Crime Passional escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 10
O grande sofrimento de Rin e a obscuridade de


Notas iniciais do capítulo

Música Broken (despedaçado) – Amy Lee e Seether



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Como Suikotsu tinha dito, Rin teve alta da UTI, e em três dias estava no quarto.


As primeiras visitas eram restritas só a Inu-Taishou, que como o médico havia pedido não comentou sobre a morte de Sesshoumaru.


Durante um mês, Rin apenas olhava a todos e fazia poucos gestos com as mãos, e sorria para quem ia a visitar. Nas três semanas que se seguiram a melhora dela foi considerável, e na última semana deste mesmo mês, numa visita onde Inu-Taishou estava junto com o médico que fazia exames rotineiros, ela finalmente, com um pouco de sacrifício falou.


- I... Inu...Taishou-sama, como, como esta o Sesshy? ...Onde...ele esta?


Inu-Taishou olhou sério para o médico, e este fez o mesmo aproximando-se após do leito, na parte oposta onde Inu-Taishou estava.


Esperançosa, Rin continuou olhando para Inu-Taishou, estava ansiosa para saber notícias de Sesshoumaru desde que despertou, mas foi nessa oportunidade em que ela conseguiu expressar realmente o que seu coração ansiava.


- Menina Rin... – ele segurou firme na mão da garota, que olhou aquele gesto não entendendo, e uma grande onda de preocupação tomou não só a ela, mas a todos presentes ali naquele quarto. – ... o meu filho, Sesshoumaru... ele... – Inu-Taishou olhou para o médico e Rin ficou tensa, e por isso sentiu dores deixando isso claro em sua expressão facial. - ...ele não resistiu ao ferimento, ele nos deixou naquela noite...


- Não... – os olhos de Rin marejaram de lágrimas, e seu corpo foi tomado por um entorpecimento muito grande. – ele não pode fazer isso comigo... – disse em voz sussurrante, quase sem forças.


- Fique calma senhorita... – o médico pediu, mas como, como conseguiria ficar calma? O amor de sua vida, o seu amor a deixara.


O estado de tensão continuou fazendo o médico ter que administrar um calmante a ela, que em minutos adormeceu, mas seu rosto, estava molhado, o sofrimento dela havia começado há algum tempo com sua vida difícil, mas agora seria muito mais, seria muito mais sofrimento, pois a única pessoa que a amou de verdade tinha a deixado...


- Dr.? – Inu-Taishou olhou interrogativamente para o médico, querendo saber o estado da garota.


- Ela vai estar mais calma quando acordar, vou dar a ela antidepressivos, ela vai precisar muito deles. – o médico aproximou-se de Inu-Taishou e apoiou a mão no ombro dele, após saiu deixando-os sozinhos.


Depois de cuidar de Rin, Suikotsu subiu para a ala da UTI, aonde ao chegar teve uma grande surpresa, Sesshoumaru estava com os olhos abertos, e quando ele se aproximou ele virou o rosto para olhá-lo.


- Você acordou – o médico contentou-se. – Estou vendo que esta melhor do que pensava, não imaginava de acordar nem tão cedo...


Sesshoumaru olhava o fixamente e inexpressivamente. Suikotsu por sua vez, pegou o prontuário aos pés da cama, e começou a anotar algo, e logo se aproximou de novo de Sesshoumaru, olhou o embolo do soro e depois as batidas cardíacas, e novamente anotou.


- Eu vou examinar você... – ele puxou delicadamente o lençol expondo o peito com um curativo. Calçou um par de luvas e de vagar foi desfazendo o curativo, Sesshoumaru permaneceu inerte, mas de olhos abertos, piscava algumas vezes, mas não exprimia nenhum sentimento no olhar nem na expressão, os músculos de seu rosto não moveram nenhuma vez, só para piscar os olhos, e olhar de vez em quando para seu peito.


- Esta sentindo alguma dor, se não balance a cabeça...


- Não sinto nada... – Sesshoumaru surpreendeu mais uma vez o médico. Mas sua voz estava fraca, quase sussurrante.


- Que bom, estou muito satisfeito com seu estado, seu ferimento esta cicatrizando muitíssimo bem, e se continuar assim, logo, logo vai descer para um quarto... – Suikotsu informou, vendo ele apenas olhá-lo com frieza.


O médico, após fazer novo curativo no peito dele, fez novas anotações no prontuário, e logo virou-se para ir embora.


- Ei... – Sesshoumaru o chamou de volta, e ele olhou-o reprovativamente, mas ouviu o que Sesshoumaru tinha a dizer. -... Você contou a alguém?


- Você foi enterrado no dia seguinte à sua morte não se preocupe, agora descanse, não pode ficar se esforçando muito, você ainda esta se recuperando por dentro, quero que se recupere bem depressa... depois conversamos.


Sesshoumaru fechou os olhos, mas não dormiu, ficou esperando o retorno do médico.


Eram quase cinco horas da tarde quando Rin acordou, sua reação foi calma, mas a angústia que sentia a fez recomeçar a chorar.


Como iria conseguir viver sem ele, com suportaria? Mas mesmo com toda aquela dor, todo o desespero que sentia teria que suportar, estava grávida e se perdesse essa criança, sua vida acabaria. Essa era a única razão que a fazia resistir ainda, afinal era um pedacinho dele uma lembrança viva do amor que sentiam um pelo outro.


Estava sentindo-se muito só, desolada, inconformada. A solidão residia naquele lugar, mesmo a enfermeira indo visitá-la periodicamente, só chorava e lembrava de cada momento com ele, de cada beijo, de cada abraço, de cada carícia que jamais iria ter novamente, nunca mais iria vê-lo sorrir para ela nos momentos de amor, nos momentos de prazer... como suportará, como?...


