com ela noite passada. – Será uma boa oportunidade de conseguirmos ter uma boa carreira, e juntos...

- Seria um sonho, imagino como seria você e eu lá no escritório... er... – ela corou ante o pensamento impuro que teve, e ele percebeu...

- Também pode acontecer... – ele sorriu maliciosamente e ela envermelheceu, baixando o rosto depois.

Ficou em silêncio depois desse comentário, e logo que Rin terminou o desjejum, foi arrumar-se, os dois iam sair, ela iria ao médico, e ele resolver um grande problema.

Depois de cinco dias no hospital, Musou recebeu alta e fugiu pela porta da frente do hospital, sem deixar pistas. Os policiais que o aguardavam, não perceberam quando ele saiu, pois estavam entretidos com uma enfermeira, que já tinha combinado com Musou o que fazer.

Para ela, ele era totalmente inocente, e fez uma cena totalmente dramática no leito, a fazendo comover-se com a situação, e dar assim cobertura para que ele fugisse.

- Rin tem certeza que não quer que eu te acompanhe ao médico?

- Não se preocupe querido, eu estou bem, é só um exame de rotina...

- Então depois que você sair, me liga e eu venho te buscar, quero te mostrar uma coisa...

- O que é?!!! – perguntou sorrindo curiosamente.

- Esta ansiosa né, - ele sorriu. – Mas eu não vou contar, é surpresa...

- Você esta sendo muito mau comigo, Rin-chan ta triste... – ela disse fazendo beicinho. Um gesto que ela achava encantador.

- Eu não resisto a esse beicinho, mas dessa vez eu não posso contar. – ele tocou o dedo indicador na ponta do nariz dela carinhosamente com os olhos cheios de charme.

- Ah assim eu não resisto, você sabe me convencer né seu... – ele calou-a com um beijo.

- É melhor ir, ou vai perder sua consulta...

Sorridente, Rin saiu do carro que estava estacionado em frente a um hospital, e logo depois dela entrar ele se foi.

Além de ser advogado, estava ajudando a Bokusen-ô nos trabalhos investigativos, tentando encontrar Kouga, que havia fugido há algum tempo e agora a Musou.

Ia a delegacia pelo menos três vezes por semana, buscar as pistas encontradas pelos detetives e com isso as estudava juntamente com eles, os ajudando com o trabalho.

Estava certo de que queria os devolver as suas jaulas o mais rápido possível.

Os planos de Sesshoumaru eram de se tornar um juiz, mas talvez depois de tanta investigação desse a preferência a ser um detetive. Todos os seus planos para pegar pistas eram muito bons e com consistência. Os agentes que trabalhavam com Bokusen-ô gostavam de ouvir as idéias do advogado, e o aconselhava a seguir a carreira de investigador.

Era uma carreira para pessoas que gostam de ação sem muito exagero, mas que tinha muitos riscos.

Enquanto conversava com os agentes Hiten e Manten, o celular de Sesshoumaru tocou em seu bolso e com a educação de sempre pediu licença e atendeu ao chamado.

- Pai, aconteceu alguma coisa?

- Seu irmão disse que um colega dele viu o Kouga filho, ele estava rondando a faculdade hoje cedo...

- Como é que é?! – Sesshoumaru alterou a voz e antes de terminar a ligação começou a arrumar suas coisas na pasta.

- O que esta acontecendo Sesshoumaru? – perguntou um dos investigadores, e ele fez sinal com a mão para que esperasse.

- Pai eu vou ir ate a faculdade ver isso...

- Tenha cuidado filho... – recomendou o pai e logo depois terminou a ligação.

- Viram o Kouga rondando a faculdade hoje cedo...

- Então ele ainda esta na cidade... – Hiten afirmou um tanto animado.

- Ele esta procurando pela Rin, eu vou ate lá e ver se encontro alguma pista e...

- Sesshoumaru!! – Bokusen-ô olhou-o sério. – Você não é detetive, deixa que meus homens investiguem isso...

- Isso é um assunto meu também, ele é foragido da polícia e é um idiota que se ousar a tocar em um fio de cabelo de minha namorada eu irei arrancar a traquéia dele sem piscar, pode ter certeza que não terei pena de vê-lo agonizando entre meus dedos.

- Eu insisto, deixe que Manten e Hiten cuide disso, eles são muito bons no que fazem...

Sesshoumaru aproximou-se do velho delegado, e de olhos fechados e com uma expressão não muito contente no rosto falou com uma voz tão fria que congelaria qualquer ser.

- Eu vou ate lá e ver tudo o que ocorreu se quiser mande seus homens, mas eu irei queira você ou não. – Indo à direção a saída da delegacia, ouviu ainda um último aviso de Bokusen-ô.

- Não arrume confusão rapaz, deixe que nós resolvamos esse problema...

O rapaz saiu sem dar ouvidos aos conselhos de Bokusen-ô, e logo que entrou em seu carro lembrou-se de que Rin estava no hospital, e um fio de preocupação passou por sua mente. Ela estava segura? Ele poderia a encontrar a qualquer momento...

Com os pensamentos buliçosos, ele dirigiu rapidamente em direção onde Rin estava, sua preocupação era ate exagerada, mas ao chegar ele a encontrou saindo do hospital, estava digitando o numero em seu celular e surpreendeu-se quando viu o carro do rapaz parar abruptamente.

Rin sorriu, e caminhou apressada para onde ele estava, e quando o viu sair, estava serio, e com uma expressão preocupada no rosto.

- O que aconteceu Sesshy?

- Nada, - mentiu com um sorriso falso nos lábios. – Eu terminei de fazer o que tinha pra fazer lá na delegacia e vim pra cá, achei que já deveria de ter saído...

- Eu sinto um fio de mentira nesse assunto... o que esta querendo esconder Sesshy?

Ele arqueou uma sobrancelha e viu que ela era mais esperta do que pensava. Suspirou fundo, e pensou em contar o que havia acontecido, mas resolveu bulir na curiosidade dela.

- Eu tenho que te mostrar uma coisa lembra?

- Ah é verdade, vamos então. – ela animou-se e ele aliviou-se por não falar naquele assunto àquela hora.

Sesshoumaru dirigiu menos preocupado, e Rin sorria e conversava a todo tempo, insistindo para que ele dissesse o que era.

Logo parou frente a um grande prédio comercial no centro de Tókio, e depois de estacionar, desceu do carro.

Rin ficou seria de repente, o que seria a coisa que ele queria mostrar a ela, e num prédio comercial, isso era muito estranho.

- Você ficou seria e quieta de repente, aconteceu alguma coisa? – ele perguntou com tom de sarcasmo na voz, e adentrando o elevador.

- Eu estou bem, mas um tanto... intrigada, o que viemos fazer nesse prédio, eu não estou entendendo nada...

- Não se preocupe, será legal, você vai gostar... – ele abraçou-a, e logo o elevador abriu as portas, e os dois saíram deste, e ele caminhou segurando na mão dela, a conduzindo.

Chegaram à porta de uma sala, de numero 704. Ele soltou a mão de Rin e enfiou a mão no bolso, tirando duas chaves dele. Logo abriu a porta e deu espaço para que Rin entrasse primeiro, e depois entrou atrás, fechando a porta e a trancando.

- Então o que você acha?

- Sesshy, eu espero que isso aqui não seja o que estou pensando... – ela o olhou, ele sorria.

Caminhou ate ela e indicou uns papéis em cima da mesa, Rin por sua vez, foi ate lá e olhou os documentos.

- Você... Você...

- Somos sócios, desde o momento em que assinar esses documentos...

Ele sorriu e viu os olhos dela soltarem lágrimas.

- Esse é meu presente de aniversário para você meu anjo...

Ela correu ate ele e o abraçou, ela estava muito feliz, e chorava por isso, sentiu-se realizada, seu sonho desde que começou a faculdade era de ter um escritório de advocacia, e ele acabara de realizá-lo.

Pelos comentários e invejosos, ela nunca havia comentado sobre seus sonhos de consumo para ele, pois sabia que ele os realizaria, e ela levaria uma fama bem extensa de mercenária, já bastava a Kagura falar que ela mora de favor, não queria ser mais humilhada.

