The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 30
Tudo vai ficar bem


Notas iniciais do capítulo

Chorei escrevendo esse cap...



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_Que surpresa agradável! - Gunt disse, enquanto uma das bestantes se sentava, como se esperasse uma ordem.

Uma delas tinha pelos muito pretos, e olhos inocentes. Estremeci: era Bárbare. Só podia ser ela. A outra (sentada ao lado de Gunt) tinha pelos mal cortados e parecia vingativa: Irmand. A última bestante não tinha uma "perna": Louiz.

Fiquei parasilada, com o machado na mão, observando. Estávamos perdidos. Já lutamos contra as bestantes uma vez, mas foi difícil e perdemos uma aliada (que, por "coicidência" agora estava ali, também tentando nos matar). Era uma armadilha ótima, e muito fatal.

Bill sorrateiramente pegou sua flecha e atirou na bestante Louiz. Este caiu, mas logo se levantou. Peguei uma faca que estava na minha cintura e joguei nele. E então caiu novamente, mas não levantou.

Eu e meu aliado íamos atacar as outras bestantes e Gunt, só que o Carreirista fez um sinal para as bestas nos rondarem mais, e disse, em tom de voz calmo:

_Relaxa, gente; vamos conversar! - ele andou de um lado para o outro, longe de nós, com as bestantes rondando.

_Cadê seus amiguinhos? - Bill tinha um olhar raivoso, e seu tom de voz era alto.

_Estão... cuidando de outras tarefas. - no momento seguinte, BOOM! Gunt sorriu, e depois exibiu um semblante preocupado.

_Bill, como está seu coração? Dividido ainda? Esqueceu da garota que gostava de você e agora ele pertence àquela que estragou uma amizade e namoro?

Me assustei, assim como Bill. Como ele sabia disso? Ele só disse que gostava de mim aqui na Arena, e como ele sabia que eu "interrompi" uma amizade? E como ele sabia que nós já éramos amigos, e que Bill era amigo da Irmand e... IRMAND! Só podia ser ela! Será que ela estava com eles antes de ser morta? Só podia ser isso, quem mais poderia contar essas coisas a ele?

_C-Como você sabe que... - Bill gaguejou, confuso.

_Irmand? - perguntei, desconfiada e borbulhando de raiva.

O Carreirista sorriu, olhou bem para mim e depois me ignorou.

_Foi ela, não foi? - gritei, e ele me ignorou novamente. Aquela...! Ela realmente havia nos traído, se juntou aos Carreiristas!

_Calma, querida, ou você quer que eu mande sua amiga fazer isso? - Gunt apontou para a besta Bárbare e Bill se pos a minha frente.

_É melhor ficar longe dela!

Gunt sorriu novamente, um sorriso mostrando todos os dentes. Ele não parecia tão acabado quanto nós, como se nem tivesse lutado muito, mas tinha uns ferimentos no rosto e nas mãos. Me perguntei, quem havia morrido (rezei muito para que fosse um dos Carreiristas), mas o tributo me trouxe a realidade, falando:

_Bom, como eu sei que vocês vão morrer... - ele pegou sua espada e a girou, tentando parecer profissional. - Eu vou contar a vocês. A Ir...

_Eu não quero ouvir! - Billiam estava muito irritado, seu olhar era de raiva, então consegui prever o que ele faria a seguir, segurei seu braço, mas foi tarde demais. Ele atacou Gunt com uma das facas em sua cintura, com o arco guardado, e eu fui junto, para protegê-lo. Não tinha um plano, mas ele não podia fazer isso!

Gunt me deu uma estocada com a ponta da espada, no braço esquerdo (não foi muito profundo, e eu fui para trás; o que deu tempo a ele para proteger a faca de Bill e empurrá-lo ao chão. Me aproximei novamente, apavorada, mas o Carreirista já tinha a espada no peito de meu aliado.