Aqueles dias no hospital estavam se tornando uma tortura, não só para Rin que perdera seu amor, mas também para Sesshoumaru que não sabia notícias de Rin, e aquilo o impacientava, dias decorreram-se e aquela angústia do rapaz aumentava cada vez mais, mas faltava-lhe uma coisa que sempre teve. Ele nunca temeu nada na vida nem a morte, mas temia em perguntar por ela, temia só em pensar que ela não estaria bem... ou que estaria...morta.


A recuperação dele foi extraordinária, e depois de alguns dias após de despertar ele foi para o quarto, mas seus batimentos cardíacos continuaram a ser observados.


Numa manhã ao despertar, Sesshoumaru recebeu a visita do médico e dessa vez estava acompanhado com uma enfermeira diferente.


- Como se sente nessa manhã?


- Estou bem... não sinto nada de novo... – comentou sem olhar para os dois presentes.


- Que bom, agora eu quero que conheça essa moça, o nome dela é Botan, e foi ela que deu banho em você durante o seu sono, e vai dar banho em você hoje...


- Banho? – o rapaz olhou sério com uma sobrancelha arqueada.


- Sim, ela continuará te ajudando enquanto não puder se levantar e fazer isso sozinho, - Sesshoumaru olhou a enfermeira e corou levemente, mas logo desviou o olhar, pois ela sorria incessantemente, e aquilo estava causando um incrível desconforto em seu ser. – agora eu vou deixá-los, fique relaxado e deixe-a fazer o que for necessário, vai se sentir melhor no final.


Após o Suikotsu sair, a enfermeira começou a organizar o material para começar a banhar o rapaz.


- Vamos começar? – perguntou a ele sorrindo, ele não a olhou, mas acenou positivamente com a cabeça, um pouco corado.


Na mesa de cabeceira, ela pois uma bandeja com um jarro com água morna e um sabonete. Logo após lavar as mãos e secá-las, ela calçou as luvas, pegou um pouco de gaze e depois de molhá-las na água, ela delicadamente começou a passar no rosto dele, limpando os cantos dos olhos, após as maçãs do rosto, e em instantes estava limpando o pescoço dele. Cada toque era tão delicado, lembrava as mãos de Rin, o toque dela.


Com cuidado, ela baixou o lençol que o cobria ate a parte pubiana, e começou a despi-lo da roupa de hospital que estava usando. Tirou o curativo do peito, e limpou-o cada contorno muscular, com muito asseio, após passou para o ventre, e o toque ali o fez retrair os músculos, e Botan sorriu.


- Desculpe... – ela pediu, vendo que ele sentia um pouco de cócegas no local.


Após secar a região limpa com uma toalha, ela foi novamente ate a bandeja e pegou mais algumas gazes, para limpara agora os braços.


- Você poderia me ajudar, levante bem devagar seus braços para eu limpá-los... – com a ajuda dela, ele levantou os braços e ela os limpou com o mesmo cuidado que teve com as outras partes anteriores e após terminar os braços, o ajudou a baixá-los.


– Agora você não pode ser tímido ta... - Viu-o olhá-la e após corou fechando os olhos em seguida. – Eu vu ser rápida para não o incomodar muito...


Com cuidado e leveza ela terminou de baixar o lençol e logo depois de pegar um pouco mais de gazes, ela começou a limpar as partes íntimas dele, sem mexer muito, por causa da sonda que usava, aquilo incomodava quando mexia, e a enfermeira foi muito cuidadosa quanto a isso.


No fim ela terminou limpando as pernas, e logo após de por um roupão limpo, o cobriu ate a altura do peito.


- Como esta se sentindo? – ela perguntou acolhendo as coisas que usou.


- Estou me sentindo um pouco melhor...


- Isso me deixa muito feliz, eu vou levar essas coisas para por no lixo, mas volto logo para terminar, ainda falta pentear seus cabelos...


Ela virou-se e saiu levando consigo a bandeja, e logo voltou com um pente e escova. Com muito cuidado ela começou a penteá-lo começando das pontas, e quando terminou passou as mãos, começando das raízes ate as pontas, deixando os cabelos bem arrumados.


A cada instante o sorriso daquela enfermeira lembrava-o de Rin, seu coração estava apertado, receando saber que ela o deixou. Sabia que ela poderia estar morta, pois uma das últimas imagens que viu naquele dia foi o rosto inerte dela, não queria pensar, mas sua mente não obedecia, não queria esquecê-la.


- O doutor Suikotsu vai providenciar um dentista para olhar seus dentes, eu cuidei de sua higiene oral também, mas o doutor prefere que um dentista de uma olhada antes de eu continuar... – informou ela, mas a resposta a todas as gentilezas foi o silêncio, parecia estar deprimido, e ela resolveu assim sair, o deixando sozinho.


- Rin... – ele sussurrou, sentiu seus olhos marejarem, e uma única lágrima desceu em sua face...


Ao dia seguinte, a primeira visita do médico foi um tanto frustrada, suas preocupações e movimentos durante o sono, causaram dores, mas não muito fortes, as quais logo à tarde cederam.


Sesshoumaru estava de olhos fechado quando Suikotsu adentrou o quarto e se aproximou.


- Sesshoumaru... – o rapaz o olhou. – esse é seu nome não é? – viu-o consentir com a cabeça ainda sério.


Suikotsu puxou uma cadeira e sentou-se perto do leito e Sesshoumaru ficou um tanto confuso com aquela reação, passando a olhá-lo.


Suikotsu suspirou fundo, e logo após olhou-o e começou a falar em tom manso.


- Seu pai esta aqui no hospital...


- O que ele esta fazendo aqui? – perguntou com a voz um pouco arrastada.


- Fique calmo, ele veio ver outra pessoa...


- Quem? – sentiu o coração pulsar forte, sentindo o doer um pouco.


- Eu deveria ter te contado antes, mas fiquei preocupado com...


- Fale logo, pare de enrolar... – pediu sério, apressando o médico.


- ... Ele esta com a sua namorada...


- Ela... – o coração doeu mais forte e o ar faltou, nisso o médico levantou-se e o olhou sério. - ... ela esta viva... – olhou-o com um semi sorriso no rosto.


