You Make Me Crazier escrita por Anne D


Capítulo 3
Capítulo 3 - Uma Tarde Diferente


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores lindos! Acabei de terminar este capitulo, a semana tem sido um pouco corrida.
Aproveitem, boa leitura!



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- O que você quer? – pergunto irritada

- Eu vim perguntar se podia ir com você – diz ele – é que meus pais saíram mais cedo para o trabalho e eu acabei esquecendo as chaves em casa.

- Ah, tudo bem – digo sem graça

Ele sorri e segue caminho comigo.

Vamos seguindo o caminho em silencio. Por vezes ou outra Peeta fica parado, observando desenhos nas paredes.

- Peeta – começo – podemos começar o trabalho amanhã? É que tenho um monte de lição atrasada para fazer.

Peeta sorri, irônico.

- Katniss, se fosse a Clove eu até entenderia – diz ele - mas justo você? Fazer lição? Já disse que não vou fazer este trabalho sozinho. Mas valeu a tentativa.

Olho para frente sem conseguir mais falar. Tudo bem, Peeta Mellark ia ser a primeira pessoa neste mundo a me obrigar a fazer um trabalho de verdade. Isso está começando a me irritar. Não suporto ser contrariada, mas não consigo dizer nada para ele. Sempre tenho respostas na ponta da língua, mas quando estou perto dele, parece que elas simplesmente somem.

Mas não desisto fácil, eu vou fazer de tudo pra conseguir o que eu quero!

No meio do caminho, quando finalmente tenho preparo o suficiente para tentar enrolar ele de novo, encontramos Cato e Clove.

- Eaí Peeta – diz Cato

- Como vai Cato? – responde ele – Olá Clove.

- Oi Peeta – diz Clove – estão indo fazer o trabalho?

- Sim – respondo contrariada

- Uau Peeta – diz Clove – você é um dos fortes! Ainda não caiu na ladainha dela!

- Não sou daqueles fáceis de enganar – diz Peeta com um sorriso. Será possível? Esse menino está sempre sorrindo?

Bufo, irritada.

- Vamos logo – digo puxando-o

Ele se despede de Cato e Clove e nós vamos andando.

- Você é sempre assim mal humorada? – pergunta Peeta rindo

- Sim – respondo irritada

Andamos mais um pouco e chegamos à entrada de minha casa.

- Uau – exclama Peeta – é enorme!

- Ah, nem tanto assim.

- Katniss, minha casa cabe aí dentro umas trinta vezes.

Eu rio.

- É a Katniss – digo – junto com meu amigo Peeta. Abre logo.

Amigo? Peeta não é meu amigo. É só um garoto inteligente e perfeito demais que não caiu na minha “ladainha” como diz a Clove.

O portão abre e Peeta abre a boca.

- Nossa – ele diz apenas

Vamos caminhando até a porta. Até chegarmos lá, passamos pela piscina, sala de jogos, jardim. Peeta olha, maravilhado, para tudo.

- Katniss, sua casa é fascinante. – ele elogia

- Ah, obrigada – respondo – mas você sabe que não fui eu quem decorou né?

- Quem quer que seja, merece os parabéns.

Eu rio.

- Foi minha mãe – digo – bem, a maior parte. Para falar a verdade, eu só decorei o meu quarto!

Agora é Peeta quem ri.

- Posso dar uma olhada depois? – diz ele – sabe, pra saber se você é boa decoradora.

- Claro Peeta – digo – sinta-se em casa.

Fui educada? De novo? Meu Deus, o que está acontecendo comigo?

Entramos na casa e encontramos Prim, dando comida para aquele gato que ela achou na rua e implorou para tê-lo em casa. Buttercup é um ser desprezível. Prim pode ter qualquer coisa que quiser num estalar de dedos, e quis logo aquele gato feio. Eu não a entendo.

- Cuidado Peeta – advirto – esse bicho morde e arranha.

Mas quando Peeta chega perto de Buttercup, ele não faz nada. Até o deixa fazer carinho e ronrona.

- Eles sentam quando você tem medo – diz ele dando os ombros

Tento me defender.

- Eu não tenho medo!

Prim ri.

- Oi, você deve ser o Peeta né? Eu sou a Primrose, mas pode me chamar de Prim se quiser.

- É um prazer conhecê-la Prim – diz ele sorrindo

Peeta é extremamente educado. Sempre.

