Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 19
Cap 19 - Sala de música, sala do horror


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado D Rock pelo comentário, eu gostei muito mesmo linda.
Eu não vou enrolar muito ok! Então boa leitura e não deixem de ler notas finais tem algo importante lá



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Pov. Percy


- Cante pra mim - ela falou sorrindo.

Eu podia ouvir o sorriso na voz dela quanto pediu isso. Virei-me tão rápido que eu podia sentir a respiração dela contra a minha pele.

Aqueles olhos cinza me encaravam com um misto de supressa e... felicidade? É parecia isso. Desviei por um segundo dos seus olhos para os seus lábios vermelhos e me prendi ali.

Eles pareciam me chamar e nem percebi que já estava próximo a sua boca. Eu já podia sentir o cheiro de morango vindo dela. Era irresistível e também parecia que ela não estava se importando com essa nossa aproximação.

Meu coração parecia que a qualquer momento saltaria pela boca. Eu ansiava por beijar aqueles lábios como nunca. Aquela garota parecia possuir algum tipo de magnetismo sobre mim.

Estávamos quase nos unindo em um beijo quando minha mente voltou à razão. Eu não podia beijá-la. Certo que ela era linda e parecia me prender, mas eu mal a conhecia e já sairia beijando-a? Fora que ela poderia muito bem estar brincando comigo.

No último instante eu virei o meu rosto e dei um leve e demorado beijo na bochecha. A respiração dela contra a pele do meu rosto me fez arrepiar e rapidamente me afastei e passei a fitar aquela menina a minha frente.

Ela estava como uma expressão frustrada e incrédula ao mesmo tempo, mas eu nem me permiti pensar muito nisso. O que eu queria naquele momento era descobrir um pouco mais sobre aquela garota que ainda era uma incógnita para mim.

Em menos de um mês eu vi tantas faces dela que praticamente não sabia qual era verdadeira. Primeiro um garota fútil e mimada, depois alguém frágil e que parecia que a qualquer momento quebraria e por fim alguém amarga e sem coração.

Eu não sabia o que, ou melhor, quem de fato ela era, mas eu sentia necessidade de conhecê-la mais.

- Err... hum... des-desculpa? - perguntei me lembrando do nosso quase beijo.

Eu não vou negar nada. Eu Perseus Jackson com os meus 16 anos nunca beijei ninguém. Tudo bem que para muitos isso pode ser vergonhoso, mas quando se vive 16 anos nas ruas nem um cachorro quer chegar perto de você quanto mais meninas, fora que depois quando conheci meus pais eu saia poucas vezes da minha casa.

A garota ainda continuou me encarando com um olhar intrigado até de que de uma hora para outra começou a rir. Rir tanto que chegava a colocar a mão na barriga.

- O que foi? Eu falei alguma coisa errada? - perguntei tentando entender aquilo.

- Tudo - ela falou depois de se acalmar um pouco e voltar a me fitar.

- E eu posso saber o que é esse 'tudo' - perguntei de maneira irônica.

- Não! - ela respondeu sorrindo coisa que eu não pude deixar de retribuir.

Ela era linda, ou melhor, a mais linda que eu já vi. Eu devo ter ficado a encarando tempo de mais, pois ela desviou o rosto corado e com tímido sorriso no rosto.

- Certo, hum... - falei tentando quebrar aquele clima constrangedor - que tal começarmos de novo em? Prazer meu nome é Perseus Jackson, mas pode me chamar de Percy - falei estendo a mão.

Ela deu um sorriso divertido e apertou a minha mão, não pude deixar de notar que a mão dela era quentinha e parecia ter algum tipo de magnetismo ou uma corrente elétrica que me puxava mais ao encontro dela.

- Prazer Percy - ela falou meu nome de um jeito tão... doce, que eu pude sentir meu coração disparar ainda mais se fosse possível. - meu nome é Annabeth Chase.

- Então Annabeth... err... - minha garganta já estava seca, eu não sabia o que falava aquela garota me deixa perdida só de olhar pra mim, abaixei o rosto e falei baixo, mas alto suficiente para ela escutar. - e-eu quero te pedir desculpa.

Depois disso fez-se um silêncio entre nós; pela primeira vez constrangedor. Eu esperava uma resposta dela, mas mesmo assim não ousei levantar meu rosto para fitá-la. Eu me sentia envergonhado. Saber que fui eu que a fiz chorar parecia que me afetava mais do que imaginei.

