Do You Remember Me? escrita por Ju


Capítulo 6
Don't shout at me!


Notas iniciais do capítulo

Miiiiiiiil desculpas PRAS LEITORAS QUE ESTÃO ACOMPANHANDO, que eu não postei ontem. Além de sem imaginação, minha aula começou hoje, então estava uma correria.
AH, E MAIS UMA COISA: EU TÔ TRABALHANDO NO NOVO BANNER, QUE PROVAVELMENTE VAI SAIR ESSE FIM DE SEMANA, SE EU NÃO TIVER NENHUM COMPROMISSO!
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Eu não sabia o que fazer. A verdade era essa. Senti meu coração apertar forte e meus olhos se arregalarem. Peguei meu livro com força e saí correndo em direção a porta da minha casa.

A minha feição não era exatamente de dor, mas sim de pavor. Joguei minha bolsa em um canto da sala, e fechei a porta bruscamente, me jogando assim, no sofá da sala.

– Isso não pode estar acontecendo, isso não pode estar acontecendo. – eu murmurava pra mim mesma com as mãos sustentando minha cabeça.

“Eu sinto muito”, o que ele queria dizer com isso? Que sentia muito por que ele leu minhas anotações ou por que... Ele sentia dó de mim? Joguei meu livro longe, rasgando a primeira página.

Eu não podia totalmente culpá-lo. Eu tinha deixado aquela merda no parque, e ele... Eu não sei. Não sei se ele leu só uma página ou se ele leu tudo. E muito menos como ele soube que aquele livro era meu.

Me senti como se meu coração, meu espaço, sei lá, tivesse sido invadido e tivessem roubado uma parte de mim. Sabe o que foi pra mim aquilo? Quero dizer, aqueles segredos eu nunca contei pra ninguém. Muito menos pro meu pai, ou pra algum parente. Nem pra algum amigo próximo. Eu era muito fechada. Mas eu gostava de mim do jeito que eu era. E eu simplesmente não queria acreditar que aquilo estava acontecendo.

Eu só escrevia porque não via outro modo de me expressar. E eu não gostava de desabafar com ninguém. Me senti estranha... Não era um sentimento de tristeza, ou algo do tipo. Se transformou em algo como fúria. Eu tinha vontade de apagar até tudo voltar como estava.

Me senti tão cansada, e tão cansada de milhares de lágrimas descendo de raiva pelo meu rosto, que dormi ali mesmo, no sofá da sala.

{...}

Acordei com o meu celular tocando. Atendi sem a menor vontade.

– Alô. – eu disse direta.

– Jessie? – uma voz masculina do outro lado disse.

– Sim? – perguntei como se fosse óbvio.

– É... É o Justin. – Justin gaguejou um pouco e meus olhos se arregalaram, como ontem a noite.

– D-diz. – gaguejei com vontade de chorar de novo.

– Olha, me desculpa. – ele disse com um tom de preocupação. – Eu, eu só queria ajudar.

– “Desculpas” por que? – perguntei, mas era óbvio que estava estampado na minha cara.

– Eu não queria ter lido suas notas, mas a curiosidade me tomou. – ele disse com uma voz séria. – Eu sinto muito.

– Justin... Você não sabe o que aqueles segredos significam pra mim. – eu disse calma, mas com a voz meio fraca. – Por que você fez isso?

– Me desculpa. Eu só achei ele no chão do parque, e comecei a ler. Me desculpa. – ele disse se explicando. Ou tentando se explicar.

– “Me desculpa” não vai fazer tudo voltar, vai? – minha voz começou a ficar trêmula, e lágrimas rolaram pela minha face.

– Mas Jess-

– Justin. Você não sabe o quanto aquilo era importante pra mim! – gritei.

– Eu sei que era Jessie! Mas é que... – ele pausou.

– “É que...” o quê? Vai arranjar outra desculpa, Bieber? – a minha voz começou a falhar.

– Eu sou queria te ajudar. – ele foi sincero. Eu pude sentir isso mesmo estando do outro lado da linha. – Eu sabia que você estava mal, desde o começo, e eu só queria te ajudar. – ele pausou, e eu fiquei em silêncio. – Mas eu juro que não tinha nenhuma intenção de ler só porque era o seu livro. Só depois que eu li, que eu percebi que você precisava da minha ajuda. E eu quero te ajudar. Ou poder te ajudar. Por favor, não me leva a mal. – eu fiquei em silêncio, engolindo os soluços, mas deixando as lágrimas rolarem sobre meus lençóis brancos. – Só deixa eu te ver.

– Me ver? Você sabe como eu estou agora? – eu disse deixando escapar um soluço.

