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Acordei com o despertador tocando, novamente. Porém, acordei me sentindo renovada, naquela noite, eu estava morta de sono. Não demorou muito e eu senti alguns beijos na minha nuca e descendo até o meu pescoço provocando uma série de arrepios entre os mesmos.

– Bom dia, Jess. - ouvi a voz rouca de Justin atrás de mim.

– Bom dia, amor. - respondi sorrindo e virando, selando nossos lábios rapidamente.

Sentei na beirada da cama e esfreguei os olhos, me espreguiçando. Justin se levantou apenas com o seu calção da Nike esfregando os olhos também. Ele abriu a janela bocejando, e depois recuou com o sol entrando em seus olhos. Ri vendo a cena. Ele me lançou um olhar, mas logo depois caiu na risada também.

Era uma manhã fria, certamente. Minhas mãos acolheram meus braços, esfregando-os. Justin parecia nem ligar e desceu as escadas. Ri com o nariz e entrei no banheiro para realizar a minha higiene matinal. Escovei os dentes e tomei um banho. Saí com a toalha enrolada no meu corpo e então, penteei o meu cabelo, secando-o. Caminhei até o meu closet, como de costume, e escolhi uma roupa. Estava bem frio e estava difícil só de levantar os braços. Escolhi uma roupa e a vesti, pegando imediatamente minha mochila e descendo as escadas. Coloquei meus óculos escuros. Apesar de estar frio, o sol estava forte. Encontrei Justin já vestido e com o cabelo meio úmido. Seus tênis combinavam com o seu boné. Ele estava comendo alguma coisa e fiquei encarando-o e sorrindo. Ele percebeu e veio até mim sorrindo também. Justin me rodeou em seus braços e me deu um beijo na testa, que desceu até os meus lábios. Ele pediu passagem com a língua e eu cedi, provocando um beijo calmo. Nossas línguas dançavam a mesma música. Ele parou o beijo sorrindo e me selando outra vez, por alguns segundos apenas. Sorri para ele de volta e olhei o relógio atrás dele.

– Justin! - gritei. - A gente tá atrasado! - fui até o banco onde ele estava sentado e peguei uma maçã na fruteira e saí correndo, enquanto minha mochila caía do meu ombro esquerdo.

– Calma, amor. - ele disse suavemente e checando as chaves do carro no bolso, provocando um barulho.

– É o meu segundo dia nesse inferno e já estamos atrasados! Aliás, eu já estou atrasada. - eu disse correndo até a porta e abrindo a porta do carro de Justin. - A diretora mal me conheceu, me elogiou e agora vai me odiar.

Justin fechou a porta de casa e entrou no carro tranquilo.

– Anda Justin! - ordenei.

– Você se preocupa muito. - ele disse rindo.

– É óbvio! Como os professores e até a diretora vão me ver, desse jeito? - perguntei meio que gritando.

– Shhh. - Justin fez e depois, me selou.

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Entrei novamente na escola com aqueles olhares em mim. Fui correndo até o meu armário e abri a porta. 0056. A porta se abriu instantaneamente e chequei o meu horário de aulas, na qual estava colado na porta do armário. Passei meus dedos pelos dias da semana: segunda, terça, quarta... Quinta! As primeiras aulas de hoje seriam de física e francês. Que ótimo, não?! Peguei os livros correndo e segui até a sala, vendo que não havia mais alunos no corredor. Entrei meio desesperada na sala, porém o professor me barrou:

– Atrasada, Srta. Hale? - ele perguntou juntando suas folhas na mesa, onde se localizava.

– Hm - eu fiz sentindo minhas bochechas queimarem. - me desculpe Sr. Thompson. - abaixei a cabeça.

– Hoje é o seu segundo dia na Stratford University, seria bom se a Srta. não se atrasasse, ou ficará sem assistir a aula. Ou a minha aula pelo menos. - o professor me respondeu arrogante.

Escutei alguns deboches vindos dos alunos, e assim, quando senti que a minha bochecha estava em um ponto de estourar, sentei na minha carteira e lancei um olhar significativo para os que zombavam de mim. Uma delas era Selena Gomez. O resto fazia parte de sua trupe. Argh. Ela devolveu o olhar cruzando os braços. Localizei Chaz também do lado da minha carteira. Ele olhava para mim, mas sem reação e sem sentimento. Sorri para ele mas ele apenas ignorou e voltou seu olhar para o quadro. O que estava acontecendo?

O professor pigarreou e olhou para mim.

– Abram o livro na página 56 e façam do exercício 1 ao 16. Daqui há 25 minutos irei vistar e corrigir em conjunto. - ele disse fechando o livro em suas mãos, fazendo um estrondo na sala. - Está prestando atenção na aula, Srta. Hale? - ele disse mais arrogante ainda.

– Não é porque eu cheguei atrasada que não vou me esforçar, Sr. Thompson. - retruquei e voltei meus olhos as minhas mãos que procuravam meu livro de física.

O professor suspirou e lançou um sorriso pra mim.

– Creio que a Srta. não gostaria de visitar a diretora, estou certo? - ele disse se apoiando na mesa e logo depois pegando sua régua e batendo com força na mesa.

– Sim Sr.. - respondi rapidamente, com medo.

– Isso mesmo. - ele respondeu com um sorriso cínico e a sala zombou de mim. - Agora volte a sua tarefa, sim?