_Vai me escutar agora? - ele perguntou a ele, e depois olhou para mim. - Eu quero contar minha história, então é melhor você ficar paradinha... e você também!, até eu terminar; senão... bom, acho que você já sabe, não é, queridinha?

Fiquei como uma estátua. E rezei novamente, mas para esse maldito cumprir sua "promessa" e não machucar Billiam.

_Eu e meus grandes amigos Carreiristas encontramos Irmand em... um bom momento. Tentanmos matá-la, mas ela falou que roubou algumas coisas que estavam com ela de uma Catlyn idiota, estúpida, traíra e feia e de um Billiam idiota, estúpido, traíra e perfeito; e ficamos interessados. Então fizemos um trato: ela nos traria você e seu amiguinho, - Gunt apertou um pouquinho a espada em Bill. - e a gente "cuidaria" dela; até sobrar pouca gente, é claro. Então um dia ela estava de guarda e teve essa idéia, acordou todo mundo; a Divih quase quis matar ela; e contou esse plano de armas como armadilha, então nós aceitamos e ela fez tudo, indo para o encontro de vocês.

Houve uma pausa; onde Gunt suspirou várias vezes, eu fiquei super imóvel, e Bill ficava de olhos bem fechados. Depios de um tempo tenso, o Carreirista continuou:

_Bom... ela disse que você, fofinha, nunca acreditou nela. Esperta, ein? Ela tem mesmo cara de traídora né?

Queria responder "Assim como você!", mas tniha Bill, então fiquei quieta.

_Esperamos Irmand voltar, mas ela não voltou, então pensamos que ela estava morta e seguimos nossa vida com as coisas dela.

Eles não tinham nem vontade de vingar a morte de Irmand. Ok, ela não merecia, mas em tudo o que eles pensavam era ganhar. Não pra voltar para casa, para a família, mas pela fama. Ah, e pela vida também.

_Agora que terminamos... - Gunt tirou a espada de Bill e mandou ele se levantar. Este, morrendo de medo, se levantou e fui rapidamente para o meu lado, pegando o arco e flecha e atirando na bestante Irmand. Gunt só observou, não fez nada. Sua armadilha estava ficando "fraca", e ele não fazia nada? Meu aliado atirou 3 flechas e ela caiu, sem nem mesmo tentar atacá-lo.

Será que alguma parte do tributo morto fica na bestante? Quer dizer, além das características? Uma parte do cérebro, não sei...

_Traídora. - Bill pegou mais uma flecha e mirou-a na bestante Irmand, só que tentou atirar em Gunt.

Ele, sem dificuldade, se desviou, e atacou, junto com a besta Bárbare.

Gunt foi em Billiam, e Bárbare, em mim. Bárbare não, bestante Bárbare. Minha aliada nunca  lutaria comigo.

A besta pulou em cima de mim, era muito pesada. Imediatamente fiquei quase sem ar. Ela estava com uma das pastas em minha mão, mas tinha outra. Mas não tinha arma, porque meu machado estava a alguns centímetros de mim (caiu de minha mão com o impacto), e a faca estava crava em alguma parte da besta Louiz.

Tentei chegar perto do machado, mas a bestante rosnou e então tentou morder meu braço. Eu dei um chute com todas as minhas forças em alguma parte de seu corpo, e ela se afastou muito pouco. Pouco o suficiente para eu pegar meu machado.

Ela pulou em cima de mim de novo, mas dessa vez eu segurei minha arma. Ela prendeu os dois braços, então tive que torcer muito minha mão para acertar a pata dela. A bestante "chorou" um pouquinho e se afastou. Me levantei, mancando um pouco, pois ela pos as patas traseiras em meu machucado.

Ela tentou pular em cima de mim de novo (isso estava ficando chato) mas eu fui mais rápida e me desviei, indo para trás. Para trás demais: Gunt e Bill estavam lutando (e admito que o Carreirista estava levando a melhor, pois Bill tinha que lutar com uma flecha, uma faca e um arco), e Gunt percebeu que eu estava tentando me desviar, e desferiu um golpe em meu braço direito. Foi meio fundo, e logo minha visão ficou meio turva. Olhei para meu braço, mas só via sangue.

