Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 18
Cap 18 - Passado oculto


Notas iniciais do capítulo

Primeiro desculpe pela demora né, mas eu atrasei em todas as fics então... é! Só isso mesmo. Boa leitura e não deixem de lerem notas finais. Ps.: Capítulo especial para Jolie Collins e todos os fãns Percabeth ;)



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Pov. Annabeth


Eu encarava aquele moreno na minha frente com medo. Eu sentia meu coração disparando como se eu houvesse corrido uma maratona. Aquele olhar frio e sem emoção que ele me lançou fez o meu coração falhar uma batida.

Eu não sabia o porquê, mas eu queria que ele me olhasse de outro jeito. Das poucas vezes que ele me olhava era sempre o mesmo tipo de sentimento que seus olhos expressavam. Ódio, raiva, nojo e vários outros que eu não conseguiria enumerar.

Ninguém nunca conseguiu fazer o que ele faz somente com o olhar. Eu nunca iria admitir, mas o que eu mais queria naquele momento era que ele sorrisse pra mim nem que fosse a última coisa que eu pudesse ver.

- Isso não é da sua conta Percy! E melhor você sair daqui. - Thalia falou e por um momento eu fiquei estática.

Amiga? Ela me cha-chamou de amiga? Eu não acreditava naquilo que havia acabado de ouvir. Eu pude sentir meu coração bater novamente e sangue correr em minha veias confirmando que eu estava viva novamente, não apenas no corpo, mas sim na alma.

Eu podia sentir um sorriso involuntário se formando no meu rosto. Eu nunca pensei que me sentiria assim novamente. Era como se... a vida me desse mais uma oportunidade. Por mais que eu visse e ouvisse aquilo tudo ainda parecia ser um sonho. Eu tinha uma amiga. Uma amiga de verdade.

Eu poderia dizer que essa alegria me preencheu cada vez mais até não caber mais em mim. Mas eu estaria mentindo, pois assim que olhei para o moreno ao lado de Thalia eu vi que não seria assim tão fácil eu conseguir uma amiga de verdade.

Percy encarava Thalia com uma cara incrédula, como se o que ela disse fosse a coisa mais idiota do mundo. Eu não queria que aquele momento mágico acabasse ali, mas eu sabia que eu nunca iria merecer a amizade de alguém como ela.

- Sair? - Percy falou vermelho de raiva - Thalia você está louca? Essa... essa garota fica ai te humilhando e você quer que eu não faça nada?

Thalia estava vermelha e eu não sabia se era por que ele havia gritado com ela ou o que. Eu podia ver que a qualquer momento ela explodiria.

- Não fala assim da minha amiga Jackson - ela gritou lançando para o moreno um daqueles olhares assassinos que só ela sabia fazer.

Eu fiquei com medo do que ela poderia fazer, mas ouvir mais uma vez ela me chamando de amiga fez o meus olhos lagrimejarem. Eu não merecia ter uma amiga igual, pois mesmo depois de tudo o que eu havia feito ela ainda me defendia. Mas será que ela esqueceu o que eu fiz? Pois...

- Amiga Thalia? - o moreno voltou a falar - Você esqueceu o que ela fez com você? Ela nem tem coração Tha, olha...

Aquilo doeu. Doeu mais do que cada corte que eu já havia feito em mim. Doeu por eu sabia que era verdade. Doeu por que eu sabia que o que eu havia feito não tinha perdão, mas principalmente doeu por que não foi qualquer que falou aquilo, mas sim o garoto que fazia meu coração bater descompassado, que com apenas um olhar me fazia rever todos os meus conceitos.

- Chega Percy! Ela não precisa ouvir isso de você. - Thalia falou gritando.

- Não! Pode deixar Thalia - falei deixando as lagrimas descerem pelo meu rosto e desviando o olhar que aquele garoto me lançava - ele está certo, eu sou um monstro sem coração -

Eu sabia que ele estava certo. Eu era um monstro, mas um monstro que sofria, que por mais que eu tentasse mudar eu tinha certeza se conseguiria. Com essa verdade eu podia sentir minha alma se dilacerar. Eu já até podia ver meu futuro. Sozinha, sem amigos... sem ninguém. Naquele momento eu me senti tão... frágil.