- Nossa você deve ser mesmo muito inteligente para não ter caído na da Kat – diz Prim – é a primeira pessoa com quem ela vai realmente fazer trabalho.

Poxa, todo mundo tem que dizer isso toda hora?

- Você veio almoçar? – pergunta Prim

- Se não for incomodar – responde Peeta

- Claro que não! – responde Prim

- Vamos logo então – digo

Peeta me acompanha até a sala de jantar, mas para quando vê uma pintura.

- Que lindo – admira ele – quem pintou? Nunca vi em lugar algum.

Sorrio diante do quadro.

- Foi minha avó – respondo – ela tinha um certo talento para pinturas.

Ele olha para mim.

- Desculpe Katniss – diz ele

- Não foi nada Peeta – digo, tentando conter algumas lágrimas que se formavam em meus olhos.

Seguimos caminho, e comemos. Lasanha de presunto e queijo. Comemos em silêncio e quando acabamos vamos para meu quarto.

- Ah, não acredito que está usando isso ainda – digo apontando para mochila azul

Ele dá os ombros.

- Vem, é por aqui. – digo

Entramos em meu quarto. Um lugar grande, enorme pra falar a verdade. Escolhi a dedo cada coisa que tem lá dentro. Ele pode ser uma bagunça, mas ainda assim é meu lugar preferido no mundo inteiro.

As paredes roxas e brancas, com caveirinhas em alguns locais. Pôsteres de bandas de rock espalhados por elas. Mas só os meus preferidos, aquilo lá é o meu hall da fama!

Minha cama não é de solteiro, me mecho muito quando durmo. Os cobertores roxos e pretos a cobrem por inteiro, e tem algumas almofadas também. Uma escrivaninha (que eu uso somente para ficar no computador) negra. As estantes estão repletas de CDs meus, que eu faço questão de comprar quando acho. Meu criado-mudo tem dois porta retratos, um de mim com minha família e outro de mim, Gale e Clove. Os inseparáveis. Meu rádio (também preto) é enorme, e o som é maravilhoso. Mesmo existindo uma coisa chamada armário, a maioria das minhas roupas está jogada pelo quarto. Bagunça deveria ser meu segundo nome. Quando era pequena, meu pai concordava (e ainda concorda) comigo, tanto que meu apelido era Katniss Bagunça. Porém, eu cresci e pedi para ele parar com aquele apelido idiota.

Peeta olha boquiaberto para tudo.

- Foi você quem fez isso? – pergunta

- Foi – respondo orgulhosa – cada centímetro

- Só acredito por que é roxo e preto – diz ele – e pela bagunça

Eu rio.

- Meu pai diz que moro num cemitério

- Nem tanto assim – diz Peeta, analisando cuidadosamente cada detalhe – paredes brancas.

- É, importantíssimo detalhe.

- Você não tem livros? – pergunta Peeta

- Tenho uma biblioteca, mas nunca me interessei por eles. – dou os ombros

Peeta me olha, exasperado.

- Como você vive garota? – pergunta ele

- Vivendo, oras

Peeta pensa um pouco.

- Me leva até lá? – pergunta

Distrações para o trabalho! Quanto mais demorarmos, melhor.

- Claro! – digo, talvez um pouco rápido demais

Saímos do quarto e seguimos em direção da biblioteca. Quando entramos, Peeta parece entrar no paraíso (NA: Eu também estaria agindo igual ao Peeta)

- Uau! – exclama – não acredito que não leu nenhum deles.

- Pra falar a verdade, já li alguns. – digo - Quando era pequena eu lia bastante, mas então...

- Cresceu – completa Peeta

Então ele vai até uma escada e pega um livro.

- Sente-se – diz ele

- O que? – pergunto incrédula

- Sente-se – repete ele, sentando-se em um pufe laranja

Sento-me ao lado dele, em um pufe verde.

- O que está fazendo? – pergunto

- Nós vamos ler – responde tranquilamente

- Peeta, você não ta entendendo, não leio faz muito tempo, e temos um trabalho pra fazer.

Então ele abre o livro e começa a ler. Sinto-me como uma criança, ouvindo a história, que de inicio não estava interessante, absorvendo cada detalhe, imaginando cada cena.

Deito em seu ombro, e ele continua lendo. Acho que hoje não terá trabalho. Mas não me sinto bem ou feliz por causa disso. Acabei ganhando algo muito melhor do que uma nota dez.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Mereço reviews?
Beijooos