A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 24
A guerra pelas Portas da Morte


Notas iniciais do capítulo

Agora, o desafio dos semideuses é fechar a segunda parte das portas. Monstros tentam evitar, e o mundo inferior aparenta desabar. Enquanto isso, pessoas inesperadas aparecem oferecendo ajuda.



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FRANK

Decidi usar minhas habilidades de filho de Marte para me defender.

E é claro que não deu certo.

Bem, o que aconteceu? Eu tentava lutar sem armas, dar uma de briguento. Até que, em uma das minhas tentativas de kung fu, eu levei um chute e quase morri... de novo. Só aí que eu decidi usar meu arco.

Eu queria lutar ao lado de Hazel, depois do meu inacreditável surto de coragem. Mas parece que não deu certo, até porque estava impossível organizar alguma coisa no meio daquela bagunça. Alguns mortos me atravessavam, e, se você nunca sentiu um fantasma te atravessando (o que é totalmente normal para 99,9% das pessoas mortais), devo confessar que não é uma situação agradável. Não mesmo.

Enfim, o nosso objetivo estava bem nas nossas caras, mas não conseguíamos chegar nele. Os monstros saiam descontroladamente daquelas portas, e senti um arrepio estranho. A única chance de fechar as portas da morte/vida foi quando eu entrei no meio termo. Agora, se alguns desses conseguirem abrir... Não creio que possamos fecha-las de novo.

Procurei os outros. Percy lutava próximo de Luke, como ocorrera lá em baixo. Hazel parecia esgotada, mas ainda sim estava arrasando. Não sabia como ela estava se sentindo. Aquele lugar a afetava demais. Piper estava na ponta, fazendo os monstros se jogarem, quanto a Jason, estava ao seu lado, lançando raios. Era uma coisa boa, porém, cada raio que ele lançava abria rachaduras enormes nas paredes, fazendo com que algum pedaço de pedra de tamanho totalmente desproporcional para quem fosse atingido se desmanchasse da parede e caia, bem em cima de nós. E Leo. Eu fiquei boquiaberto quando o vi. Seu poder com fogo era incrível, e agora que ele aprendeu que pode controlar esse dom se quiser voar por ele, parecia ainda melhor.

Um ciclope do tamanho de um trator se jogou em cima de mim, urrando. Eu teria sido esmagado, mas achei mais fácil me transformar. Concentrei-me em Hannibal, o elefante. Ultimamente tenho usado muito ele para as batalhas.

- Temos que fechar as portas, agora!!! – Hazel gritou, agora ao meu lado. – As outras não vão aguentar!

- Leo, Jason, precisamos acabar com isso aqui! – Gritou Percy. – Cuidado!

De onde veio eu não sei, só sei que uma onda gigante subia ainda mais alto de onde nós estávamos, e era chocante só de ver. Eu nunca fui muito fã de água, então resolvi me preparar tanto fisica quanto psicologicamente. Jason e Leo correram para o lado de Percy.

- AGORA! – Percy berrou.

Foi tudo muito rápido. Quando Percy gritou, Jason lançou uns vinte raios de uma vez em monstros que estavam próximos, e Leo jogou fogo para todos os lados. A onda de Percy caiu em nós logo em seguida, mas por incrível que pareça, não nos arrastou, como teria feito. Imagino que Percy devia estar controlando a onda mais do que bem. O que aconteceu com os monstros? Alguns viraram pó, simplesmente. Outros foram levados pela onda gigante que Percy convocou. Seja lá o que fosse, agora só restava nós, e os mortos que lutavam pela nossa causa.

- Rápido! – Disse Hazel, encharcada. Não tinha percebido, mas Percy, Leo e Jason estavam praticamente se segurando uns nos outros para manter-se de pé. Percy e Jason convocaram muito poder, e Leo foi “apagado” pela onda, o que sugiro que não seja uma das coisas aconselháveis a fazer. Não quando você é o fogo.

De repente, o mundo inferior começou a tremer. As rachaduras nas paredes se abriam aos poucos, derrubando milhares de pedras. Aquilo ia desabar sobre nós, e eu não posso negar que fiquei com uma duvida cruel sobre para onde iríamos quando morrêssemos, se o mundo inferior desabasse.