- Fique calmo rapaz, ou vai ter problemas, ela esta bem, eu vou dar alta para ela em três dias... agora acalme-se.


Ele fechou os olhos e manteve o controle, e logo após seu coração parar de doer, ele olhou o médico.


- Como ela esta?


- Ela se recuperou bem, mas esta muito deprimida, ela pensa que você esta morto, não faz outra coisa a não ser chorar...


- Esta sofrendo...


- Porque esta mentindo Sesshoumaru?


- Quero descobrir quem tentou nos matar...


- E não podia fazer isso causando menos dor nas pessoas que o amam, seu pai, seu irmão, sua namorada estão sofrendo muito...


- E pensa que eu estou satisfeito com essa situação? Não sabe como eu gostaria de vê-la, de tocar nela...


- Ela o ama muito, não deveria sofrer dessa maneira, principalmente por causa da criança que esta esperando... - Suikotsu olhou-o serio e viu-o olhar de olhos arregalados.


- Criança? Ela esta...


- Sim, ela esta grávida de dois meses...


Um silêncio mortal se fez no quarto. Mas uma ansiedade tomou Sesshoumaru, estava explodindo de alegria por dentro, mas não podia fazer nada ou colocaria tudo a perder. Viu Suikotsu sair do quarto frustrado.


Um tempo depois, um outro médico entrou no quarto, mas este era o dentista, e depois de dar uma boa olhada nos dentes do rapaz, e o ajudar os escovar o deixou.


Aquele dia estava sendo um dos melhores apesar de um pouco de dor, mas aquilo era pouco em vista da alegria que sentia.


Era quase meia noite quando Suikotsu voltou ao quarto, Sesshoumaru parecia dormir, mas ao chegar perto ele abriu os olhos.


- Quer ver a sua namorada? – ele segurou aos pés da cama olhando para o rosto frustrado de Sesshoumaru.


- Como poderia se estou preso nessa maldita cama...?


- Eu sei uma maneira, me escute, eu farei isso por você, e você terá que me prometer que depois de toda essa confusão que arranjou me deixe de fora, eu não quero perder meu diploma.


- Fique tranqüilo quanto a isso. – ele fechou os olhos novamente.


- Jakotsu, entre... – pediu, vendo Sesshoumaru abrir os olhos para ver o que acontecia.


O rapaz atendeu ao pedido, e trazia consigo uma cadeira de rodas.


- Oi... – ele cumprimentou sorrindo e acenando para Sesshoumaru. ?


- Muito bem, agora eu e meu irmão Jakotsu vamos te ajudar a se levantar, não quero que faça força, deixe que nos o levantemos, quero só que nos ajude com o peso de seu corpo.


De vagar, cada um dos médicos segurou em um braço de Sesshoumaru, o sentando primeiro...


- Fique calmo, vai doer um pouco, mas é porque você esta deitado há muito tempo. – avisou Suikotsu. –Agora bote os pés na escada e nos ajude só com o peso, como eu falei.


...devagar e com a ajuda dos dois, ele desceu da cama, de vagar e com cuidado eles o sentaram na cadeira de rodas...


- Esta sentindo alguma coisa? – Suikotsu perguntou olhando-o preocupado.


- Não... – respondeu ajeitando os cabelos.


- Então vamos... – Suikotsu passou para trás da cadeira e segurou-a para começar empurrar-la.


- Espere, eu não quero que ela saiba ainda que estou vivo...


- Não se preocupe – Jakotsu olhou sorrindo. – Ela esta sedada...


- Eu pedi à enfermeira que aumentasse a dose do calmante hoje, ela não vai acordar.


Os corredores do hospital estavam vazios devido à hora, e rapidamente eles o levaram.


Ao chegar à porta do quarto onde ela estava. Jakotsu apoiou a mão no ombro dele e o olhou.


- Esta preparado?


- Idiota... – Sesshoumaru olhou-o indiferente, mas quando a porta foi aberta o coração acelerou.


De vagar Suikotsu empurrou a cadeira de rodas ate o leito, e os olhos de Sesshoumaru adquiriram um brilho diferente ao vê-la.


- Vou deixá-lo a sós com ela, mas é por pouco tempo... – após sair, o médico encostou a porta e ficou atrás dela esperando.


Sesshoumaru olhou-a e de leve tocou a mão dela e a apertou suavemente...


I wanted you to know I love the way you laugh
I wanna hold you high and steal your pain away
I keep your photograph; I know it serves me well
I wanna hold you high and steal your pain


Eu queria que você soubesse que eu adoro o jeito que você sorri
Eu quero te abraçar bem forte e tomar sua dor
Eu ainda tenho sua foto, e eu sei que ela me ajuda bastante
Quero te abraçar bem e roubar sua dor”


- Rin, minha Rin... – solitárias lágrimas escorreram de seus olhos dourados enquanto a via ressonar. Aquele momento era tudo, não sentia dor nem ansiedade, ela era tudo em seu coração, em sua mente, em sua alma. Queria que aquele momento durasse para sempre, queria que a ver sorrir novamente, mas o destino foi cruel em colocar em seus caminhos uma infeliz pessoa que tentou-os matar, causando essa separação tão dolorosa. Suas vidas estavam reviradas e cada coração sofria por causa da dor daquele infeliz acontecimento. Queria que nada daquilo estivesse acontecendo, e que estivesse com ela em seus braços a apertando suavemente contra seu corpo, podendo assim sentir a calidez de seu corpo.


"Cause I'm broken when I'm lonesome
And I don't feel right when you're gone away"


“Porque eu fico fraco quando estou solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora”


Viu-a virar de ventre para o alto, mas ainda segurava sua mão, ela estava tão corada, tão linda como sempre, mas uma coisa chamou a atenção dele, e ele olhou.


- Cuide de nosso filho minha Rin... Este Sesshoumaru promete que vai descobrir quem esta nos separando... – sentiu o coração palpitar dolorido por aquela situação frustrante.