- Sesshy você é doido... – ela olhou-o e logo se separou e olhou para o escritório, sentindo depois os braços dele a envolver por traz.

- Sou louco sim, mas por você, meu anjo...

- Ei, eu não estava falando sério hoje de manha...

- Nos poderíamos estreá-lo, com nosso amor tudo vai dar certo... – ele apertou-a delicadamente contra seu corpo, estava ardendo de desejo, e seus lábios tão famintos quanto um youkai buscando sua presa.

- Rin... – ele chamou a com uma voz rouca de desejo virando-a para si, e antes de tudo devorou-a com beijos, encostando a contra a mesa.

Logo as mãos famintas tatearam a parte interna da coxa dela para arrancar certa roupa íntima, mas foi impedida por ela.

- Sesshy, nós não podemos... – ela estava com uma voz lânguida, e cheia de desejo.

- Me dê um motivo para não podermos fazer amor aqui... – ele sussurrou ao pé do ouvido, e após descendo para beijar o pescoço, a fazendo arrepiar.

- Sesshy...

Ele a segurou firme na cintura e a sentou na mesa, e entre as pernas dela continuou a beijá-la, a acariciá-la...

O cérebro de Sesshoumaru parou de processar preocupações, e passou a processar uma única coisa, dar e receber prazer.

Por aquele momento o mundo pertencia aos dois, só existia ela para ele, e ele para ela, um amor infindável, voraz, ávido...

Longas duas horas de amor se passaram, e Rin tentava se recompor de tamanha loucura. Eles começaram na mesa e terminaram deitados no sofá que tinha frente a ela.

- Você é mais doido do que eu imaginava...

- Foi você que me deu a idéia hoje de manha... – disse ele ainda deitado.

- Eu deveria ter deixado essa fantasia de lado...

Ele sentou-se rápido e arqueou as sobrancelhas a olhando com uma expressão muito surpresa. Ela estava abotoando a blusa, e nem percebeu o que falou, e olhou confusa para ele, por ele a olhar com surpresa.

- O que foi?

- Você tinha uma fantasia...

Ela envermelheceu de tal forma que quase não agüentou a própria quentura de seu rosto ao perceber o que tinha dito.

- E-eu... er... – ela sorriu muito sem graça. – Esqueça, por favor, eu não deveria ter dito... er...

Ele maneou a cabeça logo se levantando. Aproximou-se dela e a abraçou novamente ainda nu.

- Não se envergonhe, eu percebi que você esteve mais ardente dessa vez, você foi maravilhosa acredite, eu não vou esquecer desse dia... – ele deu um carinhoso beijo nela e depois começou a acolher suas roupas, e vesti-las em seguida.

Depois de uma tarde de amor, recheada de prazer, os dois seguiram para o apartamento, mas após deixar Rin lá, ele foi para casa. Chegando lá, encontrou seu irmão e o pai conversando.

- E então filho, ela aceitou fazer a sociedade?

- Sim, já assinou tudo, somos sócios agora... – ele caminhou ate onde eles estavam e sentou-se no sofá, perto de onde Inu-Yasha estava.

- Sócios?

- Sim filho, seu irmão montou um escritório, e fez sociedade com a Rin...

- Isso vai ser estranho demais, imagino o que irão fazer no escritório ao invés de trabalhar...

- Seu moleque, você acha que só pensamos nisso o tempo todo?

- Não sei, não vivo junto com vocês para saber, e depois do jeito que você geme quando esta sonhando... – calou-se ao levar um cascudo muito bem dado.

- Seu idiota, anda entrando no meu quarto enquanto durmo, sabe que detesto isso.

- Idiota é você, parece ate um cachorro rosnando enquanto dorme... – Inu-Yasha levantou-se revoltado e com a guarda armada enquanto falava.

- Oh! Você quer brigar? – Sesshoumaru levantou-se também.

- Parem agora, sentem-se, os dois, anda garotos, sentem-se! – o pai ordenou asperamente.

Inu-Yasha foi o primeiro a sentar-se, muito invocado cruzou os braços frente ao peito, e permaneceu com uma expressão furiosa.

Sesshoumaru sentou-se logo depois, estava um pouco aborrecido, mas a expressão fria e introvertida de sempre camuflava tal sentimento.

- Inu-Yasha quem foi a pessoa que viu o Kouga na faculdade? – Sesshoumaru perguntou.

- Foi o Kohaku, irmão da Sango...

- O que ele estava fazendo na faculdade? Ele ainda esta no colegial...

- Ele foi buscar a irmã, e comentou que tinha visto um rapaz com um lobo de estimação... e o único louco que eu conheço que tem um lobo fedorento de estimação é ele... quando começou a namorar a Rin e estava investigando ele, eu vi algumas fotos dele com o lobo cinza, e o que aquele pirralho descreveu não tem como se confundir era mesmo ele...

- Eu vou amanha de manha ver isso, vou procurar pela Sango e depois conversar com esse Kohaku, e vê se ele reconhece o Kouga pela fotografia. – Sesshoumaru levantou-se e caminhou para as escadas, subindo-as depois.

- Ele parece cansado... – Inu-Taishou reparou. - ... esta um pouco mais magro, acho que esses casos estão desgastando muito seu irmão, ele esta dormindo muito tarde, e acorda cedo todo dia antes do sol se levantar. A Kaede me disse que ele sai sem tomar o desjejum antes, e às vezes nem janta, estou um pouco preocupado com ele...

- Eu ainda não tinha reparado esses detalhes, ele me repreende se eu ficar olhando muito para ele... – Inu-Yasha deu nos ombros.

- Eu vou lá em cima, - Inu-Taishou levantou-se e começou a andar em direção as escadas. - vou conversar com ele sobre isso...

Inu-Taishou subiu decidido, e logo estava frente à porta do quarto de Sesshoumaru, bateu suavemente na porta, mas não obteve resposta. Com isso abriu-a suavemente e ao olhar dentro do quarto, viu Sesshoumaru dormindo não muito confortavelmente na poltrona, estava com a camisa desabotoada e os braços pendurados para os lados, os cabelos estavam um pouco desgrenhados e mechas generosas caídas sob o peito, descendo ate as pernas, pois ele estava com a cabeça baixa.

Inu-Taishou olhou aquilo reprovativamente e maneou a cabeça, indo depois ate o rapaz.

- Sesshoumaru acorde... – ele tocou o ombro do filho, e um sonolento Sesshoumaru olhou-o. – Vai para cama filho, esta todo torto ai...

Sesshoumaru levantou-se, deixando uma pequena caixa de veludo na poltrona, que havia caído de seu bolso.

- Pai... saia do meu quarto...

- Queria conversar com você filho, estou preocupado com o seu bem estar...

- Eu estou muito bem, não se preocupe... agora saia e deixe-me dormir... – Sesshoumaru deitou-se e virou de lado. Inu-Taishou por sua vez, cobriu o filho, e logo saiu como ele tinha pedido.

Eram quase cinco horas da manha quando Rin levantou-se sentindo seu estomago embrulhar, parecia que ela tinha comido algo estragado, estava sentindo-se mal há algum tempo, e nada parava em seu estomago.

Duas horas depois o desjejum não foi posto na mesa como de costume, e ela ainda se sentia mal, não levantou também, ficou prostrada durante toda a manha...

Já Sesshoumaru, foi ate a faculdade e de lá foi, junto com Sango e Miroku no colégio onde Kohaku estuda, e teve um bom resultado, o Kohaku reconheceu Kouga, e disse em que direção ele foi.

Depois dessa ótima notícia, Sesshoumaru foi direto para a delegacia e entregou as provas e observações que fez a Bokusen-ô.

As investigações se intensificaram, e dias decorreram-se e incansavelmente Sesshoumaru, Hiten e Manten empenharam se nesta luta, mas nada adiantou, pois não conseguiram muitas pistas.

Cansado e com muitas saudades de Rin, Sesshoumaru foi ao apartamento, mas não a encontrou lá. Entrou e caminhou não muito, parou frente à mesa de telefone onde tinha um recadinho.

