The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 22
Capitulo 12 – (...) A verdadeira forma do Anjo P2


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo pequeninos, esta é a segunda e última parte desse capítulo fresquinho, espero que gostem.

*VEJAM AS IMAGENS E MUSICAS ESPECIAIS*

*O VOCABULÁRIO JAPONÊS ESTARÁ NAS NOTAS FINAIS, ONDE ESTAREI DANDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA EM JAPONÊS*

Boa leitura,



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Capítulo Doze,

Olhos púrpura.

A verdadeira forma do anjo.

Parte final

Música de abertura

~~


P2


Aquele pequeno espaço isolado do parque estava repleto de folhas secas caídas no chão, enquanto os galhos das centenas de árvores ao redor balançavam incessantemente.






Seus olhos estavam em alerta, enquanto fitava ao redor discretamente. Tudo parecia normalmente bem. Mas, ele podia sentir uma presença, e o cheiro do inimigo não tão longe.





E realmente, um pouco distante daquele espaço abandonado ao topo do tronco de uma árvore, seus olhos verdes se tornaram cruéis. Meredy sorria perigosamente enquanto observava sua presa de cima daquela árvore. Todo seu plano estava bem planejado e pronto para ser posto em prática. Levou sua mão para trás, fazendo um breve sinal com os dedos. Naquele momento, todos os cinco corpos “mortos” pularam da árvore, caindo no chão em pé e andando de modo desajeitado, como se estivessem realmente possuídos por uma alma maligna. Seus corpos andavam se arrastando e cambaleando em direção ao hunter esbranquiçado.







Zero levitou os olhos com calmaria, deixando-os bem abertos como em alerta. Ele podia senti-los cada vez mais perto, podia escutar os passos se arrastando na terra entre as folhas secas, podia sentir aquele cheiro forte e penetrante no ar.






Um grunhido alto foi ouvido, e de trás das árvores os cinco corpos pularam em sua direção, e ele por sua vez se afastou com um salto habilidoso para trás.





Cinco mortos. Aquilo era uma armadilha do verdadeiro inimigo, disso ele podia ter certeza.




Retirou a pistola de seu casaco azul-marinho, mirando na direção de um daqueles mortos-vivos.


Mas não adiantava o quanto ele disparava aquela arma, não faria sentido algum. Até porque, aquele armamento era especifico para somente um tipo de ser; Vampiros.

Rapidamente guardou a pistola em seu devido lugar dentro do casaco, e em seguida pressionou os punhos. Teria que se livrar de todos aqueles fantoches para descobrir a verdadeira face de seu manipulador.

Mas sua mente estava lente demais naquele momento, e aqueles corpos avançavam nele como se quisessem devorar sua carne.

E com um único soco conseguiu mandar um para o chão. Mas não era suficiente.

Sua pele começara a esquentar, e seus batimentos se aceleravam também.

Era o único modo naquele momento de acabar com tudo aquilo, mesmo que perdesse a consciência, e mesmo se não conseguisse finalizar aquela batalha com vida. Era o único modo.

Mais dois mortos vieram em sua direção, com sangue escorrendo pela boca e fome incessante. Ele direcionou seu olhar para o chão, e de seus punhos fortemente cerrados jorrou apenas uma gota de sangue.


Era tarde, agora.



E, em meros instantes sua forma se transformou. Não era mais ele, e sim a fera que habitava dentro de seu corpo. Os olhos púrpura calmos e frios não estavam mais presentes, e sim o tão temido vermelho estava estampado.




A postura forte, juntamente à pelagem tão branca quanto a neve de dezembro. Patas firmes ao chão e olhos cruéis se direcionavam aos mortos que corriam desajeitados na direção daquela fera.




E então ele avançou com toda a ferocidade na direção daqueles monstros, com os olhos perigosos e as presas desejando o sangue de cada um.