- Que bom que você sabe que é um monstro sem coração Chase, ao menos teve a coragem de admitir isso. - o moreno falou me olhando com desprezo e eu pude sentir o sangue subir a minha cabeça.

Eu sentia uma raiva imensa por aquele garoto por destruís os meus sonhos com aquelas palavras, mas isso logo mudou quanto eu encarei aqueles olhos mais verdes que o mar. Ali eu podia ver desprezo, rancor e... nojo. Meu coração se apertava de um jeito que eu nunca senti na minha vida. Eu queria esquecer tudo, ter poder para tirar essa agonia, que me corroia naquele momento... eu queria ser livre.

Eu queria me enganar, dizer que aquelas palavras nunca atingiriam Annabeth Chase, mas eu sabia que seriam palavras vãs. Eu fui tola em acreditar naquele velho mendigo. Talvez para alguns o final realmente seja feliz, mas para mim... bem, eu sabia que seria o mais triste e infeliz da face da terra.

- Você se acha o certinho né? Mas nem consegue enxergar o que os outros sentem - voltei a falar, mas dessa vez o olhando nos olhos - mas vo-você está ce-certo... e-eu so-sou um monstro, eu t-tenho mais é... é q-que morrer.

Eu consegui falar aquilo com dificuldade. Minha respiração estava entrecortada e meu peito doía não uma dor carnal... mas uma dor de alma. O garoto parecia espantado pelo o que eu havia acabado de falar, mas eu não fiquei para saber.

Sai dali correndo a tempo de ouvir Thalia gritando com ele. Eu corria os corredores sem nem ao menos prestar atenção para onde eu estava indo. As lagrimas desciam sem pudor pelo meu rosto, mas eu pouco me importava.

O que eu queria naquele momento era esquecer aquela dor amarga que teima em queimar o meu coração. Havia custado tanto para eu conseguir juntar os pedaços que haviam se partido e... e agora em apenas poucos minutos eu sentia que tudo se quebrar novamente.

Encostei-me em um armário próximo e deslizei até o chão sentido como se eu estivesse carregando os céus nas minhas costas. Eu era... um monstro sem coração. Ninguém iria querer conviver com um monstro como eu, o moreno estava certo.

- Maldito, maldito, maldito - falei entre soluços - por que comigo? O que eu fiz pra sofrer tanto?

Minha cabeça estava entre os joelhos e eu soluçava alto tentando em vão estancar a ferida aberta do meu coração. Não duvidava que daqui a pouco alguém viesse ver que barulho era aquele.

Quanto alguém se sentou ao meu lado ali naquele corredor frio eu quase enfartei. Nico di Ângelo me fitava com um semblante preocupado. Eu não deveria estar em bom estado, mas eu pouco me importava com a aparência naquele momento.

- Annie! O que aconteceu? - ele perguntou passando o braço pelos meus ombros.

Nico havia mudado muito desde a última vez que eu o vi. Estava mais alto e tinha um corpo atlético. Não sei por que, mas desde quanto ele chegou eu o tinha evitado, bem até agora ao menos.

Eu sabia que ele ainda tinha uma queda por mim, mas eu não conseguia vê-lo mais do que como um amigo. Ele mal sabia que eu havia ficado com ele por uma aposta. Será que um dia ele descobria o motivo real? Tomara que não, pois se ele descobrir, eu vou perder uma das únicas pessoas que gostam de mim de verdade.

- N-nada Nico - falei contendo o choro.

Eu não queria que ele nem ninguém tivesse pena de mim, eu nunca precisei disso e não seria agora que eu iria mudar.

- Como assim nada? Você esta chorando caso ainda não percebeu - ele falou chegando o rosto próximo ao meu - pode me contar Annie... eu estou aqui pra você... e por você.