– Me perdoa, eu sei que eu gerei tudo isso. Mas eu queria limpar o que eu fiz. Será que eu posso? – ele perguntou com uma certa “doçura” na sua voz. E eu senti que ele só queria meu bem. Ou quase isso. – Eu posso ir até aí? – ele perguntou depois de um certo silêncio estranho no telefone.

– Não sei. – eu disse firme.

– Jessie... Por favor. – ele pediu novamente.

– Pra quê Justin? – eu disse me alterando. – Eu sei que nada vai resolver. Eu sei que nada vai voltar. Eu sei que meus segredos ainda estarão andando com você!

– Jess! – ele começou a gritar no celular, e afastei-o ouvindo as palavras ficarem cada vez menos entendidas, ou explícitas e desliguei.

Algumas lágrimas desceram, e então me levantei, me olhando no espelho e prometendo a mim mesma que eu seria forte. Mas ainda assim, a dor de cabeça daquele assunto não apagava. Eu sentia minha cabeça pesada, e meu corpo estava pedindo descanso. Não retornei a cama, apenas a deixei, ali, daquele jeito e fui tomar um banho. Talvez eu estava sendo teimosa mas, eu sentia que não deveria mais esquentar a cabeça. Eram só segredos, não é? Segredos... Da minha mãe, da minha vida. Mas eram apenas segredos agora.

Saí do banho, me vesti e passei uma camada de base, para retirar um pouco aquelas olheiras e disfarçar o inchaço, se é que disfarçou. Assim, meu celular tocou, e eu fiquei apenas encarando-o. Justin, sussurrei a mim mesma e deixei tocar, enquanto me movia para a sala. Meu pai provavelmente deveria ter saído mais cedo pra trabalhar, de novo. Eu não sabia se ele estava me evitando, ou qualquer outra coisa, mas depois de um tempo, depois de toda essa história também, comecei a ficar com raiva de mim mesma. Ele era meu pai. Eu acho que depois de tanto pensar, ele não merecia isso. Ele não me merecia como filha. Eu sentia repulsa de mim mesma.

Me sentei no sofá, com os olhos fechados e com uma mão na minha cabeça. Eu era uma idiota. Como eu deixei acontecer tudo isso ao mesmo tempo? Senti uma voz me acompanhar.

– Jessie, eu ainda tenho uma chance pra conversar com você? – Justin disse ao levantar meu queixo, obrigando-me a olhar em seus olhos.

– Como você entrou aqui? – eu tirei sua mão do meu queixo, assustada. – Vá embora por favor. – eu pedi.

– Só me ouve, Jess. – ele pediu delicadamente com os olhos um pouco avermelhados. – Eu sinto muito. Eu sinto muito por tudo que tá acontecendo, mas... Acredita em mim, por favor. – ele pediu levantando meu queixo de novo, se ajoelhando na minha frente enquanto eu continuava sentada no sofá.

– Justin, entenda uma coisa – eu disse me afastando. – Eu acredito em você. Eu acredito que você esteja falando a história. – ele arregalou os olhos achando que eu já tinha o perdoado. -Você é meu melhor amigo de infância. Mas você não está enxergando o ponto da história. Você leu as minhas coisas, meus pensamentos, minha vida. – ele olhou pra baixo, e eu olhei pra cima, impedindo das lágrimas caírem. Mas minha voz não falhou dessa vez. – Você não tinha que ler isso! Era meu, e você sabia. Por que não me devolveu na hora? – gritei.

– Jessie, para de falar como se tudo fosse minha culpa. – ele ordenou se levantando, mas ainda cabisbaixo. – Não fui eu que deixei o livro no parque! E como eu ia saber que tinham coisas pessoais, caralho? – ele se alterou, virando de costas, enquanto eu me levantava pra falar mais alto ainda.

– E você para de se fazer de inocente! – eu gritei – Você não precisava ter lido pra falar que era meu depois! – gritei mais alto que no princípio e ele virou para mim, me fazendo cair no sofá, de tão perto que estávamos.

De tristeza, aquilo tudo estava me passando raiva. Ele sabia que estava errado. Mas Justin é do tipo de cara que erra, mas nunca quer admitir.

Ele se aproximou mais, lentamente, com uns 20 centímetros de distância, entre mim e ele. Ele segurou meus braços fitando meus lábios. Fiquei hipnotizada com aqueles olhos. De repente, aquela raiva toda tinha passado e eu senti meu corpo leve e confortável.



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Notas finais do capítulo

HÁ! PAREI NA MELHOR PARTE, EU SEI. SOU DUMAL, GENTE, TIAU.
UAUHAUHAUA
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO!
REVIEWSSS
ask.fm/belieberrauhl