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Maze, Chapter O6

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O machado de Thomas parou mais um golpe da espada, fazendo um breve X no ar, até Jonathan conseguir rasgar sua pele bem em sua perna esquerda fazendo uma fileira de sangue escorrer bruscamente por ela.

Obviamente, isso não foi o suficiente para pará-lo: ele já enfrentou coisa pior que um corte superficial na perna.

Lena se virava com uma adaga contra o chicote da garota Diana e não era fácil, pois sendo uma arma medianamente pequena, não ajudava nada com o chicote prateado repleto de espinhos. Lena estava com diversos cortes no rosto enquanto Diana possuía bem poucos.

Caine e Patch se viravam com a luta corpo a corpo, se jogando no chão e dando socos, sem qualquer limite. E Caine pelo jeito ficou do modo que Thomas sempre o imaginou na arena: monstruosamente forte, sangrando – não necessariamente com o sangue dele – e obviamente, mais mortífero do que nunca.

- Isso! – gritou a loira do 1, Eden, enquanto conseguiu derrubar Aydee com um arrastão se jogando logo depois em cima dela com uma cimitarra colocada no pescoço da menina. Ela riu com ao ver o rosto horrorizado de Aydee. – Isso sim é ser fraca! Morrer antes mesmo da Cornucópia!

Ela apertou a lâmina da cimitarra com mais força sobre seu pescoço. Aydee choramingou.

- Não precisa chorar, vou ser rápida.

Thomas desviou de outro ataque de Jonathan e correu para o canto do ringue de luta, próximo ao de Lena e o de Aydee.

- Isso não é justo! – gritou para Eden e esperou que mais alguém os ouvisse, incluindo o homem da Capital e a ruiva que estavam aqui agora pouco. – Ninguém pode morrer antes dos Jogos começarem!

Jonathan grunhiu.

- Não mesmo? – rosnou para Thomas. – Pra mim, pode sim. Vai ser até melhor, não é? Menos tributos, menos pessoas para matar, mais chance de se chegar à vitória... Mais prático.

E antes que Thomas pudesse responder ou então desviar do próximo ataque, o ringue começou a se balançar para um lado para o outro, desequilibrando ambos. Com isso, as armas de todos caíram junto com seus corpos pela repentina mudança e depois, com todos separados das lutas e sendo jogados para lados diferentes, novamente a voz estridente do homem da Capital tomou conta dos ouvidos dos tributos.

- O treinamento acabou por hoje! – exclamou alegre, mas ninguém conseguia enxergá-lo. – Todos os tributos devem ser retirados!

Thomas franziu o cenho, virando o rosto para todos os cantos procurando o homem, mas ele não estava em lugar nenhum. Só depois de muito tempo se tocou que a voz vinha de um alto falante embutido em uma das paredes da falsa arena, o que explicava o fato de a voz estar mil vezes mais alta e estridente do que tinha ouvido antes.

- Merda. – resmungou Caine enquanto massageava o queixo com o rosto meio aborrecido, meio desapontado. – Eu ainda podia ter vencido.

Lena, toda ensanguentada pelo chicote de Diana que feriu diversas partes de seu corpo, lançou um olhar mal-humorado para Caine.

- Não. Você não podia. – disse com a cara fechada. – Ninguém poderia.

***

Quando a porta do elevador se abriu, todos souberam que haviam finalmente chegado ao sétimo andar, correspondendo ao número de seu Distrito. O “lar” temporário dos tributos.

Os móveis eram no geral da cor vermelha, dando um contraste até bonito com o restante totalmente branco, apesar de o escarlate ser nauseante para ambos os tributos. Cor de sangue, sangue para todos os lados; já viram muito sangue no Centro de Treinamento hoje, não precisavam ver mais nada que remetia a isso.

Mas finalmente, eles irão conseguir um pouco de paz desde que chegaram à Capital e além do mais, já eram quase duas horas da madrugada.

Thomas junto com os outros foram para seus quartos, todos foram antes de chegarem aqui, colocados em uma enfermaria próxima ao Centro de Treinamento para cuidarem dos ferimentos que não eram poucos desde a luta. Thomas pelo menos agora, se sentia bem melhor, sem estar com a perna jorrando sangue. Apesar de que, sua perna ferida mesmo sem o corte, ainda tinha uma dor massacrante.

Entrou no banho livrando-se do suor, sujeira e sangue que ainda restava em seu corpo.

Depois do banho, colocou o pijama que já estava lá e deitou-se bem devagar na cama, sentindo todo o peso do mundo finalmente sair de suas costas.

Fechou os olhos por um instante e no outro, abriu-os se lembrando do broche de Katniss Everdeen, correndo até as roupas antigas e revirando os bolsos. Por um momento de puro desespero, não o encontrou, mas depois de olhar bem o bolso, conseguiu encontrar o broche e suspirou aliviado.

Enfiando no bolso da calça do pijama, se encaminhou novamente para a cama, fechando os olhos totalmente. Depois de minutos, com o corpo realmente cansado, não foi difícil dormir desta vez.

“Os passos do menino eram rápidos, cautelosos, sem fazer nenhum som sequer. Os cabelos louros pendiam em sua testa, ocupando um dos olhos, deixando só um visível com a íris quase comendo a pupila de tão negra. Em sua mão, ele segurava um revólver.

- Você ainda tem uma chance... – falou se aproximando de um vulto sem forma. – Me diga onde colocou o broche que eu não a mato, senhora. Apenas me diga que nenhum mal lhe acontecerá.

A mulher se virou e encarou o menino, depois de muito tempo, respondeu com a voz firme:

- Eu não sei. Está falando com a pessoa errada.

O lábio do menino se contorceu, por um momento parecia que ele queria gritar com a senhora, mas em vez disso, ele abriu um sorriso terrivelmente amigável.

- Pois bem, minha senhora. Se é assim que você quer, assim será...

E erguendo a arma, atirou na cabeça da mulher.”

Thomas acordou com um sobressalto, sentindo imediatamente um choque tomar conta de seu corpo, com os olhos mais arregalados que nunca. 

REMEMBER. SURVIVE. RUN.