Eu senti a sua mão pequenina segurar meu queixo para me obrigar a olhá-la. Só o leve toque dos seus dedos na minha pele me fez estremece, mas foi ai que eu reparei que ainda segurava a sua mão desde quanto havia cumprimentado. Fiz que não havia notado, pois eu não queria soltá-la, ao menos não agora.

Quando encarei aqueles olhos tempestuosos eu me esqueci de tudo. O meu nome, onde eu estava, quem eu era. Eu me esqueci de praticamente tudo. Os olhos dela expressavam uma dor tão profunda que eu podia sentir o meu coração falhar com aquilo. Eu queria fazê-la esquecer aquela dor, esquecer aquela amargura de alma que eu sabia que estava impregnada no seu coração.

- Eu não tenho do que te perdoar Percy - ela falou com uma voz carregada de dor, foi ai que eu tive certeza que ali dentro existia um coração, mas estava ferido pelas coisas que ela devia ter passado - vo-você estava certo, e-eu so-sou um monstro.

Ela ficou com os olhos desfocados eu já podia ver pequenas lagrimas se formando naqueles lindos olhos. Eu podia sentir a dor que ela sentia naquele momento. Sei que isso pode parecer loucura, mas... eu me sentia como se fosse parte dela.

Quando a primeira lagrima desceu de seus olhos, minha mão foi correndo secá-la. Vê-la daquela maneira era doloroso de mais, aquilo doía tanto em mim quanto doía nela, mas eu nunca falaria isso até por que nem eu mesmo entendia o por que.

Eu a puxei para um abraço que ela correspondeu automaticamente. Ela se agarrava a mim com força, com se estivesse com medo de que eu desaparecesse. Não demorou muito e eu já podia sentir as lagrimas molhando a minha camisa, mas eu não estava me importando. O que eu queria naquele momento era fazê-la se sentir bem.

- Ei! - falei acariciando os seus cabelos sem jeito - calma! Não chore... Annie!?

Falei meio hesitante, mas ela pareceu não ter escutado o apelido ou preferiu ignorar. O rosto dela estava enterrado no meu peito eu de vez em quanto eu senti ela inalar o ar tentando se acalmar.

- É... é ta-tão difícil Percy - ela falou com um fio de voz - por que a minha vi-vida tem que ser uma desgraça? Po-por quê?

A agonia na voz dela procurando uma resposta, me fez desesperar. Por mais que eu quisesse achar uma respostar somente para acabar como o sofrimento dela eu não conseguia. Primeiro por que eu não sabia como estava a vida dela e segundo por que eu não me achava no direito de questioná-la já que nos havíamos ''acabado de nos conhecer''.

- Shhh - falei a apertando mais ao meu corpo - eu não sei, mas tudo tem um por que.

- Mais eu não quero - ela falou birrenta, mas a dor que ela sentia estava palpável em cada palavra. - eu... eu só que-queria ser fe-feliz.

Aquilo me pegou de surpresa. Ela não era feliz? O colégio todo parecia venerar Annabeth Chase, ou melhor, parecia ter medo dela. Pelo o que Thalia havia-me contato ela era a queridinha do colégio ao menos antes de eu chegar.

- Ei! Não chore... é... as coisas vão mudar você vai ver... - falei, mas isso apenas fez com que ela chorasse mais.

- Vão mudar? Quando Percy? - ela falou se separando de mim para que pudesse me olhar nos olhos - eu... eu não sei se vou aguentar mais... é tão difícil.

Confesso que demorei um pouco para perceber o real significado daquelas palavras, mas quanto entendi eu podia jurar que estava sentindo o cheiro de morte rondando aquela sala.

- Não! - falei a abraçando mais forte - não pense nisso Annie, nem de brincadeira, você... você vai conseguir sim, err... eu... - ela me encarava com um olhar tão triste que era de cortar o coração, eu queria ver um sorriso que segundos antes havia naquele rosto, mas eu sabia que isso seria impossível, ao menos naquele momento - eu estou aqui Annie, e... eu vou te ajudar ok?

As palavras saíram aos tropeços, até por que eu não sabia o que fazer para ajudá-la. Ela parecia perdida, sem chão, sem paz... sem ninguém. Agora eu a entendia, mesmo quê o que ela fizesse ainda não tivesse explicação eu conseguia ou ao menos tentava imaginá-la fazendo o que faz e sendo quem ela é somente para esquecer a dor que carregava no peito.

