A Vocalista Da Banda Do Meu Irmão escrita por Lacrist


Capítulo 23
Capítulo 22 - Águas Profundas


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, tudo bem com vocês? Desculpem a demora para vir aqui. E aí, animadas para o ano de 2013? Confesso que estou apreensiva com a chegada do novo ano.
Sobre o capítulo, ele está recheado de surpresas. Um pouco de romance, draminha e também uma briga! Esse capítulo tem de tudo um pouco!
E já vou avisando que não entendo nada de mecidina ok? KKKK'
Tenham uma boa leitura!



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Assim que adentrei a ampla sala da enfermaria, apertei o passo ao mesmo tempo em que eu olhava para todas as macas, que estavam praticamente vazias, com excessão da última maca, onde Michael se encontrava ainda desmaiado para o meu desespero.

Me aproximei de onde ele estava, vendo que duas enfermeiras contratadas pelo colégio o examinavam.

– Como ele está? - Minha voz estava trêmula assim como todo o meu corpo.

– O que está fazendo aqui, mocinha? Era para você estar assistindo o jogo. - A enfermeira baixinha virou-se para mim, ignorando a minha pergunta.

– Fiquei preocupada com ele. - A outra enfermeira voltou sua atenção para mim, e pude perceber que as duas pareciam pensar se falariam algo para mim ou se me expulsariam da enfermaria.

– Bom, ele pode ter desmaiado devido ao sol forte ou por fraqueza. Liguei para o pai dele que me afirmou que ele já havia desmaiado outras vezes e sem um motivo aparente. Das outras vezes que ele desmaiou, foi em casa e ele afirmou que viu Michael se alimentando um tempo antes então... pode ser alguma outra coisa. - Foi a enfermeira alta que tivera a iniciativa de me contar tudo.

O que será que o Michael tem então? Será que é grave?

– Mas... o que ele vai fazer agora?

– Ele está vindo buscar o filho. Vão para o hospital fazer alguns exames.

– Entendi...

– E você, é a namorada dele? - Perguntou a baixinha, me olhando curiosa. Corei violentamente.

– Não, somos apenas... colegas. - Encolhi os ombros.

Eu e Michael éramos muita coisa juntos e ao mesmo tempo éramos nada. Nem eu mesma entendia o que acontecia conosco. Tinha vezes, que explodiríamos de raiva se colidíssemos e outras... que eu poderia explodir de amor.

– Hum... sei... - As duas me olharam desconfiadas.

– Huhumm. - Michael pigarreou, alertando a nós que tinha acordado.

– Oh, que bom que acordou, atleta! Seu pai está vindo lhe buscar. Ele te levará ao hospital para fazer uns exames. - Disse a enfermeira alta.

– Isso é mesmo necessário? - Indagou anjinho.

– Sim, pois achamos que você possa estar doente.

– Isso é loucura! - Michael apertou os olhos. - Aliás, o que você está fazendo aqui? - Anjinho destinou a pergunta para mim e seu semblante demonstrava confusão e surpresa.

– Eu fiquei preocupada com você. - Michael olhou-me desconfiado.

– Deixaremos vocês dois conversarem a vontade. Avisaremos se seu pai chegar. - Assegurou-lhe a enfermeira menor se retirando juntamente com a outra enfermeira.

– Você estava preocupada comigo? Você? - Ele estava debochando de mim ou era impressão minha?

– Sim, eu estava. Porque? Não pode? - Devolvi no mesmo tom debochado.

– Acho que pode... - Porque ele estava confuso? Será que era tão difícil para ele acreditar que eu me preocupava com ele?

– Acho que não sou muito bem-vinda aqui e já que você está bem, vou voltar pro jogo. - Eu já girava os calcanhares quando Michael me interrompeu, dizendo:

– Não, espera! - Estaquei no meio do caminho esperando que anjinho falasse. - Fica aqui, por favor. - Essa atitude do Michael me surpreendeu e não só a atitude como também seu olhar lindo e suplicante que estava abatido. Respirei fundo, me aproximando da maca em que ele estava.

– Pensei que não me quizesse aqui.

– É que eu não quero ficar aqui sozinho. - E o tom de voz indiferente misturado com sarcasmo volta com força total.

– Ah é, me esqueci que você ainda me odeia.

– E você queria o que? Que só porque nos beijamos eu te trataria como uma namorada? - Fiquei estarrecida com o que ele dissera, pois isso havia atingido meu ponto fraco.