A obra de arte que aquele maldito fez em mim não foi admirada por muito tempo, pois meu problema voltou. A bestante mordeu meu tornozelo, me derrubando, e machucando novamente.

Ela foi cravando os dentes em meu tornozelo... até que levantei as costas e cravei o machado na perna dela. A besta uivou alto, e se afastou novamente. Então joguei o machado bem em sua cabeça. E ela caiu.

Rapidamente, me levanei (não olhando para a bestante porque o pensamento de que tinha matado Bárbare estava começando e me perturbar), mas logo me arrependi, pois quase caí pela mordida no tornozelo.

Levantei novamente, pondo meu peso na perna esquerda, e me virei para a luta de Gunt. Quase caí novamente, mas dessa vez seria de pavor. Bill tinha muitos cortes e um profundo abaixo do joelho esquerdo, e Gunt tinha poucos cortes. Meu aliado mancava, e o Carreirista estava quase derrubando-o no chão.

Não pensei duas vezes, e, correndo (ou tentando) fui intervir a luta.

Billiam protegia uma estocada de Gunt, já fraco e cansado, quando acertei o machado no ombro deste. Ele gemeu e olhou parar mim, a tempo de Bill enfiar uma flecha na lateral de sua barriga. Ele gemeu mais uma vez, e investiu contra Billiam.

Eu tentei interver novamente, os dois me empurraram para longe. Eu estava ajudando meu amigo e ele não aceitava? Se fosse uma briga discreta em nosso Distrito, eu simplesmente assistiria, e se a coisa ficasse feia, interviria pra valer. Mas não aqui. Fui novamente, mas já era tarde demais.

Na hora em que ia entrar novamente e matar aquele Carreirista de uma vez, mas nesse momento, ambos cravaram suas armas um no outro.

Billiam enfiou uma flecha perto do coração de Gunt, e este enfiou um pouco mais da metade da sua espada no meio da barriga de meu aliado.

De repente, tudo pareceu desacelerado. Vagarosamente, os dois caíram no chão. Então, já chorando, fui para eles. Primeiro para Bill, é claro.

Ele estava com quase toda a blusa com sangue. Tirei a espada ensanguentada dele, tremendo muito. Então olhei para ele, temendo ouvir o canhão no segundo seguinte.

_Bill, não! Bill, olha a gente vai...

_Grown. - sua voz estava com um tom de choro, meio fraca.

_O-o quê? - já estava chorando, com a mão estancando o ferimento.

_Quieta. Só escuta. - ele deu um leve sorriso, tentando me animar. Mas nada me animaria naquela hora. - Eu quero que você saiba que desde que nos conhecemos você me cativou. Cat...lyn. Cat...ivou.

Ele sorriu novamente, e eu sorri também, chorando.

_Acho que já disse isso, mas eu te amo. Como melhor amiga, que me escutou quando meu amigo morreu, ou quando algo aconteceu comigo, minha família, que me ajudou a estudar e pescar, que ficou comigo sempre que podia. Valeu mesmo por me aguentar. - ele deu uma pausa, respirou dificilmente, e continuou. - Eu acho que você é muito lerda por não ter percebido antes de entrarmos na Arena que eu gostava mais de você. Mas eu te perdoo por isso. Mas me culpo por não ter falado antes... Não quero te aborrecer com esse assunto ent...

_Você nunca me aborrece. Bem, só de vez em quando. - eu já soluçava. Aquilo não ia acontecer, não por mim, mas Bill não queria ajuda.

