Pov. Harry Potter

            Andávamos pelos corredores da escola, lentamente, não tanto por ainda faltarem 20 minutos para a detenção, mas porque não tínhamos pressa para a mesma...

Já estávamos no primeiro andar quando eles trombaram em nos com força, derrubando-nos.

- Quem é que..?- perguntei confuso, para depois bufar ao ver duas cabeleiras ruivas idênticas se levantando, apressadas.

- Harry, Adhara- cumprimentou Fred; ou era o Jorge? Eu até ia perguntar, mas eles já corriam para longe dali.- FALAMOS COM VOCÊS DEPOIS!

- Droga, não acredito que perdemos...- ainda pude ouvir a voz de um deles resmungando em algum lugar ao fundo.

An??? Olhei para Adha, confuso, tipo fui só eu que não entendi nada? Ela encolheu os ombros com desinteresse, voltando a andar, às vezes minha miga é TÃO chata...

Continuando...

Desde hoje à tarde as masmorras não haviam mudado nada. As paredes e mobília ainda eram escuras e mórbidas, o ar frio, dando a ela um aspecto, tipo, "câmara de tortura medieval", algo que acho que foi feito no intuito de assustar os primeiranistas... VAI ENTENDER!

...

Porque ele marcou as detenções para esse horário mesmo? Se ele não estaria aqui? Cara eu estou morrendo de tédio... Juro que já estamos aqui tem uns quinze minutos. Eu tenho que fazer alguma coisa senão...

Acho que Snape sentiu minha marotice despertando, pois no exato minuto em que eu iria abrir a boca para sugerir a minha amada lobinha que entrássemos na sala, ouvi um par de risadas inconfundíveis.

Snape vinha na frente com seu habitual ar altivo, que me fazia querer que ele morresse, ou corta-se seu cabelo oleoso. O que viesse primeiro. Bom, o que interessa é a fonte do barulho que anunciara a presença do grupo, os gêmeos Weasley seguiam o professor as gargalhadas.
Adhara logo começou a rir, e eu também pouco depois.

- Do que estão rindo?- perguntou Snape, frio.

- Quer mesmo saber professor?- pelo sorriso malicioso de minha amiga pude perceber que ele se arrependeria do questionamento.- Da sua cara, senhor, já que perguntou.

U-A-U!

Imagine um vulcão, pouco antes de entrar em erupção. Imagine a fumaça, a terra tremendo. O céu sendo, lentamente, colorido de vermelho e cinza. Imagine como, só de ver tudo isso, você já saberia as consequências dessa erupção.

Imaginou?

Certo, agora dobre o tamanho do vulcão, multiplique o vermelho por dez, eleve a fumaça pela segunda potência e as consequências pela 8897897435ª. Some todos os números e a área do sol ao cubo.

Já fez isso?

Pôs você não está, nem mesmo remotamente perto, da imagem que o Snape passava agora. 

Sabe aquela frase: "se olhar matasse"? É por aí...

- 50 pontos da Grifinoria, Black.- falou.-Tem algo a dizer Potter?

- Eu só acompanhei- dei de ombros.

- Os senhores Weasley também serão punidos- falou fazendo as copias atrás dele pararem de rir para fazer uma careta. Adivinhem? IDÊNTICAS?

- Isso vai ser divertido- comentou a Loba feliz.

- Uma punição não é para ser divertida, Black- não vou nem dizer quem foi que falou.

- Não posso ficar alegre por estar pagando pelos meus erros, professor?- minha amiga era MUITO cínica.

- Pode, contanto que aprenda com eles e faça-o calada. Os outros não precisam ouvir sobre os da senhorita, eles já tem os deles- sabe estou começando a gostar desse cara...

- Não estou falando dos meus erros, mas do que posso aprender com eles com eles- retrucou Adha, ela nunca desistiria facilmente.