Era o segundo dia de aula. O segundo. Será que ainda dava pra piorar? Olhei para o relógio. 7:55 da manhã, que droga, pensei. Voltei os meus olhos ao meu livro. Os exercícios de física não estavam muito acima do que eu tinha aprendido na minha outra escola. O primeiro exercício dizia "Um bloco metálico de capacidade términa 150 cal/ºC é colocado no interior de um forno. Esse bloco atinge o equilíbrio térmico após receber 39kcal, não variando o seu estado de agregação. A variação de temperatura sofrida por esse bloco, na escala Fahrenheit é de:

a) 246ºF

b) 289ºF

c) 367ºF

d) 402ºF

e) 468ºF". Olhei ao meu redor e vi as pessoas mordendo o lápis, coçando a cabeça e com a folha levantada pro alto, tentando entender o assunto. Ri deles. Eu já sabia a resposta. Letra E. Olhei os exercícios abaixo e eram parecidos com o primeiro, ri baixinho com o nariz e fui marcando as respostas e fazendo algumas continhas no canto da folha. Mordi o lábio quando terminei e coloquei o lápis apoiado na minha mesa, enquanto os outros alunos rachavam a cabeça.

– Alunos, vocês terão apenas 5 minutos para o término desta atividade. Quem já tiver terminado poderá sair para o refeitório mais cedo e terá que deixar a folha em cima da minha mesa. Quem não tiver terminado, por favor, aguarde e quando der o sinal, coloquem as folhas sobre a minha mesa. - o professor alertou e eu abaixei a cabeça. - Certo. Estou decidido de uma coisa. - ele disse vendo todos os alunos de cabeça baixa, tentando resolver o exercício. Inclusive eu, mas eu estava apenas apoiando-a. - A atividade valerá nota. - ele disse sorrindo para mim e automaticamente, todos os alunos começaram a resmungar.

– Professor! Mas o senhor nem explicou direito a matéria! Hoje é o segundo dia de aula! - alguém disse na primeira fileira.

– Não interessa. - o professor retrucou. - Quero ver se vocês estão preparados e prestaram atenção na explicação de ontem.

Assim, me levantei sorrindo e pegando a minha bolsa, colocando-a no meu ombro, e colocando a folha em cima da mesa do professor.

– Mas... - ele começou. - A Srta. tem certeza de que já terminou? - o professor perguntou novamente desconfiado, e então, o seu sorriso cínico que havia se lançado a mim morreu ali mesmo. - A Srta. é novata na escola, não pode ter aprendido tudo isso apenas ontem. Estamos no 3 trimestre, e a Srta. entrou na Stratford University apenas este ano! - ele disse colocando a folha em sua mesa com força.

Ouvir aquela frase foi como ouvir "Friday" de Rebecca Black. Então o professor me odiava tanto que queria que eu me ferrasse na atividade? Ops, acho que não tinha sido daquela vez.

– Eu já havia estudado essa matéria na minha antiga escola em NY. Espero que o senhor não se importe, mas vou ao refeitório agora. - eu disse acenando no final, o deixando ali de boca aberta.

Por que aquele colégio me odiava tanto? Quero dizer, o que eu fiz para eles terem pelo menos um motivo para me odiar - se é que tinham -? O refeitório estava vazio, com algumas faxineiras limpando as mesas e juntando as cadeiras, mas eu sabia que dali a dois minutos o zoológico iria soltar os animais de suas celas. Sentei em uma mesa redonda, com algumas três cadeiras ao meu redor vazias, então coloquei meu material. O lápis que eu estava fazendo a atividade de física se encontrara ainda nas minhas mãos. Comecei a batucar na mesa inconscientemente e apoiei minha cabeça na outra mão desocupada. Comecei a refletir. Eu mal tinha entrado na escola, eu não poderia causar má impressão do nada. De repente, um sinal ocupou os meus ouvidos e tive a sensação de que meus tímpanos iriam estourar. As faxineiras saíram do local, instantaneamente e com tranquilidade, levando seus baldes cheios de água e alguns panos nas mãos. Então os alunos saíram correndo em direção a fila do refeitório. Parecia que eles faziam uma guerra para ver quem chegava primeiro. Batuquei mais um pouco na mesa, mas perdeu a graça, quando eu não estava nem mesmo ouvindo os meus próprios pensamentos. Guardei o meu lápis na minha bolsa do lado e então avistei Chaz com seu iPhone nas mãos e andando tranquilamente, com os olhos fixados na telinha. Eu preciso conversar com Chaz, foi a única coisa que ecoou na minha cabeça quando o vi. Depois disso, meu iPhone começou a tremer. Havia uma mensagem, e então a abri:

Onde está vc? Preciso falar contigo.

Chaz

BANG! Na hora! Certo, então ele iria se desculpar e nós voltaríamos a ser amigos! Saí do meu lugar levando a minha bolsa rapidamente no ombro e saí em direção a Chaz que continuava com o seu iPhone em mãos.

– Chaz! - eu disse um pouco alto pelo barulho que tomava conta do refeitório. - Você queria falar comigo? - eu disse um pouco rápido demais. - Me desculpe, é que eu queria falar com você também sobre algumas coisas.

– Hm - ele fez sem ânimo. -, eu queria saber o que você colocou na primeira questão da atividade de física. - ele disse e então um sorriso morreu no meu rosto.