Bastou apenas um golpe com sua pata e garras para que o corpo do morto vivo caísse no chão. E lá pôde-se notar o braço marcado pelo arranhão. Havia feito realmente um estrago no local com suas garras.

A fera então parou; ameaçou com seus dentes afiados na direção dos quatro corpos ainda de pé.

A consciência não pertencia mais a ele, ele estava adormecido, deixando-se levar pela fera que a seu coração pertencia agora. O lobo dos olhos sangrentos.


**



O carro freou bruscamente na entrada daquela densa floresta rodeada por árvores, muitas árvores. Nada mais podia ser visto além da mata.



A garota abriu a porta com rapidez, saindo e fitando o início da floresta. O tempo estava negro, e bem lá dentro daquele caminho para dentro da mata nada mais se podia ver além da escuridão. Ela engoliu em seco apertando os punhos no short desbotado.


— O carro não passa além daqui. Teremos que continuar a pé. — o homem disse trancando o carro logo após vestir seu casaco.

Mellanie assentiu com impaciência, estava tremendo, não conseguia evitar.

— Minhas pernas não são tão curtinhas assim para correr, Alexy. — ela sorriu ao canto dos lábios, olhando por um segundo para o céu.

“Já vamos agora, me dê forças meu garoto azul.”

E então começou a correr disparadamente floresta adentro, deixando os dois guardiões para trás.

Lunna sentia seu coração arder, e de certa forma sabia que algo aconteceria, e não seria uma simples longa caminhada mata adentro.

— Não tenha medo, vai dar tudo certo. — Kaien sorriu motivado enquanto puxava a mulher apressadamente pelo cotovelo, e em seguida a arrastou para dentro da trilha mal feita na floresta.

Ela apertou os olhos enquanto o vento forte batia contra seus cabelos negros, deixando que o homem a guiasse pelo caminho na escuridão. Ela sentia confiança nele naquele momento, pela primeira vez.


**




Tais olhos vermelhos ferviam com raiva, e de algum modo aqueles mortos-vivos continuavam de pé, não importava o impacto ou golpe daquela grande fera. Não havia dúvidas que aqueles “fantoches” estavam sendo manipulados perfeitamente bem. E seu ventríloquo estava bem perto.




O lobo sedento encravou patas e unhas violentamente contra aquele solo terroso, mas algo estava errado.


Novamente avançou em cima dos três mortos à sua frente, dando uma mordida certeira nos pescoços e braços dos quatro, jogando-os para longe com brutalidade logo depois. Sangue de suas vítimas escorria ao canto de sua boca canina, entre os dentes pontiagudos e perigosos. E, em cima de suas quatro patas calculou mais um ataque. Restavam dois corpos erguidos de pé. Mas como aqueles mortos-vivos aparentemente tão fracos conseguiam reunir tanta força contra um Ookami-oni?*

E naquele momento, uma grande áurea negra se formou em volta dos dois mortos em pé, e de suas bocas começara a brotar espécies de linhas de aço, tais linhas que saiam e trilhavam um caminho reto na direção do lobo feroz, que continuava por si com a boca ensanguentada e olhos atentos. As malditas linhas eram ágeis, e com apenas uma lançada certeira prendeu a fera em uma volta, a linha era pegajosa e forte, ao mesmo tempo em que o apertava naquela armadilha. Estava sufocando-o, mas sua raiva a cada momento era maior, e esse era o grande perigo e vantagem de sua “maldição”.

O lobo reuniu uma grande força, e ao dar um salto para trás se livrou daquelas pequenas “cordas” de aço com uma habilidade sobrenatural, fazendo as linhas se romperem e irem de encontro ao chão.

Voltou a encravar as patas na terra, fitando com crueldade aqueles dois mortos vivos ainda de pé não tão longe, as peles daqueles corpos pareciam desbotar para fora junto com a carne suja de sangue, os rostos desfigurados e o pescoço marcado por uma mordida incomum.

Vampiros.