Nunca tinha sido tão amado em toda sua vida por um ser, e ela fazia diferença ela era parte dele, era tudo para ele, e tudo o que tinha de mais precioso. Sentia necessidade de tê-la por perto, pois a cada sorriso que ela dava seu ser se rejuvenescia e revitalizava como uma fonte de vida.


Ela era a canção e ele o instrumento, era seu oxigênio...


You've gone away
You don't feel me here, anymore”


“Você se foi pra longe, e eu não me sinto mais”


- ... Me ajude meu anjo, me ajude a suportar a distancia que vai nos separar... – ele tocou o ventre dela e acariciou, deixando mais uma lagrima cair, e a dor de seu peito voltou o incomodando um pouco. - ... sorria, esse sorriso lindo, deixe que ele enfeite seu rosto angelical...


Seria a maior prova que Sesshoumaru iria passar, teria que suportar a perda dela como se estivesse mesmo morto, mas ela sempre residiria em seu coração como o sangue que corre em suas artérias.


The worst is over now and we can breathe again
I wanna hold you high, you steal my pain away
Theres's so much left to learn, and no one left to fight
I wanna hold you high and steal your pain”


“O pior já passou e nós podemos respirar de novo
Eu quero te abraçar bem, você toma minha dor
Há muita coisa deixada de aprender, e nada pelo que lutar
Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor”


- Me perdoe, eu prometo que farei o possível para acabar logo com isso, e nos vamos poder nos ver novamente... – ele estendeu a mão ate o rosto dela e fez uma carícia, e a sentiu mexer-se um pouco.


- Sesshy, eu o amo tanto... – ela sorriu, estava sonhando, com ele...


- Eu também minha Rin...


Ele olhou a com intensa paixão, e seu corpo quase não se agüentou ao ver aquele sorriso que alimentava sua alma.


"Cause I'm broken when I'm open
And I don't feel like I am strong enough"
"Cause I'm broken when I'm lonesome
And I don't feel right when you're gone away
"


“Porque eu fico fraco quando fico exposto
E eu não me sinto forte o bastante
Porque eu fico fraco quando estou solitário
E eu não me sinto bem quando você vai embora”


- Volta... para mim... Sesshy, eu preciso de você... – uma solitária lagrima correu no rosto dela, e ele sentiu quanto ela soluçou, chorando dormindo, chorando por ele...


"Cause I'm broken when I'm open
And I don't feel like I am strong enough"
"Cause I'm broken when I'm lonesome
And I don't feel right when you're gone


Porque eu fico frágil quando fico exposto
E eu não me sinto forte o bastante
Porque eu me sinto fraco quando estou só
E eu não me sinto bem quando você vai embora


Sesshoumaru sorriu tristemente, e num sacrifício muito grande levantou-se da cadeira de rodas apoiando-se no leito, sentiu as pernas fracas, mas ao olhá-la teve forças e sentindo, dessa vez muita dor, aproximou-se dela e segurou o rosto dela entre suas mãos e após limpar a lágrima escorrida com o polegar, numa delicada carícia, aproximou-se o máximo que pode...


You've gone away
Two don't feel me here, anymore”


“Você se foi, você não me sente mais.”


... e deu um carinhoso beijo nos lábios entreabertos dela, e ela levou sua mão ate o braço dele e apertou suavemente. Depois do beijo, ele aproximou-se do ouvido dela e num delicado sussurro disse:


- Este Sesshoumaru voltará para a Rin dele...


De repente Suikotsu entrou no quarto, vendo Sesshoumaru de pés na beira do leito, e a primeira coisa que fez foi um olhar muito repreensivo.


- O que esta fazendo, enlouqueceu? – perguntou sussurrando, e com a ajuda do irmão eles sentaram-no novamente. Ele continuou segurando na mão dela e após apertar suavemente soltou. Logo o levaram de volta para seu quarto, e o puseram na cama.


- Você não podia ter se levantado, poderia ter aberto as feridas internas...


Sesshoumaru permaneceu calado, somente Rin residia em sua mente, estava um pouco feliz, mas sentia dor, uma dor pouco suportável no peito, fez de tudo para não demonstrar, mas sua expressão facial o condenou.


- Esta com dores... Jakotsu rápido me de o analgésico, e também o sedativo – ele pediu virando-se para Sesshoumaru depois. – Fique calmo, você fez muito esforço... – disse preparando o soro, e logo após o colocar na veia do rapaz Jakotsu chegou com os remédios. E com isso os aplicou vagarosamente junto com o soro. – agora você vai dormir...


Em poucos minutos, Sesshoumaru adormeceu, mas em seus sonhos, ele pode novamente vê-la estava sorrindo para ele e o abraçava, o beijava, isso seria tão bom se fosse verdade. Mas pode vê-la e tocar-la naquela noite, e aquele gesto foi como uma despedida, uma despedida temporária, mas muitíssimo dolorosa, para ambos.


Dois dias depois...


- Esta preparada menina Rin? – Inu-Taishou perguntou.


- Sim Inu-Taishou-sama...


- Myouga vai te ajudar com a mala... – (N/A: Kaede tinha levado roupas para ela durante o tempo em que ficou no hospital.) Rin deu um sorriso, olhou para o quarto, e entristeceu-se.


- Doutor Suikotsu, muito obrigada por ter cuidado de mim, vou ser grata para sempre... – Rin sorriu, e o médico lembrou-se de Sesshoumaru nesta hora.


- Eu fiz minha parte senhorita... se cuide...


Logo, Rin tomou o rumo da saída, sentiu certo alivio e nem olhou para traz, mas uma pessoa a observava.


Teimoso como sempre, Sesshoumaru levantou-se e viu quando o pai e o irmão adentraram juntamente com Rin no carro e partiram, logo em seguida ele foi deitar-se.


Depois que ela se foi, Sesshoumaru começou a pensar em seu plano, para descobrir quem “o matou” e feriu Rin. Mas a primeira coisa a ser feita era arrumar uma roupa para ela sair do hospital.