– Não, só pensei que você me trataria com mais respeito. - Minha voz começara a ficar embargada.

– Respeito? HAHAHA. - Ele riu! O idiota riu!

– Você me beijou! - Falei em tom acusatório.

– E você quis! - Michael se levantou da maca e se aproximou de mim, me encarando.

– Eu não pude fazer nada. - Desviei o olhar.

– Não pôde ou não quis? - Perguntou, sorrindo sarcásticamente.

– Você é um idiota!

– E você é uma criançona. Aposto que nunca tinha beijado alguém antes. - O pior de tudo, é que o Michael estava certo e eu não conseguiria negar, pois não sei mentir.

– Isso não te interessa! - Chiei, fechando minhas mãos em punho.

– Sabia... então fui eu que te dei seu primeiro beijo! - Ele deu uma risadinha.

– Eu... eu... - Desviei o olhar novamente, sentindo meus olhos arderem.

– Ever, você mente muito mal.

– Não devia ter vindo aqui. - Sem conseguir mais prender as lágrimas, eu saí correndo, mas não consegui chegar a saída, pois senti que o Michael me puxava.

Meu rosto chocou-se contra o seu peito e meus cabelos caíram sobre meu rosto molhado pelas lágrimas.

– Ever me desculpe... eu não devia ter te tratado assim. - Ele pegou em meu rosto com a ponta dos dedos, mas eu desviava o olhar dos olhos dele como quem foge de um ladrão.

– Só me deixa ir... - Pedi chorosa.

– Ever me desculpe pelas coisas que eu disse.

– Tudo bem, Michael! Sei muito bem que o beijo não significou nada para você e também sei que você me odeia, por isso me trata assim.

– Espera aí: O que o beijo significou para você? - Epa! Eu tinha falado demais.

– Eu... é... - Minha voz estava virando o detector de mentiras do Michael.

– O beijo significou algo para você, Ever? - Os olhos do Michael buscavam os meus, tentando decifrar tudo o que se passava comigo, mas eu nada respondi. - O beijo teve algum significado para você, não teve? - Droga, ele estava tirando suas próprias conclusões e elas estavam certas.

– É que... - Já era. Ele já havia descoberto tudo.

As mãos de Michael que antes seguravam meu rosto, me surpreenderam ao começarem a fazer um carinho em meus cabelos.

– Michael, o que está fazendo? - Eu começava a me render aos carinhos.

– Você me intriga, Ever. Uma hora você é rebelde e na outra é completamente doce... - Aos poucos, Michael diminuiu a distância entre nós. - O que o beijo significou para você, Ever? - Nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância e isso quase me deixava incapacitada de falar alguma coisa.

Meu peito queria dizer que o beijo significou tudo. Significou amor, explosão, felicidade e todos os outros sentimentos que insistiam em se misturar dentro de mim. Eu queria gritar para ele e para todas as outras pessoas que aquele beijo fora a melhor coisa que poderia ter acontecido em minha vida. Eu estava disposta a responder a pergunta e até teria respondido, se o pai do Michael não chegasse preocupado até nós acompanhado das duas enfermeiras malucas.

– Michael, você está bem? - Nos afastamos abruptamente, constrangidos.

– Com certeza ele está bem... - Comentou a enfermeira baixinha maliciosamente e eu me encolhi envergonhada. Por sorte, o pai do Michael ignorou o comentário.

– Você está bem? - Refez a pergunta o Alfonso.

– Estou. Acho que não é necessário irmos ao hospital.

– Mas é claro que não! É necessário sim! - Alfonso o olhou de forma repreendora e Michael bufou. - Olá Ever, como vai? - Alfonso olhou em minha direção, esboçando um lindo sorriso.

– Eu er... eu vou bem, senhor. - Eu estava envergonhada, muito envergonhada.

– Ever, não me chame de senhor! Por favor, me chame de Alfonso! - O pai do Michael era muito simpático e descontraído. Acho que ele superou a perda da esposa mais rápido do que o Michael. Não que isso seja ruim.

– Tudo bem então, Alfonso. - Sorri timidamente e ele sorriu abertamente para mim.

– Michael, é hora de irmos.

– Tchau, Ever. - Michael virou-se para mim um pouco ríspido.

– Tchau Michael, boa sorte. - Mal deu tempo de terminar a frase e o Michael já tinha virado as costas para mim indo em direção a saída.