O animal possuído, grande e raivoso estava pronto para mais um ataque, mas sua mente foi invadida por uma voz doce bem atrás de si. Mas ele não reconhecia aquele grito feminino, tampouco por quem a voz clamava com ardência e desespero.

O lobo virou parcialmente a cabeça para trás, e de lá pode enxergar embaçadamente uma pequena garota de longos cabelos castanhos e olhos encharcados de lágrimas.

— ZERO! — a garota tornou a gritar pela segunda vez, terminando sua corrida e curvando a coluna na direção do chão, apoiando as mãos nos joelhos.

Ela estava ofegante, não conseguia pensar, não conseguia ao menos erguer os olhos para frente e ver oque acontecia no local, apenas ofegava para repor sua respiração e força.

Não demorou muito para que os dois adultos parassem ao lado da garota, e os olhos imediatamente se fixaram nas criaturas não tão distantes.

Kaien, — Lunna sussurrou na direção do homem com preocupação.

O homem manteve-se sério e calado, fitando a fera alva logo a frente.

Mellanie respirou fundo e pouco a pouco manteve sua coluna reta, normalmente em pé novamente. Olhou para frente com urgência.

Oque estava acontecendo naquele lugar? Sua mente não conseguia raciocinar conforme a situação. Nada se encaixava.

Onde estava seu anjo protetor? Onde estava seu garoto impaciente e irritado? Onde estava Zero?

— Mellanie, se acalme e apenas deixe-o. Não se aproxime. — Kaien disse quase em sussurros para a garota.

Ela arqueou os olhos na direção de seu guardião com horror.

Começou a variar o olhar entre Kaien e a fera ensanguentada e de grandes dentes.

Mas, era possível?

Suas idéias começaram a trabalhar, agora.

— Não me aproximar? Não! — ela gritou prendendo seus olhos verdes em cima daquele lobo enorme e de pelagem branca.

Avançou um passo, mas o homem a segurou pelo braço, impedindo-a de fazer um caminho perigoso.

— Não quero vê-la machucada, pequena Mell. Se eu deixei você vir pra cá é porque eu prometi para mim mesmo que te protegeria, impediria você de se ferir. — ele afirmou seriamente.

Ela apertou os olhos com raiva, deixando as lágrimas escorrerem por seu rosto, trilhando um caminho ardente sobre suas bochechas pálidas.

Mas, ao puxar seu braço, conseguindo assim se livrar das mãos fortes de seu guardião, um grande estrondo foi-se ouvido mais a frente naquele pequeno espaço da floresta, ou porque não dizer, campo de batalha?

Seus olhos se fixaram naquela figura extremamente grande e feroz, o lobo. Mas aquele não era seu anjo, era? Era seu Zero? Não. Ela tinha certeza que algo o possuía, algo maligno prendia-se em seu coração, impedindo-o de sair.

O lobo demoníaco agarrava com ferocidade os braços de um dos mortos-vivos com extrema crueldade, como se fosse realmente um cachorro faminto abocanhando seu pedaço de carne. Aquela cena revirava seu coração e estomago.

Mas ao mesmo tempo os outros quatro se levantaram do chão, e saltaram para cima das costas da fera, dando um incrível bote. Os mortos-vivos escalavam pelas costas dele com rapidez, e ali a garota pôde ver com atenção nascer das quatro bocas um conjunto de dentes afiados. Dentes muito comuns em suas memórias amargas. Aqueles dentes...

“Você me parece ter gosto bom...” A maldade de suas memórias, de seus sonhos do passado... “Talvez eu pudesse...” Aqueles dentes, aquelas coisas pontiagudas e perigosas, eram... “... Provar de seu sangue...?” Presas de Vampiro.

Seus olhos verdes se arregalaram com horror enquanto olhava sem ao menos piscar aquelas quatro carcaças mortas abrirem a boca na direção do pescoço do lobo, os quatro corpos amontoados em suas costas prontos para abocanhá-lo. Ela sabia que seria fatal.