Naquele mesmo dia, já de tarde, Sesshoumaru recebeu a visita de Suikotsu, já era tardinha, e esta ocorreu logo após um terrível café da tarde de hospital.


- As radiografias que tiramos mostram que você esta muito bem por dentro, e hoje eu irei pedir a enfermeira que tire essa sonda de você, acho que já consegue ficar de pés não é?


- Sim, eu vou embora logo após você tirar essa porcaria de mim. – ele olhou-o com certeza no que falava.


- Não senhor, você ainda esta em observação, se for embora pode correr o risco de...


- Eu não tenho tempo para ficar sendo observado, tem um assassino à solta e a minha Rin esta lá fora...


- Acalme-se rapaz, você só vai ficar mais um mês conosco...


- Nem mais uma semana... – ele virou o rosto...


- E vai fazer o que, sair correndo nu? Esqueceu que você esta sem roupas? – o médico informou olhando para ele com sarcasmo.


- Isso é fácil, eu estrangulo você e pego suas roupas, elas devem me servir...


- Ora seu... – o médico olhou-o com uma veia saltada e Sesshoumaru encerrou a conversa virando o rosto para o lado.


Um tempo depois, Botan entrou no quarto com alguns objetos nas mãos e olhou para o rapaz, ele estava sentado na beira da cama e estava pensativo.


- Sesshoumaru – chamou com uma voz delicada e sorrindo. – Vamos acabar com esse incomodo da sonda?


Ele olhou-a calçar uma das às luvas e ao se aproximar, ela tocou o rosto dele com a mão nua.


- Finalmente esse incomodo vai ser extraído de você, - ela tirou a mão do rosto e pois no ombro amigavelmente. – vai arder um pouco, mas logo a dor alivia, agora deite-se, eu vou ser bem delicada. – ela calçou a outra luva.


Ele deitou-se e delicadamente ela levantou o roupão, e viu-o corar um pouco, mas logo estaria livre daquela porcaria. Como ela disse foi extremamente delicada e antes que ele percebesse ela já tinha tirado a sonda.


- Prontinho. – ela sorriu ajeitando o roupão dele, e deu um sorriso, ele apenas ficou a olhando... – Quando for ao banheiro é normal que saia um pouco de sangue e sinta ardência, em alguns dias isso passa. Se sentir algo diferente disso me avise, eu irei falar com o Dr. Suikotsu... – ela informou, mas sentia-se um pouco triste por ele ser o único paciente que quase não conversava com ela.


- Obrigada senhorita Botan... – agradeceu envergonhado, afinal, não é nem um pouco normal uma mulher ficar mexendo na intimidade de um homem, ainda mais dele. Mas ele sabia que era necessário aqueles cuidados.


- Mais tarde eu o ajudarei no banho, o levarei ate o banheiro, e você vai se banhar sozinho, eu o auxiliarei no que for necessário... – ela sorriu novamente e logo saiu o deixando só.


Após chegar na casa de Inu-Taishou, Rin teve uma crise de choro, mas Kaede ficou com ela, e conversando, ela deixou o choro ceder.


-Kaede-sama, eu ouvi ele me dizer que voltaria para mim, eu senti a quentura dos lábios dele há três dias atrás, foi muito real...


- Rin, minha garotinha – a velha senhora a abraçou pelos ombros. – eu sei que queria que ele estivesse aqui tanto quanto nós, mas...


- Kaede pode parecer loucura, mas eu o senti perto de mim, tocando em mim, ele me deu um beijo e eu o ouvi, disse assim: Este Sesshoumaru voltara para a Rin dele. – ela disse com os olhos cheios de lágrimas.


- Pode ter sido o espírito dele que a foi visitar...


- Kaede-sama, espírito não tem calor, não tem cheiro, eu estou dizendo que senti o calor dele, o toque, era ele tenho certeza...


Kaede abaixou os olhos e uma solitária lagrima desceu.


- Eu sinto dizer isso menina, mas eu vi quando puseram flores em cima do caixão dele... quando o desceram à sepultura, o que esta dizendo não tem sentido.


Rin analisou as palavras dela e seu peito adquiriu um grande desconforto, uma angústia, mas tinha que superar, ou poderia fazer mal à criança que esperava.


Uma semana depois, Rin saiu do quarto, estava querendo ficar sozinha, chorar sozinha, olhava para a fotografia dele e sentia tanta angústia e tristeza, e muita saudade.


Lembrou-se da guerra de travesseiros, do primeiro beijo, dos abraços amigos, era tão triste saber que tudo aquilo ficou em algum lugar no passado, mas ela sabia que cada momento estaria guardado em seu peito, e em suas lembranças.


Ela caminhou e de vagar subiu as escadas, ainda lembrava onde era o quarto dele, e ao chegar na porta faltou coragem, teria milhões de lembranças quando adentrasse, iria sofrer mais, então ela desceu.


- Menina Rin, não pode ficar subindo essas escadas...


- Eu sei Inu-Taishou-sama, eu...


- Você foi no quarto?


- Não consegui entrar... – ela abaixou o olhar entristecido.


- Venha, sente-se aqui, quero contar-lhe uma coisa. – Ela aproximou-se e sentou-se.


Viu ele tirar uma pequena caixa do bolso e deu a ela, que ficou olhando-o confuso.


- Sesshoumaru iria lhe dar isso, é um anel de compromisso, eu acho que deve ficar com ele...


Ela abriu a caixa e deu um sorriso, lembrando-se das palavras dele quando conversou com a mãe de Shiori...


“– Entre, eu vou preparar um chá para você e sua esposa...


- Esposa? ... Ate que não é uma má idéia...”


- Sesshy...


- Seja forte menina Rin, - ele apoiou a mão no ombro dela. – Eu estou tentando também...


Inu-Taishou levantou-se e caminhou em direção à saída e Rin olhou-o, mas logo desviou o olhar e voltou-se para o anel. O tirou delicadamente da caixa e pois no dedo anular da mão direita.