Ele foi chegando mais perto encarando os meus lábios com desejo. Por meio segundo eu também quis beijá-lo, mas quanto eu desviei o olhar para seus olhos eu me arrependi. Não era aqueles nem aqueles lábios que eu queria.

Afastei-me dele no último instante e me levantei embaraçada. Nico me olhava como se eu fosse louca por recusar beijá-lo. Desde quando ele havia chegado à escola as meninas babavam aos seus pés.

Eu não vou negar. Ele era gostoso, mas não era o meu tipo. Era até engraçado ver essa disputa de beleza que ocorria na escola. Tinha o Nico, cabelos e olhos negros que transmitiam mistério e perigo, tinha o Luke, mas esse eu pouco me importava com ele e também tinha Perseu Jackson, mas eu duvidava muito que ele se importasse com isso.

- Olha Nico, desculpe, mas eu não posso. - falei e mal dei tempo dele responder, pois sai correndo dali.

Corri por mais alguns minutos até entrar no último lugar que alguém me encontraria. A sala de música estava do mesmo jeito de três anos atrás, eu ainda me recordava do dia em e que ninguém tudo aconteceu. Parecia que ninguém tinha voltado ali a não ser o pessoal Da limpeza.

Caminhei até a parte mais escura da sala e me sentei no chão. Ali era o lugar que eu precisava no momento. Calmo, mesmo que o lugar me trouxesse nostalgia era o único me fazia lembrar quem eu realmente era.

Há quanto tempo eu não canto? Três anos?...

Era doloroso pensar naquele dia. Os gritos, os pedidos de socorro ficaram impregnados na minha cabeça pelos dois anos seguintes. Eu superei, mas nunca mais voltei a cantar.

Não sei por quanto tempo fiquei ali imersa, nas lembranças que aquela sala me trazia, mas quanto me preparei para me levantar eu congelei na hora.

A porta se abriu e quando eu o vi senti meu coração saltar. Ele entrou na sala e pouco reparou nela, pois se tivesse feito isso teria me notado. Seu olhar estava fixo no outro lado da sala no único ponto em que eu tentei evitar desde quanto entrei alia.

O sol entrava pela janela e cai diretamente sobre o piano hoje branco, mas que no último dia que o vi estava tingido de vermelho. Ele sentou-se na pequena banqueta e passava os dedos de leve sobre as teclas marfim.

Eu podia ver que ele sorria enquanto analisava o instrumento. Aquilo parecia ser... tão ele. Era como se ele fosse feito para aquilo.

Sorri involuntariamente quanto ele tocou a primeira nota e sorriu. Os acordes seguintes pareciam que flutuavam de seus dedos. Eu vi apenas uma pessoa tocar assim. Eu senti meu coração apertar quanto me lembrei disso, mas logo passou. Eu conhecia aquela música do Jason Mraz.

Pop não era o meu estilo preferido, mas I Won't Give Up era uma música que falava comigo. A letra, o ritmo... tudo me fazia querer mudar, mas eu sabia que ninguém estenderia a mão para me ajudar.

Confesso que nos primeiros versos eu não prestei atenção, pois eu estava analisando aquele garoto. Sem permissão alguma eu senti meu rosto corar, quando apenas com o olhar eu desenhava os seus traços.

Os cabelos bagunçados, as sobrancelhas que se uniam em um claro sinal de concentração. Os seus lábios carnudos e vermelhos. Os braços fortes que se delineavam pela camisa.

Pude sentir um suspiro se formando involuntariamente na minha garganta. Agora eu entendia o porquê as outras garotas fazerem isso. Ele era perfeito e nem sabia. Mas eu também sabia que ele podia ser a perfeição por fora, mas por dentro?

Bem eu não o conhecia direito, mas ficava claro que ele se achava o certinho do pedaço. Com certeza teve uma vida fácil. Coitada da Thalia.

Minha atenção dessa vez foi para sua voz. Aquilo parecia um imã. Sem nem ao menos me dar conta eu já estava me aproximando dele a passos lentos. A música, ou melhor, ele parecia me chamar.