Mas antes que começasse a correr possessivamente em busca de salvá-lo daqueles corpos endiabrados, a grande fera alva os jogou com brutalidade para o chão, enquanto livrava-se também do outro em sua frente com uma mordida.

Todos os corpos estavam caídos e acabados.

A mulher sorriu divertida no topo daquela árvore um tanto distante do campo de batalha. Apenas mordiscou a ponta de sua unha.

— Parece que eu subestimei você, pequeno cão de guarda. — e então ela fechou os punhos, e naquele momento todos os corpos caídos naquele local sumiram como pó, simplesmente desapareceram, anunciando o hunter como vencedor.


E então ela partiu, desaparecendo dentre as árvores.




Kaien suspirou, abaixando a cabeça, enquanto Lunna olhava toda aquela situação abismada, com os olhos tão horrorizados quanto os da sobrinha.





Mellanie deixava as lágrimas escorrerem por seu rosto, mas já bastava de chorar. Ela tinha que agir e trazer seu anjo de volta, trazer quem realmente deveria estar ao seu lado e, finalmente, levá-lo para casa em segurança.



Limpou os olhos violentamente com as costas da mão, olhando mais à frente em seguida.




Ele estava lá, o enorme lobo sobre quatro patas caninas. Aquilo estava errado, e ela precisava acertar.




Ele não voltaria para sua verdadeira forma sozinho tão facilmente, precisava pará-lo antes que fizesse algo pior, antes que fizesse uma verdadeira loucura, já que os fantoches já haviam sido derrotados.


E então antes que Kaien pudesse impedi-la mais uma vez, começou a correr com todas suas forças na direção daquele lobo ameaçador.

Algo dentro de seu coração lhe fazia sentir medo, e mandava-a recuar, mas outra grande parte a mandava prosseguir e pará-lo.

Mas não seria não fácil como ela imaginava, não mesmo.

Seria complicado.


Lunna arqueou uma mão desesperada ao mesmo tempo em que gritava pela sobrinha, para que voltasse e não fizesse nada, mas Kaien a impediu de dar mais um passo que fosse, olhando-a tão sério que seu coração parou.



Mellanie parou bem em frente daquele lobo, apenas alguns centímetros, e naquele momento a fera recuou um passo para trás, com os enormes dentes postos para fora, ameaçando-a, simplesmente como se quisesse dizer para que ela fosse embora, alertando o quanto perigoso era aquela aproximação.


Tudo significava ser uma ameaça para ele,





— Zero, — ela disse controlando a respiração, dizendo como se quisesse chamar ele para fora — Você pode me ouvir? Eu estou aqui agora, vamos para casa.







E então aquele lobo enorme a ameaçou mais uma vez com os enormes dentes, como se estivesse rosnando em sua direção.





Ela engoliu em seco, deixando mais lágrimas caírem.


— Eu sei que você pode me ouvir em algum lugar aí dentro dessa fera enorme, eu sei que você quer sair, e se você sair Zero, eu prometo te dar um abraço apertado, e prometo que... — ela disse olhando bem nos olhos vermelhos daquele demônio em forma de lobo — Eu prometo que nunca deixarei você se machucar novamente. Isso tudo é minha culpa, eu sei disso. Vamos agora? Eu posso salvar você? Venha, eu acho que você pode me escutar se fizer um esforço.

O lobo rosnou, e então avançou bem para cima da pequena garota, marcando em seu delicado braço um arranhão bruto, marcando cinco unhadas na região. Ela arfou de dor, caindo no chão sentada. Abaixou a cabeça, deixando formar uma cascata de seus longos cabelos castanhos sobre o rosto. Lágrimas se reiniciaram junto a dor surreal que vinha de seu braço ferido. Apertou a região machucada com os dedos com força.

Poucos segundos depois tornou a levantar a cabeça, olhando pesadamente aquela fera bem acima de si, perigosamente perto, perto demais.

