Reticências escrita por NoOdle


Capítulo 4
Capítulo 4 - Desejos


Notas iniciais do capítulo

NYAHHH, Não me matem, por favor!!
Foi uma demora, culpa minha, I'm so sorry >///< Mas aqui estou eu, postando mais um capítulo...
Não dá tempo de falar muito, tenho que só postar e sair, mas desenho uma boa leitura para todos! Espero que não tenham tantos erros assim, nem deu tempo de corrigir... nyu.. Beijos!
=Have fun=
NoOdle.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/246511/chapter/4

(POV of Snape)


Minha cabeça parecia prestes a explodir. Estava exausto, cansado de pensar, não queria continuar naquele lugar.

A grama em minha volta cercava meu desespero enquanto algumas crianças estúpidas rasgavam o silêncio com risadas entre a fraca neve que ainda caia. Argh, não tinha tempo para encher minha mente com coisas infantis, existiam mais indagações importantes; elas simplesmente fluíam em meu olhar.

Lílian Evans namorando Tiago Potter?? Como assim? Nada mais fazia sentido. E quando ela jurara que ia odiá-lo para todo o sempre assim como eu?

Foleei sem prestar atenção em meu exemplar de poções, o qual eu havia assinado como o Príncipe Mestiço – um suspiro saiu de minha raiva. Eu nunca fora tão grosso com ela e quando suas lágrimas se formaram eu quase...

“Não!!” Taquei-o longe, quase acertei um animal que por ali corria. Estupidez a minha pensar que um dia Lílian iria me amar. Um cara como eu, cujos cabelos negros e expressões vazias não mostram nada mais do que um simples aluno da Sonserina e o quase mais novo integrante dos chamados ‘Comensais da Morte’, não que alguém nos conhecesse, mas um dia seríamos lembrados.

O que eu poderia fazer para afastá-la de Potter? Aquele imbecil, metido, ignorante. Não saberia diferenciar nem um Guelricho de um Nabo Tibetano. Se eu usasse Sectumsempra nele durante a noite... Sei muito bem como descobrir a senha para a entrada do salão comunal da Grifinória.

Balancei a cabeça, aquela com certeza não era a melhor opção, Lílian ficaria mais nervosa comigo. Como fazê-lo sofrer, então? Meus dedos compridos roçaram a ponta de meu queixo enquanto eu, cheio de dúvidas, tentava responder à pergunta.

“Mas é obvio!” Levantei, com um pequeno novo ânimo. Coloquei o caderno anteriormente tacado longe sob meus braços e dei passos largos que faziam minha capa voar, tinha a resposta certa em mente: não devia fazê-la ver que Tiago era ruim e sim mostrar que eu sou melhor. Bem melhor, é claro, mas pelo menos provar que...

Provar que posso amá-la mais do que ele.


(POV of Lílian)


Esfreguei a maquiagem pelos olhos, tinha que esconder que estava chorando. As nuvens passaram brincando por minha janela, provavelmente naquela noite nevaria ainda mais.

“Lili, vamos jantar!” Gritou Marie em minha porta. “Se eu falasse que Tiago Potter estivesse aqui no quarto deitado em sua cama você viria em um passo, não?” Riu baixo, o que me deixou extremamente vermelha.

“Não fale asneiras, Marie!!” Briguei, apesar de também soltar algumas risadas baixas. Ao sair do banheiro, encarei a menina com meu melhor olhar de felicidade que consegui, mesmo assim ela franziu as sobrancelhas em desaprovação. “O que foi?”

“Está tão mal assim?” Mordeu os lábios. “Olha, se está sofrendo por Severo, por que não fala com ele?” Abraçou meu ombro, o que me fez arrepiar.

“Eu já não disse que tentei?” Suspirei profundamente. “Bem, não quero falar sobre isso agora. Vou comer e depois descansarei sem preocupações.” Assenti, indo em direção ao retrato da mulher gorda, porém algo me fez parar quando esta se abriu. “Snape??” Minha mão voou ao peito em um ofego.

Meu amigo estava ali, cheio de gelo cobrindo os ombros e o cabelo ensopado pela provável nevasca que começara a cair e eu nem percebera; o que me surpreendeu não foi nada disso: foi seu olhar baixo e tristonho ao me ver.

“Lili, e-eu...” Tremeu ao falar, seus lábios estavam roxos.

“Não diga nada...” Abracei-o em uma falha tentativa de esquentá-lo com meu calor, e mesmo não dando certo, percebi que ele ficara mais relaxado. “Obrigada por voltar...” Sussurrei sem perceber, segurei em sua mão e o levei para dentro.

“Lílian, o que...?” Marie perguntou, ao ver que eu estava tentando arrastá-lo para o dormitório ficou totalmente surpresa. “Ele não pode...!”

“Pode sim, Marie, se ninguém contar.” Repreendi-a com o olhar. “Me espere na sala de jantar, por favor, vou tentar secar Severo.”

Minha amiga pareceu completa e inteiramente consternada, apesar de que deu meia volta e saiu andando. Passei minhas corriqueiras mãos pelo ombro dele, que não parava de me fitar com puro interesse – tentei ao máximo não cair em lágrimas por lembrar de seu olhar seco e sem vida daquela manhã.