- Eu te amarei para sempre Sesshy... nunca sairá de minha memória.


Alguns dias depois, no hospital, Sesshoumaru estava de olhos fechados, fingia dormir, e ouviu assim uma conversa de Suikotsu e o irmão.


- Eu darei alta daqui a três dias, você guardou as roupas dele como pedi?


- Sim... – Jakotsu sorriu.


- E com o que vestiu aquele cadáver que pusemos no lugar dele? – Suikotsu aproximou-se e olhou Sesshoumaru.


- Nada, eu o coloquei nu no caixão, ninguém ia abrir mesmo, para que iria querer as roupas...


- Pelo menos ele sairá com uma rouba boa daqui...


- Acredito que ele só usara algumas peças, acho que vai dispensar o paletó...


- De uma coisa eu tenho certeza Suikotsu, aquela enfermeira, a Botan, ela esta apaixonada, ouvi uns comentários sobre isso...


- Eu percebi certo interesse dela em cuidar dele...


- Acho que ela se encantou com os... “dotes” dele, e depois eu concordo com ela, ele é mesmo um homem muito bonito...? – Jakotsu aproximou-se, e quando ia tocar nos cabelos de Sesshoumaru, este segurou na mão dele e o olhou friamente.


- Não toque em mim...


- Você esta acordado? – Suikotsu perguntou olhando-o com surpresa.


- Sim, vocês fazem muito barulho, poderiam acordar o inferno com essa falação...


Sem graça, os dois médicos saíram do quarto, e Sesshoumaru riu para si, de certa situação.


A ansiedade de Sesshoumaru fez os dois dias restantes se arrastarem, mas logo o dia de sua saída dali chegou.


Botan entrou no quarto aquela manhã, e com um olhar muito triste entregou a Sesshoumaru algumas roupas, ele estava de pés perto do leito, e ela cabisbaixa entregou as roupas para ele.


- Aqui estão suas roupas... Sesshoumaru...


- Porque esta triste... Botan?


Ela sorriu ao ouvir ele pronunciar o nome dela com um tom carinhoso na voz, mas um pouco camuflado.


- Eu... irei sentir saudades... você foi o paciente que eu cuidei com mais carinho, eu...


- Eu sei o que sente... – ele tocou o ombro dela e a fez olhá-lo nos olhos.


- Me perdoe, sendo enfermeira eu deveria de saber que um paciente é como se fosse um filho, mas você é tão bonito, eu confesso que nunca vi alguém tão bonito quanto você...


- Você não quer me ajudar, eu ficaria muito feliz de ter sua ajuda, e depois – ele pegou a gravata e olhou-a. – eu não sei dar nó nessa porcaria... – viu-a sorrir e assentir com a cabeça depois.


Logo, ele estava vestido. Seu pai tinha preparado uma roupa muito boa, e com isso ficou muito elegante.


- Agora você pode ir... – Botan, depois de passar a mão de leve na gravata, alisando-a sobre o peito comentou, mas sorrindo.


Suikotsu entrou no quarto e surpreendeu-se com o rapaz.


- Nossa, nem parece aquele cadáver que chegou aqui há alguns meses... esta muito elegante.


Sesshoumaru olhou-o serio, logo se aproximando, e ao fazê-lo estendeu a mão.


- Obrigado doutor Suikotsu...


Suikotsu apertou a mão forte dele e em seguida deu um papel o qual tinha sua assinatura, era a alta para ele sair do hospital.


- Não deixe de tomar os remédios, ainda precisa deles.


- Sesshoumaru – chamou Botan pela primeira vez tímida, e o rapaz a olhou. – eu poderia te dar um abraço?


Ele assentiu com a cabeça e logo com muita suavidade ela o abraçou, separando-se depois.


De repente Jakotsu entrou no quarto muito choroso e de braços abertos para o abraçar, mas Sesshoumaru estendeu o punho fechado e ele bateu com o rosto nele caindo sentado no chão.


- Ai! Você é um insensível... – reclamou alisando o nariz.


- Eu avisei para não tocar em mim...


Suikotsu começou a rir, e logo Botan também. Mas Jakotsu estava serio, e olhava os dois rindo, e logo se levantou saindo furioso do local.


Sesshoumaru desceu daquele andar pronto para começar as investigações sobre sua “morte”, e só sentiu-se plenamente satisfeito quando pois os pés fora do hospital. Ao fazê-lo suspirou aliviado, e seguiu seu caminho...


Desapareceu no mundo, nem o médico, nem ninguém não souberam mais notícias, mas com certeza ele estava bem, e resolvendo as complicações de sua vida.


Passaram-se longos cinco meses e cada dia que se passava, tudo era muito solitário, muito cruel, cada momento, Rin lembrava-se dele, de cada gesto de cada olhar, de cada...beijo.


Às vezes podia sentir o calor do abraço dele enquanto dormia, e o sabor dos beijos, quando pensava nestes.


Rin também estava investigando o sobre o assassino de Sesshoumaru, mas evitava sair muito de casa, estava com quase oito meses de gravidez, e todos estavam cuidando muito carinhosamente dela, ela sentia-se bem, mas não feliz.


Era uma tarde de verão, Rin estava agora com oito meses e meio, estava estudando algumas provas que Bokusen-ô tinha trago a pedido dela, mas o que estava escrito no documento não era tão convincente, era sobre o que tinha acontecido com eles naquela noite. Ela tentava se concentrar o máximo que podia, pois tinha necessidade de saber quem tinha feito aquilo, pelo seu bebê, pelo seu coração, por Sesshoumaru. E foi nessa mesma tarde e com esse pensamento que ela decidiu sair.


Após cumprimentar a todos presentes na sala de estar, entre as pessoas Kaede e Jaken, que serviam Inu-Taishou nesta hora.


