Tessália’s P.O.V

@justinjohnson: NYC, estou chegando! Ansioso para ver vocês! #muchlove

Isso só pode ser brincadeira. Isso tem que ser brincadeira. Não é possível que depois de dois anos, o destino queira nos unir novamente. Será que eu já não fiquei magoada o suficiente? E todas as noites em claro, chorando? Todas as vezes que eu tive que visitar um psicólogo? Todos esses meses sem qualquer contato com ele, querendo saber qualquer notícia que me deixasse aliviada por saber que ele estava bem, porque querendo ou não, eu o amava. Será que isso não é sofrimento o suficiente para uma pessoa?

Mas qual é? Nova Iorque é enorme! Quais são as chances de nos encontrarmos por aí? 0,0001% talvez?

Resolvi deixar esses pensamentos de lado, colocando na minha cabeça a ideia de que essas seriam as duas melhores semanas da minha vida, ao lado da minha melhor amiga, numa das cidades mais belas do mundo.

Desliguei o computador e resolvi tomar um banho, para esfriar a cabeça. Fui em direção ao banheiro, tirando a roupa lentamente e colocando-a na cesta onde colocamos as roupas sujas. Liguei o registro na temperatura gelada mesmo, esperando que a água levasse consigo toda a tensão que se instalou nos meus músculos desde que eu vi aquele tweet no computador há alguns minutos atrás. Lavei meus cabelos com meu costumeiro xampu de morango, logo depois passando o sabonete e o condicionador, encerrando o banho. Estirei a mão para fora do box, alcançando a toalha felpuda que se encontrava no gancho. Enrolei-me na mesma e saí do banheiro, indo até o guarda-roupa e escolhendo uma roupa confortável para ficar em casa. Deixei meus cabelos apenas soltos, molhados mesmo, e me deitei na cama, esperando que o sono viesse.

Gotta change

My answering machine

Now that I'm alone

Cause right now

It says that we

Can't come to the phone

And I know it makes no sense

Cause you walked out the door

But it's the only way

I hear your voice anymore

Meu descanso, se é que pode ser chamado assim, logo foi interrompido pela melodia de So Sick vinda do meu celular, indicando uma chamada.

Olhei no visor e pude ver o nome de Elle na tela. Revirei os olhos e atendi no segundo toque.

– Alô? – disse iniciando o a conversa.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – ouvi um grito do outro lado da linha – DÁ PRA ACREDITAR QUE AMANHÃ VAMOS PRA NOVA IORQUE? N-O-V-A I-O-R...

– Elle, eu sei soletrar – a interrompi – E não, eu não consigo acreditar que amanhã vamos para Nova Iorque – disse suspirando.

– O que foi Tess? Aconteceu algo?

‘Tirando o fato de que meu ex melhor amigo, que já foi meu namorado e é até hoje o meu primeiro e único amor, que me abandonou para seguir seu sonho e me deixou de coração partido, daqui a alguns dias estará na mesma cidade que eu depois de anos, não, não aconteceu nada.’ – era isso que eu queria responder, mas é lógico que não o fiz.

Na verdade, Elle não sabia de nada dessa história. Ela nem imaginava que um dia eu já fui melhor amiga e namorada de um dos maiores cantores teen da atualidade.

Eu me lembro de quando eu conheci Elle, foi na escola e eu estava em um período bem crítico da minha vida, quando meu coração estava recém-despedaçado pelo garoto que prometeu que nunca ia me fazer sofrer. Elle se mostrou uma grande amiga quando eu precisei, mesmo não sabendo o real motivo para eu estar naquele estado.

– Tess? Tessália, tá me ouvindo?

Voltei à realidade e lembrei que Elle ainda estava me aguardando do outro lado da linha.

– Oi? – perguntei atordoada.

– Eu perguntei se aconteceu alguma coisa. Você não parece tão empolgada para uma pessoa que vai amanhã para Nova Iorque.

– É só impressão sua Elle – suspirei – Não aconteceu nada.

Odiava mentir para minha melhor amiga, mas não estava bem psicologicamente para ficar remoendo memórias do passado.

– Ah, tudo bem então – disse – Amanhã nos encontramos no aeroporto às sete ok? Eu te mando uma mensagem.

–Tudo bem.

– Ok, então tchau.

–Tchau – disse e desliguei o celular.

Deixei-o sobre a cabeceira e aproveitei para olhar as horas no meu relógio.

21:40.

Minha mãe ainda não havia chegado, ela não costuma chegar muito tarde, a não ser que haja alguma emergência, mas ela sempre me avisa nesses casos.

Quase que instantaneamente, meu celular apita uma mensagem.

Filha, houve um imprevisto aqui no hospital. Vou demorar mais um pouco, mas no máximo às 22:30 eu chego em casa.

Mamãe.

Respondi um ‘ok’ e fui até meu guarda-roupa, pegando um pijama. Escovei meus dentes e me deitei na cama, logo sendo vencida pelo cansaço.

Justin’s P.O.V

– Olha, nós vamos ter que sair pelos fundos, suas beliebers lotaram o aeroporto, não tem a mínima condição de sairmos pela frente – dizia Scooter me orientando.