Sesshy

Perdoe-me por não poder recebê-lo hoje, estou estudando um caso, e fui receber minha cliente no nosso escritório, devo demorar um pouco para chegar, porque depois eu irei passar no hospital, para fazer alguns exames. Não se preocupe querido eu estou bem, é apenas meu estomago que não esta colaborando muito. ’

Beijos de Sua Rin.”

Sesshoumaru suspirou fundo e pesadamente, seu coração não queria esperar, estava com muitas saudades de Rin, pois não a via há quase duas semanas, só ouvia a voz dela no telefone, mas isso não era o suficiente para matar a saudade que sentia, queria ver o sorriso dela, sentir a quentura de seu abraço e a calidez de seus beijos.

Com as investigações pulsando a todo vapor, ele se ausentou, mais isso foi, em parte, bom, pois com isso ele pode sentir uma infinidade de sentimentos, tomando assim uma decisão que já residia em sua mente desde a última visita na casa da mãe da menina Shiori.

Foi para seu quarto, onde relaxou seu corpo num ofurô com água bem quente, há tempos não fazia tal coisa, e sentiu os músculos extasiarem, podia os ouvir agradecendo por fazer aquilo. Iria faltar apenas uma coisa para que se completasse seu relaxamento, uma massagem bem feita, com óleo perfumado e depois da massagem, embriagar-se com ela...

Pode sentir um arrepio na pele só de pensar. Jogou a cabeça para trás apoiando-a na beira do ofurô, fechou os olhos e nem percebeu a hora passar. Seu cansaço mental e corporal o fez relaxar de tal forma dentro d’agua, que acabou cochilando.

Um tanto exausta, Rin chegou à soleira da porta e ao adentrar o apartamento sentiu-se um tanto aliviada, sabia que iria descansar, ou pensava.

Caminhou em direção a seu quarto, estava tão cansada que logo que entrou em seu quarto foi logo para o banheiro e banhou-se tirando assim parte de seu cansaço. Somente quando saiu de lá, reparou que a porta do quarto de Sesshoumaru estava entreaberta e a luz acesa. Sorriu e sentiu seu coração acelerar, o cansaço corporal fugiu, e ela caminhou rapidamente ate lá, mas quando olhou no quarto, não o viu. Ainda sorrindo foi ate a porta do banheiro, e ele estava lá, dormindo de molho no ofurô.

Caminhou silenciosamente ate ele e o olhou no rosto, ele ressonava, tinha os lábios pouco abertos e estavam úmidos, chamando pelos dela.

Não resistindo àquela tentação ela os tocou, e o coração parecia que iria sair voando de dentro do peito.

Sesshoumaru não se assustou, e estendeu as mãos para segurá-la no rosto, umedecendo-o.

Ao separar os rostos, aqueles olhos dourados lindos fitaram sedutoramente os castanhos de Rin, aquilo pareceu dar mais corda aos desejos dos dois.

Sem pressa ela pegou uma toalha, abriu-a e esperou que ele saísse do ofurô.

De vagar ele levantou-se e ao chegar perto de Rin, ela estendeu a toalha e delicadamente passou o tecido pelo peito dele, secando as gotas que escorriam pelo local.

Eles caminharam ate o quarto ainda em silêncio, e ele sentou-se na beira da cama, ela já sabia o que ele queria. Ela pegou uma outra toalha e começou a secar os longos cabelos dele, e o rosto, tudo com muito carinho.

- Se continuar cuidando assim de mim, eu não resistirei... – ele comentou, tocando o ventre dela coberto por um roupão rosa.

- Você quer uma massagem, depois de um banho daquele seria muito mais relaxante não acha? – ela olhou-o – deite-se eu vou buscar o óleo de massagem.

Ele fez o que ela pediu, e ela foi ate o banheiro, e segundos depois estava de volta com um frasco nas mãos.

- Fique de costas... – pediu ela com uma voz sussurrante.

Ela sentou-se sobre suas próprias pernas em cima da cama ao lado dele cuidadosamente juntou os cabelos dele e os pois de lado. Virou um pouco do óleo na mão, passando-o em seguida. As mãos pareciam penas e muito delicadas, e esta espalhou aquele óleo perfumado pelas costas e pelos ombros massageando suavemente, passou pelo seguimento da coluna e por fim o bumbum.

Esfregou as coxas e panturrilhas e os pés.

- Vire-se... - ela pediu novamente. Ele parecia muito relaxado, o corpo estava quase todo relaxado.

Seguidamente, ela pois mais um pouco de óleo nas mãos e espalhou em seguida pelo peito forte e nas costelas, massageou o ventre sentindo o estremecimento do local, os músculos contraíram-se pelo toque dos dedos dela. Para completar, ela começou a beijar o local, subindo em seguida, sentindo o perfume na pele. Pode ouvir alguns rosnados gementes, proferidos por ele, mas logo se calaram, pois ela passou a beijá-lo nos lábios.

Ele levou a mão no rosto dela, seguindo depois para soltar os longos cabelos negros dela. Deitou-a seguidamente começando a beijá-la, descendo em seguida para o pescoço e ombros, tirando delicadamente o que ela usava. Após tirar o que ela vestia acariciou lhe o corpo com tanta suavidade que ela desejou que aquele momento nunca acabasse. Mas ele parou por um momento, e sobrepôs-se, sentira um misto de prazer e saudade, os corações pulsavam juntos. Como sempre ele foi extremamente delicado em todos os gestos. Começou a transpirar, fazendo assim escorrer gotas pelo corpo oleoso, e essas pingarem no corpo de Rin como gotas de água fervendo.

Eles estavam muito envolvidos naquele momento, ele sentia como se a saudade em seu peito estivesse sendo arrancada, como um espinho, causando alivio em seu ser. Estavam sendo arrebatados a cada momento, a cada suave movimento.

Os gemidos ecoavam pelos quatro cantos do apartamento, causando um ódio incontrolável em um invasor, que encontrou a porta destrancada, adentrando assim o local.

O cheiro do óleo perfumado estava impregnando o local, os corpos se aqueciam a cada cálido beijo. Os cabelos dele estavam grudando nas costas por causa do suor expelido por sua pele ávida.

Movido por uma raiva incontrolável, o invasor caminhou de vagar ate onde o casal estava, mas não entrou no quarto de início. O ódio que sentia era grande, ódio dele, ódio dela...

- Sesshy... – Rin mal conseguia controlar a própria respiração. – Tenho uma... coisa para te contar...

- Diz...meu anjo... – ele quase não podia falar. Seu orgasmo estava chegando juntamente com o dela...

A porta foi aberta de vagar, e com os olhos estreitos empunhou uma arma, o dedo no gatilho, levemente o pressionava. Levantou o braço em que segurava a arma, a direcionando para a cabeça de Sesshoumaru, os gemidos de prazer dele fazia sentir ainda mais ódio, mais revolta à pessoa, sentiu ainda mais ódio ao ouvir e ver os dois chegando ao orgasmo juntos, a mão tremeu e nesse instante, e num impulso nervoso, o dedo chegou ate o fim. Nessa hora fechou os olhos, e quando os abriu, e olhou para os dois viu que o tiro havia pego nas costas do rapaz, o qual atravessou o corpo saindo assim no peito, o que fez esguichar sangue no rosto adormecido de Rin. Ao atravessar o corpo do rapaz, o projétil também atingiu Rin no pescoço, a fazendo perder os sentidos.

Sesshoumaru sentiu o corpo pesar sobre os braços que o sustentava suspenso sobre Rin. De sua boca entreaberta escorreu uma linha de sangue, que pingou no rosto de Rin, já molhado com seu sangue ainda quente. A visão começou a ficar turva, os sentidos foram adormecendo, mas conseguiu olhar o rosto de Rin mais uma vez, estava inerte e triste. Logo seus braços perderam o resto das forças, e dobraram fazendo assim seu corpo cair sobre o de Rin os rostos se encontram e ambos ficaram de lado, uma lagrima correu de um dos olhos de Sesshoumaru e seu coração ainda permitiu que desse um último gemido, e seus olhos o entregaram a escuridão profunda. Seu peito encostou-se sobre os seios de Rin impedindo assim que o sangue saísse pelo orifício da frente, passando a sair pelo de traz sujando seus cabelos de vermelho, o vermelho do seu sangue quente.