O progresso que eu e Michael havíamos feito em um dia acabou. Talvez isso se deva ao azar que tem oscilado constantemente em meu dia. Talvez a sorte e o azar estejam competindo para ver quem ganha um lugar em minha vida e eu tenho quase certeza de que o azar tem ganhado de lavada.

Mas até quando eu ia ter que presenciar essa guerra toda?

E quem vai ganhar? A sorte ou o azar?

Michael narrando:

O hospital que meu pai estava me levando era um dos maiores da cidade. Não que isso me importasse, mas a verdade era que desde pequeno eu sempre abominei os hospitais, morria de medo dos médicos e olha que maravilha: Eu estava indo para um.

Assim que chegamos, abrimos a porta de vidro e fomos até a recepção, onde tivemos que aguardar um tempo.

Depois de muito esperar, logo fomos atendidos e um médico se encarregou de me examinar e fazer uma bateria de exames.

Tivemos que aguardar mais um tempo para que os exames ficassem prontos. Após um longo tempo em silêncio, meu pai acaba quebrando-o:

– Filho, você e a Ever estão se entendendo? - Papai exitou em fazer a pergunta e eu sabia muito bem que ele tinha visto o quase beijo que rolou entre eu e a franjinha.

– Não. O que você viu... não deveria ter acontecido. - Murmurei a última parte e pude sentir o olhar de meu pai em cima de mim.

– Vocês estavam envolvidos demais na hora.

– Na hora. - Enfatizei as palavras e papai elevou a sombrancelha direita.

– Vocês dois agem estranho demais! Uma hora brigam e na outra estão quase se beijando. Sei que ela sempre adorou brigar com você mas parece que agora é diferente. Já reparou em como ela tem te olhado, Michael? - Onde o meu pai queria chegar? Será que o beijo que rolou entre eu e a Ever significou tanto assim para ela? E o que o beijo significou para mim?

– Ela me olha normal pai, como sempre olhou. - Tentei não dar muita trela para o papo do meu pai, se não tudo o que ele estava tentando me dizer poderia ganhar algum sentido e a última coisa que eu queria neste momento era ficar paranóico em relação a Ever e os beijos que trocamos hoje.

Tenho que admitir que beijá-la despertou em mim sensações que até então eram desconhecidas e que eu gostava de vê-la corar e que eu comecei a reparar melhor nela, observando que a Ever não era uma desprovida de beleza. Ela é bonitinha... tá, ela é bonita, mas isso não quer dizer que eu goste dela.

– Nós dois sabemos que isso não é verdade, Michael mas se quer continuar se enganando, tudo bem então. - Meu pai se deu por vencido e o médico que havia me atendido, voltara com uns papéis na mão e com um semblante não muito bom. O que será que havia acontecido com ele? Levou uma bronca do chefe?

– Vocês podem me acompanhar por favor? - Perguntou o médico, fazendo com que eu e meu pai levantássemos.Nós o seguimos pelo corredor estreito, entrando em uma sala.

– Já saiu o resultado dos exames? - Meu pai se sentou ao meu lado, em frente a mesa onde o doutor se encontrava debruçado.

– Já sim e não tenho uma notícia muito boa. - O doutor estava sério e eu fiquei com medo da gravidade do meu problema.

– E qual seria essa notícia, doutor? - Papai estava aflito e preocupado. Pude sentir isso pelo seu tom de voz.

– Os exames detectaram que seu filho tem leucemia.

– Como? Espera aí, eu não posso ter leucemia! Ao menos que isso seja hereditário e eu tenha pego de minha mãe.

– Sua mãe teve leucemia há quanto tempo? - Engoli em seco. Lembrar da doença que consumiu minha mãe era doloroso demais.

– Foi há 6 anos atrás. Ela morreu há 4 anos atrás, quando eu tinha 13 anos. - As lembranças logo vieram a minha mente e um nó formou-se em minha garganta.

– Acredito que não tenha sido hereditário. Michael, saiba que a leucemia tem cura. Muitos pacientes se recuperam quando fazem o tratamento, principalmente em casos como o seu. Talvez nem precise fazer Quimioterapia. - Disse o doutor confiante, mas eu não me sentia confiante como ele.

Estava tudo acabado para mim. Eu definharia como a minha mãe. Mesmo quando eu começar o tratamento, eu temo que isso não adiante e eu não sobreviva.

Eu e meu pai seguimos para a casa num absoluto silêncio. Ele não sabia como me consolar e eu não queria palavras de consolo.