- Ainda sim estamos ouvindo sua voz, Srta. Black- definitivamente ele tem meu respeito.- Agora entrem pois não pretendo perder toda a minha noite só porque algumas crianças estúpidas não sabem se comportar.

Parece que ele tinha se preparado para nos receber. A maioria das classes tinham sido removidas, restando apenas uma para duas pessoas. Em cima dessa havia uma caixa e três bandejas.

- A principio tinha planejado fazer vocês dois dissecarem alguns sapos- falou para nós, vi a Adha fazendo uma careta e ri, loooooooonga história. Só uma pista: envolve a Adhara, sapos, cama e a dificuldade em acorda-la.- Mas como os seus amiguinhos Weasley não conseguem passar um dia sem causarem problemas, e não sou louco de deixar os dois perto de minhas poções, vocês dois irão cataloga-las enquanto os dois cuidam das rãs.

Pov. Adhara

O trabalho era maçante e chato.

Eu não gostava de poções como o Harry, e até esse parecia estar tendo dificuldades em se manter acordado. Nossa única diversão resumia-se a ouvir os risos dos ruivos e os berros de Snape. Só ele mesmo para dar um trabalho desses para os gêmeos...

Passou-se uma hora, duas, três, dentre vidros e mais vidros dos quais anotávamos os nomes em uma lista, que já tinha atingido 3 rolos de pergaminho. O armário era quase tão grande quanto a sala, e se aquele narigudo metido a professor decidisse nos fazer catalogar tudo, passaríamos uma semana vindo aqui.

- Adhara, comece a terceira prateleira, estou quase terminando essa dai faço a segunda-disse Harry. Suspirei. Era quase uma da manha, estava cansada. 

Passou-se mais meia hora rapidamente. Eu estava reorganizando a terceira prateleira, e rindo ao ouvir Snape expulsar os Weasley aos gritos depois de, pelo que eu ouvi, eles enfeitiçarem um sapo para fazer o trabalho deles e esse jogar os órgãos dos seus irmãozinhos de espécie pela sala inteira, quando derrubei um dos vidros. NÃO FOI CULPA MINHA!!! EU JURO! Em todas as estantes tinha somente uma fileira de vidros e, por algum motivo tinha outro apoiado atrás do que eu peguei. VIU? Eu sou inocente...

Bom, por sorte ou destino, eu tenho reflexos rápidos, e consegui pega-lo antes de atingir o chão. 

Observei bem o vidro, seu liquido era azul anil e parecia denso. Nada interessante. Só vou anotar o nome e...

Estranho. Não tem rotulo. Graças a Merlin meu amigo era um excelente pocionista e poderia resolver isso em segundos.

- Harry- chamei.

- Que?- perguntou sem me olhar.

- Vem aqui, eu achei uma coisa- ele continuou o que estava fazendo.-Tem uma poção se identificação. 

Assim que falei essa palavras ele franziu o cenho e veio até mim, intrigado. E gentinha viciada em líquidos estranhos...

- Tem certeza que olhou direito?- disse e quando assenti, continuou.- o Snape não parece do tipo que esquece de uma coisa dessas. Deixe eu ver.

Entreguei o vidro e ele o observou por um tempo, antes de assumir um ar chocado.

- Merlin, se isso for...- a porta da sala se abriu e eu pude ver ele colocando a substancia não identificada(por mim, pelo visto) no bolso mais rápido que os olhos do professor seriam capazes de acompanhar.

Disfarçamos, éramos bons mentirosos, a vida nos ensinara isso.

- Se já terminaram, podem sair, seus amigos já fizeram estrago o bastante.

- Nós acabamos a primeira estante, professor, e estávamos começando a segunda quando o senhor entrou- PARA, PARA, PARA TUDO! Ele estava sendo EDUCADO? Com o narigudo? Porque? Ele era um idiota, estúpido, bem o tipo de pessoas que nós juramos odiar depois do... daquilo. E cara... Ele blefava tão bem, que fazia eu parecer ruim. Coloquei as minhas mãos dentro do bolso, e senti do à lista da 3ª estante, segura.