O coração de Rin ainda resistia, e com isso o sangue de seu corpo esvaia, manchando os lençóis e também misturando-se ao de Sesshoumaru.

- Malditos, mereceram cada segundo de dor... agora vão ser felizes no inferno!!! Aproveitem a lua de mel lá...

Logo o assassino saiu deixando os corpos juntos, esvaindo sangue...

Despertos pelo estampido os vizinhos do andar de baixo preocuparam-se, e logo um deles subiu. Olhou para a porta do apartamento, estava entreaberta. Desconfiado, ele andou ate ela e a empurrou de vagar. Olhou dentro do apartamento, estava tudo num mortífero silêncio. Entrou finalmente e andou ate a sala, as luzes estavam acesas, mas as atenções se voltaram para o corredor, com isso Rouyakan caminhou vacilante pelo corredor vendo a porta aberta. Ao chegar nela, seus olhos arregalaram os corpos ainda unidos, ensangüentados, nus...

Correu ate o aparelho telefônico na mesa de cabeceira, e tremendo desesperadamente digitou o numero da ambulância e em seguida o da delegacia.

Rouyakan olhou os rostos, mas não ousou tocar nos corpos, o sangue já tinha ensopado os cabelos de Sesshoumaru, que estava com os lábios um pouco descorados pela perda de sangue.

Na delegacia...

- Senhor Bokusen-ô, aconteceu uma desgraça!!!!!! – Um policial conhecido chegou ate o velho delegado, que muito ansioso olhou o jovem a sua frente, levantando-se em seguida.

- Fala homem!!!

- Acabamos de receber um telefonema – o rapaz falava arfante, estava apavorado. - uma denúncia...

- Vai direto ao assunto caramba!!!!

- O filho do general, Sesshoumaru e a namorada foram assassinados...

- O QUE?!!!! – Bokusen-ô arregalou os olhos e o coração ancião quase enfartou, levou a mão no peito como indicação de dor no coração. Mas logo esta passou e ele mais do que depressa saiu apressado pegando as armas e seu blazer.

- Senhor eu devo avisar o general Inu-Taishou? – perguntou o jovem policial tentando acompanhar os passos de Bokusen-ô.

- Deixe que eu faço isso... – ele continuou andando, mas parou... – onde o rapaz esta com a namorada?

- No apartamento senhor...

- Vamos logo, chame mais homens e não esqueça do doutor Akitoki Houjo!!

- Sim senhor! – o rapaz dispersou-se e logo três viaturas estavam prontas a partirem.

Um tempo depois, as viaturas chegaram ao seu destino, e uma multidão acercava as ambulâncias. Os policiais formaram uma barreira e Bokusen-ô mais dois policiais e o médico legista Akitoki subiram.

Logo que adentrou o apartamento, e o médico foi na frente seguindo outros médicos e enfermeiros da ambulância.

Com a indicação do Dr. Akitoki, os outros médicos começaram a mexer nos corpos, foi quando Bokusen-ô adentrou o quarto e sua primeira visão foi chocante ate mesmo para um delegado tão experiente. Seus olhos não acreditava no que via, um rapaz que viu crescer, viu formar-se era como um filho para ele, agora estava ali, ensangüentado... morto.

Bokusen-ô sentiu lagrimas correrem de seus olhos quando os médicos levantaram o corpo do rapaz e o sangue vazou em grande quantidade do peito dele. Não conseguiu olhar, virando o rosto para o lado.

- A mulher dele ainda esta viva, - o médico conhecido de Bokusen-ô avisou - o coração esta batendo um pouco fraco, se corrermos talvez dê tempo... de salvá-la. Vamos levem ela... – O médico ordenou.

- Doutor e o rapaz? – Bokusen-ô aproximou-se e com um fio de esperança perguntou.

- Sinto muito... olhando a extensão do ferimento, eu acredito que o coração dele tenha sido perfurado, eu irei o examinar, e ver se isso aconteceu... – Akitoki disse calçando as luvas, e logo se aproximando do corpo estendido na cama.

O médico, também amigo de Bokusen-ô, e que trabalhava como perito, examinou o corpo de Sesshoumaru minuciosamente. Seus dedos tatearam o orifício do projétil no peito dele, e com isso tocar no coração do rapaz. Abriu os olhos dele e os examinou, e tudo sob o olhar fiel de Bokusen-ô.

Logo examinou o local onde o corpo estava, olhou toda a extensão do quarto.

- O coração dele não foi perfurado. – disse ele tirando uma das luvas sujas. – Pelo que pude sentir quando toquei o coração, pude constatar que o coração esta intacto, a bala passou a um ou dois centímetros do coração, provavelmente ele morreu pela perda considerável de sangue. A localidade onde ele levou o tiro tem muitas artérias, e também os pulmões, o trauma foi grande no lugar e com isso as artérias foram rasgadas... e a moça teve muita sorte de não ter morrido também...

- Porque?...

- O impacto do tiro foi todo no rapaz, e pelo que senti, a bala perdeu as forças porque raspou uma das costelas dele, se não tivesse sido impedida ela teria acertado em cheio as vértebras do pescoço dela, aí poderia ter atingido a medula óssea, se ela por sorte não morresse, ficaria inválida. Resumindo, ele salvou a vida dela, mesmo que involuntariamente.

O delegado passou a mão pelos cabelos grisalhos, e logo andou ate o outro lado da cama, tomou o telefone nas mãos e com muita relutância digitou um número...

- O que vai fazer? – Akitoki ficou confuso, tirando a outra luva e depois as jogando onde a outra estava.

- Vou avisar ao pai... – esperou, o telefone chamou umas duas vezes, e logo alguém atendeu.

- Casa da Família Daiyoukai!

- Myouga, pode chamar o Inu-Taishou, por favor, é Bokusen-ô.

- Só um momento Bokusen-ô-sama... - minutos de silêncio se decorreram, mas logo a grave voz de Inu-Taishou atendeu ao telefonema. – Bokusen-ô seu idiota eu estava tomando meu chá, se quiser falar com o meu filho ele ainda não chegou...

- Inu-Taishou, meu amigo... eu estou com seu filho aqui...

- Estou sentindo um ar de confusão, o que ele aprontou dessa vez? – Inu-Taishou deu uma risada, mas logo ficou sério, pois a resposta estava demorando a vir. – Bokusen-ô, o que aconteceu, você esta mudo, ele matou alguém, fala homem!

- Ele... – Bokusen-ô suspirou fundo, e olhou o rapaz ainda estendido na cama. - ... Seu filho foi assassinado...

- Ei! Pare de brincadeira, isso não funciona comigo, não mais...

Bokusen-ô caminhou ate a sacada, e viu um carro de reportagem parado frente ao prédio.

- Ligue a TV no canal 9...

- Eu não estou gostando dessa brincadeira...

- Ligue a TV no canal 9 caramba, faça o que eu estou dizendo!

Inu-Taishou, já com o coração acelerado e suando frio, correu ate a sala e ligou a TV, caiu sentado no sofá ao ouvir a notícia que passava...

- Myouga... – começou em tom baixo, a boca seca, o desespero começou a tomá-lo. - ...Kaede, Inu-Yasha!!!!!! – gritou desesperado e os empregados apareceram e o viram.

Ele estava pálido como um papel com lágrimas nos olhos e apontava para o aparelho de TV.

-... Assassinato de um rapaz de aproximadamente 24 anos abalou a capital do Japão essa noite. O rapaz estava na casa da namorada, o corpo foi encontrado junto com a moça em cima da cama onde faziam sexo, a perícia afirma que o homicida atirou em direção a cabeça, mas a bala acertou as costas do rapaz atravessando o corpo dele e acertando o pescoço da moça, que foi levada em estado grave para o hospital. A policia não encontrou pistas do assassino, mas depoimentos colhidos no local, ajudaram a policia descobrir que esse rapaz estava sendo perseguido, alimentando as suspeitas de que esse crime foi cometido por vingança...”

