– Olh-

– Eu não preciso disso. - Justin me interrompeu, sorrindo. - Eu tenho minha namorada. - completou ele, me abraçando de lado.

A boca das meninas - se é que eu posso mesmo chamá-las assim - abriram em um perfeito "O" maiúsculo. Tive vontade de dizer "Cuidado, querida, senão seu maxilar cai desse jeito.", mas gostei do jeito que Justin me defendeu, ou se defendeu, tanto faz. Ele fechou os vidros do carro dando um sinal com a cabeça simpático para as meninas, que continuaram lá na calçada, com a boca aberta, nos vendo partir após Justin pisar no acelerador. Ele seguiu o trajeto sorrindo.

– Obrigada. - eu disse.

– Por exatamente o quê? - ele me olhou esquisito.

Até parece que ele não sabia do que eu realmente estava falando.

– Pelo o que você falou pra elas. - eu disse me virando para encarar seus olhos.

Justin estava estacionando o carro na nossa rua, em frente a minha casa. Ou pelo menos tentando.

Ele parou o carro um pouco pra me encarar.

– Acho que é minha obrigação, você sabe. - ele disse jogando os ombros pra trás e rindo.

– Eu amo meu namorado.

Ele sorriu e se aproximou de mim, se inclinando, e logo depois, selando nossos lábios por alguns segundos.

– Só não entendi pelo "obrigada". - ele disse ainda com o carro desligado, e não estacionado.

– Ah, você sabe, não queria sujar minhas mãos com elas. - eu disse rindo, e ele também, logo após de mim. - Então... Você vai querer ajuda pra estacionar? - eu ri.

– Pra quê? Eu sei estacionar um carro. - ele disse agora, ligando o mesmo de novo e tentando encaixá-lo na vaga.

– Estou vendo. - retruquei. - Vou sinalizar lá fora. Presta atenção em mim! - ordenei, enquanto ele iria reclamar, mas fechei a porta antes.

Me posicionei perto da traseira do carro. Meu Deus, Justin é horrível pra estacionar, pensei, ele não tem nenhuma noção de que há algo atrás dele. Ri com meus pensamentos.

– Vem! - eu disse com as mãos, sinalizando.

Logo uma luz vermelha quase me cegou, fazendo sinal de que o mesmo estava dando ré.

– Pode vir mais um pouco! Ainda dá... Com cuidado! - avisei.

Ele veio e estacionou o carro. Ele saiu do carro fechando a porta meio que com força.

– Hey!– fiz. - Vai com calma, Bieber. - cheguei perto dele.

– Eu sei estacionar um carro. - ele insistiu abrindo a porta de casa pra mim.

– Ah sabe... Claro. - debochei dele, jogando minha bolsa em uma das poltronas.

– Não me provoca. - ele disse sussurrando no meu ouvido, me abraçando por trás.

Coloquei minhas mãos sobre as dele, que permaneciam na minha cintura.

– Não estou provocando. - ri baixinho. - Apenas digo verdades.

Ele mordeu o lóbulo da minha orelha, o que provocou uma série de arrepios em cada parte do meu corpo. De repente, quando eu achei que ele me beijaria, ele me soltou e foi em direção a cozinha.

– Ah, você vai me deixar aqui? - perguntei seguindo-o.

– Minha vez de te provocar. - ele se impôs.

– Ah é? - eu disse, subindo em um banquinho, próximo de mim.

Eu o puxei e selei nossos lábios, provocando um beijo calmo. Fiquei mais alta que ele, então ele teve dificuldade de segurar a minha cintura. Ele "escorregou" as mãos, que foram parar um pouco abaixo do meu bumbum. Eu sorri entre o beijo e segurei suas mãos, colocando de volta na minha cintura. Parei o beijo com um selinho no canto de sua boca.

– Você tá ficando muito safado pro meu gosto. - eu disse pulando do banquinho.

– Você é quem deixa brecha. - ele disse e eu ri. - Eu amo quando você ri. - ele disse e acariciou minha bochecha.

– Eu amo quando você me faz rir. - eu falei e ele selou nossos lábios por alguns segundos.

{...}

Já era de madrugada. Provavelmente, 1 ou 2 horas da manhã. Justin estava deitado na minha cama vendo alguma coisa na TV. Eu estava no banheiro de dentes escovados e já vestida com o meu pijama. Fiz um rabo de cavalo no meu cabelo e saí do banheiro, deixando escapar um bocejo. Um longo bocejo. Já era mais do que na hora de estar dormindo, e além disso, naquele dia eu teria aula.

– Até que enfim. - Justin disse ao me ver saindo do banheiro e apagando a luz.

Ele estava apoiado na cabeceira da minha cama, me acompanhando com os olhos, e então, desligou a TV para podermos dormir. Uma escuridão tomou conta do meu quarto inteirinho.

– Vem aqui. - Justin bateu no outro lado da cama, e assim, me deitei do seu lado.

– Que sono, Bieber. - eu disse esfregando os olhos e deitando na cama.

Ele abriu seus braços me aconchegando no seu peito, como havia feito noite passada. Apoiei minha mão esquerda nas suas costas e a minha mão direita no seu peito. Meus olhos se fechavam a cada tic tac que o relógio fazia. Senti uma voz macia e suave vindo de Justin:

– Eu te amo princesa. - ele disse beijando minha testa.

– Eu também te amo, meu príncipe. - devolvi sorrindo.

Dormi com o mesmo cantando trechos de "Be Alright" e afagando algumas mechas do meu cabelo que estavam soltas do rabo de cavalo. Ele cantava baixinho pra mim:

Through your sorrow,

Through the fights

Don't you worry

'Cause everything's gonna be alright i-i-ight

Be alright i-i-ight

A voz dele ecoava nos meus ouvidos, e o ritmo da música ecoava dentro da minha cabeça. Senti uma coberta fofa me cobrir até o queixo.

Desta vez, certamente, não haviam desculpas para eu não poder dormir sorrindo. Meu namorado era perfeito. Perfeito pra mim.