Me tranquei em meu quarto e ouvi meu celular tocar. Atendi no quarto toque.

– Alô.

– Michael! Ainda bem que eu consegui falar com você! Como você está? - A voz de Jeremy estava aflita.

– Não estou muito bem não...

– Ainda está passando mal? A tampinha da Ever disse que você foi fazer uns exames. Os resultados já saíram?

– Já saíram sim. Jeremy, eu estou doente mas preciso que você guarde segredo sobre isso.

– Doente? O que você tem, Michael?

– Estou com leucemia.

– Leucemia? - Jeremy quase gritara do outro lado da linha. Pude perceber isso pelo seu tom de voz.

– É, Jeremy. Não conte isso para ninguém, muito menos para a Ever ouviu bem?

– Tudo bem, fique tranquilo. Eu não direi nada. Como está se sentindo?

– Ainda estou tentando absorver tudo. O médico disse que o meu caso tem cura mas... fico apreensivo. - Eu tinha medo, muito medo.

– Relaxa, cara. Você vai ficar bem.

– Obrigado, Jeremy. Vou desligar agora ok?

– Tudo bem, cara. Tchau.

– Tchau.

Deitei a cabeça em meu travesseiro, ansiando de que eu acordasse e percebesse que tudo não passou de um sonho. Eu necessitava disso.

Ever narrando:

Eu estava muito preocupada com o Michael e desejava que nada de ruim acontecesse a ele.

Vi que Jeremy falava com alguém no telefone. Tinha quase certeza que era o Michael. Então, quando ele desligou o telefone, fui até ele afinal, eu não tinha conseguido ouvir a conversa dos dois infelizmente.

– Jeremy, era o Michael no telefone? - Perguntei de forma gentil.

– Não te interessa, pirralha. - Jeremy me fuzilou com o olhar.

– Não precisava dessa ignorância toda! - Fiz uma carranca.

– Me deixa em paz! - E ele saiu, me deixando ali no relento.

O que meu irmão tinha de bonito, ele tinha de babaca e de arrogante!

(...)

Eu, Caroline, Chris e Yuri estávamos no meu quarto jogando conversa fora quando ouvimos um som alto no andar de baixo. Uma música eletrônica tocava.

– Desde quando minha casa virou uma boate? - Indaguei.

Saímos em disparada do quarto, indo até a sala, encontrando os descerebrados reunidos. Stacy e Mandy, as rainhas dos descerebrados, estavam em minha casa também, para o meu desgosto.

Daniel, Rafael, Paul e William estavam sentados de qualquer jeito no sofá da sala de minha casa. O que eles tinham de idiota, eles tinham de bonito. Cada um com uma beleza diferente.

Vi que Michael também estava ali e que estava muito abalado, o que era um mau sinal.

Jeremy e Caroline se encaravam até que a mosca ruiva quebrou o momento dizendo:

– Eca, a ralé chegou. - Ela apontou em nossa direção e olhares de desprezo e deboche foram destinados a nós.

– Ninguém avisou a vocês que essa é uma festa exclusiva para os populares? - Perguntou Stacy.

– E ninguém te avisou que você está na minha casa e que eu posso te expulsar daqui se eu quiser? - Peitei a loira burra.

– Você não é a única que mora aqui, querida. O MEU Jeremy mora aqui também. - A burra fez questão de dar ênfase no "meu."

– Seu? Pelo o que eu saiba, nem namorados vocês são! - Por incrível que pareça, essa frase saíra da boca de Caroline.

– Barraco ao vivo! - Gritou Daniel.

– Continuem, continuem! - Incentivou, Rafael.

Percebi que Michael prestava atenção em nossa discussão.

– Não somos namorados ainda. - Disse Stacy

– Ever, dá pra parar de arrumar confusão? - Perguntou Michael, se metendo onde não era chamado.

– EU? Mas eu não fiz nada! Não tenho do direito de ir e vir nem na minha própria casa! - Esbravejei, indignada.

– Você arrasta confusão por onde passa. - Michael me perfurava com o olhar e eu acabei me encolhendo.

– Mas eu estava quieta! Só vim ver da onde estava vindo o som alto! - Tentei me justificar.

– Não interessa, Ever! Seu sobrenome é confusão! - Eu não estava entendendo porque o Michael me agredia daquela forma.

– Qual é o seu problema, Michael? Será que dá pra parar de me agredir?