Ahhhh, eu falaria com ele mais tarde, falaria sim...

- Era para fazer só a primeira mesmo- disse.- Agora vão.

Saímos da sala dele seguindo para o salão comunal, que já estava vazio, fora nossos amigos que nos esperavam.

- Oi gente- disse, acordando-os de sua vegetação.

Teddy pulou do sofá, derrubando a Elisa que estava no seu colo e essa o olhou zangada. Diante de seu olhar inocente, redirecionou o seu ódio.

- Antes que vocês nos xinguem- me adiantei, olhando pro Harry,- Quero que me explique o que era aquela poção.

- Eu vou contar para vocês- falou e eu sorri.- Assim que tiver certeza de minha teoria. Amanha realizaremos os testes de sempre Elisa- falou antes de correr para o dormitório masculino.

Eu ia atrás dele, mas o chato do Ted me segurou. Sentei no sofá bufando e raiva.

- O que seriam os "testes de sempre" Eli?-perguntou o Avoado.

- Os testes comuns para descobrir a utilidade de uma poção... Vocês não imaginam o trabalho que dá... Leva cerca de um mês para fazer isso sem danificar a receita original...- bocejou.- Bom, eu vou dormir.- levantou.- E recomendo que façam o mesmo- Ela subiu para o dormitório e Teddy foi logo atrás. Fiquei mais um tempo observando o fogo queimar na lareira antes de, vencida pelo cansaço, os seguir.

Pov. Hermione Granger

A primeira semana em Hogwarts passou tranquila, e eu já tinha minha rotina diária fixa. Eu levantaria mais cedo que todos, e tomaria café no salão principal. Subiria para a biblioteca e ficaria estudando até meia hora antes da minha primeira aula. Iria para a mesma acompanhada de um livro sobre ela e ficaria lendo até o professor entrar. Terminada a parte da manha eu almoçaria, trocaria uma ou duas palavras com algum bruxo descendente de uma família influente, então visitaria a sessão reservada, até começarem as aulas do período da tarde. (Depois da terceira vez que me viu lendo um livro de artes das trevas, Severo me deu permissão para visita-la. Agora eu tinha livre acesso, independente do que a Madame Pince tivesse a dizer sobre isso.) O dia se passaria e eu, pouco a pouco, seria venerada por todos os professores; até o findar dele eu teria ganhado 40 ou 50 pontos para a minha casa, então iria dormir, mais tarde que todos os outros.

Essa era uma manha de sexta feira e levantei no mesmo horário de sempre. Hoje eu teria minha primeira aula de defesa contra as artes das trevas, um período triplo; e apesar de achar a matéria uma piada, (como alguém poderia aprender a se defender das trevas sem antes aprender as trevas propriamente ditas, estava além de minha compreensão...)eu estava ansiosa. Ainda não conhecia o professor, fora as vezes em que o vi no salão principal, e precisava causar uma boa primeira impressão.

Me arrumei como todos os dias. Uma imagem impecável, a aluna perfeita. Dei uma olhada no quadro de avisos, às vezes tinha alguma novidade lá, mas não tinha nada além do comunicado das aulas de quadribol, começariam amanha, que colocaram ontem à noite. Pra que serve voar em vassouras quando se pode aparatar...

Desci e tomei café antes de ir para a aula de DCAT. O professor logo chegou e começou a aula. Ele gaguejava tanto que se tornava quase impossível separar isso da informação propriamente dita, e por mais que eu tentasse, ela era inútil. Eu até poderia dizer que ele nunca tinha participado de um duelo de verdade em toda a sua vida, mas algo me dizia que isso não é verídico.

Ele fez apenas umas poucas perguntas, as quais eu respondi facilmente.

Quando sai no final da aula ele me olhava com interesse.