“O que estava fazendo lá fora em uma noite dessas, Snape? Poderia ter morrido de hipotermia... Venha cá, tire esse casaco enorme...” Tentei ajudar, porém ele segurou delicadamente meu braço e, após inúmeras tentativas de iniciar uma frase, conseguiu dizer algo.

“Vim pedir desculpas.” Sua sentença não foi séria, e sim muitíssimo triste. “Me perdoe pelo jeito que te tratei, não foi correto.”

Minha garganta ficou seca, tentei segurar-me por mais tempo, no entanto eu era fraca e logo desabei em seus braços, as lágrimas rolando rápido.


(POV of Severo)


Seus braços eram quentes e seu cabelo era cheiroso, como sempre. Tinha um olhar pesado e tão cheio de choro que mal consegui me conter – eu havia falado algo de errado? Já comecei dizendo coisas ruins?

“O que foi que eu disse?” Tentei, sincero em minha duvida. “Me perdoe.” Ofeguei algumas vezes, ela afastou para me olhar e seu rosto angelical lembrou-me da vez que veio até mim pedindo por abraço quando sua irmã trouxa disse que não a considerava mais da família.

“Não fez nada...! Só estou feliz.” Seus lábios repuxaram em um leve sorriso, este pareceu ainda mais verdadeiro do que as palavras que eu tanto tentava encontrar. Tremi de frio mais uma vez, porém sua pele com a minha me deixou mais calmo, com uma mão toquei seu rosto. “Não queria que me visse assim.”

Assim como!? Eu nunca tinha visto algo tão belo quanto seu rosto, por que ela não entendia? Toquei sua bochecha com minha mão direita, esta pareceu tão grande em sua face bela e delicada. Limpei a agua que de seus olhos escorria e instantaneamente sorri.

“Obrigada.” Ela sibilou, entrelaçando seus dedos finos por meu punho enquanto se afastava para ligar o aquecedor. “Realmente vai ficar doente, Severo, não deveria ter saído do castelo...!” Pegou um cobertor e envolveu-me nele, eu não conseguia mais encontrar palavras para dizer, sua voz ecoava longe em meus pensamentos.

Lílian continuou dando explicações, seu rosto fazia uma pequena covinha no canto da bochecha. Ela tinha uma pintinha no canto esquerdo do pescoço que era ligeiramente coberta pelos fios de cabelo, quando se inclinou para pegar sua varinha pude notar seus brincos pequenos em forma de coração.

Sua boca continuava se mexendo, era inútil tentar voltar à realidade agora; eu não mais ouvia, somente via seu modo de tentar esquentar meu corpo.

“Severo, está me ouvindo?” Colocou seu rosto em minha frente, parecia dar algumas risadas. Balancei a cabeça, desnorteado.


(POV of Lílian)


“Severo, está me ouvindo?” Minhas risadas ecoaram, baixas, enquanto tentava descobrir o que se passava por sua mente. Ele sempre fora um cara complicado, nunca conseguia descobrir o que estava pensando, porém dessa vez ele realmente parecia desnorteado.

“Desculpe, acho que estou cansado.” Balançou a cabeça e passou a mão pelo rosto, eu ainda tentava secá-lo com alguns poucos feitiços. “Obrigado por tudo, acho que devíamos descer para jantar.” Sorriu para mim, acabei corando.

“Claro, claro! Marie e Lola devem estar me esperando.” Guardei algumas coisas. “Obrigada por vir até aqui...!” Abracei-o com afeto, ele suspirou em meu colo e levantou.

“Vou vir sempre, não se preocupe. Se você quiser... Ham...” Olhou para um canto, parecia sem palavras mais uma vez. “Sabe... Passear pelo... Pátio... Ham... Quando a neve... Passar...”

Ri algumas vezes. “Claro! Será ótimo.” Assenti, ele saia do local com um novo ânimo no rosto. “Obrigada!”

“Não, obrigado eu.” Fechou a porta, eu me taquei na cama com o peito mais leve – mas isso não durou tanto, logo levantei-me e desci correndo para o salão de jantar, todos deveriam estar preocupados comigo. Desci as escadas em passos saltitantes e não demorou muito para chegar até lá.

Na porta rodei os olhos pelo local, ali de longe encontrei Tiago me esperando. Com o rosto corado coloquei-me ao seu lado, apesar disso ele puxou-me ainda mais para perto de seu corpo.

“Demorou muito.” Riu baixo, me oferecendo comida na boca. “Parece bem melhor!” Beijou minha testa, eu anui fraco.

“Estou bem melhor.” Abocanhei delicadamente o garfo cheio de torta de abóbora.

“O que acha de sairmos amanhã à noite?” Colocou uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha, o que me deixou vermelha. “Com esse frio a dedos de mel fica uma delícia!”

Olhei seus olhos castanhos e imaginei-me saindo escondido mais uma vez, sua mão entrelaçada à minha, sua risada e seu conforto. Não desejava nada mais do que aquilo, parecia que o queria por perto para sempre.

“Sim...!” Assenti, risonha. “Parece perfeito.”



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Sei que eu devia ser espancadaaa, mas é que a escola me sufoca, gente >.
Kissus