Quando me dei conta já era tarde de mais. Fiz menção de virar e sair, mas quanto ele me olhou com aqueles olhos verdes desisti na hora. Eu poderia ter ficado a manhã toda ali, apenas olhando para ele, mas ele parecia querer que eu me aproximasse.

Eu tinha ódio dele, por ter me humilhado, por ter jogado na minha cara que eu não passava de uma garota mimada, mas ele parecia ter algum tipo de poder sobre mim. Seus olhos pareciam um oceano. Indecifráveis, eu sabia que poderia me arrepender e acabar sendo humilhada novamente, mas dessa vez parecia que meu cérebro não estava trabalhando direito.

Aproximei-me e sentei ao seu lado que ainda me encarava com um sorriso sincero nos lábios. Não pude deixar de sorrir e corar involuntariamente. Aquele garoto mexia comigo de um jeito que eu nunca senti antes.

Mas será que ele está brincando comigo? Por que ele está fazendo isso? Será que ele quer me humilhar mais? O olhei de relance novamente e não pude deixar de suspirar, aquilo parecia tão... mágico. Que se dane o depois, o encarei ao tempo de vê-lo fazer um sinal para que eu o acompanhasse.

Eu não queria. O passado parecia que me prendia a ele com correntes de ferro. Eu sabia que se cantasse lembraria dela. Ele me encarava fixamente aguardando que eu prosseguisse, mas com tanta atenção dele sobre mim senti meu rosto esquentar e abaixei-o não sem antes sorrir.

Ele tocou a última nota e depois ficou pensativo. O silêncio ali estava confortável. Era como se não precisássemos de palavras para preenche-lo, somente a presença um do outro completava o clima.

Até pareço uma adolescente apaix... será? Não! Eu odiava esse garoto não é? Eu não posso...

- Olha Annabeth... err... m-me desculpe p-pelo o q-que eu falei - ele falou interrompendo os meus pensamentos.

Quando o olhei vi que seu rosto estava vermelho. Provavelmente por ter gaguejado na minha frente. Não pude deixar de rir internamente com isso.


- O que você está fazendo aqui? - perguntei tentando quebrar o clima constrangedor dele, pois por mais que eu quisesse fazê-lo pagar pelo o que havia feito não entendia o que ele fazia ali.

- Err... bom... eu estava te procurando - ele respondeu corando ainda mais, mas eu não devia estar diferente.

Aquilo era estranho. Eu sentia meu coração falhar quando ele falava, minhas pernas bambearem somente com o seu olhar aquilo já estava ficando estranho.

- Ah... - respondi e mudei de assunto olhando-o nos olhos - e por que estava tocando essa música - mas não foi a coisa certa a fazer por que o que ele falou me fez sorrir de um jeito que eu não fazia a anos.

- Eu estava tocando pra você - ele respondeu me olhando, mas eu acho que ele se deu conta do que fez e desviou o olhar corado.

Meu coração pulava. Eu não entendia o porquê, ou melhor, não queria entender, mas aquelas palavras me fizeram sentir uma alegria incrível.

Continuei o encarando até que falo outra vez só para poder ver aqueles lindos olhos me encarando novamente.

- Cante pra mim - pedi sorrindo

Ele virou a cabeça tão rápido que eu pude sentir sua respiração no meu rosto. Nossos olhos pareciam que estavam ligados por algum tipo de fio invisível, pois eu não conseguia desviá-los.

Ele encarava meus lábios e eu os dele. Parecia que ansiávamos a vida toda por aquilo somente pela nossa respiração que saia entrecortada.

Eu me aproximei dele e...



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Notas finais do capítulo

Eu mereço rewieis?
Comente Ok? No último capítulo eu senti falta de alguns leitores :(
Ah e antes que eu esqueça leiam minha outra fic Desejo e Traição. Ele é mais Hentai então já sabem né...
http://fanfiction.com.br/historia/269293/Desejo_E_Traicao
Bjs e Abcs ;)