– Te agredir? Eu nem te disse tudo o que eu queria ainda... - O Michael estava conseguindo me irritar e me magoar profundamente.

– É isso aí, Michael! Mostra pra essa roceira e sua trupe que eles não são bem vindos! - Mandy respondeu, rindo e meu sangue subiu. Fiquei mais irritada ainda quando vi que Michael concordava com a mosca ruiva.

– Essa é a MINHA CASA! Entendeu sua vaca ruiva? - Não pude conter a vontade que eu tinha de esganar a Mandy então, quando eu vi, eu já estava distribuindo tapas em sua face e puxando seus cabelos.

Michael e os outros tentaram apartar a briga mas não desgrudávamos uma da outra.

– BRIGA, BRIGA, BRIGA. - Gritava William.

Caímos no chão e eu fiquei em cima da mosca ruiva, distribuindo mais tapas naquela cara feia dela. Já ela, puxava meu cabelo e arranhava meu braço.

Mordi sua mão e ela gritou de dor, soltando meu cabelo.

Estava pronta para dar um soco em sua cara quando Michael me puxou pela cintura, me fazendo sair de cima dela.

– ME SOLTAAAAAAAA. - Eu me debatia em vão.

– Cadê a minha câmera? - Pude ouvir Jack, meu irmão caçula perguntar.

– Ever você me paga sua insossa! - Gritou Mandy que era segurada por Jeremy.

Os outros só assistiam a tudo estagnados. Inclusive meus amigos.

– Michael, tire a Ever daqui. - Pediu Jeremy e Michael prontamente o obedeceu, me segurando pela cintura e me levando para o meu quarto.

– Mas que droga, dá pra me largar? - Eu estava furiosa. Principalmente com o Michael. Tudo o que acontecera hoje era culpa dele.

– Para de ser complicada, garota! - Entramos em meu quarto e Michael fechou a porta atrás de si antes de me largar.

– Porque bateu na Mandy? - Michael se recostou na porta e cruzou os braços.

– Porque ela me irrita. Aliás, TODOS vocês me irritam! Seu babaca! - Fui com tudo pra cima do Michael, mas ele se desvencilhava facilmente dos meus golpes fajutos.

– Eu não sou a Mandy. - Ele segurou minhas duas mãos na altura de seu rosto. - Pare de agir como uma louca, Ever. - Ele soltou as minhas mãos bruscamente.

– Você só sabe me julgar. Nós dois sabemos muito bem que eu não queria causar aquilo tudo. - Eu estava transtornada.

– Ah Ever! Você não tem auto-controle não? - Ele sorriu de um jeito cheio de deboche.

– É que eu venho engolindo em seco as provocações de muitos a bastante tempo, sabe?

– Isso não justifica!

– Nunca entraremos em um acordo. Então, que tal você voltar para a festinha idiota lá embaixo? Aproveita e dá uns amassos na Mandy. Ela vai esquecer rapidinho que apanhou de mim. - Entrei no jogo de sarcasmo dele.

– É isso mesmo que eu vou fazer. A Mandy é mais bonita e mais experiente que você, sua BV. - Arregalei os olhos devido o seu comentário maldoso.

– Ótimo! Me deixa em paz! - A porta bateu violentamente alegando que Michael tinha ido mesmo para a festa.

Aproveitei para socar tudo o que via pela frente, descontando toda a minha raiva. Pude sentir algumas lágrimas escorrerem pela minha bochecha mas eu nem me importei. Eu me arrependia de ter batido na Mandy. Por mais que eu tenha pinta de durona, eu nunca fui de brigar. Nunca mesmo. Mas eu já estava no meu limite, ainda mais depois de ter visto que Michael a apoiava, me machucando com suas palavras.

Meus amigos tinham ido embora depois da confusão e eu, passei como um foguete pela sala da minha casa, indo tomar um ar fresco numa pracinha que tinha ali perto.

As lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto. Eu tentava afugentá-las, mas isso era uma tarefa difícil.

Porque eu tive que me apaixonar? Minha vida estava boa antes do Michael entrar na minha vida e bagunçar meu coração.

Eu não podia amá-lo e mesmo assim eu o amava. Mesmo sabendo que ele nunca se apaixonaria por alguém como eu.

A Ever louca, inconsequente, respondona, impulsiva... aquela que ele odeia.