Corri para porta. Olhei com solidariedade para os três, que retribuíram com um sorriso fraco. Até os mais fortes tem seus momentos. Tentei empurrar a porta, mas era impossível. Ela não se movia.

Até que eu ouvi uma voz estranhamente familiar.

- Você vai conseguir, meu herói. Meu filho. – Disse um fantasma que pairava ao meu lado.

O fantasma que estava olhando para mim com um sorriso no rosto era minha mãe.

- M-mamãe? – Gaguejei, incapaz de acreditar no que estava acontecendo.

- Sim, Frank. – Ela disse, estendendo a mão. Estendi a minha também, tentando alcança-la, mas foi como se eu passasse por um vento gelado. – Não posso fazer mais do que isso, meu filho. Só quero que saiba de uma coisa. Você é um herói, Frank, e não existe uma mãe mais orgulhosa de um filho do que eu. Você herdou muito de mim, mas a força de seu pai está em você. Use-a. Você vai conseguir.

Lágrimas saiam de meus olhos. Depois que eu cheguei ali, não conseguia mais segurar.  Minha mãe, que morreu na guerra, dizendo que está orgulhosa de mim. Eu me sentia tão... Feliz. Tudo parecia completo. Tudo ESTAVA completo.

Empurrei a porta com mais força. Hazel estava tentando fechar a outra, com mais sucesso do que eu. O mundo inferior estava ajudando-a, acredito.

- Isto vai ruir. – Disse minha mãe, distraída. Olhei para o céu, e ela estava certa.

- Rápido! – Gritei. O pior é que monstros começavam a sair novamente, e tentavam nos atacar.

Tentei pedir ajuda. Leo estava com dois fantasmas, conversando. Uma mulher extremamente parecida com ele, e um homem, muito mais velho. Imagino que sejam sua mãe e seu avô. Percy e Jason já corriam para nós, para capturar os monstros. Piper estava ao lado de Hazel, murmurando uma série de coisas que imagino que só por isso Hazel ainda estava resistindo.

A porta que Hazel empurrava fechou, e eu ainda empurrava a minha, com alguns mortos me ajudando. Sei que parece estranho, mas... É de muita ajuda. Hazel correu para me ajudar, mas assim que olhou para onde Leo estava, parou imediatamente.

- S-s-s-sammy? – Ela disse, de olhos arregalados.

- Quem? – Perguntei. Decidi ignorar a resposta, o que não era o ideal para um começo de namoro sério, mas era necessário. Me transformei em um urso, como na primeira vez que descobri meus dons.

- AI! Jogue esse traseiro para lá, urso! – Berrou um homem que me ajudava, até o momento em que eu o esmaguei na parede com o meu tamanho. Tentei pedir desculpas, mas só saiu  “uurrrghhhhh”, então desisti. Vai que ele pense que era coisa pior.

As portas finalmente fecharam, causando um tremor ainda pior. As almas gritavam por socorro, fugindo. Transformei-me, com a intenção de fazer a mesma coisa que eles: Fugir.

- Precisamos sair! – Gritei, procurando minha mãe e os outros. Por sorte, eles estavam bem próximos a mim, junto com os parentes de Leo. Hazel ainda olhava o homem com uma expressão sombria, como se o conhecesse. O homem olhou-a também, e se surpreendeu.

- Hazel? – Ele disse. – Como...

- Não temos tempo pra explicações! – Berrou Percy, correndo. Fomos atrás dele, esquivando das pedras que caiam.

- Temos que pular. – Disse Jason.

- Mas não podemos! Vamos morrer! E... e eles? – Perguntou Leo, apontando para a fileira de pessoas que se uniram a nós na batalha.

- Vamos ficar, Leo. Nosso lugar é aqui. Fujam, ou vão se juntar a nós da pior forma possível. – Disse a mulher, mãe de Leo.

Olhei para minha mãe, e percebi que ela concordava. Assenti.

- Precisamos ir. – Eu falei, sério.

- Como? – Perguntou Piper. – As fúrias não vão nos ajudar.

- O barco! Viemos com ele! – Disse Luke, lembrando-se.

Corremos até  o barco de Caronte, nos organizando. Virei para minha mãe.

- Eu sinto sua falta. – Falei.

- Eu sei. – Ela disse, abrindo aquele sorriso que iluminava meu dia. – Eu estou tão orgulhosa de você, filho.