- Pai? O que aconteceu... porque esta gritando dessa forma?

- Inu...Yasha... seu...seu irmão...

- Pai... fique calmo – Inu-Yasha aproximou-se e o pai se levantou olhando-o, grossas lágrimas escorreram pelo rosto dele. – O que aconteceu com Sesshoumaru?

- Inu-Yasha-sama, seu irmão foi assassinado – Myouga informou, com certo desespero nas palavras. – Foi assassinado no apartamento...

Inu-Yasha arregalou os olhos e olhou para o pai, viu-o perder as forças, mas logo se reafirmou, andou apressadamente para a porta e Inu-Yasha foi atrás.

- Pai, aonde vai?!

- Eu vou ver o corpo...

- Não pode dirigir dessa maneira, esta transtornado... – Inu-Yasha correu ate ele, e tomou as chaves dele. – eu levo o senhor lá...

Logo, Inu-Yasha estacionou o carro frente a uma grande multidão, e Inu-Taishou saiu do carro, correndo depois. Viu os médicos carregarem uma maca para o elevador, e correu entrando junto com eles.

Ao chegar lá em cima, andou de pressa quase corria, e adentrou o local desesperadamente.

- Onde?!! – ele perguntou a Bokusen-ô que estava na sala, conversava ainda com Akitoki, que anotava algumas coisas em uma agenda.

- Não adianta mais, só vai aumentar sua dor...

- ONDE ELE ESTA!!!

- No quarto... – Bokusen-ô apoiou as mãos nos ombros do amigo, mas logo ele saiu, e correu em direção onde o corpo do filho estava, e ao entrar o choque foi maior do que esperava. Com isso virou o rosto, como Bokusen-ô, mas logo se aproximou e ajoelhou na beira da cama.

- Filho... – ele segurou o rosto de Sesshoumaru entre as mãos, após limpou o sangue escorrido no canto da boca dele, pode sentir a pele ainda morna. Abaixou a cabeça e encostou a testa no ombro dele, começando a chorar depois.

Bokusen-ô olhou a cena, era deprimente, estava parado na soleira da porta, e Inu-Yasha chegou de repente, e ao ver aquilo surpreendeu-se. Nunca tinha visto o pai em tamanho desespero.

Os enfermeiros chegaram com a maca, e Inu-Yasha aproximou-se do pai, o segurou pelos ombros e o levantou, o abraçando depois.

Os enfermeiros começaram a arrumar o corpo em cima da maca, e Inu-Yasha viu, quando finalmente eles cobriram o corpo do irmão. Levaram-no para a ambulância e Inu-Taishou abraçado ao filho mais novo chorava, tendo também a mão amiga de Bokusen-ô em suas costas.

- Quem... quem poderia ter feito uma crueldade dessas com meu filho...

- Eu... sinto muito meu amigo... – Bokusen-ô olhou-o e logo começou a andar em direção a saída juntando-se assim ao medico legista.

- Pai... – Inu-Yasha segurou forte nos ombros do pai, mas logo ele levantou o rosto, haviam muitas lágrimas escorridas.

- Bokusen-ô... espere, e a menina Rin? – Inu-Taishou chamou o amigo e este parou e olhando respondeu:

- Ela ainda estava viva, foi levada para o hospital, o Dr. Akitoki disse que Sesshoumaru salvou a vida dela... indiretamente...

- Para onde estão levando o corpo de meu filho?

- Para o mesmo hospital em que a moça foi... Inu-Yasha – Bokusen-ô chamou a atenção, e com um olhar triste, ele o olhou. – Siga a ambulância onde o corpo de seu irmão esta, leve seu pai ate o hospital...

Inu-Taishou começou a andar junto com Inu-Yasha, e Bokusen-ô seguiu o médico, e ao chegar à sala, ligou para seus investigadores, e os convocou, iria começar as investigações naquele mesmo dia.

Ao descerem com o corpo, a multidão quase quebrou a barreira feita com os policiais, e sossegaram quando fecharam as portas da ambulância. Logo esta partiu, e Inu-Yasha com seu pai seguiram-na.

- Porque?... – Inu-Taishou murmurou, e ao olhar suas mãos, viu-as sujas.

Inu-Yasha também olhou, e logo pegou lenços de papel, e entregou para o pai, para que ele limpasse as mãos.

- Sesshoumaru aquele idiota... – Inu-Yasha riu tristemente, e o pai o olhou reprovando. - ... irei sentir falta dele... das surras... – riu.

Essa era a forma dele expressar seus sentimentos, porém o pai que era muito mais enérgico que ele, chorou, mas dos olhos dourados de Inu-Yasha não saíram nenhuma lágrima...

A ambulância percorreu as ruas de Tókio com as luzes e sirenes ligadas, a cor vermelha da luz, trazia à memória dos dois dentro do carro que a seguia, a imagem de Sesshoumaru estendido na cama, o peito cheio de sangue, a boca entreaberta também suja de sangue por dentro e por fora. Era triste, melancólico.

Logo mais lembranças aguçaram-se na mente do pai; um sorriso, uma repreensão, os gestos do filho mais velho... a formatura ate os olhares frios como ele sempre tinha... chorou para si, mas riu internamente... Como um general, respeitável estava chorando?... Mas o que perdera não era um soldado na guerra, era seu filho amado, seu orgulho um pedacinho de seu ser.

Como seria sua vida sem ele, e a menina Rin, sofreu tanto com a perda do pai, sofreu nas mãos do Kouga, e agora... sofreria mais uma vez.

Inu-Taishou não poderia abandoná-la, talvez se fizesse isso ela ate morreria com uma depressão, ou ficaria louca, afinal ela era o amor de Sesshoumaru, como pode ouvir algumas vezes ele dizendo enquanto dormia, e ao dizer sorria... seria noiva dele em breve, pois tina comprado um anel de noivado, e talvez fosse aquela noite, noite infeliz que levou o seu filho para longe...

- Isso não esta acontecendo... – Inu-Taishou murmurou, e Inu-Yasha o olhou.

A ambulância adentrou a emergência do hospital, e Inu-Yasha estacionou o carro perto da entrada, os dois saíram em seguida, caminharam para a entrada, e Inu-Yasha e o pai puderam ver os enfermeiros tirarem o corpo coberto com um lençol branco, sujo de sangue, de dentro da ambulância e o levando para o elevador em seguida.

- Pai... – Inu-Taishou olhava fixo para o elevador, e quando esses fecharam as portas Inu-Yasha o chamou novamente. – Pai vamos, temos que ver como a Rin-chan esta...

Inu-Taishou caminhou de forma maquinal e sentou-se num banco de espera, enquanto Inu-Yasha foi ate a recepção que ficava em frente onde Inu-Taishou estava.

- Estou procurando por uma paciente, o nome dela é Rin Hiiragizawa, deu entrada ainda pouco, com um tiro no pescoço...

A recepcionista olhou os dados fornecidos por Inu-Yasha no computador, e após olhou-o.

- O senhor é parente?

- Sou cunhado dela...

- Ela esta na cirurgia, deve demorar um pouco... Quem esta a operando é o doutor Suikotsu... ele é um bom médico, não se preocupe, ela vai ficar bem...

- E que garantias tem disso? – Inu-Yasha olhou-a sério e a recepcionista ficou totalmente sem graça.

- Eu estou tentando o animar senhor...

- Não precisa, sabemos o perigo que ela esta correndo... talvez nem saia da cama esta noite...

- Inu-Yasha pare com isso! A moça não tem culpa do que estamos passando... – Inu-Taishou esbravejou enérgico como sempre.

Frustrado, o rapaz sentou-se, mas logo atendeu seu celular, que começou a tocar freneticamente.

- O que é!?

- Inu-Yasha – Kagome chorava do outro lado com uma voz desesperada. – Eu vi na televisão, eu...eu sinto muito... e a Rin como esta?

- Não sabemos Kagome...

- Eu vou para o hospital...

- Não, fique em casa, eu dou notícias assim que tiver...

- Mas...

- Faça o que eu digo...

- Esta bem... – Kagome desligou, e Inu-Yasha após fechar seu aparelho o guardou no bolso, continuando assim sério.