Tínhamos acabado de pousar em Nova Iorque, e agora estávamos aguardando o sinal dos seguranças para que possamos sair do aeroporto. Estava em uma sala eu, Pattie, Scooter, Carin, Ryan Good, Jaden, Kenny, e mais alguns assessores de produção.

Sorri instantaneamente ao ouvir de Scooter que minhas beliebers estavam aqui no aeroporto. Elas vieram me ver, e só Deus sabe o quão eu sou agradecido por tê-las colocado na minha vida.

Não demorou muito, e um homem forte e alto sinalizou para Scooter que já poderíamos ir, o que me fez agradecer, pois estava louco para ir para o hotel descansar. Entramos em um carro preto, que se não me falha a memória era um Mercedes-Benz , e, com a ajuda dos seguranças, seguimos para o Trump Internacional New York que ficava ao lado do Central Park.

[...]

– Está pronto JJ? – perguntou Ryan Good, meu estilista.

– Quase pronto - disse terminando de calçar meu supra vermelho.

– Ok, estamos te esperando – disse e saiu o quarto.

Estava me arrumando para ir ao The Late Show with David Letterman, para uma entrevista que teria com o David Letterman.

Fui até o espelho e baguncei um pouco meus cabelos. Me olhei mais uma vez e eu realmente não estava feio. Vestia minha costumeira calça caída preta, uma blusa branca com gola em ‘V’ e meu supra vermelho. Espirrei um pouco do meu perfume D&G, peguei meu celular e saí em direção ao elevador, pois estava sem condições de descer 21 lances de escada.

Já no hall do hotel, Scooter, minha mãe e Kenny já me esperavam para irmos ao estúdio. Com a ajuda dos seguranças, entramos no mesmo carro que nos levou do aeroporto ao hotel, e seguimos para onde aconteceria a entrevista.

Não demorou muito e eu já pude ouvir gritos histéricos vindos da outra rua. Chegamos mais perto e logo eu pude ver minhas beliebers. Elas gritavam muito e algumas seguravam cartazes onde havia escrito frases do tipo ‘Justin, casa comigo?’, ‘Justin, eu te amo’, ‘Justin, eu tenho um vidro aqui. Esbarra em mim?’. Ri desde último lembrando de quando estava na Alemanha e eu dei de cara com a porta de vidro.

Entramos no estúdio e fomos para o camarim, onde havia várias pessoas circulando.

– Cinco minutos para entrar – disse alguém da produção.

Assenti e me dirigi à entrada do ‘palco’, onde estava Scooter, Pattie e Ryan.

– Boa sorte – disse mamãe. Agradeci e logo pude ouvir me anunciarem.

– E agora senhoras e senhores, palmas para Justin Johnson! – ele disse e eu entrei no ‘palco’ ao som de meu novo single, que se misturava com os gritos da plateia.

– Obrigada pessoal! – disse acenando.

– Justin Johnson, meu jovem, é um prazer recebê-lo aqui.

– O prazer é todo meu.

– Então, podemos começar com as perguntas?

– Claro!

– Bom, eu andei vendo alguns vídeos seus na Internet, e achei um onde você sai sozinho, sem os seguranças, e acaba sendo atacado pelas suas fãs. O que exatamente aconteceu ali? – ele perguntou e eu ri fraco, lembrando do ocorrido.

– Então cara, eu só queria sair sozinho, como um menino normal entende? Mas não deu muito certo... Elas arrancaram um pedaço da minha blusa! – eu disse e a plateia riu.

– Agora só com seguranças?

– Sim, só com seguranças.

– Hm, tudo bem então. Beliebers, vocês não vão poder mais arrancar pedaços do ídolo de vocês – ele disse e a plateia riu – E sobre o seu coração, como ele está?

– Batendo?! – disse e dei uma leve risada, querendo desviar do assunto.

– Você entendeu – ele riu fraco e continuou – O que eu e todo mundo aqui queremos saber, é se você está solteiro, namorando?

– Bom, eu estou solteiríssimo! – disse e pude ouvir a plateia fazer um ‘uuh’. Ri fraco com isso.

– É, mas até pouco tempo atrás você não estava – ele disse e logo no telão apareceu uma foto minha com a Jas nos beijando dentro do carro.

– Ah sim. Bom, eu realmente estava namorando a Jas, mas nós preferimos deixar na amizade mesmo, somos bons amigos – disse e pude ouvir algumas meninas na plateia gritarem.

– Ok, agora teremos algumas perguntas da plateia ok?

– Ok.

Ele apontou para uma menina loira, que estava bem na frente, e logo uma mulher foi até ela entregá-la o microfone.

– Oi Justin – ela disse e eu respondi com um ‘oi shawty’ – Bom, meu nome é Cassie e eu gostaria de saber se você, por acaso, namoraria uma fã – ela disse e deu uma risadinha tímida.

– Oi Cassie – disse e acenei – Bom, respondendo à sua pergunta, por que não? Se ela realmente gostar de mim por quem eu sou não porque sou o Justin Johnson, por que não?

– Ow garotas! Esse é Justin Johnson, o solteiro do pedaço que está pronto para soltar o tigrão – ouvi David dizer e todos rirem, inclusive eu.

Depois disso, a entrevista correu normalmente, e depois fomos para o hotel descansar, pois amanhã iríamos para o primeiro ensaio no Madison Square Garden.