Após sair, seguiu as ruas de Tóquio tomando coragem para ir ao apartamento, e finalmente quando chegou, olhou por uns instantes para o último andar, e sentiu certa angústia, mas mesmo assim, depois de estacionar o carro, subiu.


Depois do acontecido, era a primeira vez que ia ate lá. Havia se passado quase um ano.


Reuniu toda a coragem e, após destrancar a porta entrou, sentiu o coração acelerar, as lembranças, a cada passo que dava tornava-se mais vivas.


Olhou para perto do corredor e lembrou-se da guerra de travesseiros, olhou a mesa vazia... o toque das mãos dele e os agradecimentos dele a ela a cada fim de refeição. No corredor o primeiro beijo entre eles e às vezes ele carregava-a nos braços ate o quarto...


Caminhou lentamente pelo corredor, sentiu o coração acelerar mais e as lágrimas quererem sair de seus olhos, e ao chegar à porta do quarto sentiu a mais forte lembrança ao abri-la parecia o ver...


- Rin meu anjo...” - viu em um flash a imagem dele perto da cama sorrindo.


Rin escorregou pela batente da porta e sentiu a dor da perda forte novamente dentro de seu coração, e chorou...


- Sesshy...


Sentiu seu bebê mexer-se no ventre e levou a mão para sentir melhor.


- O que seu pai faria se soubesse que você esta aqui... – sorriu, e seu choro cessou, e alguns minutos depois, apoiando-se na parede ela levantou-se. Ainda sentindo seu coração muito apertado, adentrou o quarto aproximou-se da cama e sentou-se nela, alisou o travesseiro dele agora limpo e não resistiu, pegou-o e aproximou-o do rosto, e pode sentir muito longe o perfume dos cabelos dele.


- Que saudade de seus abraços, queria poder te ver, te tocar, pelo menos por um único instante...”


Não agüentando mais, ela levantou-se e saiu do apartamento, seguiu para casa, mas incrivelmente o carro pareceu a levar para outro lugar, ela dirigiu inconsciente e quando percebeu estava nos portões do cemitério. Riu para si, e logo desceu do carro, e caminhou ate os portões. Hesitou, mas logo adentrou-os, caminhou silenciosamente e de vagar, e logo estava em frente a um túmulo... olhou a fotografia neste posto por alguns minutos, mas logo fechou os olhos e apoiou as mãos na lápide.


- Porque me deixou? Porque me deixou Sesshy?...


Caminhando por entre as lápides, um homem sério aproximou-se, mas ao vê-la ficou estático, e escondeu-se atrás de uma outra lápide, mas podia ainda vê-la.


Estava de costas, e de cabeça baixa, mas quando ela virou-se de lado a reação foi outra.


- Rin... – sim era ela, estava linda, a barriga deixava claro que estava próxima a dar a luz... – ...Meu anjo... como esta linda, sorria para mim Rin vamos sorria... – ele pediu sussurrando.


Rin olhou a fotografia novamente e tocou nela e finalmente deu um sorriso, muito triste e ele pode ouvir ela dizer algo.


- Olhe... esse é seu pai, não é lindo. – ela alisava o ventre e olhava para ele e sorrindo.


Pode sentir as lagrimas vir naqueles olhos dourados e uma vontade incontrolável de correr ate ela e a abraçar, mas não podia, não ainda.


Mas algo fez sua emoção despertar, duas pessoas que aproximou-se de Rin, estas carregavam flores.


- O que esta fazendo aqui! Não acha que foi o suficiente você ter o matado?


- O... o que esta dizendo Kagura?


- Ele se foi por sua culpa, era para você ter morrido... se isso tivesse acontecido ele seria meu de novo...


Sesshoumaru intrigou-se com aquela frase de Kagura e observou mais atentamente o que ela dizia.


- O que? Eu não tive culpa eu fui tão vítima quanto ele e...


- Cale-se, como ousa, ainda engravidou dele, por isso se escondeu esse tempo todo na casa do Inu-Taishou-sama. – Sara esbravejou, já estava chorando.


- Seu golpe foi perfeito, como pode matar meu Sesshoumaru para ficar com o dinheiro dele...


- Não! Eu nunca faria isso, eu o amo, e esse bebê é fruto de nosso amor! – ela começou a chorar forte e sentiu uma pontada no pé da barriga, levando as mãos neste local.


Sesshoumaru quase correu ate lá, chegou a sair de traz da lápide, mas Inu-Yasha chegou.


- Rin-chan, Kagura, Sara...


- I-Inu-Yasha... – Rin olhou-o anida chorando.


- O que houve Rin?


- Inu-Yasha, essa sonsa pensa que pode me enganar como engana vocês, ela esteve interessada no que seu irmão tinha esse tempo todo...


-Pare com isso Kagura, não diga essas coisas, não vêem o estado em que ela esta, isso pode prejudicar a criança...


- E daí, eu não ligo se essa criança morrer, nem se ela morrer, quem deveria de estar vivo, esta interrado aqui, e foi culpa dela, foi por causa dela! Se ela não tivesse se envolvido com ele, ele ainda estaria vivo, estaria... vivo... – Kagura chorou e escondeu o rosto nas mãos.


- Como podem, não respeitar a memória dele, vocês acham que ele gostaria de ouvir isso que acabou de dizer a pessoa que ele amava?


- Eu ainda amo Inu-Yasha... – comentou olhando o irmão de longe.


- Vocês são como serpentes, não conseguem ver que a Rin esta sofrendo muito, e ainda esta grávida? – Inu-Yasha olhou-as com desprezo e saiu do local, levando consigo uma Rin muito deprimida e chorando muito.


Sesshoumaru observou ela partir, e seu coração estava apertado, queria poder estar lá para defendê-la, mas tinha conseguido ouvir algo que o deixou com muitas suspeitas. Teria sido Kagura quem os feriram? Talvez, mas ela não teria coragem de machucá-lo, teria coragem de matar Rin, mas não a ele.


De alguma forma ela sabia de alguma coisa e ele teria que descobrir.