Deitei-me no gramado verdinho, olhando para o céu estrelado, onde a lua iluminava a noite com sua graciosidade e brilho. Fechei meus olhos e uma lágrima solitária rolou pelo meu rosto.

Nem me importei com o vento frio que atravessava o local, fazendo as poucas árvores que ali tinham balançarem um pouco. Me concentrei apenas em mim mesma.

– Não está tarde para você estar na rua, Ever? - Meu coração acelerou quando ouvi o som da sua voz. Michael entrara em meu campo de visão. Ele ficava mais lindo ainda sob a luz do luar. - Você... está bem? - Ele sentou-se ao meu lado e eu apenas suspirei.

– Acho que não. Eu sou a garota mais idiota do mundo! Inconsequente, louca, apaixo... - Eu não podia terminar aquela frase. Se eu falo que estou apaixonada, é o meu fim.

– Apaixonada? - Ele uniu as sombrancelhas.

– Quem falou em estar apaixonada? Ficou doido é? Apaixonada eu? Hahahaha nem sonhando. - Fiz uma careta totalmente fingida.

– Eu quero te pedir desculpas pelas coisas que eu disse.

– Está tudo bem, Michael. - Ele sorriu e deitou-se ao meu lado, soltando um longo suspiro enquanto olhava as estrelas.

– É que não estou no meu melhor dia...

– O que aconteceu? Tem algo haver com os exames que você fez no hospital? - Olhei para a sua linda e serena face. Ele demorou vários minutos para me responder.

– Tem sim... estou doente, Ever. - O som de meu nome em seus lábios soavam como música ao meus ouvidos mas não pude deixar de encará-lo com uma preocupação evidente.

– O que você tem?

–Leucemia. - Por incrível que pareça, ele tinha me respondido, mas não pude conter o meu espanto diante do que o Michael tinha. Ele não ousou olhar para mim nenhum instante.

– Nossa, Michael... eu... sinto muito. - Sibilei a última frase dolorosamente e pela primeira vez, Michael virou seu rosto na minha direção, me olhando.

Ele não me olhava de forma raivosa ou debochada. Olhava-me com olhos cheios de tristeza e angústia.

– Eu posso morrer, Ever. - Assim como seu olhar, sua voz trazia uma tristeza inigualável.

– Não diga uma coisa dessas nem brincando! Você não vai morrer, Michael! Você não pode morrer. - Eu já estava a beira do desespero.

– E porque eu não posso? Eu estou doente. - Porque eu te amo. Respondi mentalmente.

– Porque você é uma ótima pessoa e porque a leucemia tem cura. - Isso não deixava de ser verdade.

– Obrigado por estar sendo tão legal comigo. Eu fui rude demais com você hoje. - Seus olhos eram intensos, como águas profundas.

– Não tem de que, Michael. - Dei um sorriso meigo.

E foi assim que ficamos a maior parte da noite: Deitados no gramado, olhando para o céu límpido e estrelado, sem nos importarmos com as desavenças, diferenças e mais nada.

Apenas com a natureza, presos em nossos olhares e na paisagem em nossa volta.

Não falamos sobre o beijo, não destilamos sarcasmo para o outro. Demos uma trégua.

Eu estava perdida demais encarando o meu anjo de olhos verdes. Encantada demais com seu olhar que poderia ser confundido com águas profundas.

Águas essas, em que eu já tinha me afogado sem antes mesmo perceber.



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Notas finais do capítulo

Meninas, não se preocupem, o Michael não morre KKKKK Mas essa doença que ele tem, fará com que ele tome uma decisão numa parte desta fic que acarretará muitos acontecimentos decisivos, principalmente para a Ever. Isso fará com que ela sofra mas assim ela amadurecerá. Posso adiantar que o Michael não morre HSAUHSUA
Um descerebrado terá um papel importante nessa fanfic e não será o Jeremy! Quem vocês acham que é? Paul, Daniel, William ou Rafael? Em breve, descreverei cada um deles para vocês terem uma noção de como eles são ok?
E daqui a 1 capítulo ou 2, a Ever fará sua primeira aparição como Claire Collins! E o baile de artes está chegando e posso adiantar que ele promete! Principalmente porque terá a entrada de novos personagens!
Muita coisa acontecerá por aqui ainda mas para isso, preciso dos comentários. COMENTEM MUITO GALERA!!!!
Tenham um feliz ano novo e que 2013, seja melhor do que o ano de 2012! Espero que vocês sejam muito felizes e conseguiam alcançar seus objetivos!