Depois que eu acordei, tomei café e tudo, minha mãe me chamou em um canto da sala pra conversar. 

- Alex, você é meu filho. E eu espero que você entenda que de todas as formas, você é, e sempre vai ser. E eu sinceramente espero que não haja mais tanto ódio entre nós, porque eu sou sua mãe, e isso é oque você vai ter que respeitar.

E eu só concordei, porque ela é minha mãe. E ela me deu um beijo na testa, pela primeira vez que eu me lembre. 

- Alex. - Clarisse me chamou.

- Oi? - Fui até o quarto onde ela estava. 

- Eu tô muito... feia. 

- Meu deus, cala boca. 

- Eu tô velha.

- Relaxa ai, você só tem 18 anos. 

- E amanhã vou ter 19. 

[...] E dois meses se passaram, e por incrivel que pareça, Clarisse já estava em seus 80 anos. E ela estava fraca, e eu estava chorando, mais uma vez.

- Obrigada. - Ela disse. E eu olhei pra todas as fotos que nós tiramos em todos os dois meses, e eu simplesmente não sabia mais oque era. Foi... rápido demais, e eu não acredito, até porque é impossivel, mas, aconteceu. E eu estou aqui, e Clarisse tá morrendo, simplesmente. - Obrigada por... tudo, Alex. Mas, tudo mesmo. - Ela ainda falava fraca.

- Ei... Eu tô aqui. 

- Eu.. 

E eu olhei pro meu desenho, e era Clarisse ali, era ela. Os mesmos olhos, a mesma boca, o mesmo cabelo branco. E de repente, meu desenho tinha se transformado em uma coisa extremamente estranha, em outra coisa, e na minha própria vida.

- Eu amo você. - As palavras simplesmente sairam da minha boca, e eu me derramei em lágrimas.

Ela era tudo, ela era meu desenho, ela era minha força, era também minha fraqueza, era minha alegria, tristeza e confusão. E agora se foi, se foi de uma forma cruel, e até doente. Era a pessoa que mais me fazia sentir algo, e a pessoa que mais me fazia sorrir, e a unica pessoa que me fez chorar mais de duas vezes, era minha amiga, minha melhor amiga. E eu não entendo, mas na hora, eu entendi. Eu tinha que seguir em frente.