Ele observou o cemitério durante algum tempo, e todas as pessoas que visitavam seu túmulo, mas uma pessoa o surpreendeu, uma das pessoas de quem ele mais suspeitava.


Era um dia de muitas nuvens quando Kagura apareceu perto do túmulo, levando flores, e poucos minutos depois Kouga apareceu estava com seu lobo de estimação.


- Kouga há quanto tempo...


- Não se faça de inocente Kagura.


- Você é tão idiota que nem conseguiu dar um jeito naquela insossa. – comentou Kagura e Sesshoumaru arregalou os olhos.


- Não tem respeito pelo defunto... – Riu exageradamente.


- Cala a boca seu idiota, você me pediu os endereços aquela vez, e para que...


- Ora Kagura eu não posso fazer nada se chegaram primeiro do que eu, ou você acha que eu perderia a oportunidade de fazer esse almofadinha de merda sofrer na carne o que eu sofri quando a Rin me deixou. Agora me conte como foi que conseguiu atirar nele?


- Eu não fiz isso se é o que quer saber, se eu tivesse que fazer algum mal, seria a Rin e não a ele...


Sesshoumaru baixou o rosto e deu dois passos, e nisso o lobo que estava com o Kouga começou a latir, indicando a direção em que ele estava.


- Fique quieto... – ele puxou o animal pela coleira, mas este fez mais força para se soltar.


- Tem alguém ali. – Kagura afirmou, e Kouga a olhou, logo em seguida correu ate lá e Kagura foi junto.


- Será que ouviram nossa conversa? – ela perguntou preocupada.


- Não tem ninguém aqui, só defuntos, e eles não escutam...


- Pense assim seu idiota, você vai voltar para traz das grades... – Sesshoumaru, um pouco mais distante comentou em tom baixo.


- Eu vou embora, tenho que resolver alguns problemas... – Kagura informou já caminhando.


- Eu também...


Sesshoumaru observou os dois irem embora e logo também foi, mas seguiu para seu apartamento, onde usava um nome falso.


Analisou algumas provas, mas precisava ir ate seu antigo apartamento, e foi pensando assim que ele pegou seu casaco e desceu, logo estava caminhando e depois de tomar uma condução ele chegou ao local. Sabia que o vigia sempre cochilava, e com isso conseguiu entrar sem ser visto. Logo chegou ao andar e rapidamente adentrou o apartamento, tinha pedido que um chaveiro fizesse uma chave e com isso ele pode finalmente ir aonde foi morto.


Entrou e como de costume jogou as chaves em cima da mesa do telefone, mas algo o fez arregalar os olhos. Havia uma pessoa lá que ao vê-lo quase enfartou.


- S-Sesshoumaru-sama!


- Jaken, o que esta fazendo no meu apartamento?


- Ahh! – desesperou-se. – V-Você é um fantasma... – choramingou.


- Pense o que quiser, mas se contar a alguém que me viu eu juro que te mato...


- Não senhor, eu sempre fui muito fiel ao senhor, e continuarei sendo, mesmo estando... morto...


- Eu não estou morto seu idiota... por acaso seus olhos estão furados?


- Mas-mas eu vi o senhor sendo enterrado...


- Não, você viu um caixão sendo enterrado, aquele corpo não era meu...


- Sesshoumaru-sama, o senhor esta mesmo vivo. – incrédulo ele se aproximou e tocou no braço dele, e como conseqüência levou um violento cascudo o que fez um galo crescer na hora.


Caído com as pernas para o alto e com os olhos girando ele constatou que realmente era ele.


- Éhhh, o senhorrr estaa vivooo... – comentou sentindo as mandíbulas doloridas.


Alguns minutos depois, os dois estavam conversando, mas Jaken continuava com o galo, e muito vermelho no alto da cabeça.


- Como a Rin esta?


- Esta bem, a criança já nasceu... é menina senhor...


- Menina!


- Sim, tem os olhos iguais aos do senhor, e também os cabelos...


- Meu pai descobriu algo sobre meu assassinato?


- Poucas pistas, encontraram pelo de lobo no quarto do senhor, o primeiro suspeito é o Kouga...


- Mas não foi ele, estou suspeitando de uma pessoa...


- E quem seria senhor?


- Meu pai guarda as provas no escritório, eu sei que Bokusen-ô esta cuidando do caso junto com meu pai, eu quero que pegue todas as provas faça uma cópia e as traga para mim, eu terei mais chances de investigar isso com a ajuda dessas provas...


- Sim senhor... Sinto me honrado em ajudá-lo.


Sesshoumaru levantou-se e caminhou para a porta e Jaken o acompanhou abrindo gentilmente a porta para ele.


- Esteja aqui no sábado, neste mesmo horário com tudo, e se contar a alguém que me viu, eu vou matá-lo, eu falo sério.


- S-Sim Sesshoumaru-sama. – confirmou com uma voz firme, mas com muito medo ao fundo.


Continua...


 


 


 


 


N/A:


Nossa que capítulo complicado para escrever, mas estou muito satisfeita, afinal quem não gostaria de estar no lugar da Botan?


Agora as coisas começarão a se esclarecer e muitos suspeitarão de pessoas aqui postas, gostaria de ver a carinha de vocês de curiosidade (rsrsrs).


Senti-me muito triste em escrever certas partes, mas tinha que as escrever’


No fim, estou muito feliz de finalmente o nosso morto - vivo mais querido estar bem, ele se emocionou vocês perceberam, ele é sempre tão frio e impalpável, mas dessa vez eu fiz ele ceder, chorar por quem se ama é normal, tá eu sei que para ele soa estranho todo esse sentimento revelado, mas seria muito triste se ele não expressasse seus sentimentos. E depois ele foi bem controlado no cemitério, ali ele foi o Sesshoumaru frio de sempre.


Estou agradecida por terem lido o capítulo anterior e em breve estarei postando o próximo...


Quem matou Sesshoumaru? (isso não se parece com uma novela rs rs rs)


Beijos!


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