Eu já senti isso. Nas noites chuvosas de Nova York, principalmente quanto não tinha nada pra comer, eu sentia dor de não ter ninguém, ao meu lado, dor por não ter ninguém que era capaz de me compreender, dor de tudo e de todos, mas ao menos eu não tentava esquecer a minha dor fazendo com que os outros sofressem também, coisa que ela fazia.

Eu devo ter ficado algum tempo pensativo, pois eu fui disperso desses pensamentos quanto eu senti que ela me chacoalhava.

- Percy! -ela falou com a voz um pouco mais controlada, mas os seus olhos tempestuosos deixavam claro que há qualquer momento derramaria uma chuva de lagrimas.

- Sim.

- É verdade?

- O que é verdade Annie?

- Você... - ela parecia hesitante em falar, não se por continuarmos abraçados ou o que - você vai me ajudar?

- Mas é claro que eu vou Annie - falei e ela encostou a cabeça no meu peito respirando fundo; como ela podia duvidar disso? - mas você tem que me ajudar tá bom?

Eu podia senti-la sorrindo junto ao meu peito. Ela parecia melhor.

- É claro Percy... só prometa... só prometa que...

Ela não terminou de falar, pois a porta da sala se abriu e vários alunos entraram sendo guiados por um senhor de meia idade que usava um casaco xadrez um pouco surrado. Assim que eles entram seus olhares se fixaram em nós.

Eu ainda estava abraçado-a digamos assim... em uma posição um pouco ahm... constrangedora. Estávamos sentados no pequeno banco do piano e por este ser pequeno eu nem havia notado que ela estava praticamente sentada no meu colo de frente para mim.

Annabeth se levantou do meu colo rapidamente e estava tão vermelha como um pimentão e eu não ficava atrás. Ficamos de pé um ao lado do outro, mas eu podia ouvir pequenos risinhos vindo dali.

- Bem... - começou a falar o senhor da cadeira de rodas - vejo que já temos alunos ansiosos por começar a aula de música. - com isso eu ouvi mais risos e piadinhas - prazer Sr e Sra...

- Err... hum... Percy Jackson e... - eu fui cortado por ela antes que me desse conta.

- Annabeth Chase - ela falou, mas eu pude ver que ela estava tensa.

Com isso eu senti um aperto na minha mão só ai me dei conta que ainda estava segurando a mão dela. Eu senti meu rosto esquentar igual a um forno de padeiro. Annie parecia não ter notado ainda, mas quanto ela me olhou com um olhar raivoso como se mandando que eu parasse de corar, acompanhou o meu olhar e ficou mais vermelha do que eu.

Em questões de segundos ela já não estava segurando a minha e olhava para os tênis como se os achasse a coisa mais interessante do mundo. Mesmo morrendo de vergonha eu podia sentir um olhar raivoso sobre mim e procurei de onde vinha.

Um garoto que devia ser da minha idade vestido com roupas pretas e tinha um olhar medonho, eu quase que podia ver aqueles olhos negros como a noite maquinando o melhor jeito de ver um Percy Jackson morto e olha que não é algo que eu queira saber.

Ele alternava o seu olhar entre mim e a Annie com ódio. De relance eu pude ver que ela também encarava o menino, mas tinha uma expressão que era um misto de raiva e medo. Eu juro que o que eu fiz depois foi involuntário, mas eu duvido que alguém acredite, pois quanto eu vi o jeito que ele a olhava eu me pus a sua frente com que tentando protegê-la coisa que era irônica tendo em vista que eu havia acabado de conhecê-la e me preocupava com ela como se estivéssemos juntos há anos.

Eu não pude deixar de notar que ela não gostou nada, mas mesmo assim continuou calada. No meio do grupo eu ainda pude ver mais uma pessoa que eu não gostaria que estivesse ali.

Thalia me encarava com uma expressão divertida e ao mesmo tempo temerosa, mas eu não pude ficar tempo o suficiente observando, pois o homem voltou a falar.

- Prazer em conhecê-los Percy e Annabeth eu sou o Sr. Brunner seu novo professor de música - ela falou e Annabeth saiu de trás de mim com a mesma expressão de dor de minutos atrás.

- O que! Mas você não... - ela falava e a cada palavra parecia mais nervosa.