- Eu te amo. – Falei. Coloquei a minha mão perto da dela, como um convite. A palma estava estendida para cima, e ela colocou a dela na minha, como um aperto de mãos.

- Eu também te amo, querido. Agora vá. Salve o mundo por mim. – Ela disse.

Me sentei ao lado de Hazel, que conversava com o suposto avô de Leo.

- Não acredito Sammy, que você se casou! Incrível! – Ela dizia, surpresa. Eu me sentiria ofendido, mas ele apenas riu.

- Sim, Hazel, eu me casei. – Ele falou, entre as risadas. – Claro que nunca a esqueci, e não imagino que você vá um dia sair da minha mente. Não depois de hoje.

Hazel riu, e olhou para Leo. Eu e Sammy seguimos seu olhar, e Leo parecia totalmente infeliz. Sua mãe tentava acalma-lo, e ele ia cedendo aos poucos. Até que sentou-se ao meu lado, com os olhos inchados. Dei um soco de leve em seu ombro.

- Desse jeito vai apagar seu fogo, tocha humana. – Falei, brincando. Ele conseguiu dar uma risadinha, e respirou fundo.

- Ok, para onde vamos agora? – Ele perguntou.

- O mais sensato é vocês irem para cima, já que metade do teto já ruiu. Vão para o mais longe que puderem. – Disse Luke. Percy apertou sua mão.

- Vou sentir sua falta, cara. – Ele disse. Luke sorriu, misterioso.

- Não terá tempo para sentir, eu garanto. – Luke respondeu.

- Como assim? – Percy perguntou, confuso.

Luke lançou mais uns olhares misteriosos, e acenou a mão. O barco foi subindo, até que atravessamos uma parte da parede que faltava. O céu estava escuro, devia ser madrugada.

Fiquei observando junto aos outros o mundo inferior ruindo lentamente. Eu não sabia como iam sobreviver a aquilo, mas... Bem, eles estavam mortos. Alguns, pelo menos.

Olhei para o céu, mais estrelado do que nunca, e quando virei para olhar de novo, o mundo inferior havia desaparecido.

- “Em tempestade ou fogo o mundo terá acabado”. – Disse Percy.

- Ahn? – Perguntei.

- A profecia. Quando eu, Leo e Jason invocamos nossos poderes, o mundo inferior cedeu. Ele iria sim sobreviver, mas aquilo foi demais.

- E o mundo acabou... O mundo inferior. – Disse Piper, entendendo o raciocínio.

- Não totalmente, pra dizer a verdade. São passagens mágicas. Sim, o mundo inferior ruiu de vez, mas sempre há um outro lugar. Sempre. – Hazel falou.

- Quer dizer que ainda há um mundo inferior? – Perguntou Piper.

- Sim, não esse. Essa é apenas uma parte do mundo. E é poderosa, afinal. Eu não sei como explicar direito, mas bem... O mundo inferior é enorme. É impossível destruí-lo. Isso que fizemos foi destruir apenas um terço do tamanho real dele. É sim, um estrago enorme, porém, acho que depois do que aconteceu, não tem mais como abrir ou fechar as portas da morte.

- Então fizemos o serviço completo. – Eu disse.

- Sim, por enquanto. Mas ainda tem muito caminho pela frente. – Jason concordou, parecendo exausto. – E para onde vamos agora?

- Para o caminho mais próximo daqui, e provavelmente o mais seguro. Precisamos pensar no que fazer depois, mas antes, precisamos de informações e de, no mínimo, um pouco de descanso. – Disse Percy. – Vamos para o Acampamento Meio-Sangue.



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Notas finais do capítulo

Essspero que gostem!
Primeiro gostaria de agradecer a Day Jackson e ao Vinicius Ernandes, que me recomendaram. Gente, recomendações são sempre bem-vindas... ~le piscadinha
KKKK, e também agradeço a TODOS os reviews que eu recebi. Muito, mas MUITO OBRIGADA MESMO.
Enfim.
No próximo cap, eles chegam ao acampamento meio-sangue, onde um deus aparece para cobrar uma dívida, e eles tentam encontrar o melhor caminho para chegar a Grécia. [esse ficou super fail, mas já da pra imaginar o que vai acontecer]



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