_Isso é bom. Então... quando você for pra casa, porque eu disse que você ia ganhar, não disse?; diga pra minha família... que... - Billiam fechou os olhos e meu coração parou. Mas ele só estava tentando respirar. - Ela foi tudo pra mim. Antes de vir para a Arena eu estava brigada com a minha mãe... diz pra ela que eu sinto muito. Diz pro meu pai que ele guarde minha vara de pesca e meu arco e flecha no estojo a prova d'água! Diz para Ise pra ela não chorar, mas sorrir por mim. E diz pro Flinn... pra ele cuidar bem de você.

Solucei, e ele tocou meu rosto, limpando minhas lágrimas.

_Não chora, ver você triste me faz triste. - ele fazia de tudo para me deixar feliz. Dei um sorriso pequeno a ele e ele sorriu, radiante. - Assim está melhor. Agora, obrigada de novo. Eu acho que teria morrido muito antes sem você. Obrigada por suas broncas e por ter cuidado de mim. Obrigada por... por... por me bater, porque seus socos eram tão fortes que me faziam acordar para a realidade, sério! Obrigada por ser minha amiga, Cat. Eu acho que é isso.

Ele respirou fundo, lentamente, e eu chorei e apertei seu machucado.

_Não, não, não!

_Ah, mais uma coisa. Desculpa por ter te beijado... eu não queria te deixar com raiva. E desculpa por ter brigado com você por não me deixar ter matado a garota uns minutos atrás. Eu não queria te deixar com... raiva.

_Bill, obrigada por fazer parte da minha vida. Você é um dos único que tenho certeza ser meu amigo. Obrigada por me aguentar e me ensinar a estudar, e a tentar me ensinar jogar arco e flecha, e quase ter me matado na Capital, valeu por tudo, tudo mesmo. Por não ter acreditado em mim em relação a certas coisas, e por me fazer parar de acreditar em coisas que não valiam nada. Obrigada... Eu vou... sempre me lembrar de você. - falei tudo rapidamente, e queria falar muitíssimo mais, porém não conseguia.

Bill pos as mãos na minha cintura e me trouxe para perto... ia me beijar novamente, mas não o impedi desta vez. Não gostava de Billiam assim, mas não o impediria. Não no último momento... da vida dele.

Seus lábios vagamente tocaram o meu. Nos separamos lentamente, mas ele me puxou e me deu um demorado (só um pouco) selinho.

_Valeu por não ter me batido dessa vez. - ele sorriu novamente. - Eu vou encontrar Bárbare, Matt, minha vó... Está tudo bem, Cat. Tudo vai ficar bem. - Bill fechou os olhos e não os abriu mais.

_Eu nunca vou esquecer de você! - me agarrei a ele até o medonho canhão soar.

Eu não queria pensar que meu outro aliado estava morto. Não, não estava! Mas algo dentro de mim me avisou que eu não podia mais ficar ali. Então peguei o arco e flecha de Bill e pus ao seu lado, o posicionei eretamente e arrumei seu cabelo. Não havia nada para eu por lá, nenhuma flor... então o beijei na testa e repeti de novo a frase.

_Eu nunca vou me esquecer...

Levantei, relutante, não conseguia parar de olhar Bill; então fui para Gunt. Não ouvi seu canhão, ele parecia estar em "coma", sei lá. Peguei meu machado, fechei meus olhos e finquei-o várias vezes em alguma parte de seu corpo até ouvir o canhão. Não olhei para ele, mas pensei: "Já vai tarde." Acho que depois pensei que foi crueldade fazer isso com a família dele, mas naquele momento...

Olhei mais uma vez para Bill, chorei mais, depois peguei as facas no chão (não havia mais nenhuma bestante), peguei a espada de Gunt e a mochila.

Observei meus machucados antes de ir. A mordida estava feia, e dolorida. O ferimento no braço estava fundo também, mas não doía tanto quanto a mordida. Passei o unguento nos dois, e ambos doíam.

Levantei, tentando não usar a perna direita, olhei mais uma vez para Bill e sussurrei, ainda chorando:

_Descanse em paz.

Então andei, sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Só faltam 3 tributos agora :(