- Senhorita Annabeth certo? - ele perguntou, mas ela estava em um estado tão catatônico que nem fez menção de responder. - eu sei que isso não dever ser fácil pra Annabeth, mas... - ele parecia escolher as palavras - às vezes é preciso deixar o passado e olhar...

- Esquecer? - ela perguntou e eu via que ela se segurava para não chorar. - pra você é fácil falar, por que não foi com você - nisso ela já estava gritando e os outros alunos a encaravam pasmos.

O professor Brunner permanecia com o semblante impassível, mas seu olhar estava triste ao ver a menina a sua frente. Annabeth estava com os olhos vermelhos e estava na cara que ela não se agüentaria em pé por muito tempo.

Não fui somente eu que percebi isso. O garoto moreno correu ao encontro dela e a abraçou pela cintura no exato momento que ela caia. Ao ver ela ali abraçada com... aquele... arhg... garoto eu senti meu sangue ferver, mas não deixei isso transparecer até por que a prioridade naquele momento era ela.

Ela ainda estava consciente e quando olhou para quem a segurava se soltou imediatamente.

- Me solte Nico eu... - ela falou cambaleante.

- Não Annie! Você está mal, deixa que eu te levo pra...

- Não! - ela deu um grito tão alto que eu acho que levantaria um morto - eu não quero que você me leve a lugar nenhum - ela completou o olhando raivosa.

Os outros alunos assistiam a tudo como se fosse um partida de ping pong. Até o Sr. Brunner parecia chocado com a reação dela, mas isso não durou muito, pois ele falou.

- Senhorita Chase, você não está bem, é melhor que o Sr. di Ângelo te leve para enfermaria.

Annabeth se apoiava em um pequena mesa e parecia estar com a respiração pesada. Mas mesmo assim ela ignorou o menino ao seu lado que agora eu sabia que se chamava Nico. Seus olhos foram na minha direção e o que ela falou me deixou mais feliz ainda.

- Me leva Percy - ela falou com um tom de voz tão doce que eu fiquei até um pouco zonzo com isso.

Nem sequer esperei a ela repedir de novo. Caminhei até ela com passadas largas e apoiei o seu corpo no meu, coisa que ela nem sequer hesitou. O moreno me encarava com ódio e se olhar matasse eu já estaria no fundo do tártaro.

Sai dali com Annie apoiada em mim, mas eu podia ouvir coisas como: 'eles não se odiavam?', 'ela é uma sortuda pegou logo Percy Jackson', 'daqui a pouco ela joga ele fora também'.

Com isso eu senti meu coração pesar. Eu não queria ser deixado de lado por ela. Ela era alguém especial. Eu sentia isso.

Fomos caminhando em silêncio pelo corredor, eu tinha feito uma promessa e eu iria cumpri-la. Annabeth Chase voltaria a sorrir novamente, isso eu juro.



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Notas finais do capítulo

Rewieis? Comentários? Não deixem de dar sua opinião ok? Principalmente você fantasma desconhecido vindo sabe se lá de onde
Bem em primeiro lugar vocês se lembram que eu havia falado que iria viajar? Então dia 03/10 eu estou viajando(a trabalho, aff...) e devo ficar em torno de 15 a 20 dias fora, vai depender de lá. Com isso... eu só vou voltar a postar no final do mês de outubro ou no começo de novembro.
Ei sei isso é triste, mas quando eu voltar pode deixar que eu faço um capítulo hiper super mega grande para compensar ok? Ah e isso vale para todas as minhas outras fics. Se der... eu ainda vou responder os rewieis se não... até novembro, rsrsrs.
Outra coisa. A única fic minha que será atualiza vai ser Beije-me Antes que Adormeça, pois estou escrevendo ela junto com a Perséfone, escritora nova *-*
A e outra coisa. Lembram da fic Percy Jackson e o Caminho de Orfeu? Bem eu vou voltar a escrever ela quando chegar ok? Mas eu vou reformular os capítulos já escritos e se você tiver alguma idéia, não deixe de falar tá bom?
Bem, o que mais... há sim, e a minha outra fic Dons: The Vision, vai deixar de ser uma fic Percy Jackson para ser original. Isso é devido a motivos pessoais ok? Você que leu e gostou não deixe acompanhá-la.
Bem galerinha é isso ai.
Bjs e Abcs e até o mais rápido possível ;)