Não havia mais oque fazer, era sua única carta na manga naquele momento.

Então ela sorriu abertamente, sentindo a dor por um momento se estacar, e repentinamente pulou em cima daquele lobo demoníaco, agarrando em seu pescoço e abraçando-o com tudo, com todas as esperanças que ainda lhe restavam de trazer seu anjo de volta novamente, para o seu lado.

As lágrimas não puderam ser evitadas, ela ronronava e apertava os dedos manchados por sangue contra os pelos brancos daquele canino raivoso, que a princípio com passos para trás tentou abocanhar a garota, mas algo dentro de si o fez parar o ato, algo muito grande dentro de si o fez ficar como estátua e simplesmente receber aquele abraço apertado.

E depois de longos dois minutos agarrada em seu pescoço, presos naquele abraço forte, ela pôde sentir os pelos macios daquele lobo sumirem lentamente, e pouco a pouco a forma tão grande e ameaçadora se diminuir, tornando-se menos agressiva e alta. Algo estava errado ali. Ela abriu os olhos de uma vez só, e ao virar o rosto na direção do demônio lobo que antes abraçava, veio à sua visão o seu Zero de antigamente, com sua postura normal e máscula, finalmente em carne e osso, finalmente como um humano normal, ou quase normal.

Os olhos do rapaz mantinham-se bem fechados, como se ele estivesse realmente fora de si ou sem consciência, desmaiado ou em um sono pesado.

Ela sorriu feito uma criança naquele momento, apertando-o ainda mais em um novo abraço, prendendo as mãos em volta de seu pescoço, afagando a cabeça em seu ombro, enquanto os cabelos esbranquiçados encostavam contra os seus castanhos.

E então ele abriu os olhos púrpura, olhando desnorteado para o céu, perguntando a si mesmo oque estava acontecendo e onde ele estava. Sua cabeça não conseguia lembrar de absolutamente nada, apenas de sua vinda àquele lugar atrás de sua caçada. Nada vinha à sua cabeça naquele momento, mas, ao ouvir pequenos suspiros femininos bem próximos ao seu rosto e algo agarrar fortemente em seu pescoço e corpo, fixou de imediato os olhos para o lado, e em seguida os arregalando ao finalmente entender um pouco da situação.

Ela estava abraçando-o. Mellanie, sua pequena protegida estava agarrada ao seu corpo como se ele pretendesse fugir para longe.

— Nunca mais me deixe preocupada, nunca mais faça algo tão perigoso a si mesmo. — ela dizia com voz chorosa — Você é tão importante agora que, eu não conseguiria agüentar perder você...

Ele arregalava os olhos com a confusão em sua cabeça e o abraço sufocante que recebia, sem entender o motivo ou razão. Mas logo tornou-os normais, tornou seus olhos púrpura levemente apertados novamente, sérios e frios. Mas, dentro de si podia sentir seu coração bater mais forte, sentindo a fera voltar para sua “toca” novamente.

Então era isso, ele havia deixado-o sair. Havia aberto a porta da prisão qual o lobo demoníaco pertencia.

Uma sessão de arrependimento travou em seu coração, naquele momento, e ao sobrecair os olhos para o corpo da menina que o abraçava, pôde reparar em seu braço rudemente marcado por garras caninas. Seu coração travou.

— Mellanie... — ele disse com certa dificuldade, oque fez ela rapidamente arregalar os olhos, levantando a cabeça de seus ombros e olhando-o feliz, ele finalmente estava com consciência.

— Você acordou, Zero! — ela disse sorrindo abertamente.

Ele manteve-se sério.

— Me desculpe, eu machuquei você. — ele disse sem jeito com arrependimento em seus olhos ao fitar novamente o estrago que a fera havia feito no delicado braço da garota.

Ela negou freneticamente com a cabeça.