Três horas depois...

- Quem esta acompanhando a moça... – olhou o nome no prontuário. – Hiiragizawa, Rin Hiiragizawa?

- Nós estamos. – Inu-Yasha pois-se de pés olhando fixo para o médico a sua frente.

- Eu sou Suikotsu, o médico que operou a moça.

- Ela irá sobreviver?... – Inu-Taishou estava de cabeça baixa, e apoiava o rosto com as mãos, com os cotovelos apoiados nos joelhos.

- Estamos otimistas sobre isso, ela conseguiu suportar a cirurgia, ela e o bebê...

- Bebê?! – Inu-Yasha arregalou os olhos, e Inu-Taishou levantou a cabeça lentamente e passou a fitar o rosto do médico com seriedade.

- Sim – o medico sorriu - ela esta grávida de cinco semanas...

- Pai... – Inu-Yasha o olhou ainda de olhos arregalados e percebeu certa palidez no rosto dele. – pai o senhor esta bem?

- Meu...g-garoto... deixou um... – ele levantou-se e vacilante deu dois passos, mas suas pernas enfraqueceram, e ele cairia de joelhos se Inu-Yasha e o médico não o segurasse.

- Pai... ei você não vai fazer nada, meu pai esta passando mal caramba... – Inu-Yasha olhou o médico que logo chamou alguns enfermeiros e pediu que trouxesse uma dose de sedativo.

Inu-Taishou ficou em choque, parecia uma marionete nas mãos de Inu-Yasha, mas estava consciente.

Um tempo depois, Inu-Yasha velava o pai, que dormia num leito.

- Inu-Yasha? – o médico adentrou o quarto. – Esse é seu nome?

- Sim, o que quer?

- Eu olhei numa ficha que estava junto com a Rin, e lá dizia que ela foi baleada com um outro rapaz de nome Sesshoumaru...

- Sim, ele é meu irmão mais velho... – Inu-Yasha comentou um tanto triste.

- Eu... sinto muito pelo seu irmão Inu-Yasha... mas eu não posso deixar de comentar, ele morreu de uma forma muito boa...

- Ora saia daqui seu pervertido... – Inu-Yasha esbravejou um tanto irritado com o comentário.

O médico por sua vez saiu, mas sua curiosidade foi aguçada, então ele desceu onde seu irmão estava.

- Jakotsu?! – chamou de trás de um balcão, o qual dava entrada para uma outra sala, muito extensa.

- Sim Suikotsu, estou aqui!! – um jovem de jaleco branco, um pouco sujo de sangue e com uma voz estranhamente fina ?, acenava localizando-se.

- Ah! Esta ai... – Suikotsu suspendeu a porta do balcão e adentrou a sala, vendo que o irmão empurrava uma maca em direção a um grande freezer. – tem alguma coisa nova aí?

- Tem sim, chegou um bonitão, coitadinho, esta com um tiro no peito... e esta nu... – viu o rapaz sorrir. ?

- Onde ele esta? – Suikotsu perguntou ajudando o irmão a colocar uma pessoa numa gaveta do freezer, e fechando depois.

- Esta perto da porta, eu irei cuidar dele daqui a alguns minutos... – Jakotsu caminhou junto com o irmão em direção a maca onde estava o rapaz.

Jakotsu, após chegar perto do corpo suspendeu o lençol, e Suikotsu olhou o rosto do rapaz.

- Nossa... ele era tão jovem... e deixou um filho...

- Filho...”

- Ele esta estranhamente morno, era para ter esfriado há muito tempo... – Jakotsu olhou o irmão. Segurou firme a maca e a levou para perto de uma mesa onde tinha vários instrumentos cirúrgicos.

- Há quanto tempo ele esta aqui Jakotsu? – o medico parecia intrigado com aquilo.

- Umas três horas – Jakotsu pois o dedo no queixo e pensou um pouco. - ou quatro...

- É tempo suficiente para um cadáver esfriar...

- Ei Suikotsu, o que esta fazendo? – Jakotsu olhou muito intrigado para o irmão, que tentava escutar algo com o estetoscópio no peito de Sesshoumaru. Com isso se aproximou e curvou-se para olhar o que o irmão fazia.

- Isso aqui... – comentou vagamente.

- Aiiiiiieeeeeee!!!!!!!

- O que foi! Jakotsu? – o rapaz estava extremamente pálido, o susto foi tão grande que ele caiu desmaiado no chão, e rapidamente o irmão foi olhar o que tinha acontecido, mas reparou que o braço do irmão ainda estava suspenso. Levantou-se de vagar e olhou no rosto do rapaz, a expressão não era de um cadáver e sim de alguém sofrendo muito.

- V-Você esta vivo... Kami-sama...

-N-não... con...te... a nin...guém... que... es...tou... vi...vo...

- Letargia... Você estava em estado de hibernação...

Logo ficou inconsciente novamente. Com muita rapidez, o médico levantou a porta do balcão, e deixando o irmão caído no chão, correu com a maca para o elevador e subiu para a UTI, e lá constatou, que o rapaz ainda estava vivo, o coração batia, mas muito fraco, estava com pouco sangue, e teria que fazer uma transfusão imediatamente. Mas lembrou-se de que o rapaz pediu segredo sobre sua vida, o que deveria fazer, decidiu contar ao pai para colher sangue dele, mas sua consciência estava irrequieta, talvez ele não quisesse que ninguém soubesse, seja lá qual for o motivo, era muito forte, ninguém despertaria de um estado letárgico para pedir isso à toa, e foi com esse pensamento que ele calou-se. Mas tinha que arrumar um jeito de colher sangue para ele do pai ou do irmão, o que faria.

Ao chegar ao quarto, olhou para Inu-Yasha, ele estava cochilando.

- Ei rapaz, acorde...

- O que foi, aconteceu algo com a Rin?

- Não, eu vou precisar de sua colaboração, uma mulher esta na CTI, e esta precisando de sangue, você poderia doar?

- E o que eu ganho com isso, não obrigado...

- Inu-Yasha, faça o que o médico esta pedindo... - Inu-Taishou olhou serio.

- Ora... – Inu-Yasha levantou-se frustrado, e acompanhou o médico, mas parou ao ouvir mais um comentário...

- Se precisar eu também posso doar...

- Será muita gentileza de sua parte... – “Vocês estão salvando a vida de seu filho e irmão...” após pensar o médico sorriu. – obrigada senhor.

Logo, os dois retiraram o sangue, e mais que depressa, foram feitos testes pelo o outro irmão de Suikotsu, o químico e patologista Mukotsu. E os resultados foram satisfatórios, os dois sangues serviram.

Eram quase duas da manha quando Inu-Yasha e o pai, um tanto mais tranqüilo, mas ainda muito abalado voltou para casa.

O médico, estava satisfeito, pois depois de fazer uma cirurgia de reparação ás artérias do pulmão, o coração de Sesshoumaru estabilizou, voltando a pulsar quase que normalmente.

- É rapaz, você se salvou... mas eu não entendo, porque não quis que seus familiares soubessem que conseguiu vencer a morte... Bem de todo jeito, você deve ter motivos muito importantes... e parabéns, você vai ser pai...

- Ele não pode te ouvir, esta em coma.

- Mukotsu? O que esta fazendo aqui? – Suikotsu olhou-o confuso.

- Fiquei curioso para saber quem foi o sortudo que pode receber o sangue de duas pessoas diferentes... – Mukotsu olhou-o e fez uma expressão não muito satisfeita. – Esta pálido, será que resistira a esta noite?

- Ele resistirá, resistiu quatro horas letárgicas, sem assistência médica e depois os reflexos cerebrais se estabilizaram, o coração começou a bater normalmente depois que começou a receber o sangue...

- A família já foi avisada?

- Ele... não tem família – mentiu. – não dizia nada lá na ficha do necrotério...

- E o que foi fazer no necrotério?

- Eu fui conversar com o Jakotsu... Ai caramba o Jakotsu!!! – Logo saiu correndo freneticamente, deixando Mukotsu com uma gota pendurada na cabeça.

Ao chegar no local, Jakotsu estava sentado, alisava a cabeça...

- Jakotsu você esta bem? – Perguntou ao irmão levantando a porta do balcão, e logo se aproximou e abaixou para olhar o irmão.

- Eu tive um pesadelo horrível... – ele abraçou-se sentindo a pele se arrepiar.

- Levante-se... – Suikotsu ajudou ao irmão levantar-se. - ... Sinto dizer-lhe, mas não foi um pesadelo...

- Não foi!!! – ele olhou-o com olhos arregalados.

- Fique calmo, esta tudo bem...

- Como quer que eu fique calmo se um cadáver tentou me agarrar! – disse bramindo os braços freneticamente e as salivas saltitavam da boca.

Suikotsu sorriu e esperou o irmão terminar.

- Ele estava em estado de letargia, estava hibernando, Ainda não tinha morrido...

- Hibernando, puxa, o legista não examinou os olhos? Não verificou se as pupilas dilatadas se contraiam com a luz?

- Pelo jeito não, mas a letargia é como se estivesse mesmo morto...

- Seja como for ele quase me matou de susto... – Jakotsu pois a mão no peito indicando que ainda tinha o coração acelerado. – E agora, temos que avisar a família...

- Não podemos, ele despertou só para pedir isso, ele deve ter uma razão muito forte para querer que pense que ele morreu.

- Mas ele vai ser interrado amanha, o que vamos dizer, que ele foi roubado do necrotério?

- Não tinha pensado nisso... – Suikotsu virou-se de costas para o irmão, ficando pensativo em seguida.

- Se substituirmos o corpo, irão perceber, é muito difícil enganar pessoas da família, logo reconheceriam que não é ele...

- O que irei fazer...

Em casa, Inu-Taishou estava inconformado, havia choro e tristeza por toda a parte, Inu-Yasha estava acompanhando o pai em seu quarto, estava preocupado com o estado dele.

- Inu-Yasha-sama... – Myouga o chamou, batendo suavemente na porta, logo Inu-Yasha saiu, deixando o pai sozinho e atendeu Myouga.

- Sim, o que foi velho Myouga?

- Os telefones não param... o que devo fazer?

- Deixe que eu atenda dessa vez, vá descansar... – Inu-Yasha deu duas tapinhas no ombro do mordomo, e logo desceu, sentou-se do lado do telefone e esperou impaciente pela ligação. E logo o telefone tocou...

- Alô?

- Queria falar com Inu-Taishou-sama... é...Kagura...

- Você não acha que esta um pouco tarde para ficar ligando para casa dos outros? São quase quatro da manha...

- Inu-Yasha... eu estou muito deprimida, assisti ao noticiário e eu queria saber em qual hospital o corpo... – teve uma crise de choro, e Inu-Yasha revirou os olhos. - ...o corpo de seu irmão esta...

- Deixe meu irmão descansar em paz Kagura, já não basta o que você fez ele passar quando estava vivo... – desligou sem deixar ela terminar e arrancou o fio do telefone da tomada. – Maldição... Porque ele foi morrer... Mas que droga!

Eram seis e trinta da manha quando Inu-Taishou começou a agilizar o funeral de seu filho, e enviou roupas para o hospital para vestirem Sesshoumaru.

Desceu as escadas rápido, e nem chegou a sala de refeições, sentou-se no sofá e pegou o telefone digitando um numero depois...

- Tokyo no Byouin (Hospital de Tokyo) Ohayo! – Uma recepcionista atendeu do outro lado da linha.

- Por favor, o corpo do meu filho esta ai neste hospital, eu irei enviar as pessoas para cuidar do corpo, eu quero que o caixão venha trancado...

- Sim senhor qual é o nome da pessoa?

- Sesshoumaru Daiyoukai... – Inu-Taishou deu as informações necessárias para que tudo viesse certo, e não precisasse abrir mais o caixão, depois terminou a ligação e abaixou a cabeça.

- Inu-Taishou-sama, o senhor mandou fechar o caixão? Não iremos ver o rosto de...

- Quero evitar mais dor Kaede, com certeza o velório estará cheio de garotas, e conhecidos, não quero que o corpo seja agarrado ou beijado... seria muito deprimente...

- O senhor tem razão... – ela olhou para o chão, mas logo elevou o olhar novamente. – A que horas chega o corpo...

- Talvez às dez horas da manha, eu pedi que levasse logo para o cemitério, estarei lá esperando para quando chegar...

- É tão triste falar sobre isso Inu-Taishou-sama... – Kaede aproximou-se e olhou para o homem a sua frente, estava cabisbaixo, e muito deprimido.

- Kaede, eu perdi meu menino...

- Inu-Taishou-sama – a velha senhora sentou-se ao lado dele e apoiou a mão carinhosamente no ombro. – tente ser forte, eu sei que é difícil senhor, mas... o senhor tem que ser forte.

Inu-Taishou olhou Kaede, e em anos trabalhando naquela casa, ela viu pela primeira vez uma lagrima correr dos olhos daquele pai.

- Jakotsu, prepare um corpo, os familiares mandaram as roupas, eles pediram que fizéssemos essa gentileza...

- Claro, qual o nome do falecido? – Jakotsu perguntou sorrindo estranhamente. ?

- É... – olhou a ficha e logo informou. – Sesshoumaru Daiyoukai, ele chegou aqui ontem de noite, morreu com um tiro...

- Tudo bem... - Jakotsu pegou a ficha das mãos da mulher, e logo se virou de costas, mas sua atenção foi chamada novamente.

- Jakotsu, a família pediu para trancar o caixão, parece que eles não querem que vejam o corpo...

- Isso é bom... – ele sorriu. – Poderia chamar meu irmão aqui, o Suikotsu, preciso falar com ele, é urgente...

- Esta bem, ate mais Jakotsu...

- Que ótimo... – comemorou o rapaz sorridente.

Alguns minutos depois, Suikotsu apareceu, e adentrou o local onde estava o irmão, e o viu mexendo em um cadáver.

- O que esta fazendo Jakotsu?

- Esse tem o mesmo corpo do rapaz, será que dá para substituir?

- Do que esta falando? – perguntou confuso.

- Eles querem que o caixão fique trancado, não irão velar ele aberto, temos uma chance...

- Seria muito arriscado, eu prefiro contar a verdade à família e acabar com a dor deles...

- Decida-se Suikotsu, não temos muito tempo...

- Vou pensar, daqui a alguns minutos eu ligo te dando uma resposta... - O médico respirou fundo e saiu do local.

Pensou durante algum tempo perto do leito onde o rapaz estava, olhava-o. Tinha uma expressão serena.

“ – Parece estar tão tranqüilo, ele deve estar confiando em mim... o que devo fazer...”

Horas depois, o caixão saiu do hospital, era quase oito horas da manhã, e Inu-Taishou já estava na capela esperando pelo corpo junto com Inu-Yasha, os empregados, incluindo Jaken que desde que soube da notícia não parou de chorar nem um instante.

Havia também muitas garotas, como Inu-Taishou havia previsto, e algumas delas com crises nervosas, chorando que parecia que era um membro da família delas que seria interrado aquele dia.

Kagura também estava lá com a família, e chorava desesperada no ombro da irmã Kanna, que se mantinha séria, e impassível.

Alguns minutos depois, o choro se intensificou, pois o caixão com o corpo acabara de chegar, Inu-Taishou permaneceu quieto e muito sério, Inu-Yasha também, estava com kagome, e com ela Sango que chorava, mas não muito, e Miroku também muito serio.

O velório não durou mais do que quatro horas e logo o cortejo para a sepultura começou, haviam soldados fardados e empunhando rifles, Inu-Taishou também com sua farda de general carregava uma bandeira do Japão, a qual estava forrada sobre o caixão enquanto velavam o corpo.

Ao chegarem à lápide, novamente o general forrou a bandeira e honras militares foram proferidas, e depois da salva de tiros, todos, inclusive o general fizeram a continência, e o caixão finalmente foi sendo baixado. Inu-Taishou recebeu o abraço de Bokusen-ô, e de Inu-Yasha depois, o qual deixou uma muito camuflada lagrima descer, mas logo a limpou.

- Seja forte meu amigo... – Bokusen-ô apertava suavemente o ombro do amigo, enquanto viam o caixão sendo posto no fundo da sepultura. – ele cumpriu sua missão...

Inu-Taishou observou cada flor jogada, cada jovem da faculdade onde ele estudou alguns professores, Kagura, todos que tinham uma admiração, gostavam dele ou o amavam estavam ali a prestar a última homenagem.

Sara não pode ficar presente, passou mal, a comoção tomou o corpo dela e uma ambulância a veio buscar ainda na capela, onde desmaiou.

Logo uma chuva fina começou a cair, dispersando as pessoas presentes, as quais saiam aos poucos, somente Inu-Taishou permaneceu frente à lápide onde uma inscrição dizia o nome de seu filho e o período em que viveu.

Após alguns longos minutos, Inu-Taishou finalmente seguiu para onde Inu-Yasha estava.

- Vamos Inu-Yasha... – palavras vazias e tristes, cheias de ressentimentos.

Logo o automóvel seguia as ruas, deixando cada vez mais distante uma pessoa que mesmo sendo fria, deixaria muitas saudades...

No hospital, Rin resistia bem ao ferimento, a cada minuto, ainda estava na UTI, mas seu estado estava instável. O mesmo acontecia com Sesshoumaru, o organismo dele estava reagindo perfeitamente, mas ambos inspiravam muitos cuidados ainda.

- Suikotsu como esta o rapaz? – Jakotsu perguntou; caminhava junto com o irmão pelos corredores do hospital.

- O estado dele esta instável...

- Nos não podemos manter ele aqui, seria arriscado, e se o pai dele ou algum familiar o vir?

- Você tem razão, mas eu não posso transferir ele, ainda inspira muitos cuidados, afinal ele quase morreu, porque o tiro arrebentou uma das artérias que leva sangue para os pulmões, seria arriscado demais ele fazer uma viagem agora... – logo entraram na ala onde ele estava, e Jakotsu viu o irmão aproximar-se de Sesshoumaru.

- O que vai fazer?

- Vou ver como ele esta, ainda não o examinei hoje...

- Ele esta bem mais corado do que antes... mas Suikotsu porque você resolveu ocultar toda essa história... seria muito menos doloroso para a família se soubessem que ele esta se recuperando...

- Não posso contar, agora que comecei vou ter que terminar, e quando ele acordar, me dirá o porquê me fez mentir, e espero que seja por um bom motivo...

- Você fez uma grande besteira, como pode aceitar um pedido de uma pessoa que estava morta praticamente?

- Jakotsu, eu sou médico e ele acordou de um estagio letárgico e mesmo com uma hemorragia gravíssima conseguiu falar com muito sacrifício, ele deve ter motivos muito fortes para se ocultar da família... – Suikotsu, continuou a examinar Sesshoumaru, e finalmente ele terminou, examinando os olhos.

- Caramba que olhos lindos...? ...Nunca tinha visto olhos dessa cor antes...

- Ele se parece muito com o pai e o irmão... – comentou vagamente – Bem agora eu irei ver a mulher dele, ela precisa de mais cuidados. - Disse finalmente saindo do local, sendo acompanhado por Jakotsu.

Durante duas cansativas semanas, os cuidados de Suikotsu com os dois pacientes eram redobrados, ambos continuaram inconsciente durante esse período.

Inu-Taishou ia ver como Rin estava todos os dias, mesmo que pela vidraça, que dava acesso a UTI. Ela estava sendo um consolo para a infindável dor que ele sentia pela perda do filho. Ele buscava apoio, e forças com ela e com a criança que ela estava esperando.

Foi numa sexta feira à noite, no final dessas duas semanas, após o acontecido, que uma notícia boa surgiu.

- Casa da Família Daiyoukai, boa noite...

- Boa noite, aqui é do Tókio no Byouin, eu gostaria de falar com o senhor... Inu-Taishou...

- Só um momento, eu vou ver se ele pode atender... – Myouga deixou o telefone descansar e logo foi fazer o que tinha dito. Subiu as escadas e ao chegar frente à porta bateu suavemente.

- Entre... – pediu Inu-Taishou com uma voz melancólica.

- Inu-Taishou-sama, tem uma ligação para o senhor, é do Tókio no Byouin...

-Eu já estou indo Myouga... peça a Kaede que prepare um chá para mim por favor...

- Sim senhor, agora mesmo... com licença. – Myouga saiu em seguida, acatando as ordens dadas.

Inu-Taishou um pouco desanimado levantou-se e após vestir seu roupão, desceu, e ao chegar à sala, atendeu ao telefone.

- O que desejam? – perguntou friamente.

- Boa noite senhor Inu-Taishou, estamos ligando para avisar que a senhorita Hiiragizawa acordou...

- Ela acordou? Mas...

- O doutor Suikotsu deseja falar-lhe, vou passar para ele.

...segundos depois...

- Boa noite senhor Inu-Taishou, como o senhor esta? – perguntou gentilmente.

- Indo... – comentou vagamente. - fale mais sobre a menina Rin.

- Ela esta totalmente instável, ainda não esta falando, mas os sentidos estão bem ativos, ela esta respondendo bem e ate sorriu hoje...

- Contaram alguma coisa para ela sobre meu filho?

- Não senhor, e gostaria de pedir que não conte ainda, que espere ela se recuperar mais, e também pelo bebê.

- Eu compreendo...

- Se o estado dela continuar estabilizando em três dias eu irei dar alta da UTI, e levá-la para o quarto, então o senhor poderá se aproximar e conversar com ela.

- Obrigado Dr. Suikotsu, qualquer novidade nos avise.

- Sim senhor, boa noite.

- Boa noite... – Inu-Taishou terminou a ligação, e sentou-se no sofá.

Instantes depois Kaede apareceu com a bandeja nas mãos e no rosto carregava um semblante muito triste, como o de todos na residência.

- Inu-Taishou-sama, o seu chá.

- Kaede, obrigada... – agradeceu, vendo ela por a bandeja na mesa de centro, sentando-se depois, serviu a xícara.

- Aconteceu alguma coisa com a Rin-chan?

- Ela despertou, talvez em três dias ela já possa receber visitas...

- Que bom senhor, comentou cabisbaixa levantando-se após.

- Kaede – ele chamou e ela virou para o olhar com o mesmo semblante triste. – eu vou lhe pedir um favor... – comentou olhando para o chá em sua xícara.

- Pode pedir senhor... – disse olhando-o.

- Peça ao Myouga que vá amanha bem cedo buscar os objetos pessoais e as roupas da menina Rin no apartamento, e você apronte o maior quarto de hospedes da casa para ela, ela vai precisar de conforto, ela e também o bebê...

- Bebê? – Kaede o olhou confusa.

- Sim... – ele olhou-a e deu um fraco sorriso. - ...meu filho deixou uma semente...

- Inu-Taishou-sama, a Rin-chan esta esperando um filho do Sesshoumaru-sama?

- Sim Kaede, e temos que acolhê-la e dar muito amor e carinho para que ela e também a criança se sintam bem...

- Uma criança vai alegrar essa casa, - ela deu um sorriso, mas logo ficou séria. – nada ira substituir o Sesshoumaru-sama, mas pelo menos teremos uma lembrança viva dele...

- Temos que fazer a menina Rin sentir-se muito confortável não só pela criança Kaede, ela perdeu tudo o que tinha, ate meu filho, agora iremos apoiar ela como um membro da família.

- Sim senhor... – Kaede confirmou a idéia de Inu-Taishou, mas mesmo com aquela notícia maravilhosa ela permaneceu triste, mas agora levava em seu rosto um sorriso, ainda era triste, mas sorria.

- Reúna todos, eu irei conversar com vocês amanha. – Inu-Taishou levantou-se, estava com um sorriso no rosto, mas quem o olhasse, sabia que ele estava passando por um momento muito difícil.

Ele colocou a xícara de volta na bandeja, e logo começou a caminhar para as escadas.

- Sim... Inu-Taishou-sama... – Respondeu Kaede olhando-o subir...

Continua...


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