— Não Zero, por todo esse tempo, fui eu que machuquei você. — ela afirmou — Então não se culpe por esse pequeno ferimento em meu braço, e muito menos se desculpe. Aquele que me machucou não foi você e sim o demônio que vive aí dentro, no seu coração. Esse ferimento em meu braço não é nada perto de tudo que eu já o fiz sofrer, eu provoco o mal a quem se aproxima de mim, eu sei. Mas por favor, mesmo que eu seja destrutiva para todos que se aproximam, eu te peço com todas as forças, não se afaste. Fique ao meu lado.

Ele sorriu fracamente, sentindo uma pontada atingir seus braços e uma dor de cabeça repentina invadi-lo, oque o fez gemer.

— Vamos para casa todos agora. Ele está muito fraco e precisa repousar. — Kaien disse sério — Está encharcado de sangue e com alguns ferimentos, se não o tratarmos rápido pode ser fatal. Esse é o grande preço que se paga por deixar a Ookami-oni se libertar.

Lunna suspirou, pausando a mão sobre o peito, dando graça aos Deuses por toda aquela confusão ter acabado bem.

Mellanie ajudou o rapaz a se elvantar, e ele se apoiou nela até que chegassem até Kaien mais à frente.

Tudo havia se acabado bem, e ela sentiu seu coração se tranqüilizar.

Não demorou para que chegassem ao carro após uma longa caminhada pela trilha na mata. Todos entraram, inclusive Zero e Mellanie, que estavam na parte de trás.

O carro começou a se locomover lentamente, e a garota baixinha olhou seu anjo protetor ao seu lado segurar o ferimento na perna com força.

Ela sorriu.

— Você foi muito corajoso. — ela soltou.

— Sim, mas agora seja uma boa garota e me deixe dormir. — ele disse com um pequeno sorriso irônico ao canto dos lábios.

E então ele se escorou nela, deixando a cabeça no ombro da garota confortavelmente. Não demorou para que dormisse.

Ela sorriu boba, abraçando-o ao mesmo tempo em que olhava para fora pela janela. O tempo começara a ficar pior, começava a finalmente chover.

Mas nada importaria naquele momento, pois tudo havia ficado bem.

E do lobo demoníaco, ela conseguira salvar para seu anjo protetor.

“Nossos destinos estão laçados agora, pequeno caçador.”

**

As gotas de chuva chocam-se violentamente em minha pele, enquanto eu clamo desesperadamente para que pare, para que venha até mim e dê um fim nessa tortura, nessa batalha sangrenta.

Você pode me ouvir, e eu quero apenas salvá-lo de todo esse abismo profundo e vazio,

O abismo negro da morte, que apesar de tudo quer levá-lo para os demônios interiores, os demônios que desejam-te a alma, que desejam-te a força

Mas eu vou salvá-lo,

Oh meu anjo protetor,

Somos apenas um, e você faz parte de mim agora.

Pare, desça, esqueça,

Um homem simples com asas quebradas,

Segure sua arma e dispare contra meu coração,

Nada mais importa, além das barreiras que separam nós dois,

Você está comigo agora, e nós juntos acabaremos com essa guerra.

Oh, o sangue quente desce por nossos corpos,

Você está vivo?

Olhos púrpura,

A verdadeira forma do anjo.

Venha, alcance-me,

Pequeno rapaz ensangüentado (...)

**

Música de Encerramento - Zoetrope, amnesia.

[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero ~ Lobo Demôniaco ~ Ookami-oni]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero ~ Após transformação]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Mellanie e Zero ~ Abraço]

Fim do Capítulo 12.


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Notas finais do capítulo

VOCABULÁRIO JAPONÊS:

Ookami-oni - Lobo Demôniaco, qual possui perigosos olhos vermelhos e grandes dentes afiados. Uma fera que se esconde dentro do coração de seu portador.

**

Bom, é isso. Espero que tenham gostado deste capítulo 12,

Comentem por favor, falem oque mais gostaram e tudo mais.

